O Lobo E A Lua - BL Novels

– Os convidei para esse chá da tarde, para anunciar que meu primogênito está a caminho! – Ambrose fala animado e cheio de orgulho paterno. Ele agarra Desmond pela cintura, o puxa para mais perto e beija o topo de sua cabeça.

– É um herdeiro saudável e está a altura da Casa Brenhin! – Desmond volta seu olhar para Willbur e sorri.

– Meu senhor, isso é uma ótima notícia! Parabéns ao casal! – o líder da Casa Audagar fala empolgado e cumprimenta Ambrose com um firme aperto de mãos. Em seguida, todos os líderes presentes parabenizam o casal e desejam coisas boas ao filhote, prometendo lhe trazer presentes após seu nascimento.

– É realmente uma ótima notícia, senhora. O Conselho estava ansioso para ver a nova geração da Casa Brenhin! – Willbur se aproxima enquanto Ambrose está distraído com os outros líderes e fala com um certo sarcasmo.

– Garanto que vão ver muitas gerações dessa casa, Willbur. – Desmond força um sorriso gentil.

– Eu espero que sim! – ele também força um sorriso, mas se afasta logo depois.

– Babaca… – Desmond resmunga, mas logo volta sua atenção para os outros alfas. Não deixaria que ele estragasse o seu dia.
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– Como ele está ? – Ambrose questiona ansioso e não consegue parar de brincar com seus dedos enquanto observa a parteira fazer a checagem semanal de Desmond.

– Na verdade, é ela.

– Como sabe disso ? – Desmond se surpreende ao ouvi-la.

– Pelo formato da barriga e pela forma como o seu corpo está. São coisas que só quarenta anos de experiência te fazem notar! – ela ri, orgulhosa do seu histórico como parteira do Distrito Brenhin.

– Bom, então nós deveríamos escolher um nome… – Ambrose acaricia a barriga de Desmond e sorri com um olhar bobo.

– Na verdade, eu já escolhi.

– No que pensou ?

– Segredo! – Desmond lhe mostra um sorriso astuto, o provocando.

– Bom, tudo bem. Confio no seu bom gosto! – Ambrose ri e se afasta.

– O filhote nascerá logo no início do verão. Estejam preparados para recebê-la na primeira semana. – Veronica fala enquanto organiza seus materiais.

– Você vai vir, não é ? – Desmond questiona preocupado. Não se sentia seguro em fazer aquilo sozinho.

– Sim, estarei hospedada em um dos quartos do palácio. Não vai estar sozinho! – ela segura sua mão e lhe mostra um sorriso gentil.

– Obrigado… – ele sussurra e se sente um pouco aliviado.
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– Senhora, o líder da Casa Rufinus e o Sr. River estão aqui. – um dos empregados fala ao entrar na sala de estar.

– Já estão na biblioteca ?

– Sim, está tudo pronto para sua reunião.

– Certo, obrigado. – Desmond se levanta do sofá com certa dificuldade e segue o empregado até a biblioteca.

– É bom finalmente conhecê-lo, Rufinus! – ele fala ao entrar no cômodo. Ao notarem sua presença, os homens se levantam e o cumprimentam.

– Digo o mesmo, senhora. – Rufinus beija o dorso de sua mão e sorri.

– River, podemos começar ? – Desmond desvia seu olhar para o homem, e está empolgado em finalmente dar os primeiros passos em seu projeto.

– Claro, senhora!

– Ótimo! – ele se senta em uma das cadeiras e mantém sua atenção em River.

– Para começar, precisamos fazer uma recuperação de solo na área destinada ao plantio. Pelo o que observei, é um solo bem compactado e seco, então vamos começar revirando tudo, depois vamos começar a adubar e fazer a cobertura.

– E como vai conseguir adubo ? Sei que não há nenhuma criação de gado aqui. – Desmond o questiona.

– Vamos usar os restos de comida do palácio. São de graça e fáceis de conseguir.

– Okay, então problema resolvido! – ele ri e dá de ombros.

– E quanto tempo vai levar até que possamos plantar nesse solo ? – Rufinus fala de repente, interessado em suas ideias.

– Vai levar alguns meses. Infelizmente a recuperação do solo não será tão rápida, mas logo poderemos plantar alimentos que não exijam muito do solo, como feijão e milho…

– Seu plano parece bom e pode dar certo, mas ainda temos um problema.

– Qual ? – River ergue uma de suas sobrancelhas.

– Água.

– Não se preocupe com isso, Rufinus. Logo vai chover. – Desmond fala despreocupado.

– Como tem tanta certeza disso ? Meu Distrito está sem chuva há dois anos!

– Por isso. – ele lhe mostra a marca de Gaia na palma de sua mão e sorri.

– E mesmo que não chova agora, há rios por perto em outros distritos, não é ? Só precisamos usar a água de lá.

– Por falar nisso, tenho uma ideia que pode ajudar! – River fala animado.

