O Renascimento do Príncipe Esquecido - [Capítulo 09]. A cunhada se perdeu no Jianghu e não é mais a cunhada
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Shen Sheng nunca se sentiu tão confuso. Após vários dias rolando com Gu Xing, quando finalmente terminou seu cio, ele se deparou com inúmeros questionamentos. Seja de si mesmo, seja de outras pessoas ao seu redor. Mas, algo específico flutuou severamente em sua cabeça: Eu realmente amava Mei Ying? Até então, nunca havia questionado seus próprios desejos ao outro, questionado a si mesmo.
A princípio, sua história com Mei Ying foi uma mera formalidade. Um casamento arranjado por dois reino devido a sua reputação de extrema excelência. Mei Ying, também era a beleza mais proeminente de seu reino: estudiosa, bela e uma excelente artista marcial. Ele se sentiu atraído por sua beleza e sutileza, como se estivesse enfeitiçado.
Shen Sheng havia viajado o mundo exterminando demônios, visto inúmeras belezas e ainda até melhores que sua antiga esposa. Então não achou estranho que se apaixonou por aquela mulher, o luar branco em seu coração não precisava ser o melhor, mas a pessoa que fizesse a si mesmo sentir uma tranquilidade transbordante. Ele viu isso em Mei Ying.
Nem ele mesmo tinha acreditado que poderia se apaixonar a primeira vista por alguém. E quanto melhor se conheceram, mais se aprofundaram nesse sentimento. Não só ele, Mei Ying era igual.
Após o casamento, saíram juntos pelo mundo, caçando o mal e desbravando novos lugares e quando aqueles demônios interiores os atacavam, buscavam um no outro a felicidade e o desejo reprimido. Eles eram como a luz do mundo e a escuridão do mal. Por onde passavam, tudo retornava ao seu devido lugar.
Talvez tudo tenha mudado quando Mei Ying engravidou. Shen Sheng considerou aquele dia como o melhor da sua vida. Ele não sabia como expressar a felicidade que sentiu quando Mei Ying contou a ele sobre o filho. Suas mãos tremiam de tamanha excitação, seu coração batia tão loucamente. Shen Sheng se lembrava exatamente do sorriso que ela lhe deu tão belo como no dia em que descobriu sua paixão.
Mas dali a poucos dias, sua força foi reconhecida pelos céus junto com sua amada. Em todo o tempo junto com Mei Ying, havia deixado claro a ela que nunca poderia deixar esse sonho em segundo plano. Sua vida inteira havia sido vivida com aquele propósito e que nem por ela, ou por um futuro filho ele abandonaria esse desejo. Ele revelou isso a sua esposa na noite anterior de seu casamento.
“Haverá um dia que irei lhe abandonar Mei Ying.” Ele abraçou a mulher a sua frente e lhe deu um beijo na testa.
“O que está dizendo, marido?” Ela perguntou confusa.
Shen Sheng abriu um sorriso ao escutar a palavra ‘marido’ e a abraçou ainda mais apertado.
“Sou um filho dos céus e é por ele que devo viver. Tive medo de lhe dizer isso, porque não queria perder você, mas o meu propósito de vida é maior do que qualquer outra situação com que eu passe. Quero passar a eternidade com a pessoa que amo, mas não terei essa oportunidade porque ascender é ainda mais importante para mim. Mesmo que tenhamos um filho, mesmo que seja por você eu não abandonaria meu propósito de vida.” Ao dizer tais palavras tão duras, ele tinha lágrimas nos olhos. “Quando esse dia chegar, deixarei você e tudo que construí para trás, sem hesitação. Ainda assim, quer se casar comigo?”
Por um momento Mei Ying hesitou, mas logo deu sua resposta com confiança.
“Ainda que eu o tenha por um momento, A-Sheng.”
Shen Sheng não sabia o que aconteceu para que a pessoa que ele amava, chegar ao ponto de envenená-lo e matá-lo.
Ao contrário, também desconhecia as razões por estar tão deslumbrado com a pessoa em sua frente. Desentendia do porquê aquele dia, ao presenciar a cena dele estar sendo maltratado por outras pessoas seu coração doeu. Shen Sheng perdeu a quantidade de vezes que presenciou algo parecido e sequer moveu um dedo para tal. Ele viveu pela justiça, mas a justiça viria para aqueles que desejavam ela: aqueles que tinham indiferença às suas próprias vida, do que adiantaria ajudá-los. Mas, Gu Xing exalava outro tipo de sentimento.
