Antes de me acusar, me beija - Capítulo 4: Tour pela propriedade
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- Capítulo 4: Tour pela propriedade - REVISADO
No dia seguinte, eu havia acordado em frangalhos. Mal tinha forças para me levantar da cama. Nem me surpreendi quando vi minhas partes íntimas cheias de sangue e fluídos corporais. Precisei de uma força descomunal para conseguir me levantar e ir ao banheiro.
“Tomara que não seja assim todas as vezes…”
Aparentemente, só havia sêmen na minha parte traseira. O que não dei muita importância naquele momento. Tudo o que eu queria era um longo banho para lavar todas as memórias ruins. Só saí quando não aguentei mais ouvir o meu estômago roncar.
Ao descer, o mordomo que me guiou até a sala de jantar. Na entrada da sala, passamos por um vaso enorme de lírios, do qual eu desviei, não rápido o bastante.
— Algo de errado Ma’am?
— Não é nada demais, só que… atchim!
Ele pareceu ter entendido prontamente, mas, mesmo assim fiz questão de completar:
— Tenho alergia a lírios. Mas não se preocupe. Se eu ficar a pelo menos dois metros de distância, não terá problema algum.
— Sinto muito Ma’am, irei providenciar para que as mesmas sejam substituídas definitivamente e o mesmo erro não aconteça novamente.
— Não foi-.
— Com sua licença Ma’am.
Ele saiu tão rápido com o vaso em mãos que nem tive tempo de falar mais nada.
“Que rápido! ”
Eu mal havia sentado na mesa e o mordomo já retornara.
— Mr. Seville pediu para avisar que não o espere para jantar, esta noite.
— Hmm… — Balancei a cabeça.
O mordomo era muito velho, mas, não me parecia um homem ruim.
— Se precisar de alguma coisa, ou houver algo que não for do seu agrado, basta me falar.
— Obrigado. Tá tudo ótimo.
— Com sua licença então. — Disse ao sair apressado do cômodo.
“Me pergunto como ele ainda consegue ser tão ágil.”
Mal consegui comer pois me sentia enjoado. Não sabia se era culpa da ressaca ou da consumação do casamento.
“Consumação… Só de pensar nisso tenho arrepios.”
Algumas cenas da noite anterior de quando eu estava com aquela sensação estranha naquele ponto específico passaram na minha mente e tive que esfregar meus braços freneticamente para espantar os calafrios antes de começar a comer. A mesa estava farta com um monte de comida que eu nunca tinha experimentado na vida, então me esforcei um pouco para engolir o mal-estar.
“Que pena que meu estômago não está bem…”
Após a refeição, fui fazer um tour pela propriedade. Não por curiosidade de fato, mas como uma tentativa de aliviar a dor no corpo.
“É imensamente maior do que a casa dos meus pais”
A entrada ficava ao Leste. Nosso quarto também ficava naquela parte, o que deveria ser ótimo para aproveitar o sol da manhã com vista para o jardim e uma fonte muito elegante.
“Deve ser bom poder ler ali”
Na área Oeste, localizavam-se as estufas em formatos de pirâmides, na qual eu demorei um bom tempo admirando as variedades de flores.
No lado Sul, havia quadras esportivas de tênis e golfe. E ao Norte, a piscina de tamanho olímpico era o grande atrativo.
— Acho que vou mergulhar meus pés um pouco na água.
Sentei na borda da piscina e já me arrependi.
— Ai que dor!
Como o incômodo na lombar e nas nádegas não me deixaram aproveitar o momento, voltei a andar.
Depois de andar por boa parte da propriedade, me sentia cansado, mas, menos dolorido.
“Melhor eu voltar para dentro agora.”
Ao adentrar o hall de entrada, percebi que haviam mudado os arranjos de flores que estavam na sala mais cedo.
— Ma’am aceita um suco de acerola? — Ofereceu uma empregada.
— Sim, obrigado.
Com o suco em mãos, continuei minha exploração. Subi ao terraço onde havia um espaço coberto com uma vista incrível. Ao entrar, havia um enorme sofá em L com uma mesa de centro de um lado e uma mesa com 8 cadeiras do outro lado. À frente havia três degraus de escada onde ficava a piscina e a hidromassagem e uma parte com uma espécie de cama.
“Nota mental: voltar aqui quando a dor passar.”
Desci e ao adentrar um outro corredor, encontrei uma sala de jogos. Imediatamente me veio a Trin na cabeça outra vez.
“Ela iria amar este lugar… Será que ela se instalou bem na casa nova? ”
Me apressei em pegar o meu celular novo. Aquele seria o nosso único meio de comunicação. O que me deixava pesaroso. Ao ligar o aparelho, percebi que ele estava no modo silencioso o tempo todo e havia 17 mensagens não lidas e 11 ligações perdidas.
“Ela deve tá muito puta…”
Era até possível ouvir a voz dela berrando na minha cabeça enquanto eu lia os textos:
[Aí moleque, você ousa se casar sem me avisar? ]
[Você quer morrer? ]
[(๑•̀ᗝ•́)૭]
[Nossa conexão… Como pode fazer isso comigo seu desgraçado? ]
[Pode preparar o caixão]
[Você tá morto quando eu te encontrar!]
[beep]; [beep]; [beep]
[(。•̀ ⤙ •́ 。ꐦ) !!!]
— Uma menina não deveria falar tantos palavrões… hehe…
[Tá, já sei, foi coisa dos loucos que se dizem seus pais né…]
Não pude evitar sentir uma dorzinha no meu peito naquele momento. Sempre foi doloroso lidar com meus pais, mas, daquela vez…
[Não se preocupa, a gente dá um jeito]
“Queria que fosse tão fácil assim…”
[Me liga]
[Eu sinto que vou morrer sem falar com você]
[(╥﹏╥)]
“Eu também…”
[Por favor me diz que você tá bem]
— Ahhh… — Suspirei melancólico.
[Por que você ainda não me respondeu?]
[Tô preocupada…. Me liga]
Antes que eu pudesse terminar de ler todas as mensagens, ela me liga.
‘Bai Liáaaaaaaaan seu bastardo! ’
— Oi Trin
‘Como assim “oi Trin”, seu… ’
Não pude conter as lágrimas e comecei a chorar sem parar.
‘Pode chorar. Eu tô aqui ’
Desmoronei no sofá abraçado ao celular e ela ficou lá quieta só me ouvindo por cerca de 1 hora e dizendo palavras de consolo de vez em quando.
‘Vai ficar tudo bem ’
Eu tinha achado que já não havia mais lágrimas para derramar, mas não era o caso.
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