In The Private Room - Capítulo 26
Ruído.
Talvez tenha movido. Não se perguntou mais quem era o sujeito e onde estava o centro de gravidade. Não importava se trapaceava, e ele também não. Era verdade que balançava a cintura e se sentia bem com o corpo nu do homem que o abraçava.
Gostou da sensação da pele grudada uma na outra, não do toque sentido através das roupas. Ele abraçou seu oponente a ponto de se perguntar se até mesmo seus músculos e vasos sanguíneos estavam grudados. Lembrou-se claramente da dor que sentiu como se sua bunda fosse quebrar, aterrorizante pensar que tudo poderia desabar.
Era um prazer que se assemelhava à dor.
Foi arrastado por uma mão que segurava sua cintura com força por trás. Era como esticar sua bunda para fazer parecer bom, mas não estava mais envergonhado. O buraco, que já estava coberto com seu sêmen, estava em estado mais grave do que os arredores imediatos.
Toda vez que ele penetrava, um som úmido soava. Quantas vezes teve que ejacular antes disso acontecer, por que a excitação não ia embora, por que não podia ir embora? Também não sabia. Apenas engoliu várias vezes com sua bunda aberta e molhada.
Fez sexo. Não importava o nome pelo qual o chamaria mais tarde.
Porque era sexo. Sexo, não estupro, não entrevista de emprego.
Com certeza foi por sua própria vontade que conseguiu abrir sua virilha, que estava uma bagunça. Como se não soubesse parar, seus órgãos genitais que entravam vigorosamente todas as vezes o apunhalaram até o fim. Queria morrer infinitamente. Cada vez, ele abraçou o homem com força.
Fora isso, não havia nada que ele soubesse fazer. Ao contrário de sua boca implorando para ele parar, ele passou os dedos pelos cabelos, repetindo um pouco mais, um pouco mais.
Queria puxá-lo em linha reta. Queria diminuir a distância um pouco.
E assim mesmo…
-…Hugh!
Queria beijá-lo.
Com a excitação, os olhos que se abriram piscaram e pararam por um momento, depois piscaram rapidamente ao perceber que estava acordando um pouco atrasado. Todo o campo de visão foi abalado pelas pálpebras oscilantes como se fossem asas batendo. A percepção de onde estava, com quem estava e o que estava fazendo antes de adormecer veio em seguida.
Este é um quarto de hotel e adormeceu enquanto fazia sexo com Woo Hyeong-Joo.
Não, neste caso seria mais correto dizer que ele desmaiou… A testa se estreitou com as imagens posteriores que inundaram como uma ressaca. De novo, mais uma vez, perdeu a cabeça depois de ser fodido por um homem que o estava deixando louco. Claro, isso se deve inteiramente a Woo Hyeong-Joo. Ele é o tipo de pessoa que vê o fim quando começa? Sexo com um homem que nunca conheceu o fim uma vez que o fogo foi aceso estava muito longe de sua aparência simples usual.
Ouviu dizer que ele é louco por sexo. Na verdade, ele é um homem que não fala bobagem. Além disso, parece que ele é muito meticuloso na auto-objetivação… Foi quando deitou sua cabeça pesada de lado pensando nisso.
-Ah.
A pequena exclamação que irrompeu novamente veio de surpresa. Uma paisagem inesperada aguardava a Yeoho.
-Finalmente você acordou.
Um homem estava sentado no centro da paisagem. Uma mesa e duas cadeiras não muito longe da cama. Ele se sentou em um deles e estava em perfeita forma da cabeça aos pés, como uma natureza morta. Lábios e mãos, ao contrário da postura familiar de cruzar as pernas. Não havia cigarros à vista em parte alguma. Seus braços estavam silenciosamente cruzados e uma voz estridente fluía por entre seus lábios.
Familiar, mas ainda desconhecido. No entanto, era Woo Hyeong-Joo.
-Huh!
Assim que ele percebeu isso, Yeoho, que reflexivamente tentou se levantar, afundou no colchão com dor na parte inferior das costas. Era impossível. Definitivamente é um exagero esse tanto de dor. Cada junta de seu corpo estava gritando.
-Não precisa se levantar, então deite-se.
Um sorriso apareceu nos lábios do homem como se fosse engraçado.
-Isso… Isso não é uma quebra de contrato?
Yeoho apenas ergueu os olhos e encarou o homem. Era uma dor que ele não conheceria mesmo que morresse de maneira trágica. Pensar assim tornava tudo ainda mais nojento.
-Você prometeu não machucar meu corpo.
Não apenas o corpo. A voz falhou, e era rouca. Com tanto choro e gritos, não havia como sua garganta estar segura. Mesmo se olhar assim, que tipo de crueldade ele fez com um idol cujo trabalho principal é cantar? Yeoho juntou o cobertor. Como se servisse de barreira protetora.
-Se acordar depois de um bom sono, estará melhor, mas é exagero dizer que está machucado.
-… Se vou melhorar ou não, como o presidente sabe?
-Ao invés de discutir, por que não dorme? São apenas 4 da manhã. É hora de boas crianças dormirem um pouco mais.
Hyeong-Joo riu levemente e se levantou de seu assento. Yeoho, que ficou imediatamente furioso com as palavras “boas crianças”, esqueceu o que estava prestes a dizer e olhou para ele, mas se levantou, imaginando se estaria tudo bem. Era difícil para ele ver Yeoho deitado. Além disso Yeoho não queria seus olhos sobre seu corpo, já teve muito disso por uma noite.
-… Você tem algum plano para as 4:00 da manhã?
Ao contrário dele, que teve que se cobrir com um cobertor, ele estava vestido de uma maneira que não seria nada estranha quando saísse. A imagem do homem tirando a roupa beijando freneticamente seu corpo o lembrou disso, e sua testa se estreitou por um momento. Por que, em um momento como este? De qualquer forma, os dois estavam de volta à estaca zero. Ele ainda estava nu e Hyeong-Joo não. Percebendo de repente, Yeoho murmurou como se estivesse reclamando. Na verdade, foi uma reclamação. É verdade que não gostaram muito desta situação.
-Claro. Não apenas tenho um compromisso, mas também estou atrasado.
