Paixão e Pecado - Capítulo 7
Killian acorda de repente após uma noite conturbada e cheia de pesadelos. Ele suspira e abraça o travesseiro com mais força, relutante em levantar, mas a voz barulhenta do outro lado da porta o faz saltar da cama assustado.
– Levante, Killian. Já é hora de acordar! – seu pai grita com o seu típico tom intimidante.
– Já estou indo! – ele fala um pouco alto.
– Graças a deus… – Killian murmura e suspira novamente, em seguida confere as horas no relógio sobre sua mesa de cabeceira e nota que está muito atrasado. Ele corre em direção ao banheiro e toma um banho rápido, não queria decepcionar o seu pai.
_______________
Após limpar todo o altar e o salão onde eram celebradas as missas, Killian se senta em um dos bancos e deixa um longo suspiro sair, estava exausto.
– Estava mais sujo do que imaginei… – ele sussurra para si mesmo e logo acaba se perdendo em seus pensamentos, lembrando do tempo que passou na casa de Lucian e do quão próximos se tornaram por isso.
– O Sr. Lucian é tão gentil… – Killian sussurra novamente e seu rosto cora, seu coração começa a palpitar e ele se sente inquieto. Não sabia descrever o que estava sentindo, mas por algum motivo não parava de pensar em Lucian e sempre estava se perguntando o que ele estaria fazendo, se estaria prendendo criminosos por aí, ou até mesmo se estaria com alguém.
– Me pergunto o porquê eu sempre estou pensando nele, talvez eu seja o único que se sente estranho. – ele olha em direção ao altar e sente seu peito doer. Não queria ser estranho ou deixar Deus decepcionado, mas não podia controlar os sentimentos desconhecidos que lentamente surgiam em seu coração.
– Killian ? – uma voz feminina o chama, o trazendo de volta para a realidade.
– Michele ? – ele fala surpreendido ao ver a mulher parada no corredor. Desde que o Padre foi preso, poucas pessoas ainda frequentavam a igreja.
– Por que está aqui ? – ela o questiona curiosa e desconfiada.
– Limpando. – Killian mostra o pano para tirar pó que estava segurando e ri.
– Seu pai te obrigou a limpar de novo ? – a mulher revira os olhos e suspira. Todos sabiam que seu pai o fazia ser o “pau para toda obra”.
– Tudo bem, eu gosto de vir e limpar. Me ajuda a relaxar.
– Bom, se você diz…
– Mas e você ? Por que está aqui ? Poucas pessoas têm vindo para orar ultimamente. – ele fala um pouco tristonho.
– Eu vim para orar… mas já que você está aqui, posso pegar o seu ombro emprestado ? – ela questiona um pouco envergonhada e hesitante.
– Claro, ficarei feliz em ouvir! – Killian concorda com um largo sorriso em seu rosto. Se sentia bem em ser útil.
_______________
– Tchau, Killian. Obrigada por me ouvir. – ela fala com a voz embargada e acena.
– Não foi nada, volte quando quiser! – ele também acena e sorri enquanto observa a mulher sair da igreja. Ao ficar sozinho, Killian sente seu celular vibrar dentro do seu bolso, ele pega o objeto e se surpreende ao ver a identificação da chamada.
– Lu-Lucian, oi! – Killian fala nervoso ao atender, não esperava falar com ele antes do julgamento.
– Onde você está agora ?
– Na igreja… por que ?
– Estou indo ai, vamos sair.
– O quê ? Ma-mas para onde vamos ?
– Vamos jantar, tenho algo para te dizer.
– Okay, tudo bem… – Killian desliga e não pode evitar que um sorriso se forme em seu rosto e seu coração palpite.
_______________
– Escolha o que quiser, eu pago. – Lucian fala despreocupado enquanto escolhe algo no cardápio.
– T-tem certeza ? Isso é muito caro… – Killian murmura nervoso, nunca esteve em um restaurante tão caro antes.
– O quanto custa não importa, apenas peça o que quiser. Tenho dinheiro o suficiente para comprar todo o prédio se eu quiser. – Lucian lhe mostra um sorriso astuto e pisca.
