Panaceia Humana - Flor do Céu - Capítulo 1 - Prólogo
Enorme.
Esta é a maneira mais adequada para descrever aquele lugar.
Pessoas do mundo inteiro estavam reunidas ali, aglomeradas próximo a um palco. Embora cada uma delas estivesse magnificamente vestidas em seus lugares, suas expressões eram as mais diversas.
Uns brilhavam mais que os outros, revelando a mais alta arrogância que suas riquezas podiam trazer para aqueles que foram miseravelmente pisoteados.
Contudo, eles ainda eram incomparáveis à luxúria da decoração do local, que se estendiam em uma infinitude de andares, onde se localizam as salas particulares.
Todos que estavam abaixo sabiam que não se igualavam a migalhas perto dos grandalhões que estavam sentados ali, ocultos por trás das telas.
Embora tivessem acumulado uma vida de riquezas apenas para este dia, nunca conseguiram nem mesmo chegar aos pés deles.
Contanto que alguém do alto acenasse, tudo que restava era pacificamente abaixar a cabeça e admitir a derrota.
Esta era uma regra não dita.
Ou tudo estaria acabado.
No centro do palco, onde a maior parte da iluminação estava concentrada, havia um homem de meia idade com um sorriso de comerciante no rosto.
Não se engane, por mais inofensivo que sua figura parecia ser, todos ali sabiam que se tratava de um cultivador do estágio alma nascente, o mesmo valia para as duas belas mulheres atrás dele.
Eles estavam vestindo um robe muito similar e glamuroso, claramente indicando que trabalhavam juntos.
A atenção de todo o público estava voltada para eles.
“Agora… o momento mais esperado de todos aqui!” O homem fez suspense, com um sorriso largo que tomava quase todo seu rosto, “O último item deste leilão!”
Ele fez um gesto exagerado para todos, fazendo com que a atenção de cada uma das pessoas voltasse para onde fora apontado.
As mulheres atrás dele saíram, cada passo sendo dado nem com muita pressa ou calma, entretanto, o tempo em que levaram não foi longo, elas logo apareceram com o ‘último item’.
A plateia inteira segurou a respiração, não reagindo até que estivesse no centro do palco.
Era quase do tamanho de uma pessoa, mas ainda estava coberto por um pano.
“Aposto que todos estão muito curiosos neste momento.” O homem de meia idade riu, “Isso me deixa em um dilema, será que devo me apressar?”
“Esta é a obra prima, nossa maior conquista.” Ele andou ao redor do último item, levantando a mão enquanto acariciava o tecido, “Uma raridade que aparece apenas a cada dezenas de milhares de anos!”
“Estão interessados? Seu valor é inestimável.” O homem de meia idade deu um sorriso ganancioso, “Este é o último item do nosso leilão, o mais valorizado…”
“Panaceia humana.” Assim que disse, o homem puxou o pano, revelando a tão esperada mercadoria de todos os espectadores.
A luz caiu sobre a enorme jaula de ferro no centro do palco. O olhar das pessoas seguiu, parando na figura humana acorrentada que estava dentro.
A panaceia humana fechou os olhos e agarrou os cabelos bagunçados, se encolhendo como se tentasse fugir das luzes e olhares que se encontravam nele.
O silêncio reinou por um breve momento, o som do cair de um alfinete podendo ser ouvido.
Logo em seguida, as pessoas simplesmente surtaram.
“Panacéia humana? Ele disse panaceia humana??”
“Não era apenas uma lenda?!”
“Isso é real? Elas realmente existem??”
“Eu não posso acreditar! Não se trata de um elixir milagroso?!”
…
Todos falavam ao mesmo tempo, um atropelando o outro com suas palavras, esquecendo completamente da cortesia.
Não se pode julgar, esta era uma notícia que abalava os céus.
Uma panaceia viva, em carne e osso!
“Tosse.” O homem de meia idade estava satisfeito com a agitação, “Me escute por um momento, caros convidados.”
Isso acalmou os nervos de cada um deles, voltando sua atenção com imensa expectativa.
“O humano é sim uma panaceia que foi capturada por nós.” O homem de meia idade levantou a mão, girando os pulsos, “Temos total garantia.”