Não havia como Yeoho não ter ouvido a sua voz. Hyeong-Joo ergueu o pulso para conferir a hora novamente e ficou feliz em responder às reclamações do adversário.
Yeoho, que estava enrolado em um cobertor, olhou para ele apenas piscando os olhos. Atrasado? Não sabia nada sobre seus grandes negócios, mas se for tarde demais, não é hora de ficar aqui.
-Nesse sentido, é hora de parar. Se seu corpo não melhorar mesmo depois de acordar, me ligue. Vou deixar você descansar por alguns dias enquanto estiver doente.
O ponto de interrogação que havia enrolado em seu rabo desapareceu com suas próximas palavras. A testa de Yeoho se estreitou como se ele tivesse esperado. Isso é preocupante ou ameaçador? Foi mais difícil interpretar as palavras ‘deixar você descansar’ da boca de Woo Hyeong-Joo, do que se fosse outra pessoa. Deve dizer que é uma nuance que parece que vai deixá-lo descansar sempre que não cometer um erro…
Como se isso fosse o fim do que ele tinha a dizer, o homem imediatamente se virou. Também não houve saudação desta vez, adeus ou até logo. Ou você entrará em contato comigo, mesmo uma saudação tão normal.
-Ah, e…
A saudação foi omitida, mas o corpo do homem que falava pelas costas para ver se ainda havia algo a dizer estava prestes a virar para este lado novamente. Sentindo-se inquieto por um momento, Yeoho atacou primeiro.
-Dinheiro é bom.
Foram palavras que surgiram do nada, sem contexto. Porque era de alguma forma assim. Não sabia quantos cheques havia na carteira de Hyeong-Joo hoje, mas ele era uma pessoa que podia abrir a carteira a qualquer hora, em qualquer lugar. Antes disso, tinha que ser parado primeiro. Duas vezes é uma especificação.
-Dinheiro?
A testa do presidente se estreitou maliciosamente. Olhando para a expressão que parecia um pouco perturbada dependendo da interpretação, Yeoho percebeu que foi muito precipitado.
-Então, dinheiro… não vou aceitar…
Não havia certeza na voz que diminuía à medida que avançava. O mesmo vale para o olhar com o qual ele não suportou fazer contato visual e virou a cabeça para evitá-lo.
-Por que? Oh, é como prostituição?
-… Ah, sim, é que… Mesmo que não seja necessariamente isso.
Woo Hyeong-Joo riu de como era engraçado.
-Às vezes você se vê sendo muito generoso consigo mesmo. Ou sua personalidade é assim mesmo?
-O que quer dizer? Eu sou… pareço assim?
Está sendo generoso consigo mesmo? Falando em Seo Yeoho, ele era muito rígido consigo mesmo, então era o tipo de pessoa desumanizada. Foi uma voz que o gerente hyung e os membros disseram em uníssono. O mesmo vale para seus irmãos. Era difícil de entender para Yeoho, que começava com autocensura quando algo acontecia.
Embora seja verdade que o personagem é positivo. É natural que tenha aprendido e crescido assim. Mesmo que não seja, não é uma situação que não tem escolha a não ser, ser positivo. Se tivesse dado errado aqui, teria ficado claro mesmo que houvesse algum tipo de problema antes.
É claro que Yeoho nem sempre foi positivo e havia exceções, é claro. Por exemplo, o homem olhando para ele bem na frente de seus olhos.
-Parece bom o suficiente. Além disso, acho que devo paga-lo em vez de apenas dar dinheiro.
-O que…
Que porra. Por que deveria receber pagamento dele?
-Se você deu uma aula, você tem que receber. Além disso, foi uma aula particular.
-O que? Quando foi que eu dei aula ao presidente…
Diante das palavras absurdas, Yeoho, que dessa vez tentava argumentar direito, fechou a boca lentamente. Porque sabia o que o homem queria dizer. Foi uma realização e procedimento muito natural. Principalmente quando se trata de aulas particulares.
Yeoho, que mantinha a boca fechada, puxou um pouco mais o cobertor e olhou para o homem. Não, tentou. Aparentemente, a praticidade cresceu repentinamente durante a noite. Ou é por causa do contrato? De acordo com o Artigo 2, Parágrafo 2, ‘A’ não poderia usar violência na medida em que deixasse cicatrizes em ‘B’ por qualquer motivo.
Era fato que estava muito dolorido.
-… Depois da entrevista, agora é aula?
-O que quer que seja? A menos que prefira estupro.
Essa atitude. O sorriso que se espalhava pelo rosto de Woo Hyeong-Joo era sempre sarcástico. Mais precisamente, mesmo um encolher de ombros.
Perfeito, lamentável.
-O que eu estava tentando dizer é que, de agora em diante, é melhor eu fazer algum exercício. Os idols de hoje em dia se cuidam, não é?
-… Por que você está se exercitando de repente?
Ele imediatamente se irritou com seu tom peculiar de dizer coisas que não precisava fazer, mas como era verdade que ele não se exercitava, Yeoho respondeu de forma respeitosa.
-Só desmaiou uma ou duas vezes. Você vai desmaiar toda vez que fizer isso?
Era tarde demais para pensar que era apenas isso. Mas desta vez também não havia nada a dizer.
-Força física também é autogestão. Afinal, você tem a obrigação de me satisfazer.
A sugestão, à sua maneira até simpática, ‘fazer algum exercício’ acabou por ser uma ordem para ‘satisfaze-lo’. Além disso, qual é o motivo? Ele tem a obrigação de satisfazê-lo? Uma sobrancelha de Yeoho, que estava ouvindo silenciosamente, subiu. Hyeong-Joo estava obviamente tentando se controlar. Como se fosse possível.
-Acho que não havia nada disso no contrato.
Como se ele realmente pretendesse ir desta vez, o corpo de Hyeong-Joo parou no meio do caminho quando ele estava prestes a se virar sem se despedir. No perfil lateral que olhava obliquamente, não se encontrava o mesmo sorriso de momentos atrás. Ele está com raiva? É só isso?
Em um instante, a saliva escorria pelo fundo da garganta tensa de Yeoho. Mas não tinha intenção de ouvir o que estava prestes a dizer. Você tem que falar, ouvir e viver. Yeoho aprendeu e cresceu assim.
