Osoroshiku Kawaii - Capítulo 15
Eu escrevi esse capítulo inteiro ouvindo Bluestone Alley, e recomendo que vocês leiam ele escutando a melódia.
****
Um tempo depois, a chuva abrandou, tornando-se um chuviscar. Hayato e Shin permaneciam abraçados na cama.
— Shin? — chamou Hayato, meio temeroso. — Tem algo que eu preciso te contar.
— O que foi?
— Nós estamos em um motel. — a melhor forma de contar, seria de uma vez.
— Oi?
— Não fica bravo. — Shin não estava bravo, estava envergonhado.
— Como isso aconteceu? Achei que fosse só um hotel.
— É, eu também achei.
— Então como você descobriu? — Hayato não tinha saído do quarto.
— Eu mexi nas gavetas ali e achei camisinha e lubrificante. Isso foi enquanto você estava se secando. — o rosto de ambos estava pegando pego.
— Ah certo. Eu acho que está na hora de dormir.
— Sim, vou arrumar meu cantinho.
Hayato saiu da cama, mas Shin segurou seu roupão.
— O que? — Hayato estava confuso com a atitude do mais velho.
— Como assim “cantinho”?
— Pra eu dormir.
— Hayato…. — culpa pesou no coração de Shin. — Você pode ficar na cama. Comigo.
— Shin, você… Tem certeza disso? — era notável a esperança brilhando nas íris de Hayato.
— Sim. — Shin sorriu ao responder.
Animado com a perspectiva, Hayato abraçou Shin. O que resultou nos dois caindo deitados na cama. Hayato novamente por cima.
— Eu, desculpe, Shin. Eu me empolguei. — pediu ele, corado.
— Está tudo bem! Eu gosto mais de você assim. — havia um rosa suave pintando o alto das bochechas de Shin.
— Como assim?
— É que… — dava vergonha falar, mas já que estavam sendo honestos naquela noite…. — Você sempre me trata com muita delicadeza.
— Isso é ruim? Você quer que eu pare? — era desesperador a possibilidade de fazer algo que Shin não gostasse.
— Não. Não é isso. Eu me expressei mal. — Shin já deveria estar acostumado a sentir o rosto pegando fogo. — Na maioria das vezes você me trata como porcelana. Parece ter medo de me tocar.
— E eu tenho. — na lata. Os dois se encararam. Verde no negro. — Tenho medo de te tocar e você não gostar. Tenho medo de te machucar. Tenho medo de tentar dar um passo a mais e nos fazer brigar.
— Hayato…. — a solitária estrela na íris negra de Shin parecia estar repleta de amor, assim como sua voz. — Por que não me disse isso antes?
— Acho que eu tive medo. — ainda era complicado pra Hayato dizer aquilo em voz alta, mas tudo mudava quando era Shin a escutar aquilo.
— Então me abrace apertado e não solte mais.
E Hayato o fez, enterrando seu rosto no pescoço de Shin, inspirando o cheiro de noites estreladas do pequeno.
— Você é precioso. — disse Hayato. Ele sentiu quando Shin começou a acariciar seu cabelo. — Você é precioso, Shin.
— Você também, Hayato. — era notável o tom de choro na voz de Shin. — Eu quero passar o resto da minha vida com você.
— Isso é um pedido de casamento? — perguntou Hayato, inspirando mais fundo. Ele sentiu quando Shin se arrepiou.
— É muito mais do que isso. — respondeu Shin, meio risonho. — Vamos deixar o pedido de casamento pra quando eu puder ter você por inteiro, sem medo de esconder do mundo.
— Então o que foi aquele pedido? — Hayato queria ter certeza.
— Foi um pedido para que eu, nesse momento, possa ter você por inteiro, apenas pra mim!
— Isso é o que eu acho que é? — ele precisava de mais certeza ainda. Que não estivesse entendo os sinais errado.
— Hayato, você quer uma permissão por escrito pra me beijar e fazer amor comigo?
— Só a sua assinatura já basta. — apesar de dizer isso, Hayato se ergueu do pescoço do menor e lhe beijou os lábios. Foi breve e recheado de amor.
— Isso é um sim? Quer fazer amor comigo, Hayato?
— Sim. E você, Shin? Quer fazer amor comigo?
Uma parte de Shin ficou tentada a responder de forma sarcástica, mas sabia que aquela conversa, aquela afirmação, era totalmente necessária para que o relacionamento deles progredisse de forma saudável e natural.
E também havia o fato de que Hayato o prezava tanto, mas tanto, que não o tocaria até ter certeza.
E foi por isso que Shin respondeu da forma mais simples possível e de forma a ser totalmente compreendido.
— Sim, Hayato. Eu quero fazer amor com você.
