BRASÃO DE PRATA - Página 4
Leiam pelo Wattpad Também! (◠ᴥ◕ʋ)
Capítulo 4
O famoso Vinho Harja não tinha apenas framboesa em sua composição. Em lagares de pedra ou madeira, as maduras frutas eram esmagadas pelos pés cavos da senhorita Villan e diluídas em água com cevada. Das vezes feitas por ela, e não pelo conhecido Harja, eram adicionados vinagre, mel e muito, muito álcool a pedidos do próprio Lendário Viking de Reiwa. O teor alcoólico dele era suficiente para embriagar uma pessoa comum, fazendo-a entrar em sono profundo de dias, enquanto ele e seus semelhantes permaneciam de pé até o sol raiar após litros e mais litros em excesso.
Por volta da liderança curtíssima de Sephalla Krahl, era de costume entre os Vikings de Reiwa caçoarem levianamente da reputação respeitosa do deus Dionísio[1], insinuando que, nem se o Vinho Harja fosse potencializado pela sua magia inferior a de Hermes, poderia deixá-los bêbados; na época, a afronta chegou a atingir os ouvidos da figura, que nada fez de muito cruel contra os zombadores além de abençoá-los com a presença caótico de uma mulher.
A senhorita Villan fora o presente surpresa. E por mais que parecesse ser uma aparição milagrosa por ela ser versátil quando se tratava de cultivar vinhas na parte sudoeste da Ilha de Reiwa, ser prendada na arte da cozedura também, sua experiência em caldear o aço de crisol e polir lâminas retas de dois gumes afiados deixava a desejar. Cada uma das espadas Ulfberht[2] forjadas pelas mãos amaldiçoadas dela eram confeccionadas sem paixão nenhuma; com nada de esforço para fazê-las em nome da batalha, empunhá-las não causava o mesmo efeito nos Vikings de Reiwa.
— UM BRINDE AO NOSSO RETORNO!
Com um chifre de boi oco em mãos, o certo seria enchê-lo com vinho de framboesa até a borda e estendê-lo a todos sorrisos para a sua liderança. Só as duas primeiras etapas puderam ser concluídas pela senhorita estrangeira, antes dela inebriar-se por completo com a bebida açucarada. O álcool percorreu rasgando toda extensão de sua garganta, o alto teor fazendo de sua língua um chicote dormente.
— UM BRINDE AO NOSSO RETORNO!
Em comemoração junto a ela no convés principal do navio, os Vikings de Reiwa começaram a balbuciar a mesmíssima coisa num coro agradável. Saboreando vinho quente até o amanhecer estava sendo uma experiência agradável para todos eles, sendo que, sob a supervisão dispensável de Bellamy, o comandante Leonard estava a espreita, a ponto de ser pego escondido atrás dos balaústres da escada, os observando quebrarem as principais leis do Conselho em Alto-Mar sem remorso algum. A determinação Número dez do Povo Escandinavo exprimia nada frívola: dará de beber o Vinho Harja ao Lendários Viking de Reiwa em primeiro lugar; fosse qual fosse a ocasião ou a posição, a ordem deveria ser cumprida por todos independente da origem, só para então poder saciar sua sede ardente em paz.
— Essa maldita… — Grunhiu ele. — Ontem, segundo Felp, ela estava feliz em embriaguez quando outra determinação foi afrontada.
— Felp não diz meias verdades quando se trata de Villan. A determinação majoritária do Povo Escandinavo evidencia a consideração que temos por meu irmão Thorfill, e ela foi desacatada pela mulher estrangeira! — Bellamy colocou as frustrações sentidas para fora, grunhindo igualmente com o comandante Leonard. — Ela causou dor emocional quando chamou-o com a intenção de cortar-lhe a sua franja que já acompanhava os fios das madeixas trançadas, e causou a dor física quando manejou a ponta do punhal rente ao olho direito dele, perfurando a primeira camada do cantinho. Em virtude dela, Thorfill declarou que não cortará mais a franja.
