Mais de um milhão de beijos - Capítulo 4.4
Andreas, que estava saindo da sala de estar e indo para a entrada, acabou sendo agarrado por Delphi e praticamente arrastado para a sala de chá. Petrina, que esperava ansiosamente, levantou-se do sofá, corando ao vê-lo entrar de repente.
“Me desculpa.”
“Imagina…”
Petrina murmurou com o rosto vermelho ao ouvir as palavras de desculpas de Andreas. Como essa era uma reação comum, Andreas não se importou muito e se sentou no sofá em frente a elas, cruzou as longas pernas e pegou um charuto no umidificador da mesa.
“Ok, o que você quer saber?”
Andreas perguntou displicentemente enquanto cortava a ponta do charuto. Desde o momento em que os dedos elegantes de Andreas acenderam o charuto até o momento em que ele o levou à boca e tragou a fumaça, Petrina o observou continuamente com um olhar extasiado. Era como se ela desejasse ser aquele charuto. Mas, infelizmente, esse charme sexual intenso e sufocante de Andreas não funcionava com sua própria família. Delphi perguntou impacientemente, com os olhos brilhando.
“Afinal, por que raios Nick está apostando com Andreas? Quão incrível é a pessoa para que os dois estejam competindo?”
“Parece que não houve boatos sobre isso?”
À pergunta respondida com uma baforada de fumaça, em vez de uma resposta, Delphi disse incrédula.
“Pelo que ouvi dizer, é um bartender…”
Andreas sorriu levemente em vez de responder. Delphi, em pânico, gritou involuntariamente.
“Não pode ser! É sério? Ele é bartender mesmo?”
Para ela, que estava pulando e sem saber o que fazer, Andreas disse calmamente.
“Por que não pode ser? Contanto que seja uma pessoa divertida, não importa quem seja.”
“Esse é o seu caso, o Nick não é esse tipo de pessoa!”
Merda. Não tenho uma reputação boa nem mesmo entre meus familiares.
Sentindo um amargor, Andreas ignorou o olhar apaixonado de Petrina, que o observava como se fosse pular na cama dele a qualquer momento com um único movimento de seus dedos, e concentrou sua atenção em Delphi.
“Não é coisa de uma dama se intrometer em apostas de homens, Delphi. Você tem ideia de quão ridícula você está parecendo agora?”
“O Andreas é mais ridículo ainda por apostar por um bartender! Como é que até o Nick se meteu numa aposta tão vulgar? Foi você que o arrastou para isso, não foi? Assuma a responsabilidade! O que você vai fazer?”
Delphi já parecia ter perdido a razão. Aliás, qualquer um que conhecesse Nick teria uma reação parecida. Além disso, era verdade que Andreas havia envolvido Nick na aposta, então não podia negar. Refletindo que talvez tivesse exagerado um pouco, atribuindo tudo a uma simples sede de vitória, Andreas propositalmente demorou, levando o charuto à boca para tragar e soltar a fumaça lentamente. Saboreando o aroma profundo do charuto que se espalhava, ele voltou a falar.
“Não entendo por que você está tão agitada. Você não acha que Nick vai ganhar essa aposta, não é?”
“O que você quer dizer?”
Delphi estava visivelmente tensa. Andreas disse com um leve sorriso de deboche.
“Por que eu proporia uma aposta dessas? Nick foi quem demonstrou interesse primeiro, eu só tentei impedi-lo.”
Era uma desculpa bastante convincente para a forte vontade de competir que ele sentiu. Sim, eu me sacrifiquei por Delphi.
“Isso é ridículo, Nick jamais se apaixonaria por um bartender!”
Observando o rosto pálido de Delphi, que gritava como se estivesse berrando, Andreas levou o charuto à boca calmamente.
“Infelizmente, é verdade. Pode verificar. Pergunte à fonte que te contou esse boato infantil.”
“Mas, mas…”
Delphi, que ainda murmurava com um rosto incrédulo, levou os dedos finos à testa como se estivesse sentindo tontura. Em choque, ela ficou sem palavras por um momento antes de levantar os olhos para Andreas.
