Entre Espadas - Capítulo 16

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Quando Leonardo acordou, ele ainda estava confuso e um tanto tonto. Ele já não sabia quanto tempo havia se passado muito menos onde estava, sua primeira reação foi se sentar de maneira desajeitada enquanto sua visão de adequava aos poucos ao ambiente, era estranho, em um momento ele estava lutando contra aquele oni que atacou a vila e o velho templo e no outro… ele não se lembrava de nada.

Além de tudo ele estava em um lugar que nem ao menos conhecia, algum tipo de mesa de pedra em uma espécie de área interna, coberto de faixas e seu cabelo… seu cabelo havia crescido cobrindo toda sua cintura e estranhamente ele não havia ficado desnutrido, seu físico continuava como antes, o que era um tanto estranho, mas naquele momento nada disso importava, como se houvesse se tocado de algo muito importante, o garoto se levantou de forma desajeitada e se apoiou nas árvores para andar e nos corrimões, até conseguir chegar aos corredores, que estavam vazios.

— Ryo… eu tenho que encontrar o Ryo. — Leonardo disse com certa dificuldade em sua voz. Ele não sabia por quanto tempo havia dormido, mas com certeza isto não era algo para se pensar agora, se ele foi trazido para um lugar desconhecido, o mais importante para ele naquele atual momento era proteger seu companheiro.

Após certo tempo caminhando, de forma lenta e com dificuldades pelos corredores, Leonardo já não sabia mais quanto tempo havia se passado, desde que começou a andar e mesmo que não fosse um grande percurso, ele ainda estava fraco e sabia disso, mas ele não poderia deixar que isso o atrapalhasse e assim ele continuou andando. Finalmente, ele escutou vozes que vinham de uma das várias portas que aquele lugar aparentava ter, as vozes pareciam ser de duas senhoras de idade conversando sobre alimentos, provavelmente aquele lugar deveria ser uma espécie de cozinha. Ele não encontraria quem estava procurando neste local, bem, pelo menos ele preferiu pensar assim quando se virou para retomar o caminho do qual havia vindo.

No entanto, assim que conseguiu se virar enquanto se apoiava nas gastas paredes de madeira ao seu lado, o garoto se viu mais uma vez estático olhando para frente, lá estava alguém que havia o encontrado, era uma garota vestindo uma roupa clássica para a prática de artes marciais de coloração preta, com seu cabelo amarrado em um alto rabo de cavalo, que parecia de certa forma eufórica com até mesmo algumas lágrimas caindo de seu rosto, o que inicialmente deixou Leonardo um tanto nauseado. Ele demorou um certo tempo até reconhecer a pessoa que estava a sua frente tentando achar palavras para falar algo.

Quando finalmente reconheceu a jovem a sua frente, ele não pode evitar um grande sorriso no rosto seguidos por lágrimas que começaram a cair. — Desculpe por decepcioná-la Akiko, eu não consegui salvar sua mãe, mas se está aqui… imagino que estejamos seguros. — A voz do jovem até mesmo falhava em alguns momentos, pelo longo tempo em que ficou desacordado.

Escutando as palavras de Leonardo, Akiko pareceu sair de um transe e com lágrimas em todo o seu rosto a jovem correu até seu amigo e o abraçou em meio as lágrimas de felicidade até mesmo gritando: — Você acordou, Leo você finalmente acordou! Eu fiquei tão preocupada que não acordasse mais… e… e… — A menina parecia até mesmo se perder em suas palavras enquanto finalmente reencontrava seu grande amigo, agora acordado, apenas se recompondo quando uma voz calma soou atrás deles.

— Akiko, seu amigo acabou de despertar de um coma, se o apertar assim poderá machucá-lo, ele ainda está fraco, ajude-o a se apoiar. — Huo Liming disse calmamente, enquanto se aproximava lentamente do local onde sua discípula estava.

Constrangida, Akiko soltou o abraço e passou o braço de Leonardo em volta de seu ombro e de maneira que até mesmo o surpreendeu, Akiko estava o segurando de maneira excelente e em meio a seus pensamentos, o rapaz começou a se questionar: “Ela cresceu? Por quanto tempo eu estive desacordado? Até ontem ela não tinha essa força…”

E quase como se pudesse ler os pensamentos de Leonardo, Huo veio a respondê-lo parando na sua frente. — Ela está mais forte pois segue treinando com excelência e dedicação a cada dia, enchendo este mestre de orgulho, no futuro sei que ela se tornará uma grande mestra. Você é o Leonardo certo? É um prazer finalmente conhecê-lo.

