Mais um Clichê de Omegaverse... SQN! - 13. Nossas 7 Regras
13. Nossas 7 Regras
“Uau! A última semana foi realmente intensa… Tantas coisas para refletir e decidir”, depois de oito longos dias, Solie estava de volta àquela casa.
Nos últimos dias, toda forma de perspectiva e possibilidade foram pensadas.
Que rumo daria a sua profissão?
Como lidar com a insegurança perante Ricardo e se posicionar de forma direta e transparente?
Será que ele aceitaria todas as propostas que tinha em mente?
Como fazer daquela casa seu lar?
E seu pai que ainda não tinha retornado, o que faria?
“Preciso preencher esses espaços com foco e produtividade”, refletiu ao abrir sua agenda vazia de projetos e compromissos. Começou ligando para o personal trainner indicado por Alisson e depois para a terapeuta sugerida por Lissa.
Estava passando por várias mudanças e segundo ela, amigos e família são importantes nesses momentos, porém não substituem a ajuda profissional. Era de suma importância encarar suas vulnerabilidades, e não lidar de forma leviana com aquele breve momento de depressão pelo qual tinha passado, para que não acontecesse de novo.
Tinha percebido o quão importante seria cuidar de si mesmo de forma mais profunda, não só profissionalmente, mas também física e emocionalmente.
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Dias antes…
“Se existe uma ou mais pessoas legais e gentis que gostam e querem estar com você, mas só tem olhos para aquele que te despreza, algo está muito errado dentro de você”.
Essa era uma frase repetida por sua mãe desde que Solie se entendia por ômega. Ela mesma na juventude, foi vítima da própria baixa auto estima, ao se apaixonar por um beta que desprezava sua existência. Foi preciso conhecer seu pai para ressignificar a palavra amor. Com isso, aprendeu a importante lição de sempre buscar o olhar daqueles que a respeitavam e lhe guardavam sincera consideração, e ignorar quem a desprezava deliberadamente.
Solie desde de cedo aprendeu a respeitar e valorizar os conselhos de sua mãe ômega.
Segundo ela, existia uma tendência inconsciente de ômegas sempre se atraírem por aqueles que não os valorizavam, um reflexo da própria sociedade. Preocupada com tal aspecto, ao dar à luz a um menino ômega, o educou para ter a melhor auto estima possível, atrelada a um senso de auto respeito.
Tal educação, permitiu à Solie dar vazão a sua personalidade exuberante.
Mas aquele não era o momento, nem o local para pensar nessas coisas. Estava sendo abraçado, beijado, lambido e mordido dos pés à cabeça com apreço e carinho por aquele alpha que o venerava, enquanto pensava na imagem de Ricardo, se questionando se estava certo ou não em desfrutar desse prazer, quando lembrou da frase de sua mãe.
Antony parecia pressentir ser aquela uma despedida. Estava mais ávido e sedento que o normal, o agarrando apaixonadamente como se fosse fugir.
Solie também já tinha se apaixonado duas vezes durante a adolescência e conhecia seu “click” ao se encantar.
Ele observava o alpha com carinho, se perguntando por que não teve o “click” em relação a Antony? Se fosse possível, queria querer aquele alpha, mas não tinha acontecido.
Sentia um pouco de tristeza em se despedir silenciosamente de Antony e um tanto de culpa, por usá-lo para se desprender do desejo por Ricardo.
Resolveu fechar os olhos, se desfazer daqueles pensamentos e deixar seu corpo de ômega fazer seu trabalho de entrega e desfrutar do prazer que não sentia há meses. Antony merecia sua total atenção e presença.
Foi uma noite maravilhosa, como era de se esperar. Seu corpo e mente adormecidos pela breve depressão, foram reanimados por orgasmos consecutivos, um mais intenso que o outro. Antony conhecia seu corpo, suas zonas erógenas e seu gosto. Alternava carinho com estocadas ferozes e certeiras em seu ponto de prazer. Ele era perfeito.
Não sabia quando teria outra interação sexual novamente, então se entregou o máximo que pôde.
Ao amanhecer se sentiu completamente exorcizado de toda aquela energia negativa que o enredou nos últimos meses. Como despedida, deu um beijo suave nos lábios daquele alpha gentil que ainda dormia profundamente e saiu silenciosamente.
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Depois de se refazer e reassumir sua personalidade, resolveu retornar e dar um novo rumo a história com Ricardo, agora mais seguro de si e consciente dos seus objetivos.
Tendo sido relativamente passivo e soturno desde que conheceu Ricardo, se perguntava se ele lidaria bem com sua mudança de comportamento repentina.
Foi estranho voltar aquela casa. Tudo era lindo e luxuoso, porém, vazio e sem calor. Teria que mudar algumas coisas para se sentir em casa, então abriu sua lista e anotou.
