O Lobo e a Lua - Capítulo 24
Nanber abre a porta do quarto com cuidado e se surpreende ao ver Desmond acordado tão cedo pela manhã. Geralmente precisa expulsa-ló da cama todos os dias.
– Por que acordou tão cedo ? Não se sente bem ?
– Na verdade… eu não dormi ainda. – ele ri, mas parece cansado e seus olhos estão pesados, quase se fechando por completo.
– Está louco ? Vamos, já para a cama! – Nanber esbraveja e puxa os cobertores, preparando a cama para ele.
– Não consigo, minha mente está cheia de ideias e preocupações!
– Você não pode continuar assim, vai fazer mal para o bebê! – ela estende sua mão e o encara determinada, não sairia dali até vê-lo dormir.
– Eu sei, mas preciso resolver isso. – Desmond suspira e esfrega os olhos.
– Por favor, descanse. Não pode resolver nada nesse estado! – a moça acaricia seu rosto e logo depois o ajuda a levantar, o guiando até a cama.
– Apenas descanse, entendeu ? Vou ficar aqui até você dormir. – ela puxa o cobertor, cobrindo seu corpo.
– Obrigado… – Desmond sussurra e logo adormece. Seu corpo havia chegado ao limite.
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13:00 horas da tarde.
– Desmond ? – Nanber o chama ao entrar na biblioteca.
– Sim ? – ele fecha o livro que estava lendo e se levanta. Ao voltar seu olhar para a porta, vê Nanber acompanhada de um homem que nunca viu antes.
– Sei que está tendo dificuldade com o seu projeto, então chamei um amigo para ajudar…
– Muito prazer em conhece-la, senhora. Sou River, ex-namorado da Nanber! – o homem estende sua mão e lhe mostra um largo sorriso. O típico sorriso de um homem astuto e galanteador.
– Sou Desmond, é um prazer. – ele o cumprimenta enquanto encara Nanber com um olhar de “então esse é o seu tipo ?”
– Ele entende tudo sobre terras e plantações. Estudou no mundo humano e trabalha nesse tipo de coisa. – ela desvia seu olhar para o chão, um pouco envergonhada e muda de assunto.
– Ótimo, veio em boa hora. Não entendo nada sobre isso!
– Fico feliz em ajudar. Pode me mostrar o que tem ou o que está planejando ?
– Claro, sente-se! – Desmond indica uma das cadeiras.
– Eu vou trazer um pouco de chá, com licença.
– Nanber, pode trazer biscoitos ? O bebê está com fome! – ele acaricia sua barriga e sorri um pouco envergonhado. Estava comendo mais do que o de costume.
– Claro, voltarei logo. – a moça sorri e caminha em direção a porta, os deixando sozinhos.
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Ao sair do banho, Desmond para em frente ao espelho da pia e deixa um longo suspiro sair.
– Está enorme… – ele sussurra para si mesmo enquanto observa sua barriga, se sentindo um pouco ansioso e preocupado com o futuro. Desde que soube da gravidez sua mente estava uma bagunça, nunca imaginou que sua vida mudaria tanto ao concordar com a proposta maluca de um desconhecido.
– Me sinto cansado. – Desmond suspira mais uma vez e sente que está prestes a desabar, quando ouve a voz de Ambrose.
– Desmond, está no banho ? – ele o questiona ao bater à porta.
– Já estou saindo. – Desmond pega uma toalha e a enrola em seu corpo, em seguida sai do banheiro e encontra Ambrose, que está sentado na cama o esperando.
– Algum problema ?
– Não, eu só quero te mostrar uma coisa. – o Rei se aproxima e acaricia seu rosto húmido com cuidado.
– Okay, vou me vestir e você pode me mostrar o que é. – ele força um sorriso gentil e se afasta.
– Certo… – Ambrose o observa enquanto ele escolhe alguma roupa e rapidamente nota que há algo errado, mas decide se calar e esperar.
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– Pode abrir os olhos agora. – ele sussurra próximo ao seu ouvido e Desmond abre seus olhos, se deparando com o cômodo mobiliado e enfeitado para o seu filhote, que logo estaria entre eles.
– Você fez isso ? – Desmond se aproxima do berço de madeira e se surpreende ao ver o lençol de cama cuidadosamente bordado.
– Você gostou ? – Ambrose sorri satisfeito ao vê-lo animado.
– Sim, é muito bonito!
– Fico feliz de que tenha gostado, foi muito difícil preparar tudo.
– Como conseguiu fazer isso ? Eu nem notei!
– Segredo!
– Que lobo astuto! – Desmond ri, mas logo seu olhar parece um pouco tristonho novamente. Por alguma razão ele estava cheio de ansiedade e não conseguia se livrar disso.
