Mais um Clichê de Omegaverse... SQN! - 14. Primeiro-Pequeno-Grande Problema
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14. Primeiro-Pequeno-Grande Problema
Solie andava de um lado para o outro dentro do quarto, enquanto esperava ansiosamente aquelas passadas largas que significavam a saída do alpha.
Ao contrário de antes, a partir de agora ele não sairia do quarto para recepcioná-lo pela manhã, tinha mais o que fazer, além de não ter sentido algum. Nos primeiros dias estava em estado crítico, praticamente babando pela presença do alpha, porém agora tendo os pés no chão, abandonou esse aspecto patético de si mesmo.
Não tinha porquê aplaudir um homem que não era seu, mas fazia todo sentido usar aquele espécime de homem como sua vitrine.
Se fosse possível, queria tirar as medidas de Ricardo, mas achou que talvez ele não fosse tão receptivo nesse primeiro momento, então resolveu pesquisar seu guarda roupa, encontrar brechas em suas vestimentas e implementar pequenas mudanças para que o alpha pegasse o gosto.
Ganhando seu apreço, tiraria suas medidas e projetaria os novos modelos que pipocavam em sua mente.
Ricardo era o modelo perfeito!
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Após a conversa na noite anterior, teve seu primeiro banho relaxante naquela casa. Estava tão tenso, que chegou no quarto já suado e extremamente cansado pelo esforço em se manter direto e conciso diante de Ricardo e seus feromônios profundos, que o faziam se perder continuamente.
Precisava urgente que ele implementasse os inibidores.
Entrou no quarto e se jogou na cama. Ainda não tinha desfrutado da maciez e conforto daquele espaço. Agora se deu conta de como era bom. Agarrou os travesseiros se acomodando confortavelmente, aproveitando para olhar o entorno do quarto em detalhes pela primeira vez.
“Lindo, confortável e frio, como tudo aqui. Preciso trazer vida a esse espaço e fazê-lo meu. Afinal, serão três anos vivendo aqui. Vou desfrutar de tudo da melhor forma que puder, começando pelo status de Ricardo”, pensou sorrindo de forma maliciosa como se estivesse mirabolando grandes planos.
Levantou, foi ao banheiro, olhou a banheira vazia e se decidiu:
– Vou começar por você, hoje vamos tomar um banho majestosamente relaxante e perfumado!
E assim fez, empolgado por seus novos planos de reconquista da própria carreira.
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Abriu uma fresta da porta para conferir se Ricardo tinha realmente saído. Para ter certeza, correu até a janela e viu o carro tomando distância, enquanto saía do condomínio.
Tinha autorização para entrar em seu quarto, mas ainda assim, não queria ser pego enquanto fuçava seu armário.
A relação deles ainda era fria e distante o suficiente para ficar constrangido caso algo do tipo acontecesse.
Imaginava aquele olhar frio e inquisidor de Ricardo que falaria sem palavras ‘o que está fazendo aqui?’, sendo assim, até que estivessem mais próximos e fluidos, preferia estar sozinho em suas pesquisas.
Seus amigos lhe perguntaram: “Em duas semanas sozinho naquela casa, nunca entrou no quarto dele?”, não, não entrou. Tinha como princípio básico o respeito à privacidade alheia, a menos que recebesse permissão, nunca invadiria o espaço do outro.
Convicto de que não seria interrompido, foi ao quarto de Ricardo. Toda a
decoração tinha um tom cinza e impessoal, além de limpo e detalhadamente arrumado. Com exceção do retrato em família em sua cabeceira, tudo era pálido em cores que trouxessem alguma forma de calor ao ambiente.
Era um espaço muito maior que o seu, preenchido com uma cama king size, um sofá de três lugares e poltronas no estilo clean. A parede de fundo dava acesso ao closet e no fim desse, estava o banheiro tão grande quanto.
Observou seu guarda roupa arrumado de forma linear entre ternos, camisas e calças. Cinza, preto e azul marinho eram suas cores predominantes, tal como as blusas.
Calças de corte reto que faziam par com os ternos em exposição. Suas escolhas de conjuntos eram nítidas. Sentiu falta de coletes que dariam foco ao tórax musculoso. Encontrou dois muito simples e a seu ver, sem graça.
Procurou seus acessórios e achou uma pequena coleção de quatro relógios, e só. Nenhum cordão ou anel.
Não havia muita criatividade ali. Sua escolha pela praticidade sem errar no visual, era óbvia.
A única coisa que chamava sua atenção naquele closet, eram os feromônios que pendiam no ambiente dando um ar de conforto e sobriedade aconchegantes. Embora Ricardo parecesse frio e distante por fora, seus feromônios diziam o contrário.
Inebriado naquele aroma, Solie se perguntava “Como implementar mudanças numa pessoa tão básica?”. Deitou no puff comprido disposto no centro do closet, enquanto tirava uma fotografia mental daquelas araras de roupas repetitivas.
Por ser tão básico, seria muito fácil criar novos perfis de roupa, o problema era o nível de resistência do alpha em relação às mudanças. Esse era seu maior desafio no momento.
Solie esperou umas duas horas para enviar uma mensagem a Ricardo. Ele precisava ir às compras, mas antes tinha que falar de dinheiro, afinal não gastaria do seu para incrementar o alpha.
MENSAGEM
Solie: Bom dia! Dei uma olhada em seu guarda roupa. Já fiz uma lista de itens. Como fazemos? Compro e você me reembolsa?
Ricardo: Que itens?
“Tão previsível!”, Solie tinha certeza que ele faria essa pergunta. “Controlador no último nível esse alpha!”.
Solie: Qual a finalidade da pergunta? – resolveu desafiá-lo.
Ricardo: Você me pede dinheiro e não quer que eu saiba no que ele será gasto?
Solie: Você sabe exatamente no que ele será gasto ou esqueceu nosso combinado de ontem? Ah, e os itens que não gostar posso pedir reembolso.
Ricardo: Não sei o que vai comprar, logo não sei no que será gasto.
Solie: Ricardo, da mesma forma que não cabe a mim, dizer a você quais investimentos ou de que forma aplicá-los, não cabe a você decidir quais itens devo comprar. Sua escolha está entre usá-los ou não.
E perdendo a paciência Solie continuou.
Solie: Mas sinceramente, se for para lidar com esse nível de resistência da sua parte, prefiro parar por aqui e investir meu tempo e criatividade em alguém que goste do que faço.
Ricardo: Não precisa ser tão reativo.
Solie: Você duvida do meu trabalho, questiona minhas escolhas e eu sou reativo? Já se olhou no espelho?
Agora Ricardo estava realmente irritado com aquele ômega e abandonou a conversa sem responder. Já não tinha conseguido dormir direito depois daquela conversa cheia de regras da noite anterior, agora não podia perguntar nada? Que pessoa difícil!
Estava muito mal humorado. Por isso, evitava relacionamentos. E pelo visto, mesmo os falsos eram um problema.
.
E ali, naquela ausência de resposta, Solie encontrou o primeiro-pequeno-grande problema entre eles.
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Chiiii, deu ruim pro Ricardo!
Publicado por:
- Nick Blezeira
-
🌈 Apaixonada pelo Universo BL 🏳️🌈
Escreve sobre personagens empoderados.
Autora de 🔥AGÊNCIA DE ALPHAS🔞 e
♥️ MAIS UM CLICHÊ DE OMEGAVERSE... SQN!💐
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