– Viu ? Está tudo indo pelo caminho certo. – Desmond fala enquanto observa o líder da Casa Rufinus e sorri.

– Bom, se a senhora diz… – o homem suspira.

– Ótimo, então vamos continuar! – ele volta sua atenção para River, que acena com a cabeça e retoma sua fala.
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– Desmond, precisa descansar! – Nanber esbraveja enquanto tenta convencê-lo a ficar quieto.

– Ainda não anoiteceu e além disso, há uma última coisa que preciso fazer. – ele fala enquanto caminha em direção ao templo particular da Casa Brenhin.

– Sério, você é tão teimoso! – ela bufa e revira os olhos.

– Eu sei! – Desmond ri e continua caminhando, ao chegar, ele deixa Nanber esperando no lado de fora e entra no local.

– Não faço a mínima ideia de como fazer isso… – ele sussurra para si mesmo e se senta em um dos bancos da frente. Desmond para por alguns minutos para observar o altar e logo nota que há marcas de garras em alguns lugares, além de objetos que parecem quebrados, mas decide ignorar e focar em sua missão.

– Não sei se deveria orar ou algo do tipo, mas preciso que chova… e só você pode fazer isso! – Desmond murmura enquanto acaricia a marca em sua mão. Se sentia um idiota por falar sozinho, mas precisava cumprir com a sua palavra.

– Esse povo está sofrendo tanto com a fome. É doloroso vê-los assim… – ele suspira e logo as lembranças ruins tomam conta da sua cabeça. Desmond sabia bem o quão doloroso era sentir fome.

– Que merda, isso é inútil… – ele resmunga, se sentindo impotente e se levanta.

– “Diga a eles que logo vai chover. Assim como prometeu.” – um uma voz suave sussurra próximo ao seu ouvido, como uma brisa fria no fim da tarde. Desmond para de repente ao ouvi-la, mas logo se dá conta do que acabou de acontecer e sorri.

– Obrigado. – ele sussurra e sai do templo se sentindo um pouco mais esperançoso.

– Acabou ? – Nanber o questiona surpresa ao vê-lo após alguns poucos minutos.

– Sim, já tenho a resposta que precisava! – ele ri animado e se agarra ao braço de Nanber.

– Estou pronto para dormir agora, senhora!

– Você é tão bobo, Des… – ela para de repente ao ouvir um barulho que parece ter vindo dos arbustos, e por reflexo, empurra Desmond para trás de seu corpo e tira uma adaga de dentro do seu vestido.

– Fique atrás de mim! – Nanber grita enquanto aponta sua adaga para o arbusto, pronta para atacar.

– Abaixe essa faca! – Desmond toma a frente e segue em direção ao arbusto. Ao se abaixar, ele vê um pequeno e magricelo filhote encolhido no chão.

– É apenas um filhote. – ele pega o animal com cuidado e acaricia sua cabeça.

– É um filhote de pantera negra. Deveríamos só deixá-lo aí e ir embora, a mãe vai vir buscar.

– Ele parece com fome e está bem magro… será que foi abandonado ? – Desmond questiona um pouco tristonho.

– Parece que sim, mas ainda deveríamos…

– Vou ficar com ele! – Desmond a interrompe e ergue o filhote, tocando o seu focinho com a ponta do nariz.

– Quê ? Espera, espera!

– Já decidi. Vamos entrar. – ele ri com a sua reação e segue em direção ao interior do palácio.

– Que teimoso… – Nanber suspira, mas acaba o seguindo sem silêncio. Não conseguiria fazê-lo mudar de ideia.
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– Desmond, o que está fazendo ? – Ambrose o questiona ao entrar no quarto e ouvi-lo murmurar alguma coisa.

– Ah, você chegou! – Desmond se levanta da cama com o filhote em seus braços, enrolando em um cobertor enquanto devora uma mamadeira.

– O que é isso ? Não me diga que o nosso bebê… – ele fala assustado, pensando que perdeu um momento importante.

– Não, o bebê ainda está aqui dentro. Esse é um filhote de pantera negra, o encontrei no jardim próximo ao templo! – Desmond acaricia seu focinho e sorri.

– Ele está bem pequeno, deve ter sido rejeitado pela mãe… – Ambrose se aproxima e acaricia a cabeça do filhote.

– Eu vou ficar com ele!

– Tudo bem, mas acho que não é ele, e sim ela. – Ambrose abre um pouco a coberta e indica a vagina, confirmando que era uma fêmea.

– Como soube disso ? – Desmond questiona impressionado.

– O cheiro. – ele ri, pensando que seu marido se impressiona facilmente.

– Então vou chama-la de Nara, será meu bebê de quatro patas! – Desmond beija seu focinho.

– É um bom nome, Desmond. – Ambrose beija sua testa e segue em direção ao banheiro. Apesar de estar feliz por vê-lo animado, o cansaço estava vencendo seu corpo.

– Eu sei… – ele sussurra para si mesmo e seu rosto fica levemente corado. Suas carícias ainda o pegavam desprevenido as vezes.