Mais um Clichê de Omegaverse... SQN! - 67. Consequências
67. Consequências
– Quem foi que mandou abortar?! – gritava Esther ao telefone.
[Não quero me meter mais nessa história! Aquele alpha marido dele, é assustador! Não conte comigo!].
– Seu idiota! Ele é só um alpha jovem e você um velho! Essa era a única oportunidade de pegá-lo! Dê seu jeito! – falou irritada, acenando para sua assistente, enquanto caminhava para seu escritório.
[Já disse que estou fora! Não vou perder tudo, por causa de uma vingança boba!].
– Então, me passe o contato dos homens! Eu quero esse ômega hoje no meu galpão!
[Vou mandar por mensagem, mas eles não respondem desde ontem].
– Como assim, não respond-
Interrompeu a ligação, quando entrou em sua sala e deu de cara uma mulher vestida de preto, trajando um sobretudo também preto, que ressaltava seu estilo. Cabelos presos num rabo de cavalo que eram tão negros quanto seus olhos, delineando a feição delicada, porém, visivelmente feroz daquela ômega de meia idade.
– Quem é você?! – perguntou para a mulher sentada em sua cadeira de Presidente, localizada atrás da mesa de madeira maciça, disposta num platô duas escadas acima no final da sala.
– Uaaaaau! Você não cansa disso não? São o quê, mais de trinta anos nessa sua power-trip? – falou a mulher debochada – Ahhh! Eu estava com dúvidas se deveria ter vindo, ainda repensando se não estava sendo impulsiva, mas, essa sua ligação, me deu a certeza que eu precisava, de que você teve mais chances do que deveria.
– Quem é você?! – gritou Esther, vibracionando sua voz em comando.
– Não perca seu tempo tentando esses tipos de subterfúgios – respondeu calma, tirando de seu bolso uma espécie de dardo que acondicionava um líquido dentro.
Antes que Esther pudesse perceber, o objeto pontiagudo atingiu sua garganta. E outro, a de sua assistente.
Com rapidez arrancou o dardo do pescoço. Mas, já sentindo o efeito do líquido que se espalhava, se apoiou no sofá de couro que recepcionava sua sala privativa.
– Mas você quer saber sobre mim… – falou em tom baixo, se aproximando da alpha que tentava falar, porém, algo parecia se mover por sua garganta a impedindo de mexer o maxilar.
– Certo! Há pelo menos dez anos, sou tutora, guardiã e amiga do seu marido… E veja só, como o destino às vezes, pode ser realmente sacana… Também sou a mãe do ômega que você acabou de dizer que queria ver no seu galpão.
– Grr, grrrr, ah, grr… – com raiva, Esther tentava subjugar o efeito do dardo.
Porém, quando mais tentava se mexer, mais acelerava o efeito do líquido paralisante, que se espalhava gradativamente pelos músculos.
– Shhhhhhh, quietinha… – falou tirando de sua bolsa um Chip de Feromônios.
Ao ver o apetrecho, Esther tentou alcançar Sara, que a empurrou de volta ao sofá, com um chute no peito com sua bota, a fazendo cair sentada.
O chip de Feromônios, havia sido criado para evitar que alphas usassem a potência de suas glândulas para ameaçar, subjugar ou controlar ômegas e, às vezes, outros alphas.
Porém, seu uso estava condicionado à escolha de cada alpha. Uma vez colocado, não seria possível retirá-lo sem danos à glândula, e consequentemente, aos feromônios.
– Hummm… Pelo visto vou ter que esperar o efeito total do fluido paralisante, já que você é obviamente, bem teimosa – falou olhando a mulher nos olhos, demonstrando o desgosto e a raiva que a consumiam.
– Acho no mínimo interessante essa sua saga inexplicável, de tentar controlar as pessoas. O tempo passa e você só repete os mesmos erros. Agora, não compreendo por que tentar destruir a vida do neto que nem conhece… É o quê? Sem perguntá-lo, decidiu deixar seu império para ele? – perguntou olhando a alpha que ainda tentava se mover, em vão.
– Mas sabe o interessante? Ao tentar fazer mal ao meu filho, você está destruindo seu neto, já que eles estão aparentemente vinculados emocionalmente… E sabe como descobri isso? Quando vi um alpha dominante de quase dois metros chorar em desespero ao ver meu filho no estado que ele ficou.
