Akai Ito: Amor Predestinado - Capítulo 7
– Algum problema ? – Ian o questiona ao notar que Ethan quase não tocou em sua comida.
– Não, tudo bem… – ele suspira e esfrega os olhos. Não queria deixar tão óbvio, mas não podia conter seus pensamentos pessimistas e territorialistas.
– Sei que tem algo errado. Me fala… – o ômega desliza sua mão sobre a mesa, tentando alcançar a mão de Ethan, que recua de repente.
– Eu fiz algo errado ?
– Não… – o alfa fala um pouco hesitante.
– Então fala!
– Qual a sua relação com o Michael ? Ele não parece ser apenas um colega da faculdade. – Ethan se encolhe em sua cadeira, com medo da resposta.
– É com isso que está preocupado ?
– Sei que não é da minha conta, mas isso me deixou realmente incomodado… vocês pareciam muito próximos.
– Eu já disse que somos apenas amigos! – Ian revira os olhos, não queria ter que lidar com suas crises de ciúmes.
– Certo, esqueça. Sou apenas o vizinho legal, não é ? – Ethan força um sorriso.
– De que merda está falando ? – ele esbraveja.
– Você deixa que ele te toque tão casualmente, enquanto eu nem mesmo posso tentar ser carinhoso. O problema não é estar em um relacionamento, não é ?
– Tome cuidado com o que diz, ou pode se arrepender!
– Não preciso repensar, tudo está claro para mim. O problema é que você me vê apenas como um passatempo, alguém que pode te ajudar com o seu cio!
– Você veio até mim, Ethan. Não se esqueça disso! – Ian grita enquanto aponta seu dedo indicador para o rosto do alfa.
– Sim, eu mesmo me coloquei nessa situação, aceitei ser usado por você. Isso torna tudo pior. – Ethan suspira e se levanta.
– Chega, Ian. Vamos acabar com isso, nunca daria certo… – o alfa esfrega os olhos e segue para o seu quarto.
– Okay, como quiser. – o ômega se levanta e sai apressado, batendo a porta. Ele caminha até sua casa determinado, dizendo para si mesmo que não importava, ficaria bem sozinho, mas ao entrar, Ian pode sentir o leve rastro de seus feromônios espalhados pela sala e isso o faz desabar.
Ian se abaixa no chão e chora, com seu rosto entre as pernas enquanto segura seus cabelos. Ele começa a hiperventilar e sente uma estranha pressão em seu peito, nunca havia sido tão doloroso terminar com um parceiro sexual antes.
A inevitável verdade, que Ian não queria admitir, era que Ethan havia invadido seu espaço pessoal, ocupando tudo com seu largo sorriso, seu cheiro intenso e sua péssima mania de ser sempre tão doce e atencioso, forçando o ômega a aceitá-lo.
– Pai ? – Alex o chama e se aproxima devagar, carregando o boneco que Ethan lhe deu de presente.
– Oi, meu amor… – ele levanta sua cabeça e enxuga suas lágrimas, tentando disfarçar.
– Tá dodói ? – o garoto acaricia seu rosto e o abraça. Não queria vê-lo triste.
– Não, papai está bem. Só preciso descansar, okay ? – Ian beija sua bochecha e o abraça.
– Tá bom… – ele sussurra e apoia a cabeça em seu ombro.
_______________
Meses depois.
Mesmo sem a presença de Ethan, o ômega tenta seguir sua rotina normalmente, mas começa a se sentir cada vez mais frustrado e sobrecarregado. Cuidar de uma criança sempre foi tão cansativo assim ? Ele estava sem ânimo e já não era mais o mesmo.
– Me sinto tão cansado… – o ômega sussurra para si mesmo enquanto encara a janela de seu quarto. Depois de fazer o café da manhã ele não conseguiu mais levantar.
– Pai. – Alex o chama e entra, sobe na cama e se senta ao seu lado.
– Eu quero ver o Ethan… – ele murmura um pouco hesitante e envergonhado.
– Alex, não podemos ver o Ethan, okay ? – Ian se senta e acaricia o rosto do menino, que começa a chorar.
– Por que ? Ele não é mais nosso amigo ?
– É coisa de adulto… – ele suspira e o abraça. Mesmo que odiasse admitir, também sentia sua falta.
_______________
14:00 horas da tarde.
Ian confere as horas em seu celular e pega sua bolsa.
– Alex, vamos logo! – ele grita enquanto revira sua bolsa conferindo se estava tudo ali.