“Então, o que você vai fazer? Tem certeza de que pode vencer?”
Andreas riu silenciosamente.
“Ele é só um bartender, afinal. Algo assim se resolve com um estalar de dedos.”
Diferente de Delphi, Petrina confiava plenamente em suas palavras. Completamente enfeitiçada por Andreas, ela certamente acreditaria até mesmo se ele dissesse que podia andar sobre a água. Delphi, que lançou um olhar de soslaio para Petrina observando Andreas com um rosto corado e apaixonado, disse:
“Mas o oponente é o Nick. Você tem mesmo tanta confiança assim? O Nick parecia bem sério.”
Andreas semicerrou os olhos, e Delphi continuou a falar com uma expressão preocupada.
“O Nick ligou mais cedo. Eu queria conversar mais, mas ele nem me ouviu. Só disse que você não estava atendendo o telefone, perguntou se eu sabia onde você estava e desligou na hora. Nunca vi o Nick tão agitado. Ele estava completamente transtornado. Esse bartender é tão incrível assim? Ainda por cima sendo homem. Por que você não foi? Certamente você não desistiu, não é?”
Só então Andreas pôde entender por que Nick havia ligado. Que tentativa ridícula de intimidação, e ele nem sequer tinha pensado nisso. Andreas respondeu simplesmente às palavras que Delphi despejava.
“Se acabar muito rápido não tem graça. Estou dando uma chance ao Nick. É preciso ser mais generoso com quem tem desvantagem.”
“Sério? Está tudo bem mesmo?”
Delphi perguntou novamente. Andreas apenas deu um leve sorriso de deboche e não disse nada. Mas sua atitude relaxada e confiante fortaleceu Delphi. Petrina pegou sua mão e lançou um olhar tranquilizador fazendo com que Delphi se sentisse mais segura.
“Ei, será que eu devo ligar para o Nick? Me pergunto o que ele está fazendo agora.”
Ao comentário transparente de Delphi, Andreas observou com malícia.
“Você está curiosa para saber se ele está com aquele bartender agora, não é? Vá em frente, é melhor do que ficar aí se corroendo sozinha.”
Com o rosto completamente vermelho, Delphi lançou um olhar furioso para Andreas. Vendo-a discar o número, Andreas fingia indiferença enquanto fumava seu charuto, mas por dentro uma estranha curiosidade o consumia. Nick estaria no bar? Que tipo de conversa teria tido com aquele bartender sedutor? Será que já teria conseguido algo?
Finalmente, o som da conexão foi ouvido, e Delphi abriu a boca com um rosto radiante.
“Nick? É a Delphi. Onde você está agora?”
A voz levemente trêmula transmitia o nervosismo claramente. Diante do olhar fixo de Andreas, ela piscou confusa e logo franziu a testa.
“Nick, o que houve? Sua voz está estranha…”
Andreas olhou para Delphi, intrigado. Havia algo estranho na reação dela.
“O que foi? O que aconteceu?”
Com um rosto confuso, Delphi balançou a cabeça e entregou o telefone diretamente para Andreas. Sem hesitar, Andreas pegou o aparelho e começou a falar.
“Nick? Onde você está agora?”
– Andreas…
Nick, que demorou a responder, ficou em silêncio novamente. Andreas franziu a testa e insistiu.
“Nick, não estou te ouvindo direito. O que você disse? O que aconteceu? Você sofreu algum acidente?”
Às repetidas perguntas de Andreas, Nick ficou em silêncio por um longo tempo, depois confessou como se estivesse em transe.
– Acho que levei um fora…
“Hein?”
Diante daquelas palavras inacreditáveis, Andreas arregalou os olhos surpreso. Nick soltou um breve suspiro e continuou a falar, como se estivesse resmungando.
– Ele disse que não quer nada além de uma relação entre cliente e funcionário. Até meu cartão de visitas devolveu. Essa é a primeira vez que fui rejeitado dessa forma. Por que, diabos…
A musa de coração frio partiu o coração frágil de Nick.
