O Lobo e a Lua - Capítulo 7
– Entre. – Ambrose fala ao ouvir alguém bater à porta de seu escritório.
– Nanber disse que queria me ver – Desmond entra e se senta em uma das cadeiras de frente para sua mesa. O lobo se recosta na cadeira e o encara.
– Há um rumor de que você está se divertindo com alguns guardas, tome cuidado com isso. Não quero estar envolvido nesse tipo de coisa.
– Você não tem o direito de me questionar sobre isso. – Desmond cruza as pernas e também o encara.
– Só estou pedindo para ser mais cuidadoso.
– Então isso deveria valer para você também, já que desde que nos casamos sempre ouço rumores sobre a mulher que está em seu quarto todas às noites.
– Desmond, isso é… – Ambrose suspira e tenta procurar as palavras certas.
– Não é a mesma coisa ? Eu entendo, as coisas sempre são diferentes para os alfas, não é ? – Desmond se levanta de repente, se inclina para frente e o encara furioso.
– Não é bem assim! – o lobo também se levanta e se inclina em sua direção.
– Nós não temos nada… – ele sussurra e seus olhos instintivamente se desviam para a boca de Desmond, que parece irresistivelmente carnuda e atrevida.
– Você não me deve satisfação. Faça o que quiser! – ele bufa e lhe dá as costas, mas Ambrose o segura pelo antebraço e o puxa de volta.
– Só tome cuidado, entendeu ?
– Sim… – Desmond mantém seu olhar fixo no chão e puxa seu braço de volta, logo depois caminha apressado até a porta e some rapidamente.
Ambrose se senta e encara sua mão com a qual o segurou antes. A palma dela está quente e formiga.
– Merda…
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Desmond caminha apressado pelo corredor, seu coração palpitava e onde Ambrose o havia tocado estava quente, como se ele ainda o estivesse segurando.
– Senhora, aonde vai ? – um guarda que seguia pelo mesmo corredor o para de repente.
– Não acha que está sendo muito intrometido para um simples guarda ? – Desmond o provoca, conhecia bem seu temperamento pois aquele lobo já esteve em seu quarto.
– Só estou preocupado com sua segurança, senhora. – ele lhe dá um sorriso astuto.
– É bom saber que se preocupa comigo, me sinto mais seguro… – ele se aproxima e acaricia os pelos de seu rosto, que tem uma coloração marrom e cheiro de carvalho.
– Vá ao meu quarto hoje à noite.
– Sozinho ? – ele ergue uma de suas sobrancelhas.
– Sim, só preciso de você essa noite. – Desmond fica na ponta dos pés e beija seu focinho.
– Estarei lá.
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19:45 horas da noite.
– Mundo humano ? Fui algumas vezes quando era mais jovem. – o lobo esfrega seu queixo, pensando em qual foi a última vez em que esteve lá.
– Se lembra de como usar dinheiro ou cartão de crédito ? – Desmond pergunta enquanto se veste.
– Sim, acho que sim. Mas por que está me perguntando isso ?
– Por que você vai me levar ao mundo humano. – ele sorri empolgado.
– O quê ? Não, sem chance! – o lobo recua no mesmo instante, poderia perder sua cabeça se algo acontecesse com a Rainha.
– Não estou pedindo, estou mandando. – Desmond se aproxima e se agarra ao seu corpo, se esfregando nele e o provocando.
– Eu sou sua Rainha, lembre-se disso! – ele desliza a ponta de seus dedos pela ereção do guarda, que se encolhe e tem uma linda expressão.
– Tudo bem, mas se algo acontecer não será culpa minha!
– Claro. – Desmond pisca para ele e sorri.
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O guarda o guia por uma passagem pouco usada pelos outros empregados do palácio, que leva direto até o templo particular da Casa Brenhin e logo depois dele há uma grande floresta, onde está localizada uma das passagens para o mundo humano.
– O que houve aqui ? – Desmond sussurra ao ver que o interior do templo está destruido.
– O Rei fez isso. Tem um rumor de que quando ele está muito estressado perde o controle e destrói tudo, por isso seu corpo está cheio de cicatrizes.
– Eu nunca vi…
– Só estão aparentes quando está ele na forma humana. Alguns poucos empregados já viram. – o guarda continua caminhando até entrarem na floresta, ele para por um instante pare acender um lampião.