Akiko por sua vez ficou vermelha com tais elogios, a garota não estava acostumada com elogios assim e recebê-los ainda lhe causavam um enorme constrangimento, mas aos poucos a jovem aprendia a aceitá-los e, por fim, deixando tal constrangimento de lado ela voltou a falar mais uma vez — Oh, é mesmo, antes que eu me esqueça, Leo esta pessoa a sua frente é meu mestre, Huo Liming, um grande mestre de artes marciais e um médico excepcional, foi ele quem cuidou de você em seu sono.

— Seu mestre? E um médico…? Então estamos seguros? Escute Akiko a pessoa de quem eu estava cuidando você o viu? Ele está aqui? —  Ele perguntou engolindo seco, era de certa maneira mais fácil falar agora quando não precisava concentrar suas energias em sustentar seu próprio corpo de pé, mas era estranho mesmo com sua pergunta o silêncio permaneceu no ambiente como se Akiko não soubesse o que falar exatamente.

— Akiko, onde ele está? Me diga ele veio para cá?

— Leo… é complicado, acho melhor não conversamos sobre isto enquanto se recupera, falemos disso mais tarde, ok? — A menina falava com grande pesar em sua voz, ela não sabia como contar para Leonardo que a sacerdotisa que ele cuidou durante um longo tempo com tanta dedicação havia desaparecido ou que até mesmo havia uma grande possibilidade que ela esteja morta.

A maneira como Akiko se esquivava do assunto implantou uma certeza na mente de Leonardo: Ryo não estava naquele local. Sinceramente, naquele momento, ele optaria por não saber mais, pois não estava pronto para receber más notícias. Mesmo que isso o fizesse apertar suas mãos com força pelo medo iminente de perda, esse sentimento logo foi dissipado por um incômodo em sua mão esquerda. Ele levantou a mão e olhou para seus dedos, avistando uma aliança de prata com um rubi vermelho como pedra. Por algum motivo, olhar para aquele anel lhe deu a sensação de que, independentemente do que havia acontecido, Ryo ainda estava vivo.

— Certo, podemos conversar sobre isto mais tarde — Ele falou com calma enquanto abaixava a mão e logo em seguida olhava para Huo Liming. — Akiko disse que você é mestre dela e meu médico, acredito então que devo agradecê-lo profundamente por tais cuidados, espero não ter sido um grande empecilho para o senhor.

Huo por sua vez riu de forma relaxada. — Imagine meu jovem, para mim de nada me atrapalhará cuidar dos mais novos ainda mais, daqueles que vejo um futuro promissor, vamos andando enquanto conversamos, sim? — Huo disse tomando o outro lado de Leonardo, ajudando Akiko a dá-lo apoio para andarem e seguiram pelo corredor.

— Claro, senhor Huo se me permite perguntar, onde exatamente estamos? — Leonardo perguntou enquanto se esforçava para movimentar mais suas pernas para não precisar ser carregado.

— Bem, atualmente nos encontramos no segundo distrito, no templo Huo o qual, por sua vez, está localizado em uma montanha, o que também vale para todo o segundo distrito. — O homem explicava com calma, enquanto andava lentamente no mesmo ritmo de Leonardo.

— Certo, segundo distrito… esta é outra coisa a qual ainda não compreendo totalmente sobre este país… afinal por quanto tempo estamos aqui? — O jovem continuou suas indagações esperando ser respondido.

Dessa vez, Akiko viria a dar sua resposta — Bem… se não me engano, acho que faz oito meses agora, desde que o mestre nos trouxe… e seis meses desde que o restante da vila chegou ao templo. — A menina ainda falava de forma receosa como se tentasse dar os mínimos de detalhes possíveis, até mesmo evitando olhar diretamente para Leonardo.

— Oito meses… tanto tempo assim se passou? Agora entendi por que meu cabelo esta deste tamanho. — Ele parecia pensativo enquanto falava, como se divagasse entre seus pensamentos e a realidade a sua frente enquanto continuavam a caminhar. — Ah, mais uma coisa, senhor Huo, teria algum lugar onde eu possa descansar temporariamente, caso não o atrapalhe?

Ouvindo o questionamento de Leonardo, Huo Liming ficou pensativo durante alguns segundos. Afinal, muitas pessoas haviam chegado nesses últimos oito meses, e diversos quartos pelo templo haviam sido ocupados. Mas deveria haver algum disponível, e Huo Liming tentava se lembrar onde poderia haver tal quarto, até finalmente aparentar se lembrar e responder a Leonardo — Oh, acabo de me lembrar, há um quarto sobrando em frente ao meu. Está desocupado há um bom tempo, então está bastante empoeirado. Vou limpá-lo para você e, após isso, pedirei para Akiko levá-lo para lá. — Enquanto terminava de falar, o homem por fim se afastava de Leonardo e Akiko e, antes de partir, veio a falar novamente: — Irei agora limpar o quarto para sua estadia. Encontrarei vocês mais tarde.