Tinha chegado no início da tarde trazendo mais duas malas. Adicionou mais de suas roupas, seus amados acessórios e vários novos brinquedos para aplacar seu desejo recorrente.
Somente depois de se ambientar, mandou mensagem à Ricardo avisando sobre seu retorno.
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E ali estava aquele alpha que tirava seu fôlego, o observando de cima a baixo com um olhar questionador. Ele estava mais bonito? Seus feromônios pareciam mais fortes hoje, será que era por que ficou vários dias sem sentí-los?
Agora, olhando diretamente para Ricardo como nunca tinha feito antes, se deu conta que não conseguia ler suas reações, talvez por isso ele fosse tão enigmático?
Ele era sempre sério e pouco deixava transparecer suas emoções. Entre educado e polido, a segunda opção se encaixava melhor. Ricardo tinha uma aura que exalava decisão e poder na forma de se expressar. Sua objetividade nas questões, criava um muro sutil que imprimia a ideia de limite.
Sentia que poderia questionar, mas até certo ponto. Essa foi sua impressão desde o primeiro encontro. Talvez por isso, estivesse inseguro em abordar os temas que tinha em mente.
Solie nunca foi uma pessoa que se deixava intimidar facilmente, sempre questionador, fazia frente às suas ideias a quem quer que fosse. Tinha decidido que mesmo um pouco inseguro, seria direto e bancaria a própria mudança, caso contrário, seriam três anos de concessões insuportáveis.
– Trouxe uma lista, podemos discuti-la agora?
– Posso olhá-la?
– Não. Eu mesmo vou falar tópico por tópico, explicando o por quê e de que forma faremos. E você diz se concorda ou não e se deseja alguma alteração.
Ricardo sentiu um baque ao receber um “não” tão direto.
– E se eu não concordar com alguma delas?
– A única coisa que te peço, é que não coloque resistência antes mesmo de discutirmos os tópicos. E se ainda assim não gostar, me dê uma boa justificativa para não concordar e irei repensar.
“Irá repensar?”, não estava acostumado a esse tipo de negociação onde não tinha os dados em mãos previamente para analisar os pormenores e avaliar os riscos inclusos.
E estava sensivelmente em desvantagem para argumentar, pois durante todo tempo, não tinha se dado ao trabalho de refletir sobre tais dinâmicas e nem mesmo tinha reconhecido a necessidade em tê-las como tópico.
– Ok – respondeu oscilando entre aborrecido e redimido.
– Primeira: Numa semana de sete dias, iremos sair para jantar três dias.
– Sair para jantar?
– Sim. Não faz sentido tentarmos desenvolver interação dentro de casa, quando na verdade, só a usaremos quando estivermos em público. Ao jantarmos fora, seremos um casal.
– Então a função desses jantares é treinar o teatro?
– Não só isso, mas primeiro me diz se está de acordo em reservar três noites na sua semana?
– Ok, sem problemas.
– Então vamos à segunda: Durante os jantares, iremos dessensibilizar o toque e desenvolver intimidade.
– Explique.
Solie tremia por dentro em ansiedade, mas fazia todo possível para se mostrar calmo e seguro.
– Sim. Todo casal normal quando se apaixona, se toca mais livremente e tem uma intimidade natural que obviamente vem do sexo, além de desenvolverem trocas de carinho e afeição constantes.
– Hum – esse era um tema complexo para Ricardo que, como regra, mantinha uma distância preventiva de seus casos e evitava qualquer tipo de afeição ou intimidade pública, evitando reforçar qualquer esperança da outra parte. Fora a dinâmica de troca sexual, ele era um iceberg social.
Paixão, amor? Nunca tinha vivenciado isso.
– Então, precisamos desenvolver toques com naturalidade, como se fôssemos um casal real e um nível de intimidade saudável, sem parecermos estranhos um ao outro – explicou Solie.
– Como pretende fazer isso?
– Vamos testando na prática. Teremos que descobrir como estender nossos limites em relação um ao outro, sem nos sentirmos constrangidos ou invadidos. Como não o conheço intimamente, não consegui pensar em nenhuma dinâmica que não fosse aquela com base no erro e acerto, até ficarmos confortáveis um com o outro.
-…
– Você concorda com o segundo tópico?
Uma respiração profunda e silêncio vieram de Ricardo. Tinha plena consciência que era uma dinâmica importante e essencial para que passassem a ideia de casal apaixonado, mas ainda sentia resistência.
– Ok.
– Muito bem, Terceiro: Conversa. Precisamos deixar de ser estranhos. Esses jantares também serão uma oportunidade para falarmos sobre nossos gostos, personalidade, passado, história pessoal e toda e qualquer informação que acharmos necessária. Um casal normal, tem curiosidade um pelo outro e trocam essas informações como forma de entender o outro para agradá-lo e etc. Nós teremos que fazer isso, para deixarmos de ser estranhos que moram numa casa e sermos parceiros que compartilham objetivos.