– Está insatisfeito com algo ? Você não parece bem. – Ambrose se aproxima e o abraça por trás, suas mãos avançam até a barriga de Desmond e a acariciam de forma gentil.
– Só estou cansado. Eu acho.
– Você está com medo ? Tudo bem se estiver, porque eu também estou! Tudo aconteceu tão rápido e nós nem tivemos a oportunidade de falar apropriadamente sobre isso ou de questionar um ao outro se queríamos ter filhos.
– É só que… é tão assustador!
– Para mim também, apesar de que é você quem está carregando a maior parte do peso em suas costas… – Ambrose o abraça com um pouco mais de força e apoia sua testa no ombro de Desmond. Aquele cheiro doce e refrescante acalmava sua mente.
– Não sei se consigo fazer isso, Ambrose. Não sei como ser um bom pai! – Desmond apoia suas mãos na grade do berço e o segura com força, sentindo a ansiedade percorrer seu corpo ao ponto de deixa-lo tonto.
– Eu também não, Desmond, mas tenho certeza de que se trabalharmos juntos, nosso filhote pode ter uma boa vida aqui.
– Você é tão otimista, chega a ser irritante! – ele ri e acaricia seus cabelos.
– Só estou focado em construir um bom futuro para a nossa família. – Ambrose segura sua mão e beija a palma dela. Desmond fica corado ao ouvi-ló e sente seu coração palpitar, ter uma família com certeza não fazia parte dos seus planos e nem mesmo dos seus sonhos, mas não podia evitar de se sentir feliz com essa possibilidade.
– Uau, não sabia que você era um homem tão apegado a família. Estou surpreso. – Desmond se vira e apoia as mãos sobre seus ombros, o encarando com um sorrisinho.
– Eu não era, realmente odiava a ideia de ter uma esposa e filhos, queria ser livre. Mas agora é diferente, não sou mais esse homem. – ele fala enquanto pensa no quão tolo era ao achar que ter uma família para proteger seria o mesmo que estar em uma prisão, que se sentiria sufocado e seria incapaz de assusmir a responsabilidade.
– E o que te fez mudar de ideia ?
– Quem sabe! – Ambrose dá de ombros e ri, em seguida beija o canto de sua boca. Ver aquele sorrisinho em seu rosto, só o deixava com mais vontade de beija-lo, não conseguia resistir.
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Dia seguinte.
Ambrose caminha apressado em direção a Sala do Conselho e ao passar em frente a biblioteca, ouve a risada de Desmond. Uma risada doce e genuína, algo que só havia visto algumas poucas vezes.
Movido por sua curiosidade, ele espia pela fresta da porta entreaberta. Lá dentro, sua Rainha conversa animado com um homem desconhecido, alguém que não era ele.
– Desmond! – Ambrose abre a porta de repente e caminha até ele.
– Ambrose, não tem uma reunião agora ? – Desmond se levanta ao vê-lo entrar.
– Tenho, mas queria te ver antes. – ele o puxa pela cintura e o abraça.
– Você me viu hoje de manhã! – Desmond ri, mas se aconchega em seus braços. Era quente e seguro.
– Eu sei… – Ambrose segura seu queixo e o beija. Um beijo lento e provocativo, onde suas línguas se entrelaçam, disputando por um lugar na boca um do outro até que ambos fiquem ofegantes e atordoados.
– Ambrose, não faça isso aqui… – ele sussurra um pouco envergonhado, mas principalmente excitado e desvia seu olhar para River, que apenas observa tudo com um falso sorriso.
– Não posso mais beijar a minha esposa ? – Ambrose sussurra próximo ao seu ouvido e mordisca o lóbulo da sua orelha.
– Pode, mas não aqui, idiota! – ele lhe dá um tapa em seu braço e se afasta. Seria perigoso continuar perto dele.
– Vá para a sua reunião. Estou ocupado agora.
– Certo, te vejo mais tarde. – Ambrose sorri ao notar seu esforço em se manter sob controle e sai da biblioteca satisfeito. Aquele lobo atrevido era seu.
– Me desculpe, ele não costuma ser assim… – Desmond suspira e esfrega os olhos. Agora sua mente não parava de pensar em coisas pervertidas.
– Tudo bem, ele só estava tentando me avisar para ficar longe! – River ri e parece não estar incomodado.
– Ficar longe ?
– Os machos tem uma grande obsessão em marcar seu território. Não gostamos que outros homens se aproximem tanto dos parceiros que escolhemos para passar o resto de nossas vidas. É um saco, mas nós somos assim.
– Entendo… – Desmond gira o rosto para o lado, tentando esconder seu rosto corado e sua vergonha. Ambrose nunca havia agido assim antes.
– Podemos continuar ? Ainda há muito o que fazer! – River muda de assunto, notando seu incômodo.
– Claro!
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