O Lobo e a Lua - Capítulo 30
– Com licença, tem uma mensagem para a senhora. – a empregada fala ao entrar em seu escritório.
– De quem ? – Desmond a questiona, mas mantém seu olhar fixo no relatório que estava lendo.
– Não há remetente, encontrei em meio as suas coisas.
– Certo, me dê isso. – ele deixa o relatório sobre a mesa e estende sua mão. Ela se aproxima e lhe entrega o bilhete, Desmond rapidamente lê seu conteúdo e logo sua expressão muda.
– Algo errado ? – a moça questiona preocupada.
– Chame Nanber, agora! – Desmond se levanta de repente, parecendo extremamente atordoado e bate na mesa, assustando a moça.
– Vá! Agora!
– S-sim… – ela se curva e sai apressada.
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– Desmond, tem certeza disso ? Pode ser uma armadilha! – Nanber sussurra enquanto caminham entre a floresta.
– Sim. – ele afirma confiante e continua caminhando, logo chegam ao local combinado e para a surpresa de Desmond, não há ninguém lá.
– Viu ? Eu te disse! – ela resmunga irritada.
– Shh! – Desmond tapa sua boca e observa ao redor, ainda esperançoso.
– Se-senhora… – uma voz tímida o chama e logo uma moça sai de dentro dos arbustos.
– Foi você quem me chamou ?
– Sim.
– Venha, se aproxime. – Desmond solta Nanber e estende sua mão em direção a moça, que apesar de estar assustada, se aproxima.
– Me conte tudo o que sabe, okay ? Até os pequenos detalhes! – ele agarra seus ombros e a encara fixamente.
– Ei, não assuste ela! – Nanber toca seu ombro e o faz recuar.
– Ylana, pode falar. – ela sorri de forma gentil, tranquilizando a moça.
– N-no dia em que a Princesa morreu, eu estava levando as roupas de cama para o armário quando vi o irmão do Rei assassinar o filhote…
– Como, como ele fez isso ? Me dê detalhes! – Desmond grita.
– E-ele usou uma adaga, com o pomo de cor prata. É a arma que ganhou do seu pai.
– Tem certeza de que foi ele ? Sabe que acusar um nobre assim… – Nanber a questiona.
– Estava um pouco escuro e ele usava uma capa, mas tenho certeza! Aquela adaga e o cheiro… só pode ser ele!
– Contou isso para mais alguém, ou acha que ele te viu ?
– Não, não! Eu sai antes de que ele notasse minha presença. Nanber, aquele homem é cruel… – Ylana murmura visivelmente abalada. Aquela cena ainda a perturbava.
– Ylana, pode testemunhar contra ele ? – Desmond a questiona de repente, com um olhar sombrio.
– Sim, com certeza! – ela concorda confiante.
– Ótimo, obrigado por me contar. Você pode ir agora.
– Se mantenha segura e não fale sobre isso. Entendeu ? – Nanber sorri e a abraça.
– S-sim! – ela concorda com a cabeça e logo some entre os arbustos, os deixando sozinhos.
– Nanber, eu vou matá-lo… – Desmond murmura enquanto as lágrimas escorrem por seu rosto.
– Ei, espera! – ela segura seus ombros e chacoalha seu corpo.
– Não vamos tomar decisões precipitadas, okay ? Nós vamos pegá-lo, mas não agora!
– Nanber, ele… – Desmond fala entre seu choro e agarra sua camisa, sentindo seu peito doer e o ar sumir de seus pulmões.
– Eu sei, mas vamos ser mais espertos. Essa é uma briga real, precisamos jogar de acordo com as regras. – ela tenta acalmá-lo e o abraça. As pernas de Desmond cedem e ele cai de joelhos sobre o solo, hiperventilando, assustado e tomado pela ansiedade.
– Shh… calma, eu estou aqui… – ela acaricia seus cabelos e o abraça mais forte. Não queria vê-lo desmoronar novamente.
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– Tome, leve isso para o Distrito… – Ambrose para de repente ao ver a porta abrir bruscamente.
– Precisamos falar. Agora! – Desmond fala ofegante.
– Pode ir. – ele acena com a cabeça para o empregado, que sai apressado do cômodo.
– Onde esteve ? Te esperei para o café da manhã. – o lobo se aproxima de Desmond e o observa preocupado.
– Isso não importa agora, eu preciso te contar uma coisa!
– Tudo bem, pode dizer. – Ambrose se aproxima e acaricia seu rosto.
– O seu irmão, ele… – Desmond murmura e sente seu estômago embrulhar.
– O que Azael fez dessa vez ?
– Foi ele, Ambrose… ele matou o nosso filhote! – ele fala enquanto as lágrimas brotam de seus olhos e espera alguma reação positiva, mas a expressão no rosto de Ambrose muda e ele recua.
– Não… isso é impossível! Azael é meu irmão! – o lobo se apoia na mesa e encara o objeto perplexo.
– Ambrose, foi ele! Tenho certeza disso.
