Ai No Kusabi - The Space Between - Capítulo 13
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- Capítulo 13 - Fim da 2ª Temporada
Riki não tinha ideia de onde ele estava.
Exceto que ele estava em um quarto sem janelas, cercado por quatro paredes de marfim. Uma cama simples. Uma cadeira e uma mesa. Nada mais. A única porta, a única saída, estava trancada por fora.
Ele bateu na porta. Ele até a chutou. Ela não se moveu.
O quarto era uma cela de prisão limpa e arrumada. Aparentemente, ele foi arrastado até ali daquele lugar que o lembrava do oceano azul profundo. A última coisa que ele lembrava era de ter dado um soco em Iason. Ele sabia que era uma atitude idiota.
Em troca, Iason lhe deu um forte golpe no estômago, e tudo se apagou.
Quando voltou a si, estava deitado na cama mencionada acima. Seus bolsos haviam sido esvaziados, incluindo dinheiro, a carteira de identidade que Katze lhe dera e a moeda presa ao chaveiro. Até mesmo o canivete que ele mantinha guardado em suas botas em caso de emergência havia desaparecido. Tudo.
Tendo sido despojado de todos os seus pertences e jogado nesta cela, Riki não estava com vontade de se acalmar. Longe disso. Sua mente estava girando: O que diabos aquele idiota está pensando? O que exatamente ele está planejando fazer, me trancando aqui sem sequer uma explicação?
Riki sabia que deveria estar pensando em outras coisas, mas, para começar, ele não tinha a menor ideia de quais deveriam ser as outras coisas da lista.
Merda!
Rangendo os dentes, Riki chutou a cadeira com toda a sua força e a fez voar.
***
Sasan (Área 8). Cúpula da torre número três. O leilão secreto terminou sem problemas e no estilo digno de um rei. Iason Mink não estava aproveitando o brilho da tarde, mas, como sempre, relaxava com sua graça e autoridade habituais em seu escritório na cobertura.
Ele se recostou, quase engolido pelo sofá, cruzou suas longas pernas e olhou para o painel na parede. Na tela havia um vídeo de Riki, torcendo os lábios em óbvia irritação. Iason ajustou um botão no controle remoto e num piscar de olhos a tela foi preenchida com um close do rosto de Riki.
Apesar de sua aparência desgrenhada e desalinhada, seu cabelo preto brilhava suavemente. Sua franja não conseguia esconder a irritação em seus olhos obsidianos. Seu mau humor estreitava seus olhos, repletos de emoções rudes e vulgares.
Iason quase imaginou ouvir o som dos dentes rangendo em irritação escapando da fina linha que eram seus lábios. Diante dele estava um gato de rua imundo. Sem modos, sem classe e sem um pingo de disciplina e controle. Independentemente disso, a vida deste “nobre selvagem” imaculado e incivilizado brilhava com uma luminosidade extraordinária.
Quando eles se conheceram sob o brilho berrante dos anéis duplos de Midas, ele não era mais do que um garotinho orgulhoso, ignorante e com cara amarrada, sem saber o que fazer com suas emoções desenfreadas. Ele não tinha a menor ideia de como se enturmar com os outros. Nenhuma habilidade social além de mostrar os dentes e rosnar como um cachorro.
Um mestiço de favela.
Na época, sua decisão de fazer vista grossa e não entregá-lo à polícia foi por puro capricho. Mas acompanhá-lo a um lugar cujo propósito era óbvio à primeira vista, e então agir com base no desejo de derrubar um pouco do orgulho do garoto — depois de levá-lo a um grau de excitação que ele nunca tinha visto antes, é claro — nada mais era do que seguir um capricho e deixar a natureza seguir seu curso.
O garoto tinha sido contrário por pura contradição, mas sem nenhuma estratégia ou premeditação em mente, e com tanto orgulho à mostra, ele não podia permitir-se pedir misericórdia a um homem que ele devia saber que era um Loiro.
Então Iason o usou e o jogou fora. Jogar-lhe a Moeda Aurora ao sair não foi nada mais do que um ato impulsivo. No que diz respeito a diversões, este tinha mais carne nos ossos do que a maioria, mas, no final, ele ainda era apenas um entretenimento. Como “troco” pelo suborno imposto a ele, a moeda de pet lhe pareceu apropriada.
A moeda de pet consistia em fichas de metal que não valiam nada nos mercados, mas uma Moeda Aurora tinha muito mais valor do que mero dinheiro. Apenas uma Moeda Aurora poderia ser convertida em mais dinheiro do que todos os cartões de crédito roubados por crianças.