Quando um pensamento lhe ocorreu de repente, Andreas franziu a testa. Nick cortou a fala no meio, mas ele podia imaginar o resto. Era uma dúvida que Andreas também tinha em comum. Nick era um homem bonito e clássico. Andreas sabia que muitas mulheres admiravam Nick. Ele não tinha o sex appeal explosivo de Andreas, mas tinha uma impressão calma, e havia muitas mulheres que gostavam de sua personalidade tranquila. Além disso, vinha de uma boa família e tinha muitos bens. Nick nunca havia sido rejeitado antes ao cortejar alguém. Mas, afinal, por quê?
Depois que Nick, desolado, desligou o telefone, Andreas tragou a fumaça do charuto com um rosto sério. Vendo-o fumar em silêncio por um tempo, Delphi disse ansiosamente.
“Ei, o que será que aconteceu, Andreas? Será que o Nick está bem? Será que aconteceu alguma coisa…?”
“Não é nada disso.”
Andreas interrompeu Delphi e apagou o restante do charuto.
“Estou indo.”
“Andreas?”
Delphi, surpresa com as palavras jogadas como se não fossem nada, o chamou e, com um rosto indiferente, ele se levantou sem sequer uma despedida apropriada. Andreas não respondeu e saiu para o corredor, seguindo direto para a entrada. De repente, uma curiosidade surgiu. Afinal, o que aquele bartender estaria pensando?
* * *
“Obrigado pelo seu trabalho.”
Theron, que estava pronto para sair primeiro, falou com Yeong-hoo, que o cumprimentou educadamente.
“Finaliza o essencial e vá. O resto pode terminar amanhã.”
“Sim, não se preocupe.”
Yeong-hoo deu um sorriso cansado. Theron sorriu, pegou um papel do bolso e entregou a ele. Ao pegar distraído, viu que era um endereço de internet.
“Você pode baixar o formulário de inscrição e preencher. Haverá informações detalhadas sobre a participação, então pesquise você mesmo.”
Yeong-hoo não conseguiu esconder sua alegria e sorriu brilhantemente para Theron, que falou sorrindo.
“Obrigado.”
Assim que Yeong-hoo pegou o papel, Theron fez uma saudação com um sorriso radiante.
“Você trabalhou duro, Ji. Força aí.”
“Sim, bom descanso.”
“Até amanhã, Ji.”
Seguindo Theron, outro bartender se despediu, e Yeong-hoo sorriu de volta. Depois que eles saíram, Yeong-hoo, sozinho, rapidamente secou os copos limpos com um pano seco. Por ser novato, a limpeza final era sempre sua responsabilidade. Yeong-hoo nunca se sentiu injustiçado ou incomodado com isso. Era algo que sempre fez, mas hoje estava muito animado por causa das notícias sobre a competição. Se pessoas de vários países se reunirem, suas habilidades serão formidáveis. Certamente seria uma grande experiência. Se ele pudesse obter resultados, huh…
Fazia tempo que não sentia essa emoção. Quanto tempo já se passou desde aquele dia? Era uma excitação diferente da palpitação de sentimentos imaturos, uma sensação que dava um formigamento nos dedos. Naquela época, ele jamais sonharia em vir para a Grécia e participar de um campeonato como bartender.
Com uma leve dor surgindo, seu olhar voltou-se para o papel onde o site estava escrito. Foi quando, sem perceber, suas mãos pararam e ele ficou olhando fixamente para o papel sobre a mesa.
Rangido…
Ao som da porta velha, Yeong-hoo virou a cabeça distraído.
“Já encerramos o expediente por hoje…”
Yeong-hoo, que pensou consigo mesmo ter colocado uma placa de ‘fechado’, ficou surpreso no momento em que viu o homem entrar pela porta.
“Está sozinho?”
Para Andreas, que entrou perguntando com um sorriso no rosto, Yeong-hoo piscou, momentaneamente sem palavras.
Tradução: Yani
Revisão: Ana Luiza
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