– Sim! – o garoto aparece, segurando um brinquedo e com um sorriso largo em seu rosto. Estava animado para sair com Michael.
– Que garotinho mais lindo! – o ômega aperta suas bochechas e sorri. Adorava vesti-lo como um bonequinho.
– Vem, vamos logo! – Alex segura sua mão e tenta puxá-lo. Ian dá risada e o segue para fora.
– Alex, o papai pegou sua… – ele fala enquanto tranca a porta da frente, mas sua frase é interrompida com o grito de Alex.
– Ethaaan! – o garoto corre em sua direção e é recebido com um abraço.
– Oi, garotão! – ele o pega em seu colo e recebe mais um abraço apertado. De longe, Ian os observa com o coração palpitando e mãos geladas. Não queria vê-lo.
– Alex, precisamos ir. – o ômega se aproxima e o pega em seu colo.
– Oi, Ian. – Ethan o cumprimenta, se esforçando para parecer bem.
– Oi. – Ian força um sorriso.
– Precisamos ir… – o ômega fala hesitante e evita contato visual. Sentia que, se o olhasse, o muro que criou entre eles cairia de vez.
– Ethan ? – um mulher de cabelos negros e longos aparece na porta, mas rapidamente nota o clima estranho.
– O café acabou. – ela mostra o pote vazio e entra logo depois. O alfa suspira e esfrega os olhos.
– Tchau, garoto, te vejo depois. – Ethan acaricia seus cabelos bagunçando os fios e entra.
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– Ian, está me ouvindo ? – Michael o chama e o encara com uma de suas sobrancelhas erguidas.
– Sim! Sim, estou!
– Mentiroso! – ele ri.
– Me desculpa, acho que tô com muita coisa na cabeça… – Ian suspira e se recosta no banco.
– O que aconteceu ?
– Eu e o Ethan, nós… – o ômega para ao se lembrar de que nunca havia explicado a situação antes.
– Brigaram ? É, eu notei.
– Como sabia disso ?
– Os feromônios dele estavam impregnados em você. Não notou ? – Michael sorri, pensando que às vezes ele podia ser muito inocente.
– Não… – o ômega cora no mesmo instante.
– Ele te marcou com o cheiro dele. Que alfa ciumento…
– Agora não importa mais, não estamos mais juntos. – ele muda de assunto e toma um gole de sua bebida.
– Você gosta dele, não é ? – Michael o provoca e dá risada ao ver seu rosto corar até as orelhas.
– Não! – Ian esbraveja, mas logo se encolhe em seu assento enquanto seu coração não para de palpitar.
– Não sei porquê brigaram, mas se o deixou entrar na sua casa, é sinal de que ele é um bom homem. Acho que deveria tentar.
– Cala a boca, Michael! – Ian joga uma batata frita, o fazendo dar risada. Não queria ouvir conselhos amorosos de alguém como ele.
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– Ethan ? – Lilian o chama e caminha até a sala, onde o alfa assistia ao jogo.
– Cara, você tá um lixo! – ela brinca e se senta ao seu lado. Era óbvio o quanto ele estava desanimado e distante.
– É por causa daquele ômega, não é ?
– Tá tão na cara assim ? – Ethan suspira e volta seu olhar para ela, que balança a cabeça concordando.
– Que merda… – ele esfrega os olhos.
– Sabe, eu não notei da primeira vez, mas aquele garoto se parece muito com você quando era pequeno… – Lilian fala enquanto se lembra de quando eram crianças. O alfa a encara surpreso, aumentando suas suspeitas.
– Lembra do ômega que te falei ?
– O que conheceu no bar ?
– É, esse mesmo… – ele suspira e desliza sua mão pelo cabelo, arrumando os fios para trás.
– É ele.
– O vizinho ? – Lilian o encara com os olhos arregalados e não consegue falar nada por alguns segundos.
– Caralho, como você é burro! – ela lhe dá um tapa em seu braço e grita irritada.
– O que eu fiz agora ? – Ethan choraminga enquanto tenta se defender.
– Você procurou tanto por ele e agora fica aí sentado com essa cara de bunda. Vai atrás dele!
– Ele não me quer, okay ? – o alfa grita, um pouco irritado e magoado com a situação.
– Para de ser burro! – Lilian dá um tapa em sua nuca.
– Quando ele me viu, me encarou como se fosse me matar! Ele gosta de você!
– Sé-sério ? – o alfa a questiona com seu rosto levemente corado.
– É óbvio, idiota!
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