— Se não fosse pela aparente lealdade e consideração que demonstra ter pelo falecido Sephalla, ela já teria sido punida com a Águia de Sangue.
— Sabemos que o meu irmão não executaria essa tortura.
Se na atualidade a Ilha de Reiwa possuía abundâncias das fartas riquezas desejadas pelo homem corrompido, indo de casebres grandiosos de madeira repletos dos objetos mais majestosos feitos por mãos humanas, sendo reluzentes da entrada ao aposento com teto gramíneo desde a campos prósperos, fora por conta da exportação e importação entre penínsulas vizinhas; às do extremo sul sendo as principais. Por mais que a pilhagem por dias a fio fosse considerada uma das principais fontes de renda nórdica, o quarto Lendário Viking de Reiwa optava pelo comércio nos portos ibéricos e balcânicos. A forte preferência manifestou-se em tenra idade, aos treze anos de idade, assim que palavras locais adocicaram a sua boca sem serem notadas, saindo com tanta fluidez que ele pôde engajar em uma conversa com o estrangeiro responsável por salvá-lo de Enon.
Se era um dom entregue pelos deuses poder se comunicar com pessoas de fora, não faria sentido usá-lo em prol do mal.
— A determinação majoritária carrega consigo punições nada brandas. Quem machucar o Lendário Viking de Reiwa será torturado por mim sob vinagre e punido com o exílio… — As palavras compostas de maldade foram interrompidas por comandante Leonard reconhecer que, quem estava na retaguarda dele, não deveria se encontrar ali. — …Bell?
A criança meteu as mãos magricelas dentro das algibeiras do casaco de pele e gargalhou alto.
— Haha, meu caro inimigo mortal, o efeito do álcool enfim passou? — Ele franziu suas sobrancelhas ralas.
— Pequeno ouriço, você se escondeu na cabine de banho outra vez! — Comandante Leonard acusava com tamanha veemência, quase perdendo o fôlego restante.
— Não, desta vez me escondi debaixo da sua cama.
— Tenho certeza que foi Villan quem ocultou sua presença!
Bellamy suspirou trazendo um aspecto doente para si.
Poderia Senhorita Villan ter sido considerada causadora de desordem pelo comandante Leonard, trazendo assim uma hostilidade possuidora até de fragrância entre eles dois? Já ocorreu de Bellamy sentir odor de ferrugem nas vestes dos dois, sendo que ambos haviam se esbarrado de relance no ombro um do outro por meros segundos. Se contemplava a repulsa e a aversão presente nos olhos furiosos do homem pela determinação vinte e cinco ser desacatada todo santo dia por ela. Não se podia ingerir mais do que dez ânforas de vinho nas navegações a pedido do próprio Conselho em Alto-Mar, mas Villan perseverava em consumir quantidades absurdas. Talvez pelo perigo imenso da embriaguez deixar os dois únicos designados do timão maciço incapazes até de segurá-lo, desde as mudanças imprevistas no percurso analisado, à alcançar penínsulas antes desconhecidas por eles, onde o deus responsável poderia exterminá-los, como aconteceu no caso recente da figura hindu Shiva[3].
— E também um brinde ao melhor Viking de Reiwa! — Ela nem precisava ter algum face como estrangeira, vociferava como se fosse um instinto natural da alma.
Por mais que fosse compatível a quarta liderança marítima ser considerada exemplar, não havia resquícios de agrado por parte de todos. Diante dos olhos da primeira civilização do extremo norte da terra dividida, o quarto Lendário Viking de Reiwa dispunha de poder decisivo e inteligência, capaz de sustentar alianças antes nunca cogitadas pelos anciões nórdicos com o pé na cova. Porém era ele próprio quem se mantinha na concepção contrária à de senhorita Villan por pura depreciação. Enquanto não houvesse contentamento na prática realizada, a perspectiva inferior dele jamais seria convertida em satisfação; e mal a almejava também.
