Polar - Capítulo 1
– Acha que pode fazer isso ? Ficar sozinho não é fácil. – a mãe de Oliver o questiona preocupada.
– Sim, conheço todas as técnicas de sobrevivência que o vovô usa. Além disso não vou estar completamente sozinho, a Willow vai comigo! – ele faz carinho na cadela da raça Boiadeiro de Berna, que abana seu rabo em resposta.
– Não sei, ainda estou preocupada. Tenho um mau pressentimento!
– Mãe, não vai acontecer nada, okay ? Vou ser literalmente o único ser humano em quilômetros!
– Tudo bem. – ela respira fundo e desiste. Não havia como faze-lo mudar de ideia.
– Vou voltar logo para casa. Eu prometo! – Oliver beija sua testa, tentando acalma-la. Não queria desistir dessa viagem.
– Acho bom, mocinho! – ela agarra suas bochechas e sorri.
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Setembro, 08:00 horas da manhã, Alasca.
O avião pousa na pista e após percorrer alguns centímetros logo perde velocidade, até parar por completo. A porta se abre e Oliver desce acompanhado de Willow.
Seu pai, que está pilotando também desce e juntos começam a descarregar a bagagem. Ao terminarem, Oliver está pronto para começar sua aventura.
– Obrigado, pai! – ele se despede com um largo sorriso.
– Se cuida, garoto. – o homem grisalho sorri.
– Venho daqui a alguns dias ver como está. Não se esqueça!
– Não vou! – ele ri.
– Certo, agora preciso ir. – o homem se despede e entra no avião, alguns minutos depois ele já está no ar, voando de volta para casa.
– Vem, Willow! – Oliver a chama e juntos seguem até o local da velha cabana de seu avô. Ao chegar, ele nota que há alguns buracos nas paredes de madeira e também no teto, antes de se instalar iria precisar fazer uma manutenção.
– Ainda está melhor do que eu esperava… – ele sussurra para si mesmo e entra após uma rápida luta com a porta emperrada. Oliver deixa sua mochila no chão e retira seu machado de dentro dela.
– Talvez eu deva cuidar do teto primeiro. Odiaria me molhar! – Willow late em resposta, fazendo Oliver rir.
– Okay, então vamos lá. – ele acaricia sua cabeça e caminha em direção a saída. Oliver segue pela floresta, aproveitando a luz do sol e pega alguns musgos para usar no isolamento da cabana, e também alguns troncos. Ao retornar, ele leva algum tempo para reparar as paredes e o teto.
– O que acha, Willow ? Parece bom ? – Oliver a questiona enquanto encara as paredes e o teto, avaliando seu trabalho. A cadela o encara parecendo desinteressada e apenas volta a dormir.
– Okay, entendi! – ele ri e logo depois vai até sua bolsa, revirando seu interior que está cheio de ferramentas e roupas.
– Que tal acender o fogo ? Está bem frio aqui dentro. – Oliver pega algumas lenhas que seu avô havia guardado e acende o fogo com a ajuda de uma pederneira. Ele põe a brasa dentro do pequeno forno de ferro e o alimenta com mais madeira, logo depois vasculha sua mochila novamente em busca de água e comida para Willow.
Ele se junta a cadela para se aquecer próximo ao fogo, mas após alguns minutos de descanso, Oliver decide sair mais uma vez para montar armadilhas e pegar mais lenha.
– A última… – ele sussurra para si mesmo, cansado de todo o trabalho braçal e enquanto termina de cortar o último tronco, Willow que acabou o acompanhando novamente começa a latir desesperadamente para o nada, o que deixa Oliver curioso e também assustado. Ela nunca havia feito isso antes.
– Willow! – ele a repreende e a puxa pela coleira.
– Calma menina, não tem nada lá! – Oliver olha ao redor e confirma que de fato está mesmo sozinho.
– Tudo bem, vamos voltar. Já peguei tudo o que precisava. – a cadela para de latir e o encara confusa, mas o acompanha de volta sem mais distrações.
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19:15 horas da noite.
Depois do jantar, Oliver está deitado ao lado de sua cadela enquanto encara o teto. Ficar totalmente isolado, sem internet ou energia elétrica o deixava um pouco ansioso e solitário, mas precisava fazer isso. A cabana era tudo para o seu avô, cuidar dela era o mesmo que cuidar de sua alma.
– Que tédio… – ele sussurra e dá risada, se vira para o lado e abraça Willow.
– Boa noite, bebê! – a cadela boceja e se aconchega em seus braços, ele sorri e fecha seus olhos, adormecendo rapidamente devido ao cansaço após o trabalho duro.
Enquanto dorme, Oliver sente uma brisa fria em seu rosto, o que o faz acordar e logo se dar conta de que está no meio da floresta. Ele olha ao redor assustado e se levanta, seu corpo treme de frio e ansiedade, não entendia como havia parado ali, mas sabia que estava em perigo. A maioria dos animais saem á noite para caçar e sem nenhuma arma, ele seria uma presa fácil.
– Willow! – ele grita, preocupado com sua cadela, que antes estava dormindo tranquilamente em seus braços. Oliver corre sem rumo pela floresta, até que se depara com uma luz entre as arvores, que faz seus olhos doerem.
– Porra! – Oliver cobre seus olhos e caminha em direção a luz, ao se aproximar se depara com um enorme urso polar, que está de pé nas patas traseiras e o encara fixamente. Ele fica paralisado de medo, nunca imaginou que veria um urso tão de perto.
Enquanto está parado ali, o urso começa a se aproximar devagar e logo ganha velocidade, correndo em sua direção. Apavorado com o que poderia acontecer, Oliver corre aflito pela floresta, passando entre os galhos das árvores que limitam sua visão.
Ao mesmo tempo em que tenta desesperadamente salvar sua vida, ele volta seu olhar para trás, conferindo se o urso ainda estava lá, e para sua decepção o animal era extremamente rápido.
– Merda, merda, merda…! – Oliver murmura repetidamente enquanto corre, mas acaba tropeçando e cai na neve. O urso, que já estava quase o alcançando, pula sobre ele e abre sua boca, mostrando suas presas. Oliver cobre o rosto com seus antebraços, tentando se proteger e já pode sentir o “doce beijo da morte”, mas de repente se levanta e nota que tudo era apenas um sonho. Ainda estava vivo.
– Puta merda… – ele sussurra ofegante e está suando frio. Ao olhar pela janela nota que está amanhecendo então decide se levantar e começar o dia.
Oliver lava seu rosto com a água que havia guardado e ao se olhar no pequeno pedaço de espelho grudado na parede, nota que há uma marca de mordida em sua pele. Uma marca superficial e nem um pouco dolorosa, mas que não estava ali antes.
– O que… ? – Oliver sussurra assustado e desliza a ponta de seus dedos sobre o local. Suas pernas começam a tremer e ele se segura na pia improvisada. Tudo aquilo deveria ter sido apenas um sonho, não entendia como aquela marca foi parar em seu pescoço. Nada fazia sentido.
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