Akai Ito: Amor Predestinado

No dia seguinte, 21:00 horas da noite.

– Alex, é hora de dormir! – Ian o chama enquanto prepara sua cama, logo o garoto aparece vestido com um pijama azul e estampa de bichinhos. Ele se deita, mas não parece nenhum pouco sonolento.

– Alex, você gosta do Ethan ? – o ômega acaricia sua barriga, já o preparando para dormir.

– Sim, papai!

– Então está tudo bem se nós três virarmos uma família ?

– Sério ? – o rosto de Alex se ilumina e ele fala animado.

– Sim. Gostou da ideia ? – o garoto o abraça e balança a cabeça concordando. Tudo o que queria era ter Ethan por perto.

– Okay, agora vamos dormir… – ele o recosta sobre a cama com cuidado.

– Quer ouvir uma história ? – o ômega questiona enquanto acaricia seus cabelos.

– Sim!

– Tá bom. – ele sorri e pega um livro de história, começa a contá-la e Alex lentamente fecha seus olhos. Ao notar que está quase dormindo, Ian para e volta a acariciar sua cabeça até ter certeza de que ele está completamente adormecido.
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Uma semana depois.

– Alex, como foi a aula hoje ? – Ian o questiona enquanto caminham de volta para casa, mas ao se aproximarem, o garoto solta sua mão e corre em direção ao homem parado em frente a porta ao lado.

– Ethan! – Alex fala animado e se agarra a sua perna.

– Oi, garoto! – o alfa se surpreende, mas logo o pega no colo e faz cócegas em sua barriga.

– Cadê o seu pai ? – ele questiona preocupado.

– Estou aqui, Ethan. – o ômega fala ao se aproximar.

– Oi, Ian. – seus olhos encontram os do ômega e Ethan cora no mesmo instante.

– Oi, Ethan. – Ian o responde com um sorriso doce e o rosto levemente corado.

– Ethan! Ethan! – Alex o chama e aperta suas bochechas.

– Não faça isso, pirralho! – o alfa brinca e também aperta sua bochecha, o fazendo rir.

– Nós vamos ser uma família agora, né ? – ele o questiona com os olhos brilhando, esperando ouvir um sim, mas acaba gerando um clima estranho entre os adultos.

– Alex! – Ian esbraveja envergonhado e o pega em seu colo.

– Mas você disse… – ele murmura tristonho. Não entendia o motivo de sua raiva.

– Alex, eu e seu pai ainda precisamos conversar. Pode ser um pouco paciente ? Prometo que logo seremos uma família! – Ethan acaricia seu rosto, mas mantém seus olhos fixos em Ian enquanto fala.

– Sim!

– Acho que deveria entrar, Ian. O inverno está chegando e seria péssimo se ficasse doente… – ele acaricia seus cabelos e sorri. Não se sentia confiante sobre a decisão que ele tomaria, mas ainda não havia perdido a esperança. Se fosse preciso, iria fazer de tudo para reconquistá-lo.

– Alex, se despeça do tio Ethan.

– Tchau! – o garoto move sua pequena mão, acenando para ele. O alfa ri e faz o mesmo.

– Já vou indo. Boa noite, Ethan. – o ômega se despede rapidamente e entra, estava envergonhado demais para continuar aquela conversa.
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22:00 horas da noite.

Ian bate à porta e espera, logo ela se abre e Ethan aparece usando apenas uma calça de moletom enquanto seca seu cabelo.

– Posso entrar ? – ele se surpreende ao vê-lo e desvia seu olhar para chão envergonhado.

– Claro! – ele lhe dá espaço para que entre e fecha a porta.

– Quer beber alguma coisa ? Tenho café e cerveja… – o alfa sorri e ergue suas sobrancelhas. Já imaginando qual seria sua resposta.

– Cerveja! – Ian ri.

– Boa escolha! – Ethan termina de secar seu cabelo e pega duas cervejas na geladeira. Ao voltar para sala ele lhe entrega uma lata e se senta ao seu lado.

– Isso me faz lembrar da primeira vez em que jantamos juntos… – o ômega sorri um pouco envergonhado.

– Sim, foi divertido. – ele sorri e o encara com um olhar gentil.

