Mais um Clichê de Omegaverse... SQN! - 7. Informando aos Amigos
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7. Informando aos Amigos
SOLICITO REUNIÃO PRESENCIAL DE EMERGÊNCIA!!!
– Tem um mês que você está sumido! Um mês! Não atende ligações, visualiza mensagens, dá ok, mas não responde se está tudo bem ou o que está acontecendo, daí do nada, solicita uma reunião presencial emergencial?! Tá morrendo ou pegou dinheiro com agiotas???
Ele já sabia que seria complicado o papo com os amigos. Vinha negligenciando suas amizades há algum tempo, porque sabia que haveria perguntas e preocupações daqueles que sempre estavam ao seu lado, mas, seu estado de desgaste era tal, que não tinha energia para lidar com tantos questionamentos, quando nem ele tinha as próprias respostas.
– Primeiro! Não estou doente e está tudo bem. Segundo! Não peguei dinheiro com agiotas, até precisava, mas agora não preciso mais. Terceiro! Só precisava ficar na minha, quieto e calado para entender e sentir a mim mesmo. Respondido?
– …
Seus amigos se entreolharam sem compreender o todo, ainda com dúvidas que não sabiam como formular no momento, mas tentando entender o contexto por trás.
– Dito isso! Tenho observações antes de falar o que vim dizer, ou melhor contar. Bem, tomei algumas decisões não convencionais, mas já estão decididas, assinadas e carimbadas, literalmente falando. Então, coisas como esporros, lição de moral, tipo “ah, seu maluco”, e tals… Não tô afim.
– Oi? Você quer amigos ou robôs? – já irritada, Lissa falou pelos dentes.
– Amigos-robôs, que vão de me falar: “Estamos ao seu lado não importa o que aconteça e tals”, seguindo aquele princípio que rege nossa amizade: “Cada um escolha o que escolher, ainda que não concordemos, apoiamos! Mesmo que tudo dê errado, não tripudiamos!”
– Qual a merda que você se meteu dessa vez? Hahaha- falou Alisson gargalhando.
– Eu realmente estou nervosa e preocupada agora. O que houve? Fala logo! – murmurou Lissa.
– Bom… Conheci-um-cara-num-bate-papo-que-me-fez-uma-proposta-de-casamento-fake-como-estou-precisando-de-dinheiro-e-desesperaaaaado-aceitei-até-porque-ele -é-muito-lindo-e-gostoso-então-não-resisti-e-assinamos-um-contrato-de-namoro-temporário-de-três-meses-e-no-final-se-der-certo-nos-casamos-por-no-mínimo-três-anos-me-mudo-semana-que-vêm-para-a-casa-dele.
– O quê? Repete!
– Como assim, desesperado?
– …. Não sei se entendi, ahn? Acho não que entendi.
Falaram em sequência Alisson, Lissa e Morgan.
– Sim, eu vou me casar daqui três meses num casamento fake e preciso de vocês para me apoiar e dizer que está tudo bem ao longo dos próximos três anos, pelo menos.
– …
– Uau!!! Você ! Você realmente conseguiu me deixar sem palavras! – Morgan estava em branco, sem conseguir digerir a quantidade de informação.
– Bom, tanta gente se casa amando e separa com pouco mais que alguns meses! Você pelo menos vai durar com certeza três anos, e pelo que entendi vai receber por isso. Gostei! Mais objetivo e vantajoso do que muito relacionamento por aí! – sorriu Alisson segurando o queixo de forma pensativa.
– Não é?! – gritou Solie com os olhos brilhando pelo pensamento positivo do amigo.
– Você está maluco?! Quem é esse cara? De onde ele é? Com certeza é um golpista tentando tirar dinheiro de você que cai em qualquer anedota que te contam! Deixa eu ver esse contrato! – já era de se esperar tal reação de Lissa. Ela sempre foi uma guerreira super protetora de seus amigos, sempre disposta a tomar a frente e as dores pelos seus.
– Hahahahaha, tirar dinheiro meu? A única coisa que ele conseguiria era se frustrar ao constatar meu saldo devedor no cheque especial!
– Mas existem empréstimos! Cartões de Crédito!
– Usei todos os limites que tinha!
– Solie!!! Quando isso aconteceu? Por que não falou sobre sua situação?- Lissa tinha um olhar triste e preocupado para Solie.
– Ah, já chega, não quero falar mais hoje sobre minha derrocada. Estava mal, agora está resolvido.