E simples assim, dois jovens namorados haviam decidido se tornarem amantes, não apenas de alma mas de corpo também. Eram inexperientes, mas aprenderiam juntos.
Mas antes de realmente fazerem sexo, havia algo que Hayato precisava fazer. Uma última barreira que ele teria que ajudar Shin a superar.
— Shin… — pediu Hayato. — Me mostre suas cicatrizes?
O pequeno concordou com um aceno de cabeça. Hayato se afastou para que ele pudesse levantar. Ele observou em silêncio conforme Shin virava de costas. Ele desatou o nó do roupão. E o deixou deslizar de seus ombros.
Hayato arfou diante da visão das costas nuas de Shin. Ele era magro, tinha as costas pequenas e os ombros estreitos. A pele branca possuía algumas cicatrizes.
Pequenos cortes, quase imperceptíveis, pontilhavam seu ombro direito. Em sua escápula esquerda havia o começo de um corte diagonal. E na base das costas de Shin, havia um corte longo na horizontal.
— Eu fiquei sem andar por um tempo. — contou Shin. — Não posso exagerar em exercícios por causa disso.
Hayato já havia notado na verdade. Que Shin sempre andava um pouco lento e que mancava vez ou outra. Saber que seu pequeno havia sentido o sentimento de não poder andar…. Hayato nem queria imaginar.
Mas agora era o momento de cumprir sua promessa.
— Shin, eu posso? — perguntou ele. Um aceno de cabeça foi sua resposta. — Me avise se não gostar de algo.
Hayato se aproximou mais das costas de Shin. E então, deixou um beijo no ombro marcado pelos pequenos cortes. Ele desceu, beijando a cicatriz que residia no meio das costas, e depois….
Ele praticamente fez uma reverência a Shin quando se abaixou para beijar a cicatriz da base das costas. Demorou-se mais nela, sabia que ela havia sido uma das mais doloridas.
Mas ele não parou no beijo, ele lambeu também. Podê sentir Shin se arrepiando e começando a ter uma ligeira tremedeira.
Hayato se afastou e ajudou Shin a virar. A visão das costas era linda e havia deixado Hayato encantado, mas a visão do rosto de Shin, vermelho e mais envergonhado do que de costume ficaria sempre gravada em sua mente e coração.
E isso porquê estavam apenas no começo.
Hayato ergueu o rosto baixo de Shin, encostando suas testas. Quem iniciou o beijo que se seguiu foi Shin, mordendo levemente o o lábio de Hayato ao se afastar.
Hayato sorriu com aquilo. E depois olhou a cicatriz que cortava o abdômen do pequeno. Ele, se abaixou, beijando ali. E depois perguntou a Shin.
— Tem mais alguma cicatriz?
— O que você achou delas? — pelo jeito havia mais uma, mas Hayato achou melhor não insistir e se deixou levar para a mudança de assunto.
— Me dói olhar para elas, pois sei que elas causaram dor em você. — Hayato foi sincero em cada palavra.
— Já passou.
Hayato sorriu antes de beijar Shin novamente, o deitando na cama. Ele terminou de tirar o roupão de Shin, o jogando longe, antes de tirar o próprio.
Não tinha vergonha de seu corpo, mas também não o achava lindo…. Ele se considerava bom o bastante. Não era muito musculoso, nem muito magro. Era a medida ideal.
O casal voltou a se beijar e ao se separarem, ofegantes, Hayato beijou mais uma vez a cicatriz na temporã de Shin. Depois, lhe beijou a bochecha e depois a orelha, mordendo seu lóbulo.
Foi quando desceu para o pescoço de Shin, que seu namorado soltou um pequeno som. Um gemido quase inaudível. Hayato sorriu, e beijou, lambeu e chupou o pescoço de Shin. O fazendo gemer mais alto.
Hayato havia apreciado o som, e queria ouvir muito mais. Ele foi fazendo uma trilha de beijos, chupando também, mas não forte o bastante para marcar. Se ficasse marcado Shin poderia ter problemas, fora que iria doer.
Hayato não queria causar dor a Shin. Então evitaria ao máximo.
Ele chegou aos mamilos, onde provou um com a língua, logo passando a brincar com os dois. Os provocando com lábios, língua e dedos. Ele apertava, beliscava, mordia e chupava.
Ele continuou descendo seus beijos, até chegar ao membro ereto de Shin. Ele beijou a glande e então o colocou na boca.
Os gemidos de Shin, junto aos sons de sucção que sua boca produzia e o barulho reconfortante da chuva caindo formava a trilha sonora daquele quarto.
Hayato sentiu que Shin estava vindo, então aumentou seus movimentos e deixou que o sêmen do pequeno inundasse sua boca. O gosto não era agradável ao paladar, mas Hayato apenas engoliu.
