O Lobo e a Lua - Capítulo 47
Dois dias depois.
– Desmond! – Nanber o chama ao entrar no quarto.
– Sim ? – ele desvia seu olhar do mapa que está estendido sobre a mesa e a encara.
– A semente que me deu, já brotou. O que era aquilo ? Em dois dias ela…
– Vamos, preciso ver. – Desmond sai apressado do cômodo, a interrompendo. Nanber fica confusa, mas o segue em silêncio.
– Nossa… – ele murmura ao ver o pequeno arbusto que havia crescido.
– Chame a curandeira! – Desmond ordena enquanto mantém seus olhos fixos na planta. Estava realmente impressionado com o que estava vendo.
– Certo! – Nanber se apressa e vai chamar a curandeira do Distrito Aiyra. Alguns minutos depois ela retorna acompanhada da mulher.
– Senhora… – ela fala enquanto se curva.
– Está vendo essa planta ? – Desmond aponta.
– Sim ? – ela confirma, mas está confusa com onde ele queria chegar.
– Use ela para curar os homens feridos. Não importa o que vai fazer, apenas dê um jeito!
– Que planta é essa ? Eu nunca a vi.
– Eu não sei, Gaia me deu… – ele suspira e desvia seu olhar para a planta, era diferente de tudo o que já havia visto. O formato do seu caule e das suas folhas eram únicos.
– Gaia… ? – ela murmura com os olhos arregalados.
– Você sabe o que…? – Nanber volta sua atenção para a curandeira, que a ignora e se ajoelha na terra, pegando algumas folhas da planta.
– Preciso ir agora, aviso quando tiver algum resultado! – ela fala rapidamente e sai.
– Eu vou voltar para o meu quarto. – Desmond se despede e também sai.
– Ninguém vai me dizer o que está acontecendo ? – ela o observa se afastar e se sente um pouco irritada por ser a única que não havia entendido nada.
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– Desmond, Desmond! – Nanber grita seu nome enquanto tenta alcança-lo no corredor.
– Nanber, algum problema ? – ele caminha em sua direção preocupado.
– Precisa vir comigo, precisa ver com seus próprios olhos! – ela agarra sua mão direita e o guia em direção ao acampamento.
– Estamos aqui! – Nanber anuncia ao entrar. A curandeira que estava cuidando de um dos seus pacientes se levanta rapidamente e se curva.
– O que aconteceu ? – Desmond questiona confuso.
– Senhora, é surpreendente! Todos que foram tratados com a erva que me deu, apresentaram uma melhora significativa, além de recobrarem os sentidos em apenas algumas horas! – ela fala animada. Se sentia realmente bem ao vê-los melhorar tão rápido.
– Tem certeza disso ? – Desmond ergue uma de suas sobrancelhas, parecendo duvidar, mas por dentro está cheio de esperança e vibrando com a possibilidade de um novo amanhã.
– Sim, eu tenho! – a curandeira afirma sorridente.
– Quanto tempo até que eles estejam totalmente recuperados ?
– Se continuarem nesse ritmo, acredito que em três dias.
– Certo, obrigado por todo o seu esforço. – Desmond segura suas mãos e lhe mostra um sorriso gentil.
– Não há o que agradecer… – ela sorri envergonhada.
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– Nanber, assim que esses homens estiverem recuperados, diga a Lyter que faremos uma reunião. Quero falar com todos sobre o próximo passo! – Desmond fala agitado enquanto caminha apressado em direção ao seu quarto.
– Sim, irei procura-lo imediatamente!
– Ótimo, obrigado. – ele abre as portas do quarto de repente e para próximo a entrada.
– Não precisa de mais nada ?
– Pode me trazer chá com biscoitos mais tarde ? Preciso de um lanchinho. – Desmond sorri.
– Sim. – Nanber ri e logo se despede, seguindo pelo corredor em busca de Lyter. Por algum motivo, sempre era difícil acha-lo.
– Onde aquele idiota se meteu ? – ela resmunga e continua caminhando, olhando pelas janelas, se certificando de que ele não estava no alto de alguma árvore.
– Eu deveria simplesmente mata-lo! – Nanber revira os olhos e segue em direção ao quarto de Lyter. Ao chegar, ela abre as portas de repente, se deparando com uma cena que seria difícil esquecer.
