O Lobo e a Lua - Capítulo 51
Desmond segue em direção a entrada, arrastando o corpo do lobo em sua mão direita e na outra, sua cabeça, enquanto deixa um caminho de sangue. Ao chegar até as grandes portas de madeira, ele ergue a cabeça de Azael e todos os lobos presentes o encaram desacreditados.
– Acabou. Ele está morto! – ele fala alto, para que todos ouçam e solta a cabeça do lobo novamente.
– Quero que todos aqui presentes, sejam testemunhas das minhas palavras, para que não haja mais dúvidas. – os cabelos e olhos de Desmond começam a brilhar e o seu corpo flutua, como se pudesse caminhar no vento frio da noite.
– Eu, Gaia, que agora hábito nesse corpo, lhes digo, não como um aviso, mas como uma ameaça, que minha palavra é a lei. E para aqueles que desejam ir contra a minha vontade, apenas a morte os aguarda. – sua voz ecoa e logo todos se ajoelham. Nunca tinham ouvido falar de um oráculo que pudesse trazer a Deusa a terra. Desmond com certeza era especial.
– Aos que clamam por mim, saibam que ouço suas orações e nunca os abandonei. – ele abre seus braços e sorri, logo a luz se intensifica, forçando os lobos a cobrirem seus olhos. E como um raio, a luz dispara em direção ao céu e Desmond desce lentamente até o chão.
Um dos lobos que estava próximo a ele, se apressa e o segura antes que Desmond caia.
– Senhora! – ele o chama preocupado.
– Ugh… estou bem. – Desmond murmura, se sentindo tonto e cansado. Ao olhar para as suas mãos, percebe que está encharcado de sangue e logo vê o cadáver de Azael no chão.
– Pegue isso, ponha em algum lugar alto. Quero que todos vejam. – ele pega a cabeça de Azael e entrega ao lobo, que o observa confuso e hesitante, mas obedece.
– O resto de vocês, cuidem dessa bagunça. Líderes, me acompanhem e por favor, não reparem na bagunça! – Desmond sorri e caminha de volta para o interior do palácio, como se nada tivesse acontecido.
– Por Gaia… – um dos líderes sussurra e sorri, impressionado com sua força e frieza diante da situação. Aquele com certeza era o lobo certo.
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– Nanber! – Lyter grita pelo corredor, preocupado com o que podeteria ter acontecido.
– Lyter, estou aqui! – Nanber fala com certa dificuldade, enquanto caminha devagar se apoiando nas paredes.
– O que aconteceu ? – ele rapidamente passa seu braço direito por cima do seu ombro e a ajuda a caminhar.
– Tudo bem, só machuquei a perna. – ela força um sorriso gentil, tentando não deixa-lo preocupado.
– E Ambrose ?
– Está bem. Deixei um dos meus homens de confiança cuidando dele.
– E Desmond ? Ele voltou ?
– Sim, já acabou. – Lyter a tranquiliza.
– Me leve até ele, eu preciso…
– Não, nós vamos procurar um médico e cuidar da sua perna!
– Lyter, eu preciso ir! – ela tenta convencê-lo, mas recebe apenas um olhar furioso.
– Teimosa! – ele resmunga e a pega no colo. Agora Nanber era sua prioridade.
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– Como ele está ? – Desmond questiona ao entrar no quarto às pressas. Os dois guerreiros que acompanham o médico se curvam ao vê-lo e saem logo depois, os deixando sozinhos.
– Senhora, acabei de começar. Pode demorar um pouco.
– Tome o tempo que precisar. Irei esperar. – ele se senta na cadeira próximo a janela e observa atento.
Após alguns minutos de exames preliminares, o lobo parece inquieto com algo, o que deixa Desmond ainda mais preocupado.
– E então ? – ele questiona ansioso ao ver o médico suspirar.
– Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance, mas ele está muito fraco. Sinto muito, senhora. – o lobo a observa com um olhar dolorido. Desmond sente seu coração se partindo lentamente dentro do seu peito e quer apenas gritar, brigar e chorar, mas não pode.
– Certo, pode ir.
– Senhora, eu deveria checar se seu corpo está bem. Depois de tanto esforço e…
– Não, tudo bem. Saia. – Desmond levanta sua mão, o interrompendo. O lobo apenas acente com a cabeça e sai.
Ao finalmente estar sozinho com Ambrose, ele se aconchega na cama ao seu lado e se agarra ao seu corpo, e por fim, pode deixar as lágrimas saírem.
– Me desculpe por demorar tanto, mas por favor, viva! – ele sussurra e se encolhe, se sentindo sufocado por tantas emoções misturadas. Desmond estava feliz por vê-lo, por estar em casa, mas se odiava por não poder fazer nada para tira-lo daquela situação.
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– Aí! Idiota! – Nanber resmunga e bate no braço de Lyter.
– Pare de ser tão manhosa. Foi você quem não quis ver o médico!
– Você está sendo muito bruto!
– Pela Deusa… – ele resmunga e deixa um longo suspiro sair, logo depois muda para a sua forma humana e agarra a perna de Nanber com força.
– Satisfeita ?
– Com a vista ou com o tratamento ? – ela brinca ao ver seu peitoral exposto.
– Vou arrancar sua perna se não parar de graça. – Lyter a adverte enquanto a encara.
– Okay, desculpa. Pode continuar.
Lyter suspira novamente e volta a limpar sua ferida, que por sorte, não havia sido tão profunda, mas que precisava de atenção.
– Você acha que eles estão bem ? – ela rompe o silêncio de repente.
– Sim. De alguma forma.
– Nem imagino como Desmond deve ter ficado ao vê-lo daquele jeito. Eu deveria estar com ele agora!
– Você já fez muito, e tenho certeza de que ele prefere estar sozinho. Sabe como Desmond é.
– Sim, tem razão… – ela murmura tristonha.
– Não se preocupe, iremos vê-lo assim que amanhecer. Vencemos a guerra, mas ainda há muito o que ser feito.
– Certo…
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Dia seguinte.
– Desmond. – Nanber o chama ao bater à porta e entra logo depois, se deparando com ele sentado ao lado de Ambrose, limpando e cuidando das suas feridas.
– Bom dia, Nanber. – ele sorri, tentando esconder seu cansaço.
– Você não dormiu ? E ainda está com aquela roupa suja de sangue ? – ela se aproxima e o observa preocupada.
– Não consegui dormir e quando vi, já estava de dia.
– Irei preparar um banho. Temos notícias de Ayira.
– E Lyter ?
– Está esperando por nós.
– Certo… – Desmond suspira e deixa o pano que estava usando para limpar o corpo de Ambrose sobre a borda do recipiente com água. Em seguida lhe dá um beijo rápido e se levanta, indo para o banheiro.
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Ao chegar no pátio, onde Lyter o esperava, Desmond é cumprimentado por alguns guerreiros, que estão felizes em tê-lo de volta.
– Bom dia, senhora! – eles falam ao mesmo tempo e se curvam.
– Bom dia. – Desmond sorri e está feliz por estar de voltar.
– Bom dia, senhora. – Lyter o cumprimenta ao se aproximar e lhe mostra um sorrisinho.
– Está tudo pronto para a sua partida. – ele informa e indica o caminho até a carruagem.
– Obrigado. – Desmond acena com a cabeça e segue em direção a carruagem. Lyter o segue e fecha a porta do veículo assim que ele entra.
– Lyter. – Desmond murmura próximo a pequena janela da porta.
– Sim ?
– Por favor, cuide dele enquanto estou fora. É o único em quem confio.
– Farei isso, não se preocupe. – ele lhe mostra um sorrisinho gentil e se afasta.
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