-Não tenho obrigação de cumprir nada que não esteja no contrato.
Mesmo que não fosse necessariamente pelo ambiente em que cresceu, era um problema que tinha que apontar. Hyeong-Joo era um homem acostumado a ordens e, além disso, não tinha escrúpulos em controlar os outros. Era um fato que não mudaria por mais que sorrisse com um rosto de aparência humana.
Obviamente, a maioria de suas sugestões eram ordens. Entre eles, obviamente, havia ordens que Yeoho não conseguia entender.
Hyeong-Joo virou-se completamente e ficou de pé diante de Yeoho. Seu olhar olhando para baixo era familiar, mas não havia nada que ele pudesse fazer sobre ficar nervoso o tempo todo. Mesmo os humanos que estavam acostumados a se cansar de todos os tipos de olhares não eram exceção.
-… Hm. Esqueci por um momento que Seo Yeoho era uma pessoa muito mais difícil do que parecia.
Ele riu casualmente. Por um momento, sua mente ficou tranquila e percebeu com certeza que esse é o ponto em que se sentia injusto e nervoso. Ao contrário dele, que não tinha escolha a não ser reagir a cada mudança trivial na expressão ou no tom do presidente, Hyeong-Joo, inversamente, usava essas coisas triviais para influenciar arbitrariamente a distância e a temperatura entre os dois.
-O que posso dizer com certeza é… Independentemente de estar escrito no contrato ou não.
É o mesmo agora. Estava nervoso só porque ele deu um passo mais perto. Yeoho, cujos pés estavam sobre a cama, não conseguia nem se mexer. Hyeong-Joo estava agora bem na frente de seus olhos.
Naturalmente, o olhar que olhava para ele não era nem frio nem quente.
-Você deve saber como me agradar.
Para ele, todas essas coisas são tão naturais. Yeoho não precisava ficar excitado, nenhuma razão para mudar. Yeoho já tinha suas ordens. É embaraçoso, mas era verdade.
A maior parte pertencia a Hyeong-Joo, exceto a parte de Yeoho. É por isso que Hyeong-Joo pode dar uma ordem, não uma sugestão ou convite, para que Yeoho saiba como agradar a ele. Mesmo que não agora, ele seria lembrado de seu dever de tempos em tempos. O fato de ele nem querer dizer isso foi um elemento que irritou ainda mais Yeoho.
No final, Hyeong-Joo estava certo. Se estava escrito no contrato ou não, era irrelevante.
Os punhos escondidos sob os cobertores estavam ficando mais fortes. O olhar que perseguia Woo Hyeong-Joo não perdia o menor movimento. Era um limite natural. Aos olhos de Yeoho, ele podia ver claramente a mão do homem se aproximando dele.
O que mais ele vai fazer agora? Era uma reação inevitável começar com um pensamento ruim, então a distância entre as sobrancelhas de Yeoho diminuiu rapidamente. Se tivesse franzido a testa um pouco mais, teria fechado os olhos.
No entanto, a mão do homem alcançou um lugar inesperado. Estava acima da cabeça.
-Eu vou entretê-lo também, quando eu quiser.
Seus longos dedos correram suavemente por seu cabelo.
Surpreso, Yeoho levantou a cabeça, e o rosto do homem, sorrindo tão gentilmente quanto a mão que ele tocou antes, estava olhando para baixo. Era um rosto tão bonito que foi confundido por ser muito amigável. Sentiu como se fosse ter um soluço.
O tempo dado foi curto. Hyeong-Joo imediatamente se virou e desapareceu em direção à porta. Em uma das mãos, ele segurava um arquivo contendo o contrato que assinou na noite anterior, e os cumprimentos foram omitidos como esperado. Yeoho, que estava observando até as costas do homem desaparecerem de vista, voltou a si uma batida depois, assustado.
-O que… ?
O que acabei de ver? O que mais ouviu? Sua mente não estava clara. Foi lento e desajeitado. A contração e movimento das pálpebras também diminuíram. Precisava de tempo para pensar sobre isso, mas quanto mais pensava sobre isso, mais ele se emaranhava e mais não conseguia organizar.
Foi mais tarde que percebeu que seu rosto estava quente.
-Está louco…
Claro, o conteúdo do sonho só é embaraçoso depois de ser lembrado. Não, nem poderia dizer que foi um sonho.
Só estava lembrando da noite passada.
O calor que se espalhou de suas bochechas deve ter atingido sua cabeça no final. Yeoho tocou a testa com a dor de cabeça repentina que sentiu. Agora é quase uma enxaqueca diária, mas foi sutilmente diferente do normal. Até isso bastava para irritar Yeoho. Fechou os olhos ao mesmo tempo em que suas sobrancelhas se estreitaram.
Tudo isso é por causa de Woo Hyeong-Joo.
Não importa o quanto pense sobre isso. Woo Hyeong-Joo disse que estava atrasado. Mas, para o que estava atrasado? Tomara que ele se atrase sempre. Se ele se atrasar, simplesmente irá embora o quanto antes. Mas ele fica com raiva quando o deixam esperando…
Os pensamentos pararam no meio do caminho. Os olhos de Yeoho, que estavam fechados, abriram-se silenciosamente e, por algum motivo, ele tirou o cobertor em que estava enrolado até então e o jogou fora. Com as duas mãos, traçou o peito e as manchas vermelhas, chegando finalmente às suas nádegas.
Não sentiu nenhuma estranheza. Assim que percebeu, seu rosto esquentou incontrolavelmente.
-O que realmente…
Teria sido melhor se a imagem do homem sentado ali guardando a cama como uma natureza morta não viesse à mente.
Principalmente a voz que dizia também que o satisfaria.
***
-Seo Yeoho.
Faz muito tempo que não o chamam pelo nome completo, e isso causou desconforto. Yeoho virou-se com um gesto nervoso.
-… Uh o quê? Ah, Jihwan hyung. Acordado?
A hora atual é 5:40 da manhã. Era um momento em que as pessoas ainda dormiam, mas havia algumas pessoas acordadas como ele. No entanto, isso é para funcionários de escritório que precisam ir trabalhar ou estudantes que precisam pegar o ônibus para a escola. Ou, era apenas para aqueles que tinham que se levantar e preparar o café da manhã, e Jihwan, que o chamou mesmo em uma voz mais baixa do que o normal, não pertencia a nenhuma dessas opções.