Enquanto partia em direção aos corredores onde ficavam os aposentos, Akiko e Leonardo observaram Huo partir em silêncio e, por um segundo, Akiko jurou ver a mão de seu mestre tremer em um forte aperto que o fez uma expressão preocupada surgir em seu rosto, o que acabou por chamar a atenção de Leonardo que estava prestes a perguntá-la o que havia acontecido, mas quase como se previsse sua pergunta, Akiko o respondeu.

— O mestre não deve estar muito contente em ter que mexer naquele quarto, Nezumi me contou que aquele quarto pertencia a alguém muito importante para minha mestra, que partiu deste mundo a muito tempo.

Ouvindo a resposta de Akiko, Leonardo não pareceu querer continuar com tal assunto, principalmente sobre alguém que ele nem ao menos conhecia direito. Para Leonardo, conversar sobre algo tão íntimo de alguém a quem mal conhece parecia, no mínimo, desrespeitoso. E quando o assunto era desrespeito, isso era algo que Leonardo entendia e estava acostumado a ver diariamente quando ainda vivia em seu antigo mundo e morava com seus pais. Para ele, era comum ver sua mãe e seu pai comentando sobre a vida alheia como se fossem perfeitos e sem nenhum defeito, o que claramente era uma fachada. Esse era um dos vários motivos que o fez ser grato por ter ido morar sozinho com Ryo quando ingressaram no ensino médio.

— Bem não posso dizer que não o entendo… sabe Akiko você é jovem, mas sei que também entende, lidar com a perda de alguém querido e se desfazer ou deixar que outros usem o que uma vez foi dessa pessoa dói. — O garoto dizia com calma enquanto ele e Akiko voltavam a andar finalmente indo para a parte exterior do templo.

A menina, por sua vez, veio a respondê-lo enquanto se dirigiam para debaixo de uma das grandes árvores do templo — Tem razão… em partes eu entendo o que quer dizer, Leo. Depois que a mamãe morreu há oito meses, eu não soube lidar com a perda dela. Meus vizinhos trouxeram vários dos kimonos dela que conseguiram achar nos escombros de nossa casa… e, inicialmente, devo admitir que, quando me entregaram as roupas dela, eu não quis permitir que ninguém mais as visse… Pode ser bobo, mas eu pensei que, se as guardasse longe de todos, elas trariam a mamãe de volta. — Quando terminou de falar, a pequena deu um sorriso sem graça antes de ajudar Leonardo a se sentar encostado na árvore e, por fim, se sentar ao lado dele. “Eu sei que parece um pensamento bobo… mas, por algum motivo, para mim fazia sentido.”

— Não é bobo, Kiko, não diga isso. A perda mexe com as pessoas. Na minha antiga terra, eu e o Ryo… Ah, tem isso: Ryo é o nome da pessoa que estava comigo no templo. Ele não era uma sacerdotisa, perdão por mentir sobre isso.

A garota riu ao ouvir isso, o que pareceu aliviar um pouco o clima pesado, e por fim respondeu: — Oh, perdão, mas isso não irá me surpreender tanto e está tudo bem mentir. Fingirei que sempre soube disso. Enfim, por favor, continue a falar o que estava dizendo, Leo.

— Ah, certo, continuando então. Na nossa antiga terra, eu e Ryo tínhamos uma relação… bem próxima, por assim dizer. E, bem, o Ryo tinha uma irmã mais velha. O nome dela era Kaede, uma garota realmente incrível, que costumava sempre acompanhar eu e ele quando saíamos e até mesmo nos encobria quando queríamos sair sozinhos escondidos. Ela era minha melhor amiga… depois do Ryo, claro. Mas o que quero lhe contar não é isso. — O garoto suspirou antes de continuar a falar.

— O que eu quero dizer é que a Kaede também partiu cedo em um momento… o qual prefiro não entrar em detalhes, mas posso afirmar com propriedade que o que me contou eu já vi o Ryo passar por algo parecido, e eu também. Perder quem é importante para nós machuca muito, Akiko, então, a meu ver, sonhar em ter essas pessoas de volta nunca é bobo.

