Paixão e Pecado - Capítulo 1
Catedral Sanctus Cedric, 08:00 horas da manhã.
– Tu não és um Deus que tenha prazer na injustiça, contigo o mal não pode habitar. Os arrogantes não são aceitos na tua presença, odeias todos os que praticam o mal. Destróis os mentirosos, os assassinos e os traiçoeiros o Senhor detesta… – o Padre recita os versículos emocionado, enquanto os fiéis o observam atentos.
– Eu, porém, pelo teu grande amor, entrarei em tua casa… – o Padre para de repente, surpreso ao ver as portas de madeira se abrirem repentinamente.
– Me desculpe interromper, Padre, mas eu tenho um mandado de prisão! – Lucian sorri e tira seu óculos escuro, em seguida molha a ponta de seus dedos na água benta, que está em um recipiente próximo a porta e faz o sinal da cruz, como se estivesse se benzendo.
– Do que está falando ? – o Padre questiona confuso.
– Prendam ele, meninos! – ele resmunga enquanto aponta em direção ao Padre e suspira. Os policiais que o acompanham, caminham apressados em direção ao altar e prendem o homem, que não resiste.
– O senhor está sendo preso por violência sexual contra menores. Tem o direito de manter a porra da boca fechada, tudo o que disser, pode e será usado contra você no tribunal e bla bla bla… – Lucian informa com sarcástico e um sorrisinho em seu rosto.
– Podem levar! – ele balança a cabeça em direção a porta.
– O quê ? Isso é um absurdo! O Padre é um bom homem! – uma mulher que aparenta estar em seus quarentas anos, se levanta indignada com a situação.
– Vocês não podem levá-lo! – outra pessoa grita irritada. Logo um coro de indignação se forma, para eles, era impossível que o Padre de sua paróquia tivesse feito algo tão repugnante.
– Não vamos deixar que levem o Padre! – um homem branco, de mais ou menos cinquenta anos se levanta de repente, em seguida se aproxima de Lucian e o encara fixamente, tentando intimidá-lo.
– Lucian… – um dos policiais murmura, com medo de que a situação se tornasse caótica.
– Se tentar me impedir, vou te levar para a cadeia junto com o seu Padre. O que acha ? – ele lhe mostra um sorriso astuto.
– Está ameaçando o Sr. Edwards ? – outro homem se aproxima, cheio de uma estúpida coragem.
– Querido, por favor… – sua esposa se aproxima e se agarra ao seu braço, tentando fazê-lo recuar.
– Sugiro que ouça sua esposa, Sr. Edwards! – Lucian força um sorriso gentil, mas logo sua atenção é atraída até o garoto de aparência jovem e inocente sentado no banco. Ele encara o chão com um olhar vago e suas mãos tremem, diferente dos outros fiéis, o rapaz parecia assustado.
Lucian o observa por alguns segundos, tentando ver o seu rosto, mas logo desiste e acaba ignorando sua presença.
– Vamos, levem logo o Padre! – ele grita e segue em direção a porta, deixando para trás uma multidão furiosa, que o amaldiçoa com todas as suas forças.
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Delegacia.
– Ele disse alguma coisa ? – Lucian questiona um dos colegas ao entrar no cômodo.
– Não, e não pediu um advogado ainda. – o homem que está parado em frente ao vidro observando o Padre, suspira e se sente um pouco irritado com a situação.
– Está tentando ser durão ? Que babaca. – ele ri e bebe um gole do seu café.
– Quer ir lá ? Tenho certeza de que você pode tirar alguma coisa dele. Mas não exagere!
– Está acabando com toda a diversão, Sr. Oficial! – Lucian pega os papéis que estão sobre a mesa e sai do cômodo, indo para a sala de interrogação.
– Sr. Davis. – ele o chama enquanto puxa a cadeira a sua frente, em seguida se senta e o observa por alguns segundos.
– Soube que ainda não chamou um advogado.
– Não preciso de um. Sou um homem inocente.