-Hm, por que você está acordado? Não vai dormir mais?
O líder do Best-Est, que busca a perfeição em todos os aspectos, costuma dormir cedo e acordar cedo para manter a melhor condição, mas mesmo assim ainda é muito cedo esse horário.
-Você disse que estava indo para a casa dos seus pais, então por que você já voltou?
-Ah, isso…
Como ele não esperava encontrar Jihwan na porta da frente, as palavras de Yeoho desapareceram naturalmente. Também sabia que mentiras levariam a mais mentiras. Além disso, Yeoho também não era bom em mentir.
Isso não é algo que se possa dizer honestamente. Algumas horas atrás, fez sexo com uma pessoa chamada presidente Woo (talvez tenha a ver com aula), desmaiou no meio do caminho e só acordou de madrugada para se despedir da outra pessoa. Eram palavras que não poderiam ser ditas corretamente .
Além disso, Yeoho já assinou um acordo de confidencialidade.
-Eu ia passar no hospital da minha mãe, mas de repente lembrei que esqueci, eh, e é hora de ir trabalhar daqui a pouco. Eles disseram que haveria mais pessoas lá fora, então cheguei mais cedo. Eu não dormi mesmo, e daí… Você acordou por minha causa?
-… Não é bem assim.
-Desculpe, desculpe. Vou dormir um pouco enquanto estiver aqui.
A maneira como ele rapidamente mudou suas palavras era suspeita para ele, mas não havia outra escolha. A posição de Yeoho, na qual ele não tem escolha a não ser mentir para Jihwan, também é muito difícil.
Até agora, mesmo que seja mentira, é apenas para proteger Jaemin, que acordou secretamente de madrugada para grelhar presunto enlatado, ou para ganhar tempo para Taewoon, que foi para a sala de espera de outro idol.
-Você está estranho esses dias, Seo Yeoho.
-… Uh? Esquisito? Eu?
Seria bom se pudesse deixá-lo pra lá. Jihwan agarrou Yeoho mais uma vez.
-Sim, na prévia outro dia… Há algo errado?
Não era algo que não soubesse, mas o líder tinha um ponto bastante afiado. Especialmente porque Jihwan reage com sensibilidade à presença de Yeoho, embora pareça indiferente a tudo no mundo.
Além disso, Jihwan tinha um interesse ligeiramente obstinado. Pode-se dizer apenas olhando para o que aconteceu na última estreia o que ele ainda tem em mente. Parece que ele não vai simplesmente se deixar levar. Talvez ele estivesse procurando uma oportunidade o tempo todo.
Jihwan soltou um longo suspiro ao olhar para Yeoho, que não respondeu. A julgar pela reação, era interrogatório ou resmungo. Era um deles. Foi quando Yeoho, que não estava satisfeito com nenhum dos dois, levantou a cabeça com o pensamento de que deveria bater na bola com antecedência.
Quase ao mesmo tempo, Jihwan perguntou novamente.
-Você… Você está apaixonado?
Apaixonado? A cabeça de Yeoho se inclinou para o lado com a pergunta repentina. Que amor repentino.
-Você está apaixonado?
-… Huh?
Parecia que tinha que dizer duas vezes para ele entender. Desta vez, as sobrancelhas de Jihwan se estreitaram nitidamente como se fossem vistas. Tardiamente, Yeoho, que entendeu bem suas palavras, acenou com a mão em surpresa.
-Não! Não, não! Assim de repente, que romance? Onde eu vou fazer algo assim? O hyung também…
-Então, o que é? Você está estranho esses dias Não ouve direito nem quando as pessoas te chamam, só olha para o seu telefone o dia todo, e é tudo tão repentino…
Fora a noite toda. Essas palavras foram silenciadas. Jihwan não falou. Yeoho não perguntou nada também.
-Não é nada disso. Você não confia em mim, hyung?
Yeoho, que finalmente entendeu a situação, fez um barulho incomumente alto e até acenou com as mãos.
Apaixonado? Absurdo. Yeoho raramente entrava em um relacionamento. Após a adolescência a que se dedicou como estagiário, ainda na casa dos vinte anos, estava ocupado cuidando das circunstâncias da equipe. Isso é tudo. Sua mãe estava deitada em uma cama de hospital e sem sequer levantar um dedo, tinha que pagar as contas do hospital e as despesas escolares e de vida de seus irmãos era esmagadora.
Isso não significa que não era popular, é claro. Houve algumas investidas de mulheres que não podiam saber de suas circunstâncias, e entre elas havia celebridades famosas que eram conhecidas por todos pelo nome, mas Yeoho sempre recusado. Porque não tinha tempo para lidar com eles. Além disso, não estava familiarizado com os fãs.
Desde que deixou todos, nunca mais teve um relacionamento ou algo parecido… O amor é uma merda.
Conhecia a alegria de ser amado, e não seria exagero dizer que amou todos que o amam, mas nunca deu ou recebeu carinho focado em uma pessoa especial fora da minha família ou membros do grupo.
Yeoho agora até balançou a cabeça e negou veementemente as palavras de Jihwan. Ele não estava falando nada com nexo.
-Hã? Sério? Sério mesmo… Você não quer dizer? Você está escondendo algo de mim?
-Por que o hyung está fazendo isso? Hm? Que romance, se tivesse acontecido eu teria contado primeiro ao hyung. Está falando absurdos, então serei paciente. Que bobagem você está…
Era literalmente ‘absurdo’. Era tudo, menos romance, algumas horas atrás, havia assinado um contrato para vender seu corpo em troca de dinheiro, não patrocínio. Lembrando-se do contrato, Yeoho, cujo gosto era amargo novamente, mordeu delicadamente o interior dos lábios.
Neste momento, não sabia por que o rosto sorridente de Woo Hyeong-Joo veio à mente enquanto olhava para ele.
-Deixe-me fazer mais uma pergunta. Então antes de você…
-Está tudo bem, está tudo bem. Pare de falar besteira, quanto mais falar que estou namorando secretamente. Se fizesse algo assim e fosse pego por Jaemin, seria interrogado por três dias e três noites. Se algo assim acontecer, serei o primeiro a contar ao hyung. Agarre-se às suas preocupações e esmague-as.