— Você tem razão, Leo… obrigada por me contar isso. Eu imagino o quão sério deve ser tal coisa para você. — A menina continuou a falar, parecendo divagar enquanto falava — Sabe, Leo, mudando um pouco de assunto, eu não sei, tudo isso é confuso, sabe? Mas eu não sei se também é assim com você, mas desde que o conheci sinto como se te conhecesse há tanto tempo. Em vez de falarmos sobre morte… vamos falar sobre a vida. Seria possível que tenhamos sido irmãos em nossas vidas passadas?

Escutar a pergunta de Akiko fez o jovem rir meio sem graça antes de respondê-la — Sinto informá-la, Akiko, mas posso dizer com garantia que não tive uma irmã na minha última vida.

Ouvir Leonardo falar com tanta convicção, por sua vez, deixou a pequena Akiko sem graça, mas realmente não havia uma maneira certa, neste momento, de falar para a jovem que o lugar do qual ele tanto fala vem direto de sua vida passada. Então, em vez disso, ele disse — Bem, talvez não irmãos, mas talvez tenhamos nos conhecido, entende?”

— Sim… é só que eu não sei, o nome que você disse, como era mesmo? — Akiko perguntou ainda parecendo divagar em seus pensamentos.

— Ryo?

— É… me parece familiar, talvez eu tenha conhecido alguém com este nome anteriormente… é… não sei… — Enquanto terminava de falar, de longe Akiko escutou a voz de Huo Liming a chamando. — É o mestre, melhor eu ir, logo volto para lhe ajudar a ir para seus aposentos Leo!

Quando a menina finalmente saiu do local, Leonardo parecia pensativo sobre suas últimas falas, o que o levou a se lembrar do ataque na vila quando o sistema o notificou sobre uma espécie de usuário: “Talvez fosse esse o nome dado àqueles trazidos para este mundo, mas isso é impossível. Akiko não pode ser uma usuária, mas e se ela pudesse?” O garoto pensava para si e, antes mesmo que pudesse pensar mais sobre tal assunto, uma caixa de mensagem do sistema apareceu repentinamente, uma notificação que fez o garoto, que acabara de acordar do coma, desmaiar ali mesmo. Ele sentiu sua respiração parar por um segundo quando, por fim, leu a mensagem:

[Parabéns ao usuário 000075 por concluir a Quest secreta de usuário ao descobrir a identidade npc da usuária adormecida 000055

Outrora nomeada como: Toyosaki Kaede.

Uma nova Quest de usuário foi vinculada ao usuário 0000075!

Título de missão: Reúna os irmãos, salve sua musa.

Descrição de missão: Reúna Toyosaki Kaede a Toyosaki Ryo para que Kaede desperte, salve Ryo do perigo e mantenha seu amado por perto, a Lua não possui luz sem seu sol para iluminá-la, assim como um artista se perde em sua arte sem sua musa, traga-o de volta antes que se veja afundado em trevas nobre cavaleiro da lua.  

Tempo de conclusão limite para missão: Indefinido.

Consequência de falha: incalculável.]

            — Kaede… a Akiko é a Kaede? — Vendo tal notificação do sistema, Leonardo sentiu uma grande tontura enquanto se levantava, agora com maior equilíbrio, e correu para trás do templo, onde caiu de joelhos e vomitou. Por algum motivo, essa descoberta nauseou Leonardo a um ponto imprescindível. — A Kaede é a Akiko… e o Ryo está em perigo… se ele está em perigo… ele está vivo… — O garoto verbalizava cada um de seus pensamentos para si mesmo, como se dizê-los em voz alta garantisse que não seriam apenas sonhos e, aos poucos, ele os concluísse como verdade. E a maior das verdades o fez chorar e sorrir logo após vomitar.

— O Ryo tá vivo… que bom… ele tá vivo… ele tá vivo… eu não o perdi de novo. — O garoto repetia entre lágrimas e suspiros. Tantas informações e ele mal havia acordado. Kaede vive, Ryo está em perigo, ele tinha que sair dali e achar Ryo e buscá-lo, seja lá onde ele esteja, mas ele também precisava descansar.

E assim ele fez. Ele se recompôs aos poucos enquanto se levantava, ainda parcialmente tonto, mas mais estável, e foi até a fonte de água mais próxima que achou para limpar sua boca antes de voltar para dentro e se reunir com Akiko, a qual agora ele sabia ser a irmã mais velha de Ryo, por mais que ela própria não se lembrasse de tal fato, e Huo Liming. Pelo resto do dia, as duas pessoas ajudaram Leonardo a se alimentar, andar e depois o deixaram para descansar no quarto que Huo Liming havia preparado para ele. E assim, enfim, a noite veio a cair e as luzes emitidas pelas lamparinas e postes do templo começaram a se apagar aos poucos. Todos foram dormir, incluindo Leonardo, que estava particularmente cansado por um dia e tanto logo após acordar de um longo tempo dormindo.