– Entendo, mas até mesmo um homem inocente precisa de um! – Lucian ri e se recosta na cadeira, em seguida abre a pasta de papel e dá uma rápida olhada em seu conteúdo.
– Achamos pornografia infantil em seu computador. O que tem a dizer sobre isso ? – ele o observa com um sorrisinho em seu rosto, esperando por alguma desculpa idiota ou uma negação exagerada.
– Nunca vi nada disso. – o Padre se recosta na cadeira e o encara com um olhar tranquilo, como se tivesse certeza de que sairia logo dali.
– Tem certeza ? Isso não é algo que se consegue por aí por engano.
– Sim, eu tenho certeza. Nunca toquei em uma criança.
– Sério ? Não é isso o que nossa testemunha disse.
– Testemunha ? – o Padre questiona e sua mandíbula se contrai. Não esperava por isso.
– Sim, mas já que é um homem inocente, isso não faz diferença, não é ? – Lucian força um sorriso bobo.
– É claro.
– Ótimo. – ele fecha a pasta e sai da sala de interrogatório antes de que perca o controle e parta seu crânio em dois.
– Alguém chame um maldito advogado para esse Padre! – Lucian grita irritado e alguns homens começam a ir de um lado a outro, com medo dele.
– Lucian, venha aqui. – o Delegado, que está parado em frente a porta de sua sala, o chama. Lucian caminha até lá e ao entrar, puxa uma das cadeiras e se senta.
– E então, o que acha ? – ele o questiona preocupado.
– Um maldito mentiroso.
– Mesmo com o que achamos e com a testemunha, vamos sofrer uma grande pressão da comunidade cristã. Precisamos de mais provas ou de uma confissão!
– Eu sei, esses fanáticos são uma merda…
– Vá até a igreja e tente falar com alguém. Leve o Jones com você.
– Não preciso de babá.
– Apenas leve ele, okay ? – o homem fala em um tom autoritário, mas Lucian apenas sorri e se levanta, saindo da sala.
– Lucian! – um de seus colegas o chama.
– Por que todo mundo está atrás de mim hoje ? Sei que sou atraente, mas porra, me deem um descanso!
– Tem um garoto lá fora e quer falar com você. – ele aponta com o polegar para a recepção.
– Quem é ?
– Não sei, ele só quer falar com você.
– Certo. – Lucian suspira e caminha em direção a recepção, ao chegar, encontra um garoto de cabelos negros sentado em uma cadeira, encarando fixamente suas mãos enquanto murmura algo para si mesmo.
– Ei, garoto, o que quer comigo ? – ele fala um pouco irritado, mas ao ver seu rosto, sua respiração se torna irregular e seu coração palpita.
– O senhor é o policial que levou o Padre Davis, não é ? – o garoto o observa com um olhar inocente e assustado.
– S-sim… – Lucian desvia o olhar. Tinha medo de que se o encarasse por muito tempo, poderia cometer um erro.
– E-eu preciso falar com o senhor, é importante! – ele se levanta de repente e segura sua mão, extremamente determinado.
– Okay, apenas se afaste… – Lucian afasta sua mão e tenta manter uma distância segura.
– Vamos até o café do outro lado da rua, podemos conversar tranquilamente ali.
– Obrigado, senhor!
_______________
– Então, qual é o seu nome ? – ele o questiona enquanto observa o garoto devorar um milkshake.
– Killian Edwards, senhor.
– Não me chame de senhor, é irritante.
– Desculpe… – ele desvia seu olhar para a mesa e parece um pouco chateado.
– O que você quer ? Estou bem ocupado, então seja breve.
– Quero testemunhar contra o Padre Davis! – Killian fala sem hesitar e com uma expressão séria. Lucian o encara com os olhos arregalados, surpreso com suas palavras, mas logo acaba sorrindo e ainda em silêncio, pega um guardanapo e o usa para limpar o canto da boca de Killian, que está suja de chocolate.
– Fale, garoto, eu estou ouvindo.
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