-…
-Ah, estou com muito sono. Estou cansado. Não tenho conseguido dormir ultimamente…
Jihwan parecia ter algo a dizer, mas Yeoho intencionalmente exageradamente bocejou. A boca escancarada e a mão cobrindo a boca pareciam naturais. E entre tantos talentos, não sabia o quão sortudo era por ser bom em atuar. Assim que ele entrou no quarto, ele cuidadosamente fechou a porta. Depois de tirar grosseiramente seu casaco, rastejou direto para a cama. Como ele dividia o quarto com Jihwan, a única maneira de sobreviver era fingir dormir o mais rápido possível.
Até Yeoho entrou no quarto, e a casa ficou silenciosa novamente. Ainda não são 6 horas, então é hora de todos os outros membros dormirem. Teria sido o mesmo para Jihwan como sempre, mas ultimamente ele tem acordado sem motivo.
Estava quase pegando no sono quando ouviu a porta da frente abrir. Não era hora de ninguém ir e vir, então ele naturalmente pensou em Yeoho, e a previsão correspondeu maravilhosamente.
No dia em que ia para a casa dos seus pais, passava no hospital da sua mãe e voltava na tarde seguinte. Não sabia o que ele disse que esqueceu, mas pelo menos sabia que ele estava mentindo. Não é só uma questão de hoje. É raro, mas Jihwan primeiro contatou seu dongsaeng, para perguntar sobre o paradeiro de Yeoho. Se sentiu envergonhado por estar sendo seguido, mas não havia outra escolha.
Seo Yeoho não foi para sua cidade natal.
Então, para onde ele foi? E por que teria que mentir para ele? Jihwan, que havia deixado para trás, estreitou os olhos enquanto olhava para a porta bem fechada, então soltou um suspiro raro.
Havia outra coisa que queria perguntar.
-… Que diabos era aquilo no tornozelo?
Uma ferida atrás do tornozelo de Yeoho. Era uma área difícil de ferir, pois não era muito perceptível. Além disso, não sabia se é por causa do seu humor, mas que diabos é essa ferida que parece que foi mordida por alguém…
O que era isso, Jihwan não podia nem perguntar.
***
-Não chore.
Uma mão forte esfregou sua bochecha. Enquanto se agachava em uma bacia de estanho, ela pegou água com as mãos e lavou o rosto várias vezes antes de falar algo. Por alguma razão, seu rosto ficou imóvel e congelou. Então mais lágrimas saíram. As bochechas jovens, que faziam barulho toda vez que esfregavam, estavam encharcadas de coisas que não sabiam se eram água ou lágrimas.
-Não estou chorando por isso. Você não fez nada de errado. Você disse que foi Byeong-Cheol? Vou na escola amanhã repreendê-lo para não perturbar meu Yeoho.
Aliás, ele brigou com Yeoho. Não bateu, mas escondeu suas roupas de ginástica e colocou insetos mortos em seus chinelos.
Era ele quem sempre implicava com Yeoho, batia ou humilhava várias vezes na frente de outras pessoas para mostrar que é forte. Yeoho deliberadamente não disse a sua mãe em casa para evitar preocupa-la.
Então um dia. Finalmente se passaram quatro meses. Yeoho, que não aguentou, voltou-se contra ele. Ele estava com raiva porque bateu em sua cabeça, então gritou para parar, mas quando Yeoho, que agia como um fracote todas as vezes, gritou de repente, ele pareceu ficar envergonhado.
A princípio, ele não sabia o que fazer, e então levantou a mão para Yeoho, que gritou porque não queria mais apanhar. Graças a isso, foi atingido algumas vezes. Havia muitas crianças olhando ao redor, mas ninguém ajudou.
Era injusto e triste. Yeoho que fugiu dele e foi para casa, encontrou sua mãe que estava afastada do trabalho por causa da construção da loja, em frente ao portão. Não havia chorado ainda por causa do seu orgulho, mas assim que viu o rosto da sua mãe, as lágrimas rolaram. Quando falou sobre o que havia acontecido até agora, foi difícil entender as palavras por causa das lágrimas misturadas. Ainda assim, sua mãe o ouviu pacientemente até o fim.
-… Foi atingido, então se você bater de volta, ficará exatamente igual ao cara que bateu em você. Eu te disse, não disse? Você não deveria bater nas pessoas. Você ouviu bem a sua mãe. Bom trabalho. Você aguentou, meu filho. Bom menino.
Sua mãe era uma pessoa que tinha uma clara distinção entre o que não deveria ser feito e o que poderia acontecer. Desnecessário dizer que a violência pertencia a algo que não deveria ser feito, e Yeoho também cresceu sendo atingido todas as vezes. Talvez seja por isso. Poderia ter pulado no cara que o bateu e batido nele, mas Yeoho não o fez. Mas não podia continuar sendo atingido, então forçou o máximo que pode e fugiu.
-Escola… Ir para a escola, argh não quero, ugh…
Era alguém que teria que enfrentar novamente quando fosse para a escola amanhã. Não só ele, mas todas as outras crianças. Se perguntou sobre o que todos pensam ao seu respeito. Talvez pense que é um tolo estupido. Fugiu sem acertar um único golpe.
-Hoje você fugiu, amanhã fugirá novamente? É isso que você quer?
-Urgh… Não, huh, não, eu não quero fazer isso, eu não gosto, hmph…
-Hm, foi bom evitar, mas você não pode fazer isso pra sempre. Endireite seu peito, hm. Certo. Eu sou sua mãe. Vamos para a escola com a mamãe amanhã. Entendeu?
Foi tão preciso que só então pude acenar com a cabeça relutantemente enquanto observava sua mãe sorrir. Seria demais continuar se escondendo nos braços de sua mãe? Abraçou o pescoço da sua mãe e pensou nisso.
No dia seguinte, sua mãe foi à escola.
Yeoho não foi o único que conversou com sua mãe. A mãe do menino também estava com ele. O menino com um curativo na nuca estava parado ao lado da sua mãe com uma cara de bravo. A professora gritava da sala de aula para a mulher de meia-idade ir embora, assim que viu Yeoho, rejeitou o aviso da professora e se aproximou deles.