– …
– É sério, você vai se casar? E de mentira? Ainda não consegui processar… – Morgan estava com dificuldade de organizar seus pensamentos diante das informações.
– Então… Para completar, ele é um tesão, um gostoso em níveis estratosféricos, e P R O V A V E L M E N T E um puta dum pirocudo, masssssssssssss que nunca vou poder pegar.
…
…
…
Eram quatro amigos:
Lissa, mulher, alpha, 28 anos, solteira, administradora, pegadora, objetiva, pavio curto e ao mesmo tempo, a mãezona do grupo.
Morgan, ômega, homem, 25 anos, casado com um alpha, com um filho, sensível e reflexivo.
Alisson, homem, beta, 22 anos, solteiro, sempre bem humorado, meio non sense, também estilista e namorava há 8 anos uma garota beta desde jovem.
Os quatro se conheceram na faculdade e desde então, estreitaram laços, criaram memórias que fincaram raízes de uma amizade intransponível. Cada um com suas particularidades, cada um com suas escolhas.
O lema para que tudo fluísse e perdurasse era o respeito mútuo, não importando a escolha esdrúxula que cada um fizesse. Eles acreditavam que a consequência natural de suas escolhas seria punição suficiente para os erros da vida. Logo, a função do grupo não era a de algozes e sim, uma rede de apoio.
Mas é claro que críticas diretas e ácidas nunca faltariam.
– É sério que depois de sumir por mais de um mês e aparecer com essa notícia maluca sobre um casamento fake de uma hora para outra, você está preocupado com o pau do cara? – perguntou Lissa sem paciência, achando o questionamento totalmente frívolo.
– Sim, isso me preocupa e muito! O contrato já foi assinado, logo, não há sobre o quê vocês pensarem sobre. Já pensei, já me preocupei o suficiente e agora tenho que lidar com as consequências dele, que é estar sob o mesmo teto com um gostoso com pinta de modelo de revista de negócios, estando eu em abstinência há mais de um mês, sem previsão e nem saber como irei saciar minhas vontades a partir de então.
– …
– Ah, eu não sei o que fazer com você… – falou Lissa segurando o rosto entre as mãos.
– Lissa, eu quero que você se lembre que iniciei essa conversa dizendo que não queria sermão. Eu realmente não preciso disso agora.
– Olha, eu realmente continuo sem saber o que dizer ou fazer… – Morgan ainda estava em branco sem saber como encaixar aquelas informações na realidade.
– Bom, já que está tudo acordado, qual é o combinado a respeito da relação de vocês durante esse tempo? – perguntou Alisson, meio que se divertindo com a novidade.
– Somos independentes, cada um cuida de si, das próprias necessidades, ciclo de calor e etc, de forma privada sem interferir com o outro.
– Então, não há problema, você pode continuar com seus casos e vida que segue! – concluiu Alisson.
– Não, casos levam à intimidade e a longo prazo podem se tornar problemáticos. Ele mesmo disse que já terminou com os dele para que não houvesse problemas com a dinâmica do casamento. Além do mais, há uma multa absurda caso haja quebra de contrato em relação ao sigilo. Não há orgasmo que vale a pena me deixar endividado dessa forma.
Lissa observava incrédula o diálogo.
– Solie…
– Sim Morgan.
– Olha, eu realmente não compreendo porque você está fazendo isso. Nesse grupo, entre nós quatro, você sempre foi a pessoa mais livre, leve e calorosa, então realmente tenho dificuldades em entender o que te levou a entrar nesse acordo caótico. Mas, como pediu inicialmente, vou respeitar sua escolha sem mais questionamentos.
– Morgan, como você pode acei… – interrompeu em fúria Lissa.
– Lissa, ainda não terminei – Morgan falou de forma firme olhando para Lissa.
Morgan era uma pessoa sempre dócil, ao mesmo tempo, muito direto e firme em seus posicionamentos, além de ser o mais experiente entre eles quando se tratava de relacionamentos.
– Pelo que acabei de entender, você escolheu nos contar sobre esse acordo, mesmo sabendo que se algum de nós vazar a verdade, você ficará eternamente endividado. Para mim, isso é mais do que suficiente para entender o quanto você confia em cada um de nós.
– Tenho plena confiança em cada um de vocês, quando se trata de segredos e cuidados uns com os outros. Já passamos por muitas situações difíceis, e não poderia passar por isso sozinho sem tê-los ao meu lado. Mas, já fiz minha escolha e não quero mais debater sobre ela, mas sim sobre como lidar com as situações de agora em diante.