– Venha. – o lobo estende sua mão para ele e juntos caminham pela floresta sendo guiados apenas pela pouca luz do objeto. Alguns minutos depois ambos chegam até a fronteira e atravessam sem problemas.
Ao sairem de Neverhand, eles acabam em um parque próximo ao centro da cidade.
– Então é assim que se mantém escondidos ? Isso é incrível… – Desmond murmura impressionado, não fazia a minima ideia de como havia chegado no país antes.
– Precisamos ir, temos que voltar antes do amanhecer. Entendeu ? – o guarda deixa o lampião no chão e troca de forma, assumindo uma aparência humana.
– Caralho, você é um gato como humano! – Desmond o encara da cabeça aos pés, imaginando o quão bom ele seria como humano.
– Pare de me olhar desse jeito, precisamos ir agora! – ele apaga a luz do lampião e o guarda em um lugar seguro para quando voltarem.
– Tudo bem. – Desmond concorda, mas sua mente está imaginando coisas eróticas.
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– Onde estamos ?
– Na Zona Vermelha, é um bairro de bordéis e casas de apostas. Eu morava aqui antes.
– Então você era… – o lobo o encara surpreso e não tem coragem de terminar sua frase.
– Onde acha que aprendi todos aqueles truques ? – Desmond sorri e vira a esquina, que leva a uma rua sem saída, mas retrocede ao ver alguns homens parados em frente a sua antiga casa.
– Qual o problema ?
– Tem alguns caras vigiando a entrada.
– Posso lidar com eles. – o guarda dá uma rápida olhada e confere quantos homens tem.
– Tudo bem, só não mata, okay ? – o lobo concorda com a cabeça e vai até lá, ele rapidamente consegue deixa-los inconscientes e também abrir a porta da frente.
– Uau, você é bem forte. – Desmond fala ao se aproximar e não consegue conter o sorrisinho em seu rosto. Aquele lobo era incrível.
– Por que estamos aqui ?
– Preciso pegar algumas coisas. Não vai demorar. – ele entra e vai direto para o sofá, o afasta e se ajoelha próximo a parede, vasculhando algo.
– O que está fazendo ai ? – o lobo se aproxima e o observa enquanto ele confere o rodapé.
– Pegando meu dinheiro… ah, achei! – Desmond tira um embrulho de plástico de um buraco na parede e entrega ao guarda.
– Mas o que… ? – ele o encara confuso.
– Deve ter uns nove mil ai, vai até o mercado mais próximo e compra comida, beleza ? Ele deve fechar só as nove, então ainda da tempo!
– Você não vem ?
– Não, eu nem sei o que lobos comem, e eu preciso resolver algumas coisas… – Desmond fala enquanto vasculha seu guarda roupa buscando por suas roupas preferidas e acessórios.
– Não vou te deixar sair sozinho, minha cabeça está em jogo aqui! – o lobo o segura pelo antebraço e o puxa para mais perto.
– Relaxa, eu vou ficar bem. – Desmond lhe da um beijo rápido e sorri.
– Porra… toma cuidado, okay ? Só estou fazendo isso porquê o povo precisa. – ele suspira e guarda o dinheiro em sua jaqueta.
– Querido, eu sou o perigo nessas ruas! – Desmond pisca e lhe da um sorriso astuto.
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Desmond observa o bordel, onde trabalhava antes e espera até que um de seus colegas saia. Alguns minutos depois, Baby, um de seus melhores amigos caminha de cabeça baixa pela rua. Provavelmente acabava de voltar de um “encontro”.
– Psiu… baby! – ele sussurra e consegue chamar sua atenção.
– Dess ? – Baby abre um largo sorriso ao vê-lo e corre em sua direção. Os amigos se abraçam e riem alegremente.
– Você ta bem, né ? Eu fiquei tão preocupado! – ele segura seu rosto e o encara preocupado.
– Estou bem, Baby. E você ?
– Ah querido, você sabe como é… – Baby suspira
– Baby, quero te pedir um favor, mas não será de graça. Okay ? – ambos riem.
– Qualquer coisa que precisar!
– Preciso de um cliente, rico e fácil.
– Hum… pode ser difícil, mas vou tentar. Me espere no Bar Erotic B&M.
– Obrigado, Baby!
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