Iason permaneceu um pouco curioso para saber se um mestiço da favela apreciaria o valor real quando o objeto caísse em suas mãos. Então ele disse a Katze para manter os olhos abertos e avisá-lo assim que a moeda saísse das favelas.
Ele tinha certeza de que seria uma questão de dias. Mas o tempo se estendeu cada vez mais. Iason ficou desapontado e ainda mais intrigado com o fato de esse desconhecido vira-lata da favela não tê-la trocado por seu prêmio.
Ao mesmo tempo, o que havia acontecido com aquele pirralho vagabundo depois de Iason jogar seu orgulho na lama?
Em relação à moeda, Katze seguiu suas instruções sem uma palavra de objeção. Ao mesmo tempo em que deixou claro sua desaprovação por Iason fazê-lo recrutar um mestiço da favela como ele, e um ainda tão inexperiente.
Naturalmente, quaisquer que fossem os argumentos de Katze, Iason não estava nem um pouco inclinado a ouvir. O fato de o garoto ser útil para ele ou não, não era importante para Iason. Ele era apenas o produto de uma simples curiosidade.
“Riki o Negro”, Huh? Se alimentado adequadamente, talvez esse gato de rua sarnento possa se tornar um tigre.
Nos últimos meses, ele passou por uma grande transformação. Essas mudanças não foram apenas superficiais, mas, sem dúvida, uma reflexão sobre o equilíbrio entre os aspectos bons e ruins de seu caráter pessoal.
Mas ainda não era suficiente. A vontade de satisfazer sua curiosidade podia muito bem ter motivado tais pensamentos.
Ele tocou o controle remoto novamente. Assim como o previsto, Riki estava chutando a cadeira. Iason sorriu apesar de tudo. É um mestiço que precisa de muito treinamento.
— Iason… — Atrás dele, uma voz de repente interrompeu seus pensamentos. — Você está falando sério sobre isso? — Lá estava Raoul Hamm, com seu semblante bonito e indomável, que mostrava um ar sombrio incomum para uma elite de Tanagura. — Você não colocou as mãos naquele pedaço de lixo, não é? Trazer um macho* que nem sequer foi domesticado para Eos é simplesmente pedir para ter problemas.
— É verdade, mas esse orgulho sem limites dele é muito mais interessante em comparação àquelas bonecas sexuais sem cérebro. O que você acha dessa expressão de angústia mal-humorada? Ele é tão vulgar e grosseiro. Você não acha que valeria a pena treiná-lo? Seria divertido criar um tipo diferente de animal de estimação, para variar.
— O tipo de coisa que você escolhe criar é da sua conta, mas transformar essa criatura em um animal de estimação não vai refletir bem no nome “Iason Mink”.
— Talvez. Mas acredito que, com o treinamento adequado, ele poderia se tornar um animal de estimação muito interessante…
— A sua autoconfiança não vem ao caso. E se ele não puder ser domesticado?
— Se chegar a isto, sempre podemos mexer com seu cérebro, transformá-lo em um boneco sexual e descartá-lo no Mercado Negro. É importante que se saiba que esse animal de estimação já foi propriedade de Iason Mink e que isso, por si só, aumentaria significativamente o preço. Ou talvez possamos mantê-lo para uso dos convidados, preso até que ele morra naturalmente? Deve haver dezenas de outros usos em que poderíamos pensar.
Com esse pronunciamento alegre, Iason voltou sua atenção para a tela.
Transformar um mestiço da favela em um animal de estimação.
Nunca lhe ocorreu que esse plano, pouco mais do que um mero ato de capricho, abalaria profundamente seu orgulho como Loiro.
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Nt Let: Ah como eu quero ver esse macho engolir cada palavra de deboche até agora, ficando cadelinha do nosso uke gostosão. 𓁹‿𓁹
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Cifra
Um Loiro de Tanagura e um vira-lata da favela. Uma divisão intransponível.
O encontro deles: talvez um acidente estranho e inconcebível, talvez uma reviravolta imprevista ou uma peculiaridade de pensamento.
Sentimentos tão escaldantes e tão profundos que entorpecem o coração. E com um toque de loucura. Parecendo uma arma de amor.
Tantos pensamentos destruindo tantas almas, e então voltando-se para enfrentar o apocalipse…
(Extraído das notas do encarte da trilha sonora de Sense of Crisis.)
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AI NO KUSABI
THE SPACE BETWEEN
Vol.3
Pesadelo
Verão de 2008
Publicado por:
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