Ricardo estava surpreso com a objetividade e eloquência de Solie em explicar o motivo e objetivo de cada regra, o fazendo compreender a importância dos tópicos, sem saber que cada um deles tinha sido discutido à exaustão com Morgan e Alisson.
– Estou colocando os jantares como meio de fazermos isso, para que a gente não fique preso no dia a dia, mas nada nos impede de trocar mais informações em casa.
– Entendo.
– De acordo com o terceiro?
– Tudo bem.
– Quarto: Sei que você pratica diversos esportes e quero conhecer cada um deles, então de 15 em 15 dias ou quando você julgar possível, quero ir junto para conhecer ou praticar junto.
– E qual a finalidade disso?
– Não serei um marido do lar. Sendo homem, independente de ser ômega, serei um marido que curte tanto quanto você curte, logo, quando seus chefes ou sei lá quem, falar sobre seus hobbies, terei conhecimento para conversar sobre. Não preciso ir sempre, fique tranquilo, só uma vez para conhecer e você me explicar como funciona. Se eu gostar, posso fazê-lo sozinho depois.
Mais uma vez Solie o surpreendeu.
– Sem problemas, não há problema em me acompanhar.
– Ah, mas só irei com você depois que tivermos o mínimo de intimidade, afinal, vou te acompanhar como namorado e futuro marido. Seria ideal você começar a anunciar nosso relacionamento para o casamento fazer sentido.
– Hum, mais alguma coisa?
– Com certeza. Quinto: Iremos começar a usar neutralizadores de feromônios, nós dois.
– Hã? Por quê? – Ricardo imediatamente se antagonizou com a ideia de deixar de sentir aqueles feromônios que davam vida ao ambiente.
– Ricardo, sejamos sinceros, eu e você enquanto ômega e alpha, somos reféns de feromônios. Mesmo tendo acordado que passaríamos nosso ciclo de calor cada um à sua maneira, a convivência de um ômega e um alpha, é perigosa. Seus feromônios podem estimular ou adiantar meu ciclo de calor e o contrário também pode acontecer. E mesmo você não gostando de ômegas masculinos, um cio inesperado meu poderia nublar sua racionalidade, nos levando a uma situação desagradável.
Esse foi um tópico muito difícil de Solie colocar em sua lista, pois tinha verdadeiro apreço aos feromônios profundos de Ricardo, porém, levando em conta as preocupações de sua mãe, as advertências de Morgan que também era um ômega casado com um alpha, adicionado às críticas de Lissa, resolveu ceder.
Há semanas atrás, quando estava perdido em seu mar de baixa auto estima, tinha tido um princípio de fantasia de entrar no cio e seduzir Ricardo. Porém, só em pensar na possibilidade de recorrer a um golpe tão comum entre ômegas para dormir com um alpha, o fez se sentir baixo e desprezível.
Logo voltou à razão. Qual a função de seduzir alguém que naturalmente não se interessa por quem ele é? Se felicitou por ainda haver um resquício de senso.
E mais do que isso, desde a sua primeira manifestação de ciclo de calor, sua mãe indo na contramão do senso comum, sempre o orientou a não passá-lo com alphas, até que encontrasse o “seu parceiro ideal”. Era um momento de vulnerabilidade ômega, onde poderia ser violado ou mesmo marcado contra sua vontade.
Relutante. Ricardo estava relutante. Mais uma vez entendeu que era realmente necessário, mas irracionalmente se sentia relutante.
– Minha sugestão é usarmos somente dentro de casa e em eventos sociais. Você, por exemplo, só tomaria o inibidor ao sair do trabalho quando estivesse a caminho de casa. É um recurso para nos protegermos um do outro, já que nossa natureza pode nos trair.
– Tá, entendi – respondeu concordando de forma ainda relutante.
– Então você concorda, certo?
– Ok. Acabou?
– Não.
– Quantos itens tem essa lista? – Ricardo se sentia sobrecarregado, não imaginava que precisariam de tantas regras.
– Por que a pergunta? Por um acaso você achou algum desses itens desnecessário ou fútil? – inesperadamente e pela primeira vez, Solie se sentiu irritado com a impaciência daquele homem.
Ele teve o trabalho de pensar e refletir sobre tudo aquilo sozinho, quer dizer, seus amigos fizeram grande parte do trabalho, pensando em questões relevantes e o orientando, logo, não houve nenhuma colaboração ativa de Ricardo, então que raios de impaciência era aquela?
Será que só ele se importava em fazer as coisas funcionarem?
– Não é isso. Só não pensei que precisaríamos de tantas regras.