Gu Xing não vivia por si mesmo. Isso era tão nobre quanto estúpido e Shen Sheng aprendeu isso de uma maneira distorcida, a morte lhe trouxe um esclarecimento sobre várias situações que havia vivido. Salvar Gu Xing, no entanto, pareceu algo que deveria fazer, uma intuição que veio dos sentimentos mais profundos.
A primeira vista, o que lhe chamou sua atenção foi a cor de sua pele. Era de uma cor tão diferente e bonita que ficou enraizado no lugar por alguns segundos. Outrora, o contraste com aqueles olhos claros cor de floresta fizeram os pelos de seu corpo eriçarem. Naquele momento, ele engoliu a seco ao sentir um calor abrasante subir pela espinha.
E, nos últimos dias, mal estava aguentando a se segurar ao lado dele. Shen Sheng queria observar cada centímetro de pele daquele homem. Era irracional? Ele sabia disso e também estava assustado por esse sentimento avassalador que sentia e ainda, após ser saciado esse sentimento permaneceu. Pensar racionalmente parecia não adiantar, já havia tentado essa abordagem e onde estava atualmente? Nos braços fortes e viris de Gu Xing.
E o que parecia ainda pior era que ele não havia desgostado desses sentimentos, o que o fazia questionar a si mesmo e toda a vida que havia passado. Ele nunca gostou de homens.
Mas… era isso que significava a sua estrela destinada? Não havia como ele ficar ainda mais confuso sobre isso.
Shen Sheng passou dias e mais dias sem falar com Gu Xing, tentando entender tudo ao seu redor e dentro dele. Os seus companheiros de viagem não o incomodaram e apenas os seguiu para onde que ele fosse. Eles eram como andarilhos sem um destino específico. Passaram de cidade em cidade, até que pararam na grande capital real.
Quando chegou aos portões, Shen Sheng saiu de seu torpor. Mesmo após incontáveis anos, havias resquícios perdidos de sua época na realeza. Alguns dos desenhos na muralha representavam os anos de sua ascensão e pareciam ter sido restaurados não há muito tempo.
“Já ouvi sobre essa história.” Hei He Bai tomou iniciativa a falar. “Nos tempos antigos, havia um príncipe que viveu para os plebeus e lutando pela justiça, ele ascendeu aos céus junto com sua amada. A corte imperial ficou um caos naquela época já que este era o príncipe herdeiro. Mas, a dinastia Tianlong não poderia acabar de forma tão abrupta, então o rei naquela época nomeou o seu sobrinho, Shen Long como sucessor do trono. Ele foi um bom governante nos primeiros anos, mas enlouqueceu depois que conheceu se casou. Ela era uma mulher de beleza celestial, mas nunca pôde dar à luz a alguma criança, Sua Majestade, porém não tinha ressalvas quanto a isso, ele se importava apenas com sua Imperatriz. Porém, ele começou a tomar atitudes estranhas e um lado tirano e louco daquele homem foi descoberto. Numa noite, simplesmente muitos gritos vieram do palácio e na manhã seguinte encontraram todas as pessoas da corte mortos, incluindo ministros e servos. Ninguém soube o que aconteceu naquela noite, mas no final o general do exército teve que subir ao trono para suprir a necessidade de um monarca.”
Shen Sheng olhou atentamente os painéis e desviou o olhar em seguida.
‘Quem eu sou?’ Ele se perguntou. ‘Sou aquele príncipe ou este animal?’
“Yangzi?” Goldenheart o tirou de seus pensamentos.
“É uma história triste.” Ele respondeu e tomou a frente para entrar na cidade.
Gu Xing, de cabeça baixa foi atrás de seu mestre.
Os três pais babões ficaram para trás, observando a dinâmica distorcida entre eles.
“Não pensei que seria assim.” JiuYan comentou tristemente.
“Há mais alguma coisa o perturbando.” Goldenheart completou.
“Dessa vez preciso concordar com ele.” O coelho espirrou. “O humano também precisa tomar uma atitude, os olhos dele brilham quando vê yangzi.”
“Isso me lembra quando a cunhada estava viva.” Goldenheart conferiu o estado de suas unhas. “Bai Ge sempre tinha esses olhos para ela.”
Hei He Bai não fez um comentário. Ele sentia muita falta de sua esposa, mas ela nunca voltaria pois para salvá-lo ela se tornou um animal contratado de um humano.
“Cale a boca!” JiuYan repreendeu o pavão, dando uma cotovelada na cintura.
Os três entraram na cidade.
