O Lobo e a Lua - Capítulo 28 - Segunda temporada
Dois meses depois.
Ambrose olha fixamente para o relógio, esperando ansioso para terminar o trabalho.
– Apenas vá logo! – Lyter suspira e esfrega os olhos.
– O que ? – ele volta seu olhar para o lobo e o encara confuso.
– Só vá cuidar da sua Rainha, nós já terminamos por hoje.
– Tem certeza ?
– Sim, sim…
– Obrigado, Lyter! – Ambrose se levanta de repente, com um grande sorriso em seu rosto e sai apressado, o deixando para trás com todo o trabalho acumulado.
– Acho bom me dar um aumento, babaca… – ele sussurra para si mesmo e ri.
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– Desmond, estou de volta! – Ambrose fala ao entrar no quarto e se depara com Nanber, tentando alimentá-lo.
– Senhor… – ela se levanta e se curva.
– Pode ir, eu faço isso.
– Voltarei mais tarde para recolher os pratos. – Nanber rapidamente se despede de Desmond e sai, os deixando sozinhos.
– Isso está com uma ótima cara, eu deveria pedir para servirem meu almoço também. – o lobo ri, tentando melhorar o clima e se senta de frente para ele. Desmond o observa com um olhar vago e sem vida, como se não estivesse realmente ali.
– Acha que pode comer hoje ? Esses são os alimentos que você ajudou a plantar… – Ambrose mexe na comida com uma colher e pega um pouco, em seguida estende sua mão em direção a sua boca e torce para que ele coma um pouco.
– Ambrose, eu não… – Desmond suspira e se encolhe na cadeira. Apenas pensar em comer, já o deixava enjoado.
– Shh, coma. – ele se inclina um pouco e aproxima a colher da sua boca, até tocar seus lábios. Desmond revira os olhos e cede, abrindo sua boca e comendo.
– Está bom, não é ? – Ambrose sorri, animado ao vê-lo comer.
– Agora outra colherada. – ele pega um pouco mais de comida e a leva até sua boca novamente. E aos poucos, Ambrose o convence de comer metade da refeição, o que há alguns dias atrás seria impossível.
– Agora descanse um pouco, logo Nanber vai chegar. – o lobo acaricia seu rosto e logo depois se levanta, apesar da sua pausa repentina, ainda havia trabalho a ser feito.
– Espera! – Desmond agarra seu pulso e o encara com um olhar angustiado.
– Quer que eu fique ?
– Sim… – ele responde um pouco tímido e suas bochechas ganham um leve tom avermelhado.
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Ao anoitecer, o casal está se preparando para dormir quando ouvem alguém bater à porta.
– Quem é ? – Desmond questiona.
– Não sei. – Ambrose o responde enquanto se dirige até a porta, ao abri-la, é surpreendido por uma enorme criatura de cor escura que o empurra para o lado e corre em direção a Desmond.
– Nara, o que está fazendo aqui ? – ele acaricia seu pelo enquanto o animal se esfrega em seu corpo e ronrona.
– Me desculpe, ela não parava de chorar então eu a trouxe! – Nanber fala ansiosa, com medo de ser repreendida.
– Tudo bem. – Ambrose fala com um sorrisinho em seu rosto enquanto os observa.
– Então irei deixá-los dormir. Boa noite!
– Boa noite, Nanber. – ele fecha a porta e se aproxima de Desmond, que está distraído recebendo os carinhos da felina.
– Nara, calma! – Desmond ri e tenta proteger o rosto das suas lambidas babadas.
– Fazia algum tempo que não o via rir assim. – Ambrose fala enquanto acaricia o pelo do animal.
– Sim, já faz um tempo… – ele suspira e sorri com uma certa tristeza em seu olhar.
– Desmond, eu…
– Não, não diga nada. – Desmond o interrompe e volta sua atenção para Nara, que não para de ronronar e implorar por mais carinho.
– Eu não quero falar sobre isso novamente.
– Entendo. – Ambrose suspira e percebe que aquele não era um bom momento. Trazer lembranças dolorosas do passado só o deixaria apático novamente.
– Me desculpe. – ele acaricia seus cabelos e beija o topo de sua cabeça, mas antes de que pudesse se afastar, Desmond o puxa pela gola da camisa e o beija.
– Está desculpado!
– Obrigado, meu senhor. – Ambrose brinca e tenta beijá-lo novamente, mas Nara o interrompe, metendo seu focinho entre eles.
– Acho que alguém está com ciúmes! – Desmond ri e acaricia seu focinho.
– Okay, tudo bem. Vou deixar você levar essa hoje, mas não vou me render na próxima! – o lobo brinca e a acaricia. Por enquanto, se contentaria apenas em observar.
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Dia seguinte.
– Desmond ? – Nanber questiona surpresa ao vê-lo de pé.
– Ah, Nanber! Pode me ajudar com isso ? – ele fala despreocupado enquanto tenta fechar sua camisa.
– Claro, claro! – ela se apressa e o ajuda a terminar de se vestir. Ao vê-lo pronto, não consegue esconder sua emoção, esperou muito para tê-lo de volta.
– Está lindo… – Nanber sussurra e sorri orgulhosa.
– Obrigado! – Desmond também sorri, um sorriso largo e brilhante.
– Então podemos ir ?
– Sim, senhora!
– Nara, venha. – Desmond a chama e ao lado de Nanber, caminha em direção a sala do trono, onde Ambrose receberia alguns cidadãos para as audiências. Ao chegar, ele para em frente as grandes portas de madeira e as observa, sentindo uma estranha sensação de déjà vu.
– Quer que eu entre com você ?
– Não, preciso fazer isso sozinho… – ele respira fundo e ergue sua cabeça. Sabia que mesmo que não se sentisse bem, ainda precisava lidar com suas responsabilidades e não dar nenhuma brecha ao inimigo. Se demonstrasse ser fraco, aqueles lobos o comeriam vivo.
– Certo, o vejo no almoço. – Nanber se despede e logo as portas se abrem, ao entrar, todos voltam seus olhares para ele, surpresos com a sua presença. Ambrose, que não esperava vê-lo ativo tão cedo, não consegue tirar seus olhos da figura brilhante que caminha em sua direção, mesmo magro e com um aspecto frágil, Desmond ainda possuía uma beleza de tirar o fôlego.
Enquanto caminha com Nara até o trono, Desmond sente todos aqueles olhares penetrarem sua carne e mau pode respirar, mas ao finalmente se sentar, ele deixa o ar sair e tenta se manter inexpressivo.
– Desmond… – Ambrose segura sua mão e acaricia os nós dos seus dedos.
– Se vai dizer o que eu acho que vai, por favor não diga. Não sabe o quão difícil foi chegar até aqui… – ele volta seu olhar para o lobo e murmura com a voz embargada.
– Eu só ia dizer que você está lindo hoje, minha Rainha. – Ambrose sorri e beija as costas da sua mão. Desmond o encara surpreso e logo seu rosto pálido ganha um tom de vermelho, que se espalha até suas orelhas.
– Obrigado… – ele sussurra envergonhado.
– De nada. – o lobo sorri satisfeito. O seu lado tímido era sempre adorável.
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