-Você é a mãe? Veja os pontos, a cabeça do meu filho está rasgada! O que você vai fazer sobre isso? Como você vai assumir a responsabilidade!
O rosto de Yeoho ficou branco quando ouviu o que a mulher disse. No final, empurrou ele uma vez porque não aguentou, mas não sabia que ele estava machucado. Os lábios de Yeoho também estouraram e ficaram com uma ferida, mas a ferida ali era maior que a sua.
A primeira coisa que o jovem Yeoho lembrou foram as contas do hospital. Mesmo que o próprio Byeong-Cheol não fosse grande coisa, a história de seu pai ser executivo de uma empresa, sua mãe ser a presidente do conselho e morar no melhor apartamento do bairro veio à mente. Foi também por isso que Yeoho suportou pacientemente sua intimidação. Não queria tornar as coisas grandes.
-Você! Peça desculpas ao meu filho agora. Agora mesmo! Caso contrário, vou levá-lo para a delegacia imediatamente! Você não vai se ajoelhar agora e se desculpar?
Os olhos aterrorizantes da mulher de meia-idade se voltaram para Yeoho. Surpreso, Yeoho sem querer agarrou o pescoço da sua mãe. Uma delegacia. Não é para lá que só os bandidos vão? Só de pensar nisso sentiu medo.
Sua mãe soltou delicadamente a mão que segurava seu pescoço e deu um passo à frente. Ao contrário da outra pessoa que agia loucamente no corredor, sua mãe estava calma.
-Peça desculpas por isso.
-O que, o que… ? O que você disse agora, desculpar-se? Você está me pedindo para pedir desculpas ao seu filho? Você está louca. Em uma situação em que o atacante é óbvio para qualquer um!
-Atacante? Parece que seu filho deixou de fora sua culpa, não foi?
Assim que sua mãe terminou de falar, ele se encolheu visivelmente e se escondeu atrás de sua mãe. Parecia que ele nem abriu a boca sobre o que tinha feito. Percebendo que a situação era estranha, a mulher de meia-idade olhou para o filho e depois voltou a virar a cabeça.
-É culpa do seu filho, de qualquer maneira! Meu filho está ferido agora. Você não pode ver isso? Você não pode ver que a criança ficou assim!
O adversário se comportou de forma imprudente. A mulher que virou o filho mostrou a nuca dele e levantou a voz.
-Meu filho também está ferido. Esta vendo seu rosto machucado? Ele parece ter sofrido bullying todo esse tempo, como vai assumir a responsabilidade por isso?
-Mulher, do que você está falando? Meu Byeong-Cheol intimidou esse garoto? Você tem alguma prova de que meu filho fez isso? Você tem alguma prova! Ele é um bom garoto.
A conversa não ia bem. Ela nem parecia querer falar antes. Yeoho puxou a gola de mãe novamente. Queria fazer isso se pudesse acabar com essa situação se desculpando. Sentiu que não deveria ter reagido, então se arrependeu. Deveria ter ficado parado como de costume. Por que…
Sua mãe soltou sua mão e deu um passo à frente.
-Eu vou pagar o tratamento da criança, então você, não a criança, pede desculpas ao meu filho.
-… O que?
-Pedi para você se desculpar, por seu filho. Os pais deveriam se sentir envergonhados se criaram seus filhos de maneira errada.
Não havia sequer um sinal de agitação no rosto de sua mãe quando ela disse isso. Parecia uma atitude natural e confiante. Yeoho abaixou a cabeça, sentindo que estava prestes a chorar.
As palavras da mãe podem ter acendido o fogo, mas a outra pessoa tornou-se mais turbulenta e agitada e, no final, sua mãe também gritou e brigou com ela. Quem parou no meio foram os professores da sala de aula. A luta, que terminou pouco antes do início do primeiro período, terminou sem vencedor ou perdedor.
No final, Yeoho nunca recebeu um pedido de desculpas. Mas ele também não se desculpou.
-Ele é uma criança preciosa que cresceu sem nunca levantar a mão! Ninguém nunca tocou no meu filho, mas seu filho bateu no meu.
A voz da mãe, que virou os olhos e gritou com a outra, ainda é vívida. Ele tinha apenas dez anos e já é uma história há mais de uma década, mas apenas em sua memória, aquela época permanece clara.
Yeoho sorriu amargamente e fechou os olhos. Por que a lembrança dessa época veio à mente agora que está indo para o hospital de sua mãe?
Talvez a mãe tenha ficado muito chateada e com raiva quando viu o filho voltar com uma cicatriz no rosto. Se você for atingido, deveria ser atingir também, talvez ela queira dizer que está sendo atingido como um idiota. Talvez ela tenha se odiado ainda mais por não ensiná-lo dessa maneira, e seu coração ficou partido.
Agora, mais de dez anos se passaram. Foi somente ao criar os irmãos mais novos, especialmente o mais novo com uma grande diferença de idade, que Yeoho finalmente entendeu os sentimentos de sua mãe.
-Haa…
Mesmo que não pudesse ir toda semana, era sua rotina diária visitar o hospital de sua mãe uma vez a cada duas semanas. Não importa o quão ocupado esteja, é hora de visitá-la de alguma forma. Na verdade, metade era porque não podia visitar com mais frequência, e metade era porque queria ir até o quarto do hospital e se virar porque era doloroso olhar para sua mãe que não havia melhorado.
Sete anos se passaram. O estado de sua mãe continua o mesmo.
Dizer que está viva e viver de um jeito que consiste apenas em prolongar sua vida. O coração de quem não tem escolha a não ser assistir a vida que não pode nem morrer à vontade está sempre pesado. Então às vezes quer perguntar. O que sua mãe quer que faça?
Mãe, está bem ficar assim?
-Mãe, estou aqui.
Ele disse sua saudação habitual e tirou o boné. Despenteando delicadamente os cabelos, pondo o boné de lado, Yeoho puxou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama.
Sua mãe, que nunca moveu uma pálpebra, muito menos um dedo, estava deitada na cama hoje com o rosto calmo. A interpretação de um rosto sem expressão está na mente de quem vê. Pelo menos quer acreditar que está confortável no mundo além da consciência.
Yeoho riu amargamente.