Shin se encontrava ofegante, era a primeira vez que sentia aquilo.
— Hayato… — disse ele em um fio de voz. — Eu quero retribuir.
Hayato com certeza não esperava por aquilo. E também não estava pronto pra ter Shin o chupando.
— Na próxima. — avisou ele.
— Por quê? — tom manhoso, tão adorável.
— Você já está cansado, Shin. Tem certeza de que quer ir até o final? — era evidente a preocupação de Hayato, ainda mais por ele dar voz a ela.
— Não estou tão cansado assim.
— Na próxima. — Hayato não estava disposto a ceder. — E você não me respondeu. Quer ir até o fim?
— Honestamente, estou com medo. Sei que vai doer, mas quero fazer amor com você, Hayato.
— Tem certeza? — sua preocupação não sumia.
— Vai ficar tudo bem, desde que você me abrace.
— Então vou abraça-lo sempre.
E com isso, ambos chegaram até a última fase, que era a penetração.
Hayato já havia estudado sobre como fazer, mas teria que ter mais cuidado devido o corpo altamente sensível de seu namorado. Que agora, era seu amante.
Ele não economizou no lubrificante. Uma de suas mãos segurava o quadril de Shin enquanto a outra lubrificava sua entrada. Shin gemeu sôfrego quando o primeiro dedo de Hayato deslizou para dentro.
Era uma sensação estranha, mas não doía. Hayato avisou ao colocar o segundo dedo, fazendo movimento de tesoura para alargar. Quando colocou o terceiro dedo, foi que sentiu Shin ficar tenso.
Ele pausou os movimentos, beijando e Shin e esperando que se acostumasse. Quando aconteceu, ele pôde localizar facilmente a próstata de Shin.
Que gemeu em prazer contido ao ter aquele ponto pressionado e massageado. Hayato continuou com aquilo até sentir que Shin estava pronto.
Ele colocou a camisinha e se posicionou.
— Eu vou colocar, okay? — um aceno de cabeça positivo, Shin apertava seu braço. — Me avise e eu paro.
Ele começou a entrar, observando, aflito, Shin arfar. Ele empurrou-se para dentro. Até estar perfeitamente acomodado no interior de Shin.
Se desesperou ao ver as lágrimas que haviam se formado nos olhos negros.
— Shin? — chamou apreensivo.
— Está tudo bem, Hayato. Só fique parado um instante.
Hayato lembrou de sua promessa, e abraçou Shin.
— Está com medo? — perguntou o pequeno, ofegante.
— De te machucar. — era mais do que óbvio.
— Eu sei. Mas está tudo bem. — uma pausa. — Hayato?
— Sim?
— Já pode se mexer.
E Hayato o fez. Era uma tortura ficar parado enquanto seu corpo vibrava, mas era pior saber que causava dor a Shin. Foi um alívio quando ouviu a permissão.
Ele começou os movimentos de vai e vem, aumentando seu ritmo conforme os gemidos de prazer de Shin tornavam-se mais altos. Mais verdadeiros. Ele podia facilmente encontrar a próstata do pequeno, o levando a loucura.
Hayato não concentrou seus esforços apenas nas estocadas. Ele também brincou com os mamilos de Shin e com seu membro ereto. O incentivando a sentir mais prazer.
Em meio aos gemidos, ele conseguia captar as sílabas que formavam seu nome. Mas Shin parecia incapaz de pronunciar a palavra completa.
Eles se beijaram e quando Hayato estocou uma última vez o clímax veio para ambos. Estavam ofegantes, suados e cansados. Mas felizes.
Sua primeira vez não poderia ter sido mais perfeita. Eles sorriram. Ainda haviam lágrimas presas nos cílios de Shin, que Hayato fez questão de beijar antes de se retirar do interior de seu pequeno.
Buscou toalhas e então o limpou, fazendo o mesmo consigo. Ele não demorou a deitar ao lado de Shin, que o abraçou.
Os dois terem feito sexo abriu novas áreas a serem exploradas por ambos os lados. Novos caminhos que trilhariam juntos. Mas eles apenas perceberiam isso mais tarde.
Pois nesse momento, estavam felizes e realizados. Haviam deixado o patamar de namorados e subido até o nível de amantes de corpo e alma.
Os dois dormiram abraçados e com os corações em paz.
Publicado por:
- AlluEblys
- Escritora de BL/LGBTQIA+ original. Ela/Dela/A. Me acompanhem nas redes sociais, interação por lá.
minhas outras postagens:
COMENTÁRIOS
Sua Comunidade de Novels BL/GL Aberta para Autores e Tradutores!
AVISO: Novos cadastrados para leitores temporariamente fechados. Se vc for autor ou tradutor, clique aqui, que faremos seu cadastro manualmente.