O Lobo E A Lua - BL Novels

Duas semanas depois.

– É hora de ir, Desmond. – Silas bate à porta e espera.

– Estou indo! – Desmond fala um pouco alto e alguns segundos depois surge na porta, ao sair, se surpreende ao ver Silas em sua forma humana.

– Por que você…

– Troca de pelo. – o homem grisalho e de boa aparência responde rapidamente, como se pudesse ouvir seus pensamentos.

– Vocês fazem isso ? – Desmond ri.

– Sim, durante toda a primavera. É um saco! – Silas também ri.

– Eu imagino. Mas você está ótimo com essa aparência também! – Desmond acaricia seu rosto e sorri, fazendo o homem corar e ficar um pouco envergonhado.

– O-obrigado… – ele murmura.

– Então, vamos ?

– Sim! Claro!
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Palácio Brenhin.

– Bem-vindo de volta! – Nanber fala sorridente ao recebê-lo em uma das entradas do palácio.

– Que bom te ver! – Desmond sorri e a abraça.

– Estava morrendo de saudades! – a moça o segura mais forte, quase o tirando do chão.

– Vai me matar desse jeito! – ele ri e consegue se soltar. Nanber não era boa medindo sua força.

– Me desculpe… me empolguei. – ela fala um pouco envergonhada.

– Sem problemas, mas podemos ir agora ? Estou muito cansado!

– Na verdade, o Rei pediu para que você fosse vê-lo quando chegasse…

– Tudo bem… – Desmond respira fundo e força um sorriso.

– Eu irei.
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– Está me ouvindo ? – Ceolli o questiona irritada.

– Estou. – Ambrose responde indiferente enquanto encara fixamente o livro em sua mão.

– Não minta, nem mesmo está olhando para mim! – ela suspira e se levanta.

– Você me ama ? – Ceolli cerra seus punhos e o encara determinada.

– Por que está me perguntando isso ? Sabe a resposta.

– Quero ouvir da sua boca.

– Certo… – Ambrose suspira e se levanta.

– Ceolli, eu nunca te amei, só te deixei ficar ao meu lado porquê era conveniente, mas vamos acabar com isso aqui. É melhor assim.

– É por causa dele, não é ? Aquele maldito lobo branco! – ela grita frustrada.

– Cuidado com o que diz! – Ambrose segura seu queixo e a encara com um olhar furioso.

– Acha que tenho medo de você ? – Ceolli segura seu pulso e afasta sua mão.

– Você mudou desde que ele chegou… sempre me afasta e já não dorme mais comigo. Tudo por causa daquele lobo, que prefere estar com qualquer um menos você!

– Não fale da minha esposa com essa boca suja! – Ambrose grita e a segura pelo braço, ergue sua mão direita e está pronto para golpeá-la quando algo o distraí.

– Ambrose! – Desmond, que está parado em frente a porta, grita ao ver a cena.

– Desmond… – ele murmura.

– Solte ela! O que pensa que está fazendo ? – Desmond se aproxima e puxa Ceolli pelo braço, a trazendo para perto de seu corpo.

– Por acaso está louco ? Não desconte suas frustrações nela!

– Ela disse coisas grosseiras sobre você, não posso aceitar…

– Eu não preciso que me defenda, Ambrose!

– Desmond… – ele tenta argumentar, esperando convencê-lo.

– Se é assim que trata sua amante, não quero nem imaginar como me trataria. Seu irmão tem razão, você finge ser um bom homem, mas não passa de um lobo fraco e frustrado! – Desmond o encara com um olhar de desaprovação e sai, levando Ceolli com ele.

– Porra! – Ambrose soca a mesa, abrindo um buraco na madeira. Por alguma razão, sempre estava mostrando um lado feio e fraco, graças a isso, Desmond sempre acabava irritado com ele.
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– Está melhor agora ? – Desmond questiona com um sorriso gentil em seu rosto.

– Sim… – Ceolli murmura enquanto encara a xícara de chá.

– Ótimo. – ele suspira aliviado.

– Senhora, por que está fazendo isso ? Eu sou sua rival, quero roubar o seu marido! – ela questiona com os olhos marejados. Não entendia o motivo de tanta gentileza.

