O Lobo e a Lua - Capítulo 20
A luz do sol invade o quarto forçando Desmond a acordar. Ainda relutante, ele se vira para o lado, mas acaba despertando e ao fazer isso, encontra Ambrose sentado próximo à janela tomando seu café da manhã.
– Por que você… ? – ele murmura ainda sonolento.
– Já acordou ? Venha comer.
– Não respondeu minha pergunta. – Desmond bufa e se levanta enrolado em um dos lençóis.
– Apenas venha comer. Pode ser ?
– Okay… – ele revira os olhos e vai até a cômoda de madeira, abre a primeira gaveta e retira seu robe de seda de dentro dela.
– Não olhe! – Desmond o adverte e vira de costas.
– Tudo bem! – Ambrose ri e desvia sua atenção para o prato de comida. Desmond, o encara por cima do ombro para conferir se ele não estava olhando e deixa o lençol cair aos seus pés, expondo suas costas e sua tatuagem de cobra.
O Rei espia cuidadosamente e se surpreende ao ver seu corpo nu. A beleza dele era magnífica e inigualável, mas a misteriosa marca em seu ombro desvia sua atenção, o deixando pensativo.
– Garras… – Ambrose sussurra para si mesmo. Conhecia bem o tipo de marca que as garras de um lobo podiam deixar sobre a pele.
– E então, por que está aqui ? – ele fala enquanto amarra seu robe e logo depois se senta.
– Coma primeiro, vamos conversar depois, okay ? Sobre tudo. – o Rei desvia seu olhar e tenta se acalmar. Não deveria pensar tanto sobre isso.
– Tudo bem… – Desmond suspira e se serve de um pouco de frutas e torradas com geleia.
– Não é muito, mas por enquanto é o que temos até que o novo carregamento de comida chegue. – Ambrose fala enquanto serve um pouco de café para ele.
– Não importa, está bem assim.
– Certo…
_______________
– Preciso de um banho, me sinto pegajoso. Pode esperar ? – Desmond se levanta ao terminar de comer e o encara, esperando por sua resposta.
– Posso. Sem pressa!
– Obrigado. – ele suspira e vai em direção ao banheiro, alguns minutos depois Desmond sai, ainda usando seu robe, em seguida para em frente ao espelho e começa a pentear seus cabelos.
– Quer ajuda ? – Ambrose, que está sentado na cama o observando, questiona um pouco hesitante.
– Sim, está um pouco complicado. Acho que me acostumei a ser mimado por Nanber! – ele ri e estende a escova em direção a Ambrose, que rapidamente se levanta e pega o objeto.
– Nunca fiz isso, então me diga se não for bom… – o Rei fala um pouco nervoso e cuidadosamente separa uma mecha de seu cabelo, em seguida começa a escova-lo suavemente.
– Está indo bem… – Desmond murmura em um tom gentil. Ambrose o encara através do espelho e por algum motivo se sente envergonhado, voltando rapidamente sua atenção para o que estava fazendo.
– Certo… – ele murmura e tenta se manter focado, mas logo nota o cheiro refrescante que o corpo de Desmond exala, o deixando inquieto.
– Pronto. – ele recua, tentando resistir a tentação de tocar sua pele macia e cheirosa. Não queria ser imprudente.
– Obrigado. – Desmond fala enquanto junta seus cabelos e o prende em um coque, deixando seu pescoço à mostra. O Rei se senta na cadeira e tenta evitar contato visual, se sentia realmente tentado.
– Fale, estou ouvindo. – ele se senta na cama de frente para Ambrose e o observa.
– Eu sinto muito. – Ambrose fala alto e claro, sem hesitar.
– Pelo o quê ?
– Por tudo. Por te forçar a vir aqui e jogar a responsabilidade de governar um país sobre suas costas, por ser grosseiro e rude com você, mesmo quando não havia feito nada. – ele suspira e esfrega os olhos. Era difícil ser sincero e falar sobre tudo.
– E por último, me desculpe por ter te decepcionado. Acho que meu irmão estava certo…
– Está sendo sincero ? – Desmond o encara com o rosto levemente corado.
– Sim, eu estou.
– Então me prometa que nunca mais vai tentar machucar alguém inocente para me defender. – ele se levanta e se aproxima, segura seu queixo e ergue sua cabeça, fazendo com que seus olhos encontrem os de Ambrose.
– Se quer me defender então cumpra sua promessa!
– Eu prometo. – o Rei murmura e continua o encarando, se sentindo ainda mais tentado a beija-lo.
– Ótimo, é bom ouvir isso. – Desmond sorri e acaricia seu rosto, mas logo acaba se distraindo ao ouvir alguém bater à porta.
– Entre. – ele fala um pouco alto e recua. A porta se abre e Nanber entra apressada, segurando um pequeno cesto com algumas plantas.
