Frozen Wolf, Fire Dragon - Capítulo 7
* * *
Eu estava fazendo uma verificação final em meu estoque, me preparando para ir para casa depois de um longo dia de trabalho, quando ouvi uma voz rouca me chamando.
“Psiu. Ei!”
Me virei para ver de onde vinha a voz e vi um homem sujo e de aparência extremamente desgrenhada caminhando em minha direção, mexendo nervosamente no bigode despenteado. Franzi a testa enquanto verificava se minha máscara estava colocada corretamente. Era óbvio que ele não estava exatamente sóbrio.
“Qual é o problema?”
“Estou, hum, com pressa. Você tem alguma mercadoria ?
Suspirei de frustração, me perguntando como esse viciado conseguiu me encontrar. Não importa o quanto eu valorizasse o dinheiro, ainda valorizava mais minha moral. Se eu estivesse disposto a ganhar dinheiro fazendo trabalho sujo, já teria começado a fazê-lo há muito tempo. Eu certamente não me daria ao trabalho de vender secretamente plantas medicinais em um beco como este. Era ineficiente ficar o dia todo esperando pelos clientes depois de colher plantas a noite toda.
Eu realmente odiava pessoas que se deixavam levar assim. Viciados como ele geralmente eram incapazes de esconder seus instintos de lobo. Eles costumavam dizer que gostavam da sensação de estar chapados, pois isso não os fazia sentir nem humanos nem lobos.
Aposto que você não gostaria de ser chamado de vira-lata. Eu estalei minha língua com desdém.
“Eu não vendo esse tipo de planta. Vá embora. Você está no lugar errado.
“Mas… eles me contaram sobre alguém vestindo uma capa preta…”
Ele se inclinou um pouco para o lado e soluçou. Eu podia sentir o cheiro desagradável de seu hálito toda vez que ele abria a boca. Era tão forte que eu podia sentir o cheiro através da minha máscara.
“Bem, não sou eu, então vá embora.” Eu fiz uma careta, acenando para ele.
“Que diabos…” o homem resmungou enquanto cambaleava para trás, mas então seus olhos pousaram em minhas mãos. “Ei, esse anel parece caro! Não há como isso pertencer a você. Que tal eu tirar isso de suas mãos?
“Não está à venda, então vá embora.”
“Não está?”
“Na verdade, quer saber, é. Por cinquenta milhões de ouro você pode ficar com ele.”
“Esse é um preço ridículo!” ele chorou.
Exatamente, porque não estou vendendo. Tentei manter o desdém longe dos meus olhos, mas ele percebeu.
“Você está me desprezando? Como você ousa tratar um cliente assim! Que tipo de negócio você espera conseguir com esse tipo de atitude?”
Ele começou a tropeçar mais perto de mim então. Exatamente o que eu esperaria de alguém como ele.
Olhei em volta para verificar se alguém estava olhando, mas não havia ninguém, pois era um lugar muito escondido. Vou lhe ensinar uma lição. Ele está muito embriagado para saber o que está acontecendo de qualquer maneira. Coloquei minha cesta com cuidado no chão. Eu sabia que precisava me livrar dele se quisesse voltar para casa.
Eu odiava pessoas que abusavam de drogas assim, por razões bastante óbvias. Em primeiro lugar, isso os tira da cabeça. Em segundo lugar, a aparência desleixada deles era realmente nojenta. Mas, o mais importante, terceiro—
“Oh, entendi. Você tem os produtos, mas se recusa a vendê-los para mim, hein?
Eles apenas tagarelaram bobagens.
Ugh, eu odeio coisas problemáticas como essa. Olhei em volta mais uma vez, só por segurança, e como esperado, não havia ninguém. Tirei a mão da capa e usei minha magia de gelo nele.
O homem deu um grito agudo de dor inesperada. Todo mundo já sentiu aquela dor aguda de cabeça ao beber algo frio muito rápido – é mais comumente chamado de congelamento cerebral. Essa é a quantidade de magia de gelo que atirei na cabeça dele.
Ele começou a cambalear e, quando parecia estar desequilibrado e prestes a tropeçar, acenei com a mão novamente, fazendo com que um pouco de gelo aparecesse no chão logo abaixo dele.
“Ah!” o homem gritou enquanto escorregava.
Ele caiu no chão com um grande baque, rasgando as calças na costura. Ele gemeu de dor. Agora eu podia ver sua calcinha suja através das calças rasgadas.
Ugh, meus pobres olhos…
Eu estava definitivamente pronto para voltar correndo para casa e limpar meus olhos com a visão dos lindos rostos de Sion e Rahel.
“ Odeio viciados”, disse em voz alta, incapaz de esconder meu ódio. O homem bufou e olhou para mim.