Mas esta noite de sono não durou muito para o jovem Leonardo, que, na calada da noite, se vestiu, arrumando uma pequena trouxa de roupas e alimentos para si. Vestiu um dos kimonos que haviam separado para ele e deixou sobre uma mesa uma carta que havia escrito à tarde, contando a Akiko seus motivos para partir. Enfim, amarrando seu cabelo em um alto rabo de cavalo, o garoto abriu a janela de seu quarto, pulou por ela e partiu em direção à saída do templo, sem olhar para trás uma única vez.

Quando já estava à frente da ponte que levava para fora do templo, o garoto então ouviu uma voz suave e feminina vindo de trás de si — Então pretende partir assim? Sem ao menos se despedir de Akiko?

Ao ouvir a voz, o garoto se virou com uma expressão séria no rosto, avistando uma mulher de grande beleza vestida com um hanfu, enquanto abanava um leque dourado. Finalmente, ele falou — Isso não é da conta de desconhecidos. Ela entenderá por que eu parti. Além disso, quem você pensa que é para se intrometer nos assuntos de outras pessoas?! — Leonardo falava de maneira agitada e ríspida com a mulher.

— Deveria tomar cuidado com a língua quando fala com pessoas mais velhas, Leonardo! Principalmente aquelas que trataram seus ferimentos durante longos oito meses. Afinal, o que pretende indo embora?! — Huo Liming disse, um tanto irritada, quase gritando de forma autoritária com Leonardo, que pareceu sem reação ao se dar conta de quem era esta mulher.

— Além disso, seu moleque, você ao menos tem um plano?! Eu li aquela sua cartinha. Você nem sabe onde procurar e nem ao menos se conseguirá encontrar essa pessoa que é importante para você sozinho. Sem contar que, até onde eu sei, esse menino pode muito bem-estar com um dos treze generais do país, os quais você mesmo disse não ter nenhum conhecimento. Acha mesmo que poderia lidar com qualquer um deles neste estado deplorável?! — Ela continuava a falar de forma irritada, o que fez Leonardo ficar sem palavras. Ele simplesmente não estava tendo a mínima chance contra ela; ela falava de maneira extremamente autoritária, o que dava um certo medo.

— Se sair daqui assim para enfrentar qualquer general, só morrerá como um ninguém, seu moleque! Você é realmente muito inconsequente se pensa que pode fazer algo assim.

Quando Huo finalmente cessou sua bronca, só então veio a falar com lágrimas nos olhos: — O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA?! DEIXÁ-LO EM PERIGO? ELE É IMPORTANTE PARA MIM, ELE ESTÁ EM PERIGO, ELE É QUEM EU AMO, MEU GAROTO, MEU RYO. EU NÃO POSSO DEIXÁ-LO E EU NÃO TEREI MEDO DA MORTE SE ISSO SIGNIFICA SALVÁ-LO. — O garoto gritou com raiva na voz, enquanto seu rosto era manchado pelas lágrimas da dor e do medo que o assolavam, que estranhamente foram limpas pelas mãos de Huo, que sorriu para ele, deixando-o sem reação.

— Deixe que eu e Akiko o ajudemos, menino. Eu já tenho uma discípula, mas adoraria tê-lo como meu discípulo também. Akiko é como uma filha para mim. Se aceitar se tornar meu discípulo, eu o considerarei meu segundo filho e o protegerei, o deixarei forte para resgatar seu amado. Estaria disposto a isso, Leonardo? — Ouvindo as palavras de Huo Liming, as lágrimas voltaram aos olhos de Leonardo, não só pela tristeza, mas também por certa felicidade por ganhar apoio e, de uma maneira inusitada, a chance de ganhar mais pessoas em sua família.

E entre as lágrimas, Leonardo olhou no fundo dos olhos de Huo Liming e, com uma voz rouca, respondeu — Mestra… — O garoto disse antes de começar a chorar e abraçar a mulher à sua frente como uma criança chorona. Mais uma vez, de maneira inusitada e rápida, Huo Liming ganhou mais um discípulo. Estranhamente, esta velha Fenghuang parece ter o dom de acolher corações perdidos e dar-lhes esperanças e um novo lar. De maneira inusitada, Huo Liming havia criado afeição por Akiko e por Leonardo, afinal, ela havia cuidado de ambos por tanto tempo já.

Publicado por:

Gumbbs
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