Paixão e Pecado - Capítulo 18
– Porra, que cansaço… – Calian resmunga enquanto joga as chaves do seu apartamento sobre o balcão da cozinha, mas antes de que pudesse chegar a sala, ele sente uma estranha presença dentro do local.
– Lúcifer, é desrespeitoso entrar na casa de alguém sem permissão! – ele fala um pouco alto e logo um sorrisinho se forma em seus lábios. Estava começando a ficar divertido.
– Não se preocupe, logo vai precisar se mudar, Caim. – Lucian acende a luz do abajur e o observa com um olhar feroz.
– Sabe que eu vou voltar, não é ? – Calian joga sua mochila no chão e abre seus braços. Sabia que morreria ali, mas logo seu corpo iria se regenerar.
– Sei, mas é sempre divertido jogar esse jogo! – Lucian se levanta e move seus ombros, se alongando. De repente sua face muda mostrando seu verdadeiro rosto, sua pele que parece ter sido queimada, deixa alguns ossos visíveis e seus olhos vermelhos como sangue encaram Calian de forma ameaçadora. Uma forma que apenas o diabo faria.
– Vamos acabar logo com isso! – ele sorri e tira uma adaga de trás de suas costas, se preparando para atacar, mesmo já sabendo o que aconteceria. Lucian também sorri, se sentindo animado por finalmente ter um pouco de ação e avança rapidamente em direção a Calian, que tenta se esquivar e acerta-lo nas costas, mas Lucian o joga na parede antes de que pudesse reagir, quebrando alguns dos seus ossos e fazendo um pequeno buraco de impacto no local.
– Ugh… – Calian grunhi e tenta recuperar o fôlego. Sabia que Lucian era rápido, mas esperava ter pelo menos uma chance de acerta-lo.
– Acha mesmo que pode lutar contra mim ? Quando vai aprender que não está à minha altura ? Você pode ter matado o seu irmão, mas estou longe de ser ingênuo e indefeso como Abel era! – ele agarra o seu pescoço e começa a sufocá-lo lentamente, olhando diretamente para os seus olhos e observando com satisfação a agonia que Calian está sentindo.
– Eu te disse para ficar longe dele, para ficar quieto… – Lucian murmura e se aproxima mais um pouco.
– Nem que eu tenha que te matar mais um milhão de vezes, você nunca tomará meu trono e nunca terá o Miguel. Seu amor, sua vida e sua atenção pertencem somente a mim! – ele aperta o seu pescoço com mais força e usa sua outra mão para atingir o seu abdômen, perfurando sua carne e chegando até os seus órgãos. Lucian começa a abrir a sua pele devagar e a destroçar cada parte do seu abdômen, jogando tudo para fora do seu corpo.
– Vai… se… foder! – Calian sorri e usa suas últimas forças para golpear o abdômen de Lucian com a adaga. Que apesar de sentir dor, não esboça nenhuma expressão.
– Cães, venham aqui! – Lucian fala um pouco alto e dois cães com uma aparência monstruosa saem de dentro das sombras. Eles se aproximam de Calian, rosnando e babando, famintos.
– Comam. – Lucian o solta e antes de que possa cair no chão, os cães avançam e começam a mastigar sua carne. Arrancando alguns pedaços ou até mesmo um membro inteiro.
Calian grita de dor, agonizando enquanto morre mais uma vez pelas mãos de Lucian. Apesar de ter sido desmembrado e comido diversas vezes, a dor ainda o fazia estremecer.
– Que patético… – Lucian murmura para si mesmo e sorri, em seguida retira a adaga do seu abdômen e a joga no chão da sala. Ele se senta na poltrona e observa enquanto Caim é devorado, mas logo o barulho do seu celular tocando o distrai da sua diversão.
– Fale. – ele diz de forma fria ao atender.
– Eu já terminei e tirei a marca, mas precisamos conversar!
– Estou indo. – Lucian se levanta e percebe que a ferida ainda está sangrando. Ele ergue uma das suas sobrancelhas, mas ignora aquilo por enquanto.
– Espera! O que você fez ?
– Ouça você mesma. – ele aproxima seu celular dos cães e Lilith pode ouvir nitidamente como eles mastigam a carne de Caim.
– Da próxima vez, me deixe fazer isso! – ela murmura.
– Com certeza, minha querida Lilith. – ele sorri e desliga.
– Tsk… sujei minha camisa. – Lucian resmunga e sai do apartamento, deixando para trás apenas restos do que um dia foi um corpo e uma poça de sangue.
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– Lucian ? – Killian murmura sonolento enquanto caminha em direção a sala, ao chegar ele vê a TV ligada e espera encontrá-lo acordado, em mais um episódio de insônia, mas se depara com uma mulher morena, de cabelos longos e escuros sentada no sofá com um enorme balde de pipoca enquanto assiste a um filme.
– Ah! Acordou cedo! – ela fala despreocupada ao notar sua presença e continua comendo.
– Quem é você ? – Killian recua assustado. Estava um pouco escuro e ele ainda se sentia sonolento, mas sabia que o rosto que estava vendo, não parecia humano.
– Sou uma amiga do Luci! – ela sorri ao notar o seu medo e acha adorável. Se fosse o Miguel, não teria hesitado em atacá-la.
– E por que está aqui ?
– Ele saiu e me pediu para dar uma olhada em você.