“Seu pequeno-“
“Coma isso e vá dormir. Considere isso uma caridade,” eu respondi, deixando cair uma erva ao seu lado. Foi um ótimo remédio para insones. Virei-me para ir para casa, mas parei e sorri. “Ah, e também… não estou vendendo este anel. É muito precioso para mim. Mas talvez eu reconsidere se você me trouxer cinquenta milhões de ouro.”
Eu nem poderia sonhar em ver tanto dinheiro em minha vida, mas foi o primeiro presente que recebi de Rahel. Mesmo que ela eventualmente se tornasse minha inimiga, era meu tesouro. Eu nunca venderia isso.
Eu ri um pouco para mim mesma enquanto corria para casa. O mundo lá fora pode ser tão perigoso…
* * *
Enquanto caminhava para casa, tentei decidir o que alimentar as crianças naquele dia.
Agora que penso nisso, quantos dias se passaram desde que Rahel começou a ficar em nossa casa? Já fazia algum tempo. Não é hora de os dragões chegarem ao norte?
Eles certamente estavam demorando, o que era estranho porque, no romance, o irmão de Rahel era extremamente superprotetor com ela.
Bem, talvez eles simplesmente não consigam nos encontrar já que estamos escondidos nas profundezas da floresta. Ah, espere um segundo… Isso me faz parecer ainda mais um sequestrador. Estremeci com o pensamento. Subi a montanha, pensando que deveria tratar Rahel melhor, só para garantir.
Quanto mais eu avançava na floresta, mais meus pés afundavam na neve. Havia uma forte tempestade de inverno no ar e meu chapéu quase voou com os ventos fortes. Segurei-me na beirada e abaixei a cabeça, mas de repente senti alguém olhando para mim.
Um olhar tão intenso no meio desta floresta isolada… Fingindo não estar afetado, continuei andando enquanto um milhão de pensamentos passavam pela minha cabeça. Será que o irmão de Rahel finalmente estava aqui em busca dela? Não, se fosse esse o caso, ele não ficaria apenas olhando e não faria nada. A escolha óbvia para ele teria sido me atacar e levar Rahel com eles.
Então não são dragões… mas quem é?
O Norte e o Sul foram e sempre serão inimigos. Qualquer pessoa do sul pensaria que eu parecia muito suspeito agora.
“Tenho ouvido falar de uma criança desaparecida no sul. Aparentemente, é a irmã mais nova do chefe sulista.” Lembrei-me das palavras do médico. Se o médico sabia disso, então outros híbridos provavelmente também sabiam.
Realmente existem pessoas desprezíveis por aí que sequestrariam alguém só para ganhar algum dinheiro.
Meu perseguidor provavelmente era alguém que estava tentando descobrir onde eu morava para que pudessem sequestrar Rahel e vendê-la ou receber uma recompensa por encontrá-la. Mas como eles saberiam que ela estava comigo? Pensei no que havia acontecido.
Aquele maldito médico! Eu não conseguia pensar em outra maneira. Deve ter sido ele. Como ele ousa quebrar nossa confiança!
Jurando que nunca mais faria negócios com ele, finalmente me virei com a guarda levantada. Parecia que eu não tinha outra opção a não ser derrubá-los. A segurança das crianças era minha prioridade absoluta.
Enfiei a mão dentro da cesta e peguei uma maçã. Com um único toque, a energia fria que percorria meu corpo congelou a maçã com um leve estalo. A maçã agora estava dura o suficiente para quebrar uma caveira.
“Mostre-se” eu ordenei.
* * *
Rahel acordou e abriu lentamente os olhos. O barulho crepitante do fogo estava diminuindo novamente.
Eve deve chegar a qualquer minuto, pensou Rahel enquanto se sentava na cama. Eve era uma feiticeira do gelo, mas ainda era suscetível ao frio. Eu deveria tornar o fogo mais forte.
A dura cama de madeira rangia quando ela se movia. Rahel estendeu a mão em direção ao fogo fraco, mas parou ao sentir algo chocante. Havia a presença de fogo no meio da floresta congelada, e não era o tipo de fogo que ardia em uma lareira com chama vermelha – era uma chama azul.
Rahel levantou-se apressadamente e preparou-se para sair correndo de casa.
“Rubi?” Sion a chamou, ainda meio adormecida e confusa. Rahel parou de repente, com a maçaneta na mão. “Onde você está indo? Eve disse para não sair sem permissão.”
“Eu tenho que ir” ela disse simplesmente.
“Huh?” Sion perguntou, totalmente sem noção.
Rahel virou-se para ele e gritou: “Tenho que ir salvar minha cunhada!”
Enquanto ela saía correndo, um vento forte despejou neve pela porta aberta.
“Cunhada?” Sion olhou fixamente para a nevasca lá fora. A floresta de inverno além da porta ainda estava escura e fria.
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