– Ethan, por que escondeu isso de mim ? Poderia ter me dito naquela noite.

– Eu só estava com medo, não queria que você fugisse. E sendo sincero, não seria estranho se eu dissesse que nos conhecemos há quatro anos e transamos depois de beber praticamente todo o estoque do bar ? – o alfa ri e acaricia seu rosto.

– Você está certo, provavelmente eu sairia correndo! – Ian também ri.

– Sei que não foi certo, deveria ter aberto o jogo e ter te falado tudo, mas não consegui. Toda vez que eu tentava tocar no assunto, entrava em pânico.

– Criar o Alex foi extremamente difícil, no início da gravidez eu odiava a ideia de ser pai, mas quando ele nasceu algo mudou dentro de mim. Apesar de que os primeiros meses também foram horríveis… – ele sorri um pouco triste, ao se lembrar de como era cansativo e de como se sentia frustrado.

– Ian, eu não fazia ideia!

– Tudo bem, não tinha como você saber. Depois que descobri a gravidez eu me isolei de todos, parei de ir para a faculdade e de ver a minha família. Foi um período muito confuso na minha vida, mas quer saber de uma coisa ? Eu estou feliz agora por ter escolhido ficar com ele. Sem o Alex eu não seria nada. – o ômega suspira se sentindo aliviado por finalmente poder falar sobre aquilo em voz alta.

– Obrigado por me dar ele. É a coisa mais preciosa que já tive… – Ian volta seu olhar para o alfa e o encara com os olhos marejados e o sorriso mais sincero e amoroso que Ethan já viu.

– Não sei se tenho o direito de pedir isso, mas me deixe ser sua família também. Quero assumir a responsabilidade! – Ethan acaricia seus cabelos, um pouco hesitante.

– Eu andei pensando e… apesar de estar chateado por ter mentido, acho que realmente quero fazer isso. – Ian brinca com seus dedos enquanto segura a lata e desvia seu olhar até ela. Estava começando a ficar envergonhado.

– Mesmo com toda essa bagunça e a série de maus entendidos, eu gosto de você e o Alex também. Então acha que nós poderíamos dar certo ? – ele fala um pouco tímido. Nunca havia tido esse tipo de conversa antes, seus relacionamentos não passavam de coisas casuais ou de apenas uma noite.

– Não tenho nenhuma dúvida! – Ethan segura sua nuca e o puxa para mais perto, o beijando.

– Eu te amo, Ian… – ele sussurra e sorri emocionado. Se sentia o homem mais feliz do mundo naquele instante.

– Eu também, Ethan. – o ômega sorri com seu rosto levemente corado. Nunca se imaginou dizendo essas palavras.

– Pode ficar aqui essa noite ? – Ethan o encara com os olhos levemente dourados.

– Não posso, preciso levar o Alex para a escola de manhã. – ele acaricia seu rosto, pensando no quão astuto podia ser.

– Então pode ficar só mais um pouco ? – o alfa finge um olhar triste.

– Sim! – Ian ri e o beija novamente. Era tão mimado quanto Alex.
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Dois meses depois, 21:00 horas da noite.

– Então, o que acha ? – Ethan o questiona enquanto acaricia seu rosto.

– Eu não sei, sabe que odeio deixar o Alex sozinho! – Ian, que está com a cabeça recostada em seu peito, suspira e se sente um pouco ansioso.

– Se é difícil para você, podemos levá-lo. O que acha ?

– O que ? Mas deveria ser um encontro, não é coisa para crianças! – ele se levanta de repente e o encara confuso.

– Bom, nós temos um filho, precisamos nos adaptar! – o alfa se inclina para frente e beija o canto de sua boca.

– Vamos sair todos juntos e aproveitar. Tenho certeza de que no futuro teremos mais tempo a sós.

– Certo… – Ian cora e se encolhe. A verdade é que adoraria sair sozinho com ele, mas não podia confiar seu filho a qualquer pessoa.

– Agora que nossos planos mudaram, preciso escolher outro lugar para ir… – o alfa fala pensativo e logo depois pega seu celular, pesquisando por lugares para crianças. O ômega sorri ao vê-lo tão empenhado e não pode evitar de se sentir emocionado, Ethan era um ótimo pai.