– Ah! Me desculpe, eu não quis atrapalhar! – a moça fala envergonhada.
– Não atrapalhou, eu já estava de saída. – Ambrose se levanta e cumprimenta Nanber, em seguida caminha em direção a saida.
– Espere! – Desmond vai atrás dele e agarra seu antebraço, o impedindo de sair.
– Agradeço pelo café da manhã e pela conversa. E só para que fique claro, seu irmão está errado.
– Obrigado por me dizer, Desmond. E sobre ontem, eu não te forcei, só estava tentando ajudar…
– Eu sei… quer dizer, não me lembro de nada, mas tenho certeza de que não faria isso!
– Obrigado. – ele acaricia seu rosto e sorri, logo depois deixa o cômodo. Desmond fecha a porta e suspira ao ficar sozinho com Nanber, queria continuar aquela conversa.
– Desmond, tudo bem ?
– Sim! – ele volta sua atenção para ela e força um sorriso.
_______________
1 mês depois.
Nanber entra no banheiro às pressas e encontra Desmond agarrado a um balde enquanto vomita, deixando a moça em pânico.
– Desmond! – ela se ajoelha e segura seus cabelos.
– Tudo bem, eu só… – ele volta a vomitar e continua por mais alguns minutos até não ter mais nada em seu estômago.
– O que aconteceu ? Algum empregado te deu comida estragada ?
– Eu não sei, não comi nada o dia todo! – ele fala enquanto limpa sua boca com uma toalha úmida.
– Eu vou chamar um médico!
– O quê ? Não! Não precisa, estou bem! – Desmond gesticula com as mãos, negando sua ajuda.
– Nada disso! Você precisa estar saudável, Desmond! – Nanber esbraveja e sai apressada do cômodo. Desmond suspira ao vê-la sair e se senta no chão do banheiro.
– Tão teimosa… – ele murmura e ri. Nunca teve alguém que se preocupasse tanto com seu bem estar.
_______________
– Por que você está aqui ? – Desmond o encara com uma de suas sobrancelhas erguidas.
– Nanber me chamou. Além disso, sou seu marido. – Ambrose, que está sentado ao seu lado na cama, responde de forma calma.
– Senhora, fique parada por favor. – a mulher o adverte enquanto confere seus batimentos cardíacos.
– Pode me dizer quais são os sintomas ? Não vi nada de estranho até agora…
– Me sinto cansado o tempo todo, estou sem apetite e comecei a vomitar com frequência na última semana. – Desmond fala despreocupado.
– A senhora já teve o seu período de calor ? – a mulher limpa a garganta e o questiona envergonhada.
– Calor ? – ele a encara confuso.
– O período de calor ocorre durante a primavera e geralmente dura apenas alguns dias. Os lobos jovens e solteiros de ambos os sexos procuram por um parceiro e fazem sexo com o intuído de se reproduzirem para mais tarde se tornarem um casal.
– Eu não sabia… – Desmond murmura, ainda tentando emtender a situação.
– Tudo bem, sei que a senhora viveu no mundo humano. É normal que não saiba.
– Ele já teve o seu ciclo de cio. Estive com ele no dia em que aconteceu. – Ambrose fala em um tom serio. Estava realmente preocupado.
– Se já ocorreu, então a senhora deve estar grávida. Parabéns! – a moça sorri animada.
– O quê ? Você está brincando, não é ? – Desmond a encara ainda mais confuso.
– Não, senhora, estou falando sério!
– Puta merda…
– Tem certeza ? Foi apenas uma noite! – Ambrose a questiona com os olhos arregalados.
– Ocorreu no período de cio e os sintomas são os mesmos de uma gravidez. Estou certa disso!
– Desmond, isso é…
– Não! Não diga nada! – ele esbraveja.
– Chega, saiam todos. Vocês estão me deixando louco!
– Veronica, venha, vamos deixar eles conversarem. – Nanber força um sorriso gentil e guia a mulher para fora do quarto, deixando o casal a sós.
– Por que não vai embora também ? Está querendo realmente morrer ? – Desmond bufa e revira os olhos.
– Não, ainda sou um lobo jovem! – ele ri e se aproxima.
– Está realmente chateado comigo ? – Ambrose segura sua mão e beija a palma dela. Precisava acalma-ló.
– Você me engravidou, porra! – Desmond grita.
– Vou assusmir a responsabilidade, okay ? Garanto que vai ficar confortável e comer o que quiser! – Ambrose acaricia seu rosto e sorri.
– Tanto faz, não dá para voltar atrás agora! – Desmond revira os olhos mais uma vez e decide ceder.
– Okay! – ele ri e segura seu queixo, o beija e apoia sua testa sobre a de Desmond, deixando seus rostos próximos.
– Vou cuidar de vocês. Eu prometo! – Ambrose sussurra.
– Eu sei, idiota.
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