– Aonde ele foi ?
– Não sei. Quer pipoca ? Talvez ele demore. – Lilith sorri e lhe mostra o balde de pipoca. Killian hesita por alguns instantes, se perguntando se deveria mesmo acreditar nela, mas logo se lembra de que Lucian não deixaria qualquer pessoa entrar em sua casa.
– Okay… – ele se aproxima devagar e se senta ao lado da mulher, pega um pouco de pipoca e volta sua atenção para o filme. Lilith se surpreende com sua ingenuidade, mas acaba apenas voltando a assistir.
Após alguns minutos em silêncio, Lilith desvia sua atenção para ele e o encara fixamente.
– Vocês já… ? – ela questiona hesitante, mas estava realmente curiosa. Lucian não era o tipo de homem que ficaria de braços cruzados.
– Já o quê ? – Killian questiona confuso.
– Sexo.
– Ah… – ele cora e fica extremamente envergonhado. Não sabia o que responder, ou se deveria.
– Muito pessoal ? – Lilith ri.
– Desculpe, eu só fiquei curiosa e… – ela para ao ouvir a porta se abrir de repente.
– Que porra… ? – Lucian questiona irritado ao vê-los juntos. Sabia bem o quão curiosa Lilith era.
– Chegou tarde, idiota! – ela se levanta de repente e se aproxima, mas para ao sentir o cheiro de sangue, que se impregna pelas suas narinas.
– O que você… ? – antes de que pudesse terminar a sua pergunta, Lucian cambaleia e cai sobre o seu corpo.
– Ei, garoto, me ajude aqui! – Lilith grita preocupada.
– O-okay… – Killian se aproxima e passa um dos braços de Lucian por seus ombros, o levando em direção ao seu quarto junto com Lilith.
– Põe ele na cama.
– Certo. – ele o recosta com cuidado sobre a cama, enquanto Lilith põe suas pernas para cima dela.
– O que aconteceu, imbecil ? – ela o questiona enquanto abre sua camisa e logo se depara com uma ferida que parece estar infeccionada.
– Caim… – Lucian murmura com dificuldade, sentindo uma dor intensa se espalhar pelo seu abdômen.
– Porra, aquele merdinha! – ela esbraveja, mas logo se lembra de que não está sozinha e ao voltar seu olhar para Killian, percebe que ele está pálido e paralisado pelo medo.
– Ei, acenda as luzes!
– O-okay! – Killian se apressa e acende as luzes, vendo bem como o sangue havia ensopado as roupas de Lucian.
– Killian… vá para o seu quarto. – Lucian murmura e sorri, tentando acalmá-lo.
– O que ? Não, eu quero ficar com você! – ele insiste com a voz embargada e os olhos marejados. Não queria deixá-lo.
– Acredite, garoto, você não vai querer ver o que vai acontecer nesse quarto! – Lilith o encara com um olhar intimidante.
– Killian, está tudo bem. Vai! – Lucian estende sua mão e sorri. Killian se aproxima e se ajoelha ao lado da cama, ele segura sua mão, a levando em direção ao seu rosto e deixa um longo suspiro sair.
– Por favor, não morra… – ele sussurra e as lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto.
– Não vou. Prometo.
– Certo… – Killian concorda enquanto enxuga suas lágrimas e sai rapidamente do quarto. Ao ficarem sozinhos, Lucian finalmente deixa a dor que sente transparecer em seu rosto.
– Rápido, Lilith! – ele esbraveja.
– Tá bom, eu sei! – ela pega sua bolsa e tira todos os seus materiais novamente, jogando tudo sobre a cama.
– Como ele fez isso ?
– Uma faca… – Lucian ergue um pouco a cabeça e vê o quão ruim a sua ferida parece.
– Certo, eu só preciso… – Lilith fala um pouco atordoada enquanto revira os seus materiais, procurando por algo que possa curá-lo. Ela pega algumas ervas e as mistura, em seguida abre o seu livro e enquanto espalha a mistura, recita o feitiço. Lucian sente uma dor ainda mais intensa se espalhar por todo o seu corpo e grita, fazia alguns séculos que não sentia uma agonia tão profunda ao ponto de fazê-lo desejar estar morto.
Após alguns minutos, que mais pareceram horas, agonizando de dor, Lucian finalmente desmaia e Lilith apenas dá continuidade ao ritual. Não importava quanta dor ele estivesse sentindo, precisava terminar o que havia começado ou Lucian não teria chance, nunca o viu ser ferido daquela forma.
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06:30 horas da manhã.
– Ei, garoto. – Lilith o chama ao bater à porta e o vê ajoelhado ao lado da cama rezando. Ela sorri e pensa que é a cara do Miguel recorrer ao pai em momentos difíceis.
– Já terminou ? E-eu ouvi ele gritando e… – Killian se levanta de repente e a encara ansioso, com os olhos vermelhos e inchados.
– Já, ele está dormindo. Você pode ir… – antes de que pudesse terminar a sua frase, Killian sai apressado em direção ao quarto de Lucian. Ao entrar, ele o encontra deitado sobre a cama com um grande curativo em seu abdômen, Lucian está pálido e parece debilitado.
– Lucian… – ele sussurra ao se aproximar e se deita ao seu lado, se aconchegando com cuidado próximo ao seu corpo. Killian segura sua mão e logo adormece, finalmente podia respirar aliviado.
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