Isso é algo com o qual precisa se acostumar e o quanto se decidiu. A princípio, não havia lágrimas. Porque não conseguia acreditar. Foi um dia chuvoso. O carro em que o pai, que estaria ao volante embriagado, derrapou e capotou na chuva. Seu pai morreu no local. Sua mãe está inconsciente… Para Yeoho, que estava quase morando na sala de treinos para sua estreia na etapa que aconteceria uma semana depois, a notícia foi como um raio.
Tudo correu bem. Yeoho, que acabara de completar 20 anos, não tinha nada para fazer e não sabia o que fazer. Apareceu uma pessoa que dizia ser seu tio materno, que nem sabia que existia, e o resto do procedimento foi feito, dizendo que os adultos fazem isso sozinhos.
Não sabia o que seu tio fez, mas uma quantia enorme de dinheiro do seguro entrou em sua conta bancária. Foi a primeira vez que viu um tio por parte de mãe, mas parecia que eles eram da família e se ajudaram. O funcionário da seguradora disse que seria difícil conseguir o prêmio do seguro apenas na primeira vez que se encontraram e, no dia seguinte, tranquilizou Yeoho, dizendo que o acordo foi concluído com segurança.
Perdeu contato com seu tio desde então. Havia uma pergunta que queria muito fazer, mas nem seu tio que desapareceu de novo nem nenhum outro adulto respondeu à pergunta de Yeoho.
-Sério… É verdade que meu pai dirigia bêbado?
Mesmo no funeral do seu pai, não houve lágrimas. De pé com braçadeiras de cânhamo nos braços, cumprimentaram os poucos enlutados. Engoliu sua tristeza em sua garganta enquanto as lágrimas escorriam pelas bochechas de seus irmãos mais novos chorando enquanto via sua família se despedaçar.
Era difícil ficar triste em seus próprios termos. Havia muito o que fazer. O que seu pai, que partiu primeiro, passou para ele foi a família que tinha que proteger a partir de agora.
A única vez que ele conseguiu chorar foi na sala de prática, quando voltou logo após o funeral. Chorou e chorou nos braços dos membros que estavam mais tristes que ele.
-Mamãe … Ainda do mesmo jeito hoje.
Diz que está tudo no passado, mas lembranças que ainda permanecem nitidamente no local vêm de repente à mente e às vezes são dolorosas. Houve também um momento em que coisas com as quais já estava familiarizado pareciam estranhas. Nessas ocasiões, Yeoho sorriu amargamente. Sua mãe ainda está viva, seus irmãos mais novos são saudáveis. Havia membros e gerente hyung. Há também fãs.
É porque ainda tem muito depois de perder tanto? As lágrimas às vezes eram um luxo para aqueles que eram amados…
Apague os pensamentos à força. Não importa quantos pensamentos guarde, eles encontrarão seu lugar imediatamente. Um pouco doloroso, muito frustrante. Não sabia se era por isso, mas Yeoho de repente, talvez de repente se lembrou de um certo homem.
É tudo por causa das palavras inúteis de Jihwan antes. Apaixonado. Um sorriso fino fluiu de seus lábios como uma brisa. Por um lado, se ele fez tal pergunta, deve ter sido estranho que estivesse estranho recentemente.
O que fez? Não achava que havia algo particularmente diferente.
-Estou muito ocupado esses dias, desculpem. Foi muito trabalho, muitas coisas aconteceram…
Foi só esta semana. Não havia nada particularmente diferente da última vez, mas Yeoho murmurou, sentindo-se arrependido por nada, tocando cuidadosamente a mão de sua mãe onde o soro intravenoso foi inserido. Depois de perder a consciência, sua mãe envelheceu lentamente, é o único consolo.
-Hm, mãe. Eu acho… Acho que fiz algo muito estúpido.
Falar sozinho está cada vez melhor. Nunca falha. É uma coisa familiar.
-Eu não deveria ter fingido que sabia, mas eu só… Ah, acho que é por isso que me lembrou dos velhos tempos. Você se lembra, mãe? Quando eu era jovem, a senhora foi para a escola uma vez.
Se arrependeu muito. Não deveria ter reagido. Deveria ter aguentado.
-Agora eu não sei o que fazer… O que você gostaria que eu fizesse?
Na verdade, nem tem graça perguntar isso. Mesmo que a consciência da mãe voltasse, seria algo que ela não poderia dizer.
Não é só porque eles assinaram um acordo de confidencialidade. Mesmo que seja sua mãe, é uma história que não pode ser contada a ninguém.
Não era uma pergunta que esperava uma resposta em primeiro lugar. A conversa entre mãe e filho é sempre unilateral.
-Te decepcionei muito, mãe…
Era algo que não deveria ter feito. Nos padrões de sua mãe e, portanto, nos padrões de Yeoho, era algo que nunca deveria ser feito. Ao seu pai que partiu primeiro, bem como aos seus irmãos mais novos que dependiam dele. E não sabia, mas de alguma forma sentiu mais pena de sua mãe, que parece saber de tudo isso.
Está prestes a chorar. Ele curvou as costas, segurando a mão com a qual ainda estava brincando mais uma vez. Ele enterrou a cabeça na cintura da mãe e solta um suspiro em vez de lágrimas.
-… Me desculpe mamãe. Por favor… Desculpe.
Disseram para viver honestamente. Não importa a dificuldade, não tenha vergonha. Sua mãe disse isso claramente.
Com as pontas dos polegares acariciando suavemente as costas das mãos, que iam secando aos poucos, Yeoho parou de rir. É um velho hábito sorrir sempre que se tem vontade de chorar. Poderia ter chorado na frente da sua mãe. É uma das poucas pessoas que podem fazer isso. Não poderia suportar fazer isso. Porque parece que vai ser ouvido pela sua mãe. Então ela definitivamente ficará chateada.
-Não. Finja que não ouviu nada. Mamãe … tenho pensado muito na senhora.
Iria dormir um pouco e depois ir embora. O médico disse que seria melhor para sua mãe se parasse agora. Já se passaram 7 anos, mas alguns dizem que aconteceria em 10 anos, então não é como se não houvesse esperança de qualquer maneira…
Tem que acordar algum dia. Tem que se levantar e repreendê-lo como se nada tivesse acontecido. Por que ele fez uma coisa tão estúpida, não há problema em repreendê-lo.
