Xia Niangniang - Capítulo 6
Os três entraram no mercado. Concubina cega não sabe para onde ir, cambaleando para a frente em sua alegria e empolgação e assustando Xiao Bao até perder o juízo.
“Mestre, há muitas carruagens nesta estrada, tome cuidado!”
“Não se preocupe; posso ouvir os cascos dos cavalos quando eles se aproximam.”
Concubina cega caminha pelas fachadas das lojas farejando aqui e cheirando ali, tão animado quanto um cachorrinho.
“Pãezinhos de carne de caranguejo!”
“Macarrão San Xian*!”
(*O macarrão Sanxiang é um dos alimentos locais famosos da cidade de Zhongshan, província de Guangdong, China. Tem uma história de mais de 200 anos. Devido à receita e às técnicas especiais, o macarrão é redondo e elástico.)
“Sopa Bai wei*!”
(*Uma sopa feita com frango e gengibre.)
“Pêssegos gelados!”
Seus passos são leves e rápidos, quase como se ele fosse flutuar no céu. Seu rosto pálido fica vermelho, suas bochechas macias e delicadas.
O imperador segue atrás de concubina cega, silenciosamente observando-o enquanto ele(CC) faz um grande alvoroço, tão enérgico quanto uma criança. Seu rosto pálido é muito bonito.
Ele parece completamente diferente de quando estava no palácio.
Por que ele não o conheceu antes?
Ele sofreu muito.
O imperador suspira.
Felizmente, ele(imperador) o conheceu.
Concubina cega se vira, “Xiao Bao, eles têm os alimentos escritos na lista?”
Xiao Bao responde, “Sim, sim, assim que passarmos, vou comprá-lo logo em seguida.”
Concubina cega acena com a cabeça, “Isso é bom.” Em seguida, avisa, “Não perca nenhum item.”
Xiao Bao sorri, “Não se preocupe, mestre.”
Os três circulam pelo mercado. Quando o meio-dia se aproxima, concubina cega diz, “Estou com um pouco de fome.”
Xiao Bao o encara, “Você estava correndo e gritando para todos os lados. Seria estranho se você não sentisse fome.”
O imperador diz, “Vamos encontrar um lugar para comer.”
Concubina cega diz apressadamente, “Conheço um lugar chamado Pavilhão Bambu, onde já estive muitas vezes. A comida é fresca, mas não sei se esse lugar ainda existe.”
Xiao Bao diz, “Deixe-me ir perguntar a alguém.”
Depois de um tempo, ele retorna, “Mestre, eles ainda estão abertos. É apenas alguns metros à frente.”
Concubina cega fica feliz, “Ótimo. Vamos lá.”
Eles alcançam as portas do Pavilhão Bambu. A fachada da loja não era pequena, a decoração tinha um estilo imponente. Os clientes entram e saem do restaurante movimentado. O imperador estava prestes a entrar quando concubina cega de repente grita baixinho, “Ah …”
O imperador faz uma pausa no meio do passo, “O que houve?”
Concubina cega diz baixinho, “Não temos dinheiro.”
O imperador está curioso, “Xiao Bao não tem uma bolsa com dinheiro?”
“Não devemos usar esse dinheiro!” Concubina cega balança a cabeça como um tambor, “esse é o dinheiro que o palácio usa em tarefas para o rei. Você será punido se o usar e, na pior das hipóteses, perderá a cabeça!”
O imperador finge surpresa, “Isso é sério?”
“Mm.” Concubina cega acena com a cabeça, “Você ousa usar o dinheiro do imperador?”
O imperador pensa, “… não.”
Concubina cega abaixa a cabeça sem saber o que fazer.
O imperador sacode o leque e finge indiferença, “Vou convidá-lo para almoçar.”
“Huh?” Concubina cega levanta a cabeça, “Não, isso é muito cortês da sua parte.”
O imperador sorri, “Se você não pode aceitar, pode me convidar da próxima vez.”
Concubina cega pensa bastante por um momento, “Tudo bem.”
Xiao Bao conduz concubina cega para o restaurante pela mão, sobe as escadas e se senta a uma mesa de frente para a rua. Imediatamente o garçom vem para encher seu chá, um sorriso em seu rosto, “O que esses clientes gostariam de experimentar?”
Concubina cega diz, “Bolinhos de Camarão frito e crocante, XiHu Cu Yu*, Rolinhos Ru Yi**, Caju Pera*** e Sopa Jade de Peixe Branco.”
(*O vinagre de peixe do Lago Oeste ( xihu cu yu , 西湖醋鱼) é um dos pratos mais famosos da tradição culinária de Zhejiang no leste da China. Um peixe inteiro é escaldado e coberto com um molho de vinagre doce. Este prato tem o nome de um grande e belo lago na cidade de Hangzhou. O peixe do Lago Oeste é bom para o Ano Novo Chinês, quando servir peixe inteiro é considerado sorte.)
(**Acredito que seja um tipo de sushi.)
(***Acredito que seja uma salada.)
O garçom fica surpreso, “Este cliente, você certamente sabe como escolher. Estes são os melhores pratos da nossa loja. Ninguém além de um cliente regular poderia dizer o nome desses pratos.”