A Cidade Imperial foi dividida em duas partes. Onde os nobres moravam, onde a plebe sobrevivia e um muro separava ambos os lados. Goldenheart estranhou isso assim que entrou, ele tinha uma sensação estranha quanto a isso.
“O que há?” Hei He Bai notou sua estranheza.
“Uma sensação. Tem algo errado com essa cidade.”
As ruas estavam vazias, vez ou outra, quando adentravam mais para o centro, algumas pessoas puxavam carroças com animais presos para vender. Sem esperar por uma resposta, JiuYan se adiantou.
“Senhor.” Ele se aproximou de um idoso, que o olhou de cima para baixo. De toda maneira que olhasse, a aranha parecia um nobre em suas roupas vistosas. “Com licença, o que aconteceu na cidade?”
“O senhor nobre deveria ir para o seu lugar. Se continuar aqui vai ser roubado até mesmo as calças!” O idoso respondeu esquivando-se do outro e apressou seus passos.
“Ei, senhor! Espere!” O chamado foi tarde demais, o velho já havia sumido com a carroça.
“Você consegue espantar qualquer um com sua cara, velha aranha.” Goldenheart provocou, tentando abafar uma risada.
“Não seja assim com essa aranha maldita! Ele sabe que sua face é tão feia quanto sua aparência original.” Hei He Bai continuou.
“Ao menos, coelho desgraçado, consigo me transformar em humano.”
“Você…” Se Hei He Bai tivesse uma mão humana, no momento, estaria apontando o dedo para seu velho amigo.
Goldenheart se deliciou ao ver a troca de farpas entre os dois. Era mais engraçado porque o velho coelho estava nas mãos da velha aranha.
“Bem… ao menos não preciso olhar para baixo para discutir com alguém.” Hei He Bai sorriu internamente.
“Filho da p…”
“Ei, esperem!”
“O que você está….” Ambos disseram juntos.
“Calem a boca. Alguém está aqui!” Goldenheart tinha uma habilidade impressionante de busca, enquanto alguém estivesse em seu alcance, conseguiria encontrá-lo facilmente. “Não é legal ficar espionando outras pessoas e contanto que esteja perto, sempre irei te achar.” Ele combinou seu poder espiritual para aumentar o alcance de sua voz.
Mas, não houve nenhum som.
“Seja atrás do templo, ou se escondendo na taverna eu vou te achar, seu idiota!” O pavão continuou.
De repente uma figura surgiu na rua.
“Eu pareço tanto um homem?” Uma voz feminina suave veio daquela pessoa.
Seu hanfu era vermelho com bordados dourados em flores e a mulher também carregava um guarda-chuva de mesma cor. Ela escondeu o rosto debaixo do guarda-chuva, mas sua pele era pálida e sua estatura parecia tão frágil quanto um boneca de palha. Mas, essa mulher tinha uma intenção assassina tão carregada que se tornou visível, uma aura escura a envolvia como uma fumaça densa. Seu cultivo era tão alto quanto o deles, mas não tão poderosa quanto Shen Sheng.
De alguma forma, Hei He Bai a achou familiar.
“Não conseguem me reconhecer?” Ela deu uma risadinha fofa, mas havia perigo por detrás de sua voz.
“Não conhecemos alguém tão carregada de karma negativo[1] quanto você!” Hei He Bai gritou.
“Bai ge tem uma memória tão curta?”
A mulher lentamente fechou o guarda-chuva e um par de olhos de fênix surgiram, encarando o coelho perigosamente. Seus lábios curvaram num sorriso sedutor.
“An Li?”[2]
JiuYan e Goldenheart se entreolharam e sutilmente uma pergunta em comum surgiu em suas mentes: “Essa é realmente a cunhada?”
Glossário
[1] Karma:Na religião budista ou hinduísta, a somatória das boas e das más ações, que alguém pratica numa de suas vidas, capaz de determinar o que irá acontecer com essa pessoa numa outra vida.
[2]. An Li: An significa graciosa, doce, triste. Li significa linda, poderosa. O significado específico do nome fica a critério do que ocorrer nos próximos capítulos. Heheh…
Publicado por:
- Xiao Yu
-
Apaixonando-se aos oito anos pelo fantástico mundo da literatura, Yu Ge, em busca de um sonho e apenas uma mente fértil, passou pela poesia indo para ao romance adolescente, chegando à fantasia medieval se encontrou nos danmeis (novels chinesas boys love) e na fantasia sombria aos recém-completos 23 anos. Do xianxia à dark fantasy, se diverte encontrando o caos e ambiguidade da natureza humana.
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