-… Oppa?
Assustado com a chamada repentina, acordou e virou a cabeça. Yeji, a segunda filha, estava de pé com um saco plástico preto em uma das mãos.
-… O que? E a empresa?
-Treinamento anual. Oppa, você não disse que estava ocupado ultimamente?
Yeji se aproximou e largou o saco plástico que trouxera do armário onde Yeoho havia colocado seu boné.
-… O que é isso?
-Está começando a temporada de tangerinas. Comprei algumas.
-Mas, ninguém irá comer de qualquer maneira…
-Urgh, mamãe gosta de tangerinas.
Diante da resposta calma, Yeoho riu. Não suportava mostrar isso por fora, então apenas engoliu a energia amarga por dentro.
-E por que não há ninguém para comer? Eu estou aqui.. Seo Yeoho ssi.
Yeji sorriu indiferente, vasculhou a sacola, tirou duas tangerinas e entregou uma ao irmão. Mesmo depois de aceitar, não conseguiu abrir o sorriso por causa da energia amarga que ainda perdura em sua boca.
-Me dê, seu irmão irá descascar isso para você.
Yeoho arrancou à força a tangerina da mão de sua irmã e silenciosamente começou a descascá-la. Sentiu que tinha que fazer algo assim. Sentir-se culpado sem fazer nada de errado. Se for uma tangerina, acho que já a viu pelo menos uma vez.
O aparecimento de tangerinas também significava que logo seria inverno. Inverno. É o oitavo inverno desde que seu pai faleceu e a oitava estação desde que sua mãe adormeceu. Enquanto isso, os irmãos mais novos cresceram. Embora tivessem nascido e sido criados juntos, ver que seus irmãos já haviam passado da fase de crescimento dava a Yeoho um choque estranho todas as vezes.
Quando cresceu assim? A princípio, Yeji era alta o suficiente para ultrapassar facilmente o nível dos olhos de Yeoho ao usar salto alto, mas, independentemente disso, o crescimento de seus irmãos sempre foi desconhecido, mas ele estava grato e, embora estivesse grato, sentia pena.
-Oh, certo, oppa. Eu tenho algo para te dizer…
-Huh?
Yeji, que aceitou a tangerina descascada até as migalhas brancas, de repente olhou para ele dizendo que tinha algo a dizer. Entre os três irmãos, ela que raramente expressa emoções e tem uma personalidade calma, tinha uma expressão confusa no rosto.
-O que? É ruim?
-Vamos sair e conversar.
Yeji olhou para sua mãe dormindo e arrastou seu irmão para fora. Significa sair porque sua mãe pode ouvir. Deve ter sido uma coisa muito ruim também.
Após saírem do quarto do hospital, os dois passaram pelo corredor e se dirigiram para a sala de descanso. Era um andar com uma única sala, então poucas pessoas entravam e saíam. Balançou a cabeça para sua irmã, que perguntou se seu irmão também gostaria de tomar café.
-O que aconteceu? O que aconteceu? Yeo-Woon aprontou alguma coisa?
-Não, nada disso.
No final, Yeji, que havia feito apenas sua porção de café, suspirou antes que pudesse falar. Não era algo que acontecia com frequência. Yeoho olhou para o rosto da irmã.
-Não é nada demais, o contrato da casa acaba logo, então…
-Hm, o que tem?
-… O proprietário quer aumentar o aluguel novamente.
-O que? Ela foi reformada há dois anos.
É incrível 1 milhão. Desde que foi reformada, lembrava-se de fazer barulhos estranhos e dizer que, se não concertasse, teria de sair de casa imediatamente.
Se isso acontecesse, bastaria que saísse, mas não queria isso. Era a casa onde morou com seus pais. Não tinha escolha a não ser sair por causa das contas do hospital de sua mãe, Yeoho e seus irmãos não queriam dar a casa para outra pessoa.
Era desejo dos três irmãos querer levar a mãe de volta para aquela casa um dia quando acordasse. O senhorio, que sabia da situação, fingiu ser simpático e teve pena dos irmãos no início, mas depois que Best-Est se tornou popular, mudou completamente de atitude e agiu como uma pessoa obcecada por dinheiro.
-… Quanto?
Não havia outras opções. Yeoho a olhou nos olhos e suspirou novamente.
-1 milhão.
-O que?
É como um ladrão! Por um momento, o punho de Yeoho ganhou força. Há apenas dois anos ele aumentou o aluguel em mais 1 milhão, acreditando apenas na palavra de que não aumentaria o aluguel a menos que houvesse um motivo especial no futuro. Mas outro 1 milhão?
A mente de Yeoho começou a girar rapidamente. O valor do empréstimo e a quantia em dinheiro que deve ser reembolsada à agência a cada mês. Para calcular sua classificação de crédito atual e quanto dinheiro pode pedir emprestado em seu nome.
O processo foi complicado, mas a conclusão foi fixada.
-O contrato vence em dezembro, certo? Antes disso, seu oppa tentará alguma coisa.
Não tinha escolha a não ser encontrar uma saída de alguma forma. Não queria colocar a responsabilidade nos seus dongsaengs, pelo menos em termos de dinheiro. Era algo que tinha que fazer.
-Então não se preocupe com nada. Nem fale nada para Yeo-Woon.
-… Uhum. Desculpe, oppa.
-Por que você está se desculpando? Está tudo bem. Eu também gravei um novo comercial… huh. Vai ficar tudo bem. Alguns roteiros de drama também chegaram. O dinheiro pode ser ganho rapidamente.
Olhando para sua irmã preocupada, Yeoho não teve escolha a não ser mentir. Uma mentira branca não é uma mentira. Não tinha como saber. A única coisa que está clara é que desta vez tem que sorrir amplamente.
______ Nota da Lilith:
A obra foi doada por Ah-Ri Novel´s de 1 ao 27 – Por conta do roubo de tradução estou colocando esse lembrete.
LA MÁFIA TRADUÇÕES (LEIA SOMENTE NOS SITES DE HOSPEDAGENS: YANP, FLUER BLANCHE, COVEN SCAN, BL NOVEL´S E WATTPAD)
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