– Não posso ficar parado vendo uma dama ser agredida, isso é inadmissível para mim! Além disso, não estamos competindo, a verdade é que Ambrose sempre foi seu. Eu sou o único que se intrometeu entre vocês. – Desmond suspira e sorri, não iria competir por nenhum homem.

– Meu ? Isso não é verdade!

– Do que está falando ?

– É verdade que estamos dormindo juntos há algum tempo, mas Ambrose nunca foi meu. Ele nunca demonstrou ter qualquer carinho por mim, mas com a senhora é diferente… – ela sorri com um olhar tristonho, admitir a verdade era mais doloroso do que pensava.

– Ele se preocupa muito com a senhora, sempre cuidando de tudo ao redor para que esteja ao seu gosto. Quando viajou, ele quase não dormiu ou comeu de tão preocupado, então como pode dizer que Ambrose me pertence quando sua cabeça está totalmente ocupada por você ? – Ceolli enxuga as lágrimas que escorrem por seu rosto e se levanta.

– Sinto muito pelo que disse… – ela se curva e sai rapidamente, sem que Desmond tenha a chance de respondê-la.

– Isso me surpreendeu… – ele murmura e seu rosto está levemente corado. Não imaginava que algo assim aconteceria.

Após levar alguns minutos para digerir tudo, Desmond toma o último gole de chá e está ansioso para descansar quando ouve a voz de Azael.

– Senhora, que bom ver que está de volta! – ele se aproxima com um largo sorriso. Diferente de Ambrose, sua aparência humana é mais simples, pele branca e cabelos loiros, olhos escuros e uma altura mediana. Nada que exale superioridade ou o “ar da realeza” como Ambrose faz.

– Ou deveria chama-lo de oráculo ? – Azael ergue uma de suas sobrancelhas.

– Majestade. Apenas Majestade está bom! – Desmond força um sorriso gentil.

– Sua majestade aceitaria tomar uma xícara de chá comigo ? – ele segura sua mão direita e beija o dorso dela. Desmond suspira e está incomodado com sua presença, mas decide ceder dessa vez.

– Eu adoraria.
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Ambrose caminha apressado pelo corredor, seu coração palpita e suas mãos soam. Quando foi a última vez em que se sentiu tão ansioso ? Ele não se lembra.

– Certo… – Ambrose sussurra para si mesmo e continua caminhando até chegar em frente ao quarto de Desmond. Ele encara a porta de madeira e tenta reunir coragem para bater.

– Desmond… – o Rei bate à porta, mas não há resposta. Ele bate mais uma vez e novamente tudo está quieto.

– Merda… – ele resmunga e esfrega os olhos, em seguida abre a porta de repente, mesmo sabendo que poderia ser repreendido por Desmond.

Ao entrar, Ambrose se depara com o lobo branco, parado em frente a porta o encarando com seu par de olhos cinzas.

– Tudo bem, vem aqui. – o Rei estende sua mão e tenta ganhar sua confiança, o lobo se aproxima um pouco hesitante e se deixa ser acariciado.

– Por que está… – Ambrose se questiona, mas logo entende o motivo ao sentir o cheiro doce que seu corpo exala. Estava no cio. A temporada de acasalamento havia começado, mas não esperava que seu ciclo viesse tão cedo.

– Você está no cio, deveria descansar. Logo vai passar. – ele acaricia seu pelo mais uma vez e se afasta. Precisava reprimir seu instinto de se acasalar com Desmond, que naquele estado, não podia consentir.

– Nanber virá amanhã para ajudá-lo… – ele é interrompido por Desmond, que puxa sua calça, impedindo que Ambrose saia.

– Está doendo ? – o Rei se abaixa e sorri com o rosto levemente corado. O lobo branco esfrega seu focinho na palma de sua mão e o encara com um olhar doce, como se estivesse chamando por ele.

– Tudo bem. – Ambrose suspira, ainda um pouco relutante, mas começa a se despir e logo seu corpo também assume a forma de um lobo.

Naquela noite, onde ambos estão sendo movidos por seus desejos mais profundos, os dois lobos acasalam como verdadeiros animais selvagens até o dia amanhecer.