— Modéstia à parte, senhorita Villan.
Se estabelecendo no centro da algazarra sem indicação de ter fim tão cedo, o Lendário Viking de Reiwa permanecera inabalável. Seu semblante agradável à primeiro vista nem sempre carregava os traços profundos que proporcionou o martírio das provações frequentes, porém não deixava de transparecer a selvageria nada passageira, ao ponto de muitos passantes do Vale do Indo não conseguirem desviar o olhar absorto por achá-lo a encarnação de Kali[4]. Já os celtas do sudoeste da Gália o achavam semelhante a Diarmid O’Dyna[5], nobre guerreiro do Ciclo Feniano responsável pelo extermínio de quatro mil adversários nas batalhas travadas contra a majestade da planície central.
— Estamos ausentes em casa há tanto tempo, navegando por uma estação de tempestades intensas que todos vocês até mesmo estão com fragrância de bacalhau no corpo. — Para a meio dúzias de vikings no convés, a voz dele soava agradável aos ouvidos, diferente das suas rudes palavras.
— Ser de infinita crueldade, não venha criticar nosso cheiro quando é você quem está nos fazendo navegar por dias a fio, só para manter-se distante da Ilha de Reiwa! — À ele, Villan dera ordens expressas: — Abaixe a cabeça, dê uma breve fungada em suas mangas, e sinta-se um de nós.
Assim o Lendário Viking de Reiwa fizera, deixando um “Oh” mórbido escapar de seus lábios trêmulos.
— Repulsivo — Senhorita Villan tinha intimidade suficiente para menosprezá-lo em público. — Onde diabos o imediato Aske se encontra? Precisamos dele se quisermos alcançar a Ilha de Reiwa sem sermos humilhados até o amanhecer.
— Aposto meus últimos vinte sestércios, dez taéis de prata e quatorze cabras que alguém aqui o esqueceu no porto de Uppsala — Um viking chamado Tuffos, guerreiro possuidor de riquezas, não deixou a vontade de apostar apenas em pensamento. — Também aposto a alma da minha mãe!
Ai de quem tentasse impossibilitar o comandante Leonard de apostar. Perder essa oportunidade não era opcional. Ele quis por vontade própria expor a localização desfavorável a de senhorita Villan e lançar um lance histórico contra o de Tuffos, ciente que o maior obstáculo da vida dele era o imediato Aske ser idêntico ao imediato Flony quando se tratava de aparência. Poucas eram as suas diferenças, deixando-o confuso, sem conseguir distinguir se não fosse pelas personalidades distintas e orientação sexual de cada.
— Vejam só. Ele está confiante desse jeito porque sempre que zarpamos de algum lugar, corvos mensageiros voam até Bellamy para avisar sobre a permanência do imediato Aske em terra, pois quem está embarcado é apenas o imediato Flony visualizado com diferentes vestimentas por mim! — Berrou com mais entusiasmo do que se poderia esperar de um homem decrépito. — Em oposição a do meu inimigo Tuffos, eu triplico a aposta!
— Lance recusado pelos mais óbvios motivos; não há bens valiosos em suas mãos, Leonard, apenas ânforas vazias de vinho e um descendente cor cobre e encalhado — volveu Tuffos, sucessivamente discordando da posição da maioria dos navegadores a borda: — Convenhamos, Aske e Flony são dessemelhantes. São seus olhos defeituosos que não conseguem perceber. Que digam ao contrário apenas aqueles que desejam invocar a ira do mais novo.
— Meus olhos não são defeituosos!
No momento presente, o Lendário Viking de Reiwa, cujo se mantinha em silêncio absoluto, buscara pela presença dos imediatos com o olhar tenebroso; não deixando claro o que sentiu na hora de encontrá-los bem-dispostos a escalarem o mastro dianteiro do Navio Primordial com Felp segurando duas ânforas ao lado, quase ocultas na lateral da cintura se não fosse pela excelente visão atribuída ao contemplador, ele pensara consigo mesmo “São iguais”.