– Não sabe bater, lobinha ? – Lyter, que estava em sua forma humana e havia acabado de sair do banho, a encara com um olhar malicioso e ao mesmo tempo irritado.
Lyter raramente mostrava sua aparência humana, apesar de não ser tão alto quanto os outros lobos, seu corpo havia sido agraciado com um leve tom moreno, que combinava perfeitamente com seus olhos e cabelos castanhos. Um corpo torneado e cheio de músculos que deixaria qualquer um com inveja, fazia as fêmeas suspirarem quando o viam. Mesmo com o seu jeito debochado, Lyter sempre chamava a atenção.
– Ah… me desculpe, e-eu não…! – Nanber fala envergonhada e desvia seu olhar para o lado.
– O que você quer ? – ele a questiona enquanto usa uma toalha para secar seus cabelos.
– A Rainha pediu para que você marque uma reunião com todos os guerreiros em quatro dias.
– O quê ? Que merda ele está pensando agora ? – Lyter esbraveja e joga a toalha contra a cama.
– Lyter, você não…
– Saia! – ele caminha em direção a porta e para próximo a ela.
– O quê ? Não seja grosseiro comigo! – Nanber esbraveja.
– Eu preciso me vestir. Ou quer ficar e assistir ? – ele lhe mostra um sorriso travesso e acaricia o seu rosto.
– Não seja ridículo! – Nanber afasta sua mão e sai apressada.
– Que lobinha estressada… – Lyter murmura para si mesmo e suspira. Adorava provoca-la.
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– Desmond! – ele fala ao entrar no quarto.
– Nossa, o que temos aqui… – Desmond fala em um tom de brincadeira, ao ver Lyter em sua forma humana e se levanta.
– Que merda você está pensando dessa vez ? – Lyter se aproxima e bate na mesa, o encarando irritado.
– Só estou fazendo o que acho certo!
– O que acha certo ? Desmond, você não sabe nada sobre estratégia, sobre comandar um exército e nem ao menos sabe como segurar uma espada! Eu disse que nós não podemos nos mover agora, é quase um suicídio ir até lá com os homens nesse estado e com esse número vergonhoso. – Lyter fala alto, frustrado com sua teimosia.
– Azael tem praticamente todo o país sob o seu comando. Você entende isso ? – ele aponta para a cabeça enquanto esbraveja. Se sentia realmente cansado e sobrecarregado.
– Ele está vivo, Lyter. – Desmond fala um pouco baixo e recua.
– O quê ? Isso é impossível, eu vi a cabeça dele!
– Pelo o que me lembro, há pelos menos uma dezena de lobos de pelo negro trabalhando no palácio, e mais uns cinquenta lobos com pelo escuro o suficiente que pode ser confundido com negro à noite. – ele fala de forma despreocupada, mas cheia de sarcasmo.
– E como pode saber disso ?
– Gaia me mostrou… – Desmond acaricia o símbolo na palma de sua mão, que desde que teve aquele sonho, não parava de incômoda-lo.
– Só isso ? Você sonhou e agora quer caminhar em direção a morte ?
– Lyter, pelo amor da Deusa! – ele sai de trás da mesa e se aproxima.
– Você acreditaria que um homem está morto só porque alguém lhe disse, ou prefere vê-lo morrer com seus próprios olhos ? – Desmond o observa aflito, esperando que ele entenda o seu lado.
– Mesmo que seja verdade, não podemos ir até lá sem nada!
– Eu tenho um plano, então confie em mim.
– No que está pensando ? – ele suspira e tenta se acalmar.
– Lyter, você me acha bonito ? – Desmond sorri, enquanto observa a forma como ele cora e fica sem graça.
– S-sim. Quer dizer… todos acham! – Lyter coça a nuca e desvia seu olhar para o lado.
– Só estava brincando! – ele ri e dá um tapinha em seu ombro.
– Vá dormir, Lyter. Amanhã conversaremos sobre isso.
– Sim, senhora… – ele se curva e sai apressado. Havia sido pego de surpresa com aquela pergunta.
– Bom, de volta ao trabalho! – Desmond fala para si mesmo, buscando por um pouco de ânimo. Ainda havia muito o que ser feito.
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