Concubina cega sorri, “Eu costumava vir aqui muitas vezes no passado e conhecia todos na loja. O Pavilhão Bambu só tinha um andar e o negócio estava tão bom que todo o lugar estava lotado. Você teria que colocar mesas e cadeiras do lado de fora.”
“É isso mesmo?” o garçom diz, “Há três anos nossa loja foi reformada. Agora está maior do que antes. Fui contratado naquela época para ajudar, não é à toa que não te vi antes.”
Enquanto demorava para beber meia xícara de chá, os pratos eram levados para a mesa, a fragrância se espalhando por todos os lados.
Concubina cega diz, “Vocês devem comer mais. É delicioso.”
Xiao Bao diz, “O Mestre deveria comer mais. Quem sabe quando será a próxima vez que você vai sair do palácio.”
Concubina cega faz uma pausa e depois suspira, “Sim, pode nem haver uma próxima vez.”
Sua mão segurando seus pauzinhos caiu.
O imperador rapidamente o tranquiliza, “Não seja tão pessimista. Talvez você tenha outra oportunidade em breve.”
Ao ouvir isso, concubina cega ri, “Você diz isso como se fosse verdade. Você não é o imperador, como saberia?”
O imperador gagueja e então diz embaraçado, “Eu não sei.”
Xiao Bao ri para si mesmo e coloca bolinhos de camarão na tigela de concubina cega.
Concubina cega pega um. Os bolinhos de camarão são fritos até adquirirem uma cor amarelo dourado. Enquanto morde, sente o sabor do camarão, tenro e crocante, delicioso.
Concubina cega fica feliz, “Tão bom, o sabor não mudou em nada!”
Em seguida, continua, “Vocês comam também, não se preocupe apenas em colocar comida na minha tigela.”
O imperador diz, “Você come mais. Olhe para você. Você mal é pele e ossos.”
Xiao Bao acrescenta, “Até Yu Li tem mais carne nele.”
Concubina cega está com a boca cheia de bolinhos de camarão e resmunga de maneira ininteligível, “Isso não é verdade.”
Depois de um tempo, o XiHu Cu Yu é levado para a mesa. O imperador pega um pedaço da barriga do peixe, tira os ossos e coloca no prato de concubina cega.
Concubina cega experimenta uma mordida. Aquele peixe de sabor azedo e doce era macio e suculento, derretendo enquanto ele o mantinha na boca.
Alegremente, ele dá uma pequena mordida após outra, parecendo adoravelmente cativante.
Concubina cega pergunta a Xiao Bao, “Xiao Bao, você já provou?”
Xiao Bao respondem “Sim.”
Concubina cega pergunta ao imperador, “Você também provou?”
O imperador responde, “Sim.”
Concubina cega relaxa, “Que bom.”
Depois de comer o resto dos pratos, eles saem do restaurante.
O sol da tarde é suave e quente como folhas roçando o rosto. O rosto de concubina cega está cheio de sorrisos, “Quase me esqueço do gosto. Não pensei que depois de todos esses anos, o gosto ainda fosse tão familiar.”
Xiao Bao diz, “As coisas de que você gosta não são tão fáceis de esquecer.”
Concubina cega contempla isso, “Sim.”
Em seguida, pergunta, “O que mais está na lista? Vamos comprá-los.”
Xiao Bao concorda.
Eles voltam para a rua movimentada. Concubina cega caminha em terreno acidentado, mas se sente em paz. Aqui estão os cheiros com os quais ele está familiarizado, o clamor familiar e a agitação das pessoas, o riso de crianças correndo. Tudo isso acalma seu coração.
O imperador repentinamente fecha seu leque, ” Eu vejo onde eles vendem tanghulu!”
“Mesmo?” Concubina cega agarra sua manga. “Onde?”
“Na esquina,” o imperador tira seu dinheiro, “eu compro para você.”
“Não precisa, não precisa,” diz concubina cega, “posso comprá-lo sozinho,” e tira várias moedas de cobre da manga.
Xiao Bao avança para conduzi-lo e eles chegam à barraca de tanghulu. Concubina cega entrega as moedas, “Vou querer três.”
O homem com o chapéu de bambu pega três varetas e as entrega a concubina cega.
Concubina cega entrega uma das varetas para Xiao Bao, pega um para si mesmo e pergunta a Xiao Bao, “Onde está o guarda?”
O imperador diz, “Estou aqui.”
Concubina cega entrega a última vareta e sorri, “Isto é para você.”
O imperador fica surpreso, “Para mim?”
“Mm.”
O imperador encara, “Ninguém nunca me deu tanghulu. Você é o primeiro.”
“Huh, ninguém?”
Ele responde resolutamente, “Ninguém.”
Quando concubina cega ouve isso, há uma expressão de simpatia em seu rosto.
Que triste não ter ninguém que lhe compre tanghulu.
Ele não consegue evitar e na ponta dos pés dá um tapinha na cabeça do imperador, “Não fique triste.”
Xiao Bao observa com ansiedade e apressadamente lembra, “Vossa senhoria, ele não está triste.”
O imperador diz, “Não, não, eu estou triste. Você deve me confortar.”
Concubina cega franze as sobrancelhas, “O que há com vocês dois?”
Que gente estranha.
Ele balança a cabeça e segue em frente com seu tanghulu.
Publicado por:
- Empireo
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