Com os olhos arregalados a mulher a escutava com atenção.
– Sim… É isso que está pensando. Meu filho abateu os homens que você mandou. Todos eles. E foi por meio deles, que cheguei até você, mesmo já sabendo, que anda sabotando o trabalho do meu marido recentemente. Sua filha já havia me falado que isso poderia acontecer.
– Mas voltando… Seu neto é um alpha muito especial, ele quase matou a todos nós com seus feromônios… E só se acalmou, quando meu filho acordou pelo impacto dos sentimentos dele e mesmo fraco, soltou seus feromônios para acalmá-lo. Podia até ser romântico, se não fosse realmente trágico – concluiu friamente.
Encostou a ponta de uma faca na coxa da mulher em processo de paralisação, que mexeu as pernas tentando se livrar do objeto que a perfurava.
– Hummm, ainda falta… – concluiu Sara – Então, no caminho para cá, estava me perguntando o que eu deveria fazer com você e com os outros alphas… – refletia, sentando ao lado da mulher, aguardando o efeito total da droga.
– Não sou uma assassina, embora tenha essa formação e também não acredito na morte como punição… Então, pensei em deixá-la tetraplégica, para que pudesse sentir diariamente, que não só, não podia ditar regras na vida das pessoas, como também seria dependente da boa vontade delas diante de tudo que fez. E que não há dinheiro ou poder do mundo, que possam pagar pelas consequências de suas escolhas.
– Mas, fazer isso, ia me gerar um carma muito grande e uma mancha na minha alma, possivelmente atrapalhando a paz e a felicidade que conquistei a duras penas… É um preço muito alto a pagar, por um desejo sádico em vê-la sofrer. O ideal mesmo, seria extirpar sua glândula, mas Sr. Levy, infelizmente, depende dos seus feromônios.
– Então percebi, que de uma forma enviesada, você me permitiu ver as minhas falhas… – falou com um semblante triste – Sabe… Ao ver meu filho, estendido numa poça de sangue, percebi o quanto eu havia faltado com ele… Não que eu tenha sido uma mãe ruim ou ausente, nada disso, mas fui uma mãe muito dura com ele, movida pelas lembranças do meu passado.
– Queria que ele fosse forte, independente e livre e para isso, o fiz passar por treinamentos exaustivos, por testes de resistência cruéis, pela dor do cio solitário, entre outras tantas dinâmicas frias e difíceis… Por que, eu tinha muito medo dele não conseguir se defender de pessoas como você.
– Eu acreditava que tinha cumprido meu papel e que tinha feito meu melhor, mas olha como as coisas acabaram? Acabei vendo o meu bebê, o meu Sol precioso daquela forma… – falou em lágrimas – E no momento que o vi ensanguentado, me ajoelhei implorando por uma segunda chance, porque naquela hora, senti saudade de carinhos que não fiz, de passeios que nunca cogitamos e de um espaço de amorosidade que antes acreditava ser uma fraqueza, mas que agora, se mostrou como um buraco no meu coração de mãe.
Emocionada e triste por seu filho, Sara enxugou suas lágrimas, pensando em Solie internado. Ele iria se recuperar das vértebras quebradas e da hemorragia no trato digestivo pelo estresse de lutar com dores quase insuportáveis e ela teria sua segunda chance.
– Eu realmente não acredito que você possa entender, nem dez por cento do que sinto pelo meu filho, mediante tudo que fez e vem fazendo com sua filha e neto. Mas, já que você é avó do meu genro que ama meu filho profundamente, vou tentar ajudar na sua tomada de consciência, da forma que acredito ser necessária.
O processo de aplicação do Chip de Feromônios, é normalmente feito com anestesia geral, mas hoje Esther não teria esse benefício.
Completamente paralisada, viu seu corpo ser jogado de bruços no chão por Sara, que higienizou as presas do Chip, o posicionou no local adequado e empurrou de uma só vez, sem obter qualquer reação da alpha que não podia gritar, mesmo sentindo uma dor de rasgar sua alma.
Publicado por:
- Nick Blezeira
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🌈 Apaixonada pelo Universo BL 🏳️🌈
Escreve sobre personagens empoderados.
Autora de 🔥AGÊNCIA DE ALPHAS🔞 e
♥️ MAIS UM CLICHÊ DE OMEGAVERSE... SQN!💐
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