– Eu também não achei que seria tão complexo. Acontece que eu e você, somos dois boêmios que só querem saber de transar sem se relacionar e assinamos um contrato de casamento falso, sem nem mesmo entender as dinâmicas de um relacionamento real, para enganar as pessoas com propriedade.
– Não sou um boêmio. Não vivo em noitadas.
– Hahahahaha, lembra do nosso primeiro papo? Concordamos que gostamos de coisas leves, simples, boas e livres… O significa uma certa dose de hedonismo na forma de viver, um aspecto importante que configura uma espécie de boemia, que não necessariamente tem a ver com noitada.
– … – Ricardo estava sem chão. Como lidar com esse Solie direto e sarcástico?
– Bom, você escolhe, ou implementamos regras, mesmo não gostando delas, ou podemos desistir desse contrato. Nos deixamos à sorte por duas semanas e não passamos de “oi”, “boa noite” e “como foi seu dia”. Acha que vamos enganar seus chefes só com isso?
Ricardo sentiu uma apunhalada na culpa que já o incomodava, além de uma certa irritação pelo tom de Solie e a verdade implícita nele.
– Ok, então o que mais?
– Muito bem, o sexto não é uma regra, é uma ferramenta importante. Precisamos que você sintetize seu feromônio.
– E qual a finalidade disso?
– Você, meu alpha dominante, que me ama profunda e apaixonadamente faz questão de me encher com seus feromônios quando estamos transando loucamente, para demarcar seu território fazendo com que outros alphas saibam que tenho dono e não cheguem perto de mim – falou de forma sarcástica, olhando profundamente em seus olhos.
Solie estava ligeiramente irritado, se perguntando se aquele alpha cafajeste nato, alguma vez tinha tido aula sobre a fisiologia de alphas e ômegas.
A verdade é que, como nunca tinha tido o desejo de “possuir” alguém, aquela dinâmica de pura possessividade de um alpha em relação ao parceiro, não fazia sentido para Ricardo. E por isso mesmo, não se deu conta da importância daquele recurso.
– Ok, entendi. Irei resolver isso.
– Sétimo e último: Serei seu estilista pessoal.
– Hum? – não quis abrir a boca para perguntar qual a necessidade daquilo, então aguardou alguma explicação que fizesse sentido.
– A história que contamos para nossos pais e que será a mesma divulgada no seu círculo social, conta que nos conhecemos por que você me contratou como seu personal stylist, correto? Então, nada mais natural que você tenha um toque meu no seu visual. O que também será um sinal sutil para as pessoas à sua volta, que com certeza o observam atentamente, de que há algo novo na sua vida.
“Ahhh, porra, faz sentido!”, Ricardo se sentia frustrado por não ter conseguido contestar nenhum dos tópicos.
– Entendo e faz sentido, mas gosto do meu estilo de tons sóbrios e acho que seria estranho você escolher minha forma de vestir.
– Não fique preocupado, não vou mudar seu estilo, nem forçá-lo a usar nada que não goste. Só vou adicionar mais elegância com alguns pequenos detalhes. Você não precisa de muito – “Por que já é perfeito”, pensou para si.
– E pequenos detalhes vão fazer diferença?
– Ah! Muita! – respondeu Solie entusiasmado – Eu sei que você sabe que muitas pessoas o observam detalhadamente, certo? Então, só com alguns toques vamos criar uma fofoca quente no seu meio social!
No íntimo, aquele último item foi uma jogada criada por Solie. Tinha decidido transformar Ricardo em sua obra de arte ambulante.
Afinal, aquele alpha alto, imponente, poderoso, com um porte físico grande e alinhado, era a vitrine perfeita para divulgar seu trabalho. E além disso, ele seria o “marido de Solie Bian”, logo, não poderia se vestir como qualquer um.
Ainda resistente à ideia, Ricardo não queria ser grosseiro, porém não estava nada confortável em ter sua aparência alterada, nem mesmo que minimamente.
– Se eu não concordar com suas sugestões, não vou usar.
– Tudo bem por mim!
Solie não tinha a menor pretensão de tentar convencê-lo agora, já tinha previsto que haveria resistência. Concordou sem se preocupar, se tinha algo pelo qual ele era seguro, era seu trabalho.
– Amanhã depois que você sair para o trabalho vou fazer um tour pelo seu closet, ok?
“Ahhhhhhhhhhhh! Que dor de cabeça isso!”, pensou Ricardo sem poder dizer não ao pedido de permissão.
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❓ E você? Qual regra adicionaria nessa falsa relação? 🤭❓
Publicado por:
- Nick Blezeira
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🌈 Apaixonada pelo Universo BL 🏳️🌈
Escreve sobre personagens empoderados.
Autora de 🔥AGÊNCIA DE ALPHAS🔞 e
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