— Qual praga Gruditi pegou para dar a luz a cinco crianças esdrúxulas? — O comandante Leonard aproximou-se do matros dianteiro. — Ainda bem que não vamos ter filhos!
Flony, bem como o imediato Aske rugiram como feras enjauladas:
— Bastardo, não me faça ir aí golpeá-lo!
— Que absurdo!
Até as vozes deles dois possuíam o mesmo timbre áspero; na percepção de Feup, se os irmãos se pusessem a recitar os sutras de meditação dos monges, eles renunciariam os ensinamentos luzentes pregados por Sidarta Gautama[6] e se voltariam da cultura espiritual que tinham prosperando para uma cultura mais voltada a agressividade.
— Não corteje minha ilustre mamãe, seu bêbado!
No clamor do enfurecimento fervoroso estava estampada a imaturidade da criança possuidora de pernas velozes. Sem mais nem menos, ela aproximou-se do mastro dianteiro e do comandante Leonard, chutando-lhe os joelhos velhos. A dor aguda atacou-o de imediato, embora fosse passageira, quando dois corvos mensageiros surgiram imbatíveis a corvejar croac croac violentos. Num mero impulso de fazer cevada se retorcer, seus bicos afiados estavam abertos em direção à cabeça do comandante Leonard, evidenciando o que seria executado a seguir.
— Aí estão os corvos divinos Hugin e Munin[7] — Gritou, na intenção de agarrá-los. — VAMOS COZINHAR!
Era possível para o Lendário Viking de Reiwa ver a alma deixando o corpo enfermiço de Bellamy.
— Que homem protetor — Os lábios carnudos da senhorita Villan quase alcançaram suas têmporas, equivalentes a um sorriso medonho. — Da última vez em terra, Bell cravou os dentes de leite na cintura deste bêbado, e agora retornou triunfante para chutá-lo em alto-mar. Que aprendizado você está entregando a esse ouriço, Lendário Viking de Reiwa?
Ele olhou-a de cima a baixo, com a diversão estampada na face.
— Oh — Ela exclamou risonha. — Será nosso segredo.
Seria bom expressar o qual imenso era seu contentamento ao ver tamanha lealdade sendo exibida, porém não era um meio viável fazer o uso desse sentimento bem na frente do comandante Leonard. Seria falta de respeito com o homem que o alimentara sem medo das consequências. E, apesar das constantes visitas que fazia a Gruditi, a situação exigia alguma parcialidade; se o imediato Flony o odiasse até os ossos, o imediato Aske o odiaria até a terceira camada da pele. Já Bellamy o aturava por pouco, enquanto a guerreira Tilf possuía vaga consideração pelo jeito jocoso dele de ser e pelas brincadeiras que lhe tiravam sinceras gargalhadas.
Isso até certo dia, o Lendário Viking de Reiwa anunciar:
— Há algo que preciso contar…
— Estamos cientes da prenhez — O comandante Leonard teve a pachorra de bufar. — É bastante evidente também.
— Velho pai, você foi abençoado com olhos defeituosos — cuspiu Felp na época. — Se trata de Thorfill ali, e não da megera Tilf.
— Cafundi — Ele estreitou o olhar, desacreditando nele. — Thorfill, por que diabos estamos reunidos nesta maloca?
O hábito de inventar o próprio vocabulário e ditados, fazia Felp se sentir seguro em relação a si mesmo.
— Não me parece ser uma reunião de rotina. O estado de Bellamy deve ter se agravado, certo? — As palavras-chave foram contínuas: — Discutiremos sobre como deveríamos fazer sua cerimônia de maioridade antes mesmo de atingir a idade mínima, sendo logo em seguida o ritual funerário?
A doença havia se agravado com o passar dos anos.
— Temo pronunciar que ele não alcançará nem ao menos os esperados oito anos de idade. O que deveríamos fazer?