– Ok Solie, estamos aqui para te apoiar nas suas doideiras! – piscou Alisson – Não será diferente agora.
– Antes de falarmos sobre a questão do rapaz bonito, o que foi todo esse mal estar que te levou a aceitar esse contrato? – Morgan queria entender como ele tinha chegado nessa situação.
– Eu não contei à vocês. Mas estava passando dificuldades e me sentindo muito mal há um tempo, estava deprimido, falido e endividado. O mal era tanto, que não conseguia compartilhar. Não tem nada a ver com vocês, só não conseguia falar sobre, sabe? Era uma sensação de derrota e vergonha que me consumia. Daí veio essa situação inusitada, foi uma coisa atrás da outra e é isso.
– Entendi. Então, conta como vocês se conheceram e como isso aconteceu – Morgan estava fazendo um grande esforço para compreender como o amigo foi levado a fazer tal escolha maluca.
Solie contou toda a linha do tempo de menos de 24 horas entre conhecer e assinar o contrato, que mudou completamente sua perspectiva dos próximos três meses, pelo menos.
– Uaaau! Essa história é muito insana!!! Ao mesmo tempo muito inacreditável e também estranha – Alisson estava incrédulo e excitado pela história do amigo.
Lissa queria voar no pescoço de Solie, arrastá-lo pelos cabelos e cancelar aquele contrato maluco na marra, além de dar uma surra no tal Ricardo. Mas só pôde ficar calada em modo furioso, mesmo que seus feromônios descontrolados pudessem contar todo espectro de pensamentos que a consumiam.
Solie escolheu ignorá-la, ele já sabia que isso aconteceria. Só o tempo a acalmaria.
– Entendi… Bom, não há o que fazer – falou Morgan de modo reflexivo – Bem, quanto a questão do cara bonito, toda a resposta está na convivência.
– Não entendi – Solie estava confuso.
– Vocês irão conviver a partir da semana que vêm, correto?
– Sim.
– Todo esse lance de cara bonito e gostoso pode vir abaixo em questão de dias. A convivência tem esse poder… – continuou Morgan – Você ainda está impactado com a primeira impressão dele, mas, ao longo do dia a dia, quando começar a ver seus defeitos e qualidades, toda essa admiração e desejo podem simplesmente vir abaixo, ou não.
– Hummm, entendi.
– Se, ele se tornar uma pessoa desinteressante fica mais fácil de contornar as coisas, caso o contrário ocorra, você terá que trabalhar muito para lidar com o desejo e a frustração, mas, se isso acontecer, podemos bolar um plano de ação para te distrair desses sentimentos. Vamos ver, só o tempo vai dizer.
– Ahhh Morgan, obrigada!!! Estava tão preocupado com isso!
– E o dinheiro? Fala! Quanto você vai ganhar? O que vai fazer com ele? – Alisson estava entusiasmado com a vida fanficada do amigo.
Enquanto Morgan e Alisson já estavam resignados e dialogando sobre a questão, Lissa ainda estava calada, apenas ouvindo.
Nos últimos cinco minutos, já tinha entendido que não podia fazer nada, mas ainda se recusava a recuar na ideia fazê-lo desistir na marra.
“Ahhh Solie! Merda! Você é tão brilhante! Por que fez isso?”, ela amava muito o amigo como se fosse seu irmão mais novo e queria vê-lo realizado e feliz, principalmente por ser ele um ômega emocionalmente diferente dos outros.
O admirava por desde sempre se lançar em suas próprias ideias e bancar as próprias vontades. De forma indireta e sem intenção, ele a ensinou a ser uma alpha melhor e mais desconstruída.
Mas de todas as iniciativas e ideias de Solie, nada se comparava com essa loucura de contrato de casamento falso. Mais uma vez teria que aprender uma lição que nem ela entendia qual era, começando por não abrir a boca para criticá-lo.
Enfim, agora era tarde demais…
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Calma Lissa!!!! Vai dar tudo certo! Ou não? 🤔
Ahhhh! Queria uma trupe dessas de amigos!
E os pais, hein? Como irão reagir?
Publicado por:
- Nick Blezeira
-
🌈 Apaixonada pelo Universo BL 🏳️🌈
Escreve sobre personagens empoderados.
Autora de 🔥AGÊNCIA DE ALPHAS🔞 e
♥️ MAIS UM CLICHÊ DE OMEGAVERSE... SQN!💐
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