Em uma das mãos, uma adaga apareceu, sua lâmina exalando um brilho sob a luz. Enquanto na outra, era um simples papel, que balançava naturalmente com o vento.
Os olhos de todos brilharam.
“É exatamente como pensam, um contrado de escravidão.” O homem andou até a jaula, abaixando ao lado do humano que estava dentro, “Aqui, a prova…”
Em um movimento invisível a olho nu, a faca em suas mãos se aproximou da fenda entre as barras de ferro, fazendo um corte profundo no braço.
A panaceia gritou.
O sangue fresco escorreu pelo braço, em poucos segundos, marchando parte dos trapos da panaceia humana, que tentava desesperadamente cobrir o fermento com a mão.
O mais deslumbrante de tudo era que o sangue não tinha uma cor comum, mas um lilás fascinante, que exalava um aroma encantador, atraindo mesmo de longas distâncias.
Ninguém mais teve dúvidas.
Era uma panaceia legítima, da mais pura.
“Ele será absolutamente leal a quem adquiri-la.” O homem de meia idade balançou o papel na mão, “Irá servi-lo até que esteja plenamente saciado.”
“Vamos para o momento mais aguardado, a solicitação!” Ele girou as mãos novamente, desaparecendo com o papel e a faca enquanto erguia os braços, “O preço reserva é de quinhentos mil pedras espirituais superiores!”
“Um milhão!”
“Um milhão e quinhentos mil!”
“Dois milhões!”
“Três milhões…!”
“Cinco milhões e novecentos mil!”
“Sete milhões e quatrocentos mil!”
“Dez milhões!”
Ninguém teve tempo de respirar, alvoroçadas ao oferecer o mais alto preço por aquela raridade.
Era único em todo o mundo.
Foi por volta de quando o preço já alcançava o patamar dos cem milhões, que uma das salas privadas se moveu, fazendo um lance.
“Um bilhão.”
Neste momento, nenhum outro zumbido saiu.
Não se tratava de qualquer sala privada, e sim da mais alta, a que exercia maior autoridade sobre todos os poderes encontrados ali.
A Seita Tiansheng.
O silêncio gerou um clima pesado, muitas pessoas rangendo os dentes de frustração.
Mesmo que quisessem dar lance, um bilhão não era um valor pequeno, sem falar que seria uma completa afronta.
Ninguém poderia salvá-los se o ofendesse.
“…Ninguém mais dará lances?” O homem de meia idade escondeu sua insatisfação, sorrindo para todos, “Três… dois…”
“Um bilhão e cem milhões.”
Outra sala privada falou, testando as águas.
Ninguém sabia exatamente quem estava lá dentro, mas sendo capaz de desafiar a maior seita tão abertamente, podiam adivinhar até de olhos fechados.
“Dois bilhões.”
Tiansheng rapidamente recuperou a liderança, sem se deixar abalar com qualquer valor lançado.
Contudo, ninguém presente ali era estúpido, isso foi mais que uma confirmação de que queriam levar a panaceia de todas as formas.
O homem de meia idade percebeu isso perfeitamente, já estando muito satisfeito com o valor, “Três… dois…”
“Um…!”
Ele gritou, “O tão aguardado último item do leilão, a Panaceia Humana, vai para a sala #001 por dois bilhões de pedras espirituais de alto nível!!!!”
Isso gerou um tumulto sem precedentes, ainda maior do que quando o item foi revelado.
Afinal… foi uma confirmação explícita de que os rumores estavam corretos.
Tianjun estava ferido.
“Os compradores devem nos acompanhar para a troca.” O homem de meia idade estava com um sorriso escancarado ao pensar nos lucros, “Nosso leilão termina por aqui, muito obrigado pela participação de todos os senhores.”
Enquanto falava, a jaula já estava sendo arrastada pelas duas mulheres de fundo, para trás do palco, longe daquela multidão.
A panaceia humana, que escondia toda a sua figura com o corpo, encolhida no canto da jaula, abriu os olhos; suas pupilas púrpura, assim como seu sangue, encararam por breve instante a última sala privada daquele salão.
Não havia movimento.
As emoções em seu olhar eram difíceis de discernir.
Publicado por:
- Shinyuutte
- Sou uma autora (amadora) de danmei que está tentando seu melhor para fazer um trabalho bem feito, conto com o apoio de vocês.
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