– Não, você deve estar enganado. Azael é meu irmão, nunca faria isso!
– Olhe para mim, eu pareço estar enganado para você ? – Desmond o puxa pelo braço e o encara fixamente.
– É só isso que vai me dizer ? Ele matou a nossa filha, Ambrose. Meu filhote. – ele murmura e segura seu braço com mais força.
– Ele é a minha família também…
– Eu sou sua família, Zaria era sua família! – Desmond grita furioso e se afasta.
– E mesmo assim você não dá a mínima, não é ? Proteger o seu irmão, que por sinal te odeia, é mais importante. – ele ri, mas as lágrimas brotam de seus olhos, denunciando sua dor, mas principalmente sua revolta.
– Desmond, não foi isso que… – Ambrose estende sua mão e tenta se aproximar.
– Não me toque! – ele esbraveja e dá um tapa em sua mão.
– O sangue da minha filha está nas suas mãos, Ambrose…
– Desmond, por favor! – o lobo insiste, com medo de perdê-lo novamente.
– Sabe, eu realmente pensei que poderíamos nos aproximar, que de alguma forma poderíamos fazer isso dar certo, juntos! Mas eu estava errado, você não se importa com nada além do seu trono e ser o grande e todo poderoso Rei. Fui apenas uma ferramenta para você. – Desmond o encara indiferente e sai do cômodo, batendo a porta.
– Porra! – ele esbraveja e joga a mesa contra a parede. Se sentia frustrado.
– Ambrose. – uma voz masculina o chama de repente.
– O que foi ? – ele grita e se vira de repente.
– Seu irmão está dando problema de novo. – Lyter suspira e sente uma pontada de dor atravessar sua cabeça. Precisaria arrumar móveis novos.
– Onde ele está ?
– Quarto.
– Certo.
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– Azael! – ele grita furioso ao entrar no quarto.
– Andou aprontando de novo, não foi ? – Ambrose o segura pela camisa e o encara com um olhar assassino.
– Eu não fiz nada, porra! – Azael tenta se soltar, mas o lobo o segura mais forte.
– Nada ? Você quase a matou!
– Qual é, só precisamos encobrir tudo. Ninguém vai questionar. – ele sorri de forma debochada.
– Maldito mimado… – Ambrose murmura e golpeia seu rosto, o fazendo cair sobre a cama.
– Acha que pode fazer o que quiser só porque é um nobre ?
– Só estava me divertindo… – ele gospe um pouco de sangue e limpa o canto de sua boca com o dorso da mão.
– Chama beber até cair e foder prostitutas todas às noites de diversão ? Quando vai amadurecer, Azael ?
– E quem é você para me dizer o que fazer ? O grande Rei que nem mesmo consegue manter a esposa por perto, que piada! – ele ri, mas recebe outro golpe, que quase o deixa inconsciente.
– Não fale dele. Você não sabe de nada! – Ambrose rosna e mostra suas presas.
– Toquei na ferida, não foi ? – Azael se levanta um pouco tonto e o encara com um sorrisinho em seu rosto.
– Me diz Ambrose, como é ver tudo desmoronando diante dos seus olhos, ver tudo o que sempre desejou escapando entre os seus dedos. É doloroso, não é ?
– Do que está falando ?
– Você tirou tudo de mim, Ambrose. Roubou a atenção dos nossos pais, depois tirou o trono de mim e agora vive a vida que era minha! Eu sou o mais velho, tudo isso pertence a mim! – ele grita enquanto aponta para seu peito, deixando todo o seu ressentimento sair.
– Acha que eu queria isso ? Acha que eu queria ser o maldito lobo da profecia e comandar um país ? Não sabe o quão pesado é carregar esse fardo, Azael.
– Fardo ? Chama todo esse poder de fardo ? Você realmente não merece governar!
– E você merece ? Um mimado que está ressentido porque não ganhou o brinquedinho que queria. O único patético aqui é você. – Ambrose o provoca e sorri. Também podia fazer suas feridas sangrarem.
– Sabe, Ambrose, eu vou adorar ver você perder tudo. Vou estar lá assistindo sua ruína e vou rir, rir muito! – Azael começa a rir, rir alto e forte, como se realmente estivesse se divertindo.
– O que está insinuando, Azael ? Não tente me ameaçar! – Ambrose o segura pela camisa novamente, deixando seus rostos próximos.
– Ameaçar ? Não, eu nunca ameaçaria o grande Rei. Ele será sua ruína, Ambrose.
– Ótimo, então que assim seja. – ele suspira e tenta se acalmar, em seguida o solta e o encara com um olhar frio.
– Não irei mais encobrir seus erros, Azael. Estou cansado de lidar com todas as suas merdas. – o lobo suspira e sai, trancando a porta. Azael se irrita com a sua atitude indiferente e começa a quebrar os móveis e gritar, como se estivesse fora de si.
– Deixe trancado até que eu diga para abrir. – Ambrose fala para um dos guardas.
– E as refeições ?
– Ele não precisa.
– Sim, senhor…
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