– Mesmo que ganhe bem como investigador, não pode gastar tanto comigo! – Killian esbraveja envergonhado. Odiava que gastassem dinheiro com ele, não queria ser um peso.
Lucian dá risada ao ouvi-lo e acha adorável que Killian seja tão inocente ao ponto de achar que sua renda vinha apenas do seu trabalho na polícia, quando na verdade, ele acumulou um grande patrimônio ao longo das décadas.
– Killian, apenas escolha algo. Estou com fome. – ele desliza sua mão pela mesa e acaricia o dorso da mão de Killian, que fica corado e se encolhe na cadeira.
– Tudo bem, mas essa será a última vez. – ele suspira e volta sua atenção para o cardápio.
_______________
– A comida está boa ? – Lucian o questiona com um sorrisinho ao vê-lo comer tão animado.
– S-sim! – Killian responde sorridente, nunca comeu algo tão gostoso antes.
– Que bom, mas coma devagar ou vai se engasgar. – ele pega o guardanapo e limpa o canto de sua boca. Killian se assusta com sua atitude e recua envergonhado.
– En-então o que queria me dizer ? – ele desvia o olhar para suas mãos, não conseguia encara-lo.
– O julgamento já foi marcado. – Lucian fala de forma fria e sua expressão se fecha. Só em pensar no que aquele homem fez, queria matá-lo.
– Para quando ?
– Daqui a duas semanas.
– Sé-sério ? Foi tão rápido!
– Não se impressione, a decisão do juiz costuma demorar a sair. – ele suspira e deixa os talheres sobre o prato.
– Certo, então eu deveria chamar um advogado, não é ? Vou precisar de outro trabalho… – Killian suspira e já pensa no quão caro aquilo vai ser. Iria gastar todo o seu salário com isso.
– Não se preocupe, conheço um ótimo advogado que vai assumir o caso.
– Por que está fazendo isso ? Gastando tanto dinheiro comigo…
– Você precisa de ajuda e eu tenho os recursos para isso. Não há motivos ocultos. – Lucian o responde indiferente.
– C-certo… – Killian sorri um pouco tristonho e continua encarando suas mãos, era o único que estava pensando demais sobre tudo.
_______________
– Chegamos. – Lucian fala ao estacionar o carro na esquina próximo a sua casa.
– Obrigado pelo jantar. – Killian mantém seu olhar baixo e tenta sair do carro rapidamente, mas é impedido por Lucian, que agarra seu pulso.
– Por que está com essa cara ? – ele ergue uma de suas sobrancelhas e o puxa para mais perto.
– N-não é nada… só estou muito cansado.
– Olhe para mim. – Lucian segura seu queixo e ergue sua cabeça, fazendo com que os olhos de Killian encontrem os seus.
– Me diga.
– Eu estou ansioso com a audiência, só isso. – Killian desvia o olhar para o lado, um claro sinal de que estava mentindo. Lucian sorri ao ver sua reação e o quão envergonhado estava.
– Você torna tudo tão difícil! – ele segura seu rosto com mais força e o beija.
– Lu-Lucian… – Killian murmura ofegante e se agarra a sua camisa. Aquele beijo o deixou desnorteado e com uma estranha sensação em seu abdômen.
– Acho que preciso te ensinar algumas coisas… – Lucian sorri com o rosto levemente corado e não tira seus olhos da boca de Killian. Como o esperado, ele era péssimo beijando.
– Está bem com isso ? – ele o questiona enquanto usa seu polegar para acariciar seu lábio macio e carnudo.
– S-sim… – Killian sussurra envergonhado.
– Ótimo, agora pode ir. Tenha uma boa noite, Killian.
– Você também, Lucian… – ele sai apressado do carro e corre em direção a sua casa. Estava confuso e se sentia estranho, ninguém nunca tentou beijá-lo antes.
Publicado por:
- @Bananaescritora
-
Escritora potiguar de novels bl ♡
Wattpad: Bananaescritora_
Twitter: bananaescritora
Instagram: bananaescritora_
minhas outras postagens:
COMENTÁRIOS
Sua Comunidade de Novels BL/GL Aberta para Autores e Tradutores!
AVISO: Novos cadastrados para leitores temporariamente fechados. Se vc for autor ou tradutor, clique aqui, que faremos seu cadastro manualmente.