Chamas bruxuleantes iluminavam a face pálida de Bellamy, nutrida de desdém. Aparentando permanecer adormecido por conta dos olhos cerrados e da respiração relaxada, o assunto vagava livre. A crepitação ininterrupta iniciada na lareira mal o deixava escutá-lo, e o ardente fogo distante no canto da sala não o mantinha quente. Só o colo da irmã Tilf amornava a fina massa corporal se prendendo em volta dos ossos, ao ponto de arrancar suspiros baixos dele.
Ele queria ter saúde.
Riquezas e fama seriam conquistadas depois.
—- Iremos aguardar.
— Iremos aguardar ele atingir os treze anos precisos, estando cientes que é o sonho dele ter a cerimônia de maioridade? — Tilf tentou discordar. — Não poderíamos fazê-la antes?
O campo de visão do comandante Leonard era bem limitado, mas de onde estava se embebedando em silêncio, se podia ver o corpinho magro da criança que tanto lhe tirava a paz e agregava felicidade no coração.
— Não será feita nenhuma cerimônia, porque só por cima do meu cadáver esse Viking de Reiwa visitará Valhalla tão cedo — determinou. — Sinto muito, Thorfill, mas não posso concordar com você desta vez.
Tilf negou-se a corrigi-lo.
Quando o terceiro lendário Viking de Reiwa, Enon Krahl, se colocou diante o povo com um recém-nascido nos braços, fora determinado que aquele menino se chamaria Bellamy, no intuito de homenagear seu leal comandante Leonard de longa data. Ele possuía muita consideração, só mente fértil que não; não o suficiente para imaginar seu descendente correndo atrás do homenageado oito ou nove anos depois.
— Como ousa tentar tocar nos corvos mensageiros entregues por Odin?! Você está procurando a morte ao querer fazer uma galinhada… — De súbito, faltou-lhe fôlego para finalizar a declaração quando tossidas vieram.
A alegria do comandante Leonard se foi.
Os passos velozes dele pararam sem aviso prévio, fazendo das suas costas largas um alvo fácil para quem estivesse correndo atrás, colidir-se frontalmente. Ele virou-se na direção de Bellamy e, apressando-se em segurá-lo, sentiu a boa fragrância de carvalho vindo de longe.
Era o inconfundível cheiro do lar.
— Terra à vista! — Alguém anunciara. — Chegamos na Ilha de Reiwa!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Dionísio: deus grego do vinho.
Espadas Ulfberht: uma marca muito famosa na mão dos Vikings no século VIII.
Shiva: deus da destruição na mitologia indiana . Pode trazer tanto caos quanto desordem.
Kali: na crença hindu, a deusa da destruição e do renascimento, conhecida como a Mãe do Tempo, que tem como características a morte e a vingança e, também, o amor e a delicadeza.
Diarmid O’Dyna: um bravo guerreiro da mitologia celta; portador de duas lanças poderosas, que causava feridas incuráveis. Tinha também a marca do amor dada pela deusa da juventude, que fazia qualquer mulher se apaixonar por ele.
Sidarta Gautama: Buda iluminado, da crença budista. Príncipe da índia que renunciou ao seu título.
Hugin e Munin: Os corvos divinos de Odin, Hugin e Munin, simbolizam de fato a mente humana.
Recado da autora: não fiquem desanimados. O General Guts está chegando. Em breve!
Publicado por:
- Bllau
- “Escritora amadora de C-Novels, escrevendo histórias para satisfazer-se, em uma busca incessante para fugir da realidade medíocre em que, infelizmente, vive lamentavelmente…”
minhas outras postagens:
COMENTÁRIOS
Sua Comunidade de Novels BL/GL Aberta para Autores e Tradutores!
AVISO: Novos cadastrados para leitores temporariamente fechados. Se vc for autor ou tradutor, clique aqui, que faremos seu cadastro manualmente.