O Lobo e a Lua - Capítulo 23
– Por aqui, senhora. – Lyter indica a carruagem e se curva em sinal de respeito.
– Obrigado, Lyter. – Desmond lhe mostra um sorriso gentil e entra acompanhando de Nanber.
– A viagem será um pouco longa, me avise se precisar de uma pausa. – Nanber o aconselha, preocupada com a situação.
– Eu estou bem, não se preocupe. Veronica disse que não há nada de errado. – ele sorri e acaricia sua barriga, que havia crescido mais alguns centímetros desde a última visita da parteira.
– Que bom, fico feliz! – a moça fala sorridente.
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Ao chegar no Distrito Rufinus, Desmond é recebido por William, filho do chefe do local.
– É uma honra recebe-la em nosso Distrito! – ele se curva ao vê-lo.
– Sou eu quem deveria agradecer por me deixarem visitar os campos.
– Podemos começar ? Ficarei feliz de lhe mostrar tudo o que quiser! – William fala sorridente enquanto indica o caminho dos campos.
– Claro! – ele fala animado e se deixa ser guiado em direção as plantações. Ao chegar, Desmond se surpreende com o tamanho do terreno, mas principalmente com o quão vazio ele está.
– Qual o tamanho do terreno ? Não consigo nem ver o final!
– São vinte hectares de terra.
– E o que vocês plantam aqui ? Não estou vendo nada.
– Nos costumavamos plantar grãos, legumes, verduras. Haviam alguns animais também.
– Por que está falando no passado ? Não há mais plantações e animais ?
– É difícil plantar nesse terreno, e com a seca não conseguimos manter os animais vivos… – Willam fala um pouco tristonho.
– Acha que esse solo pode ser recuperado ?
– É difícil dizer, não sou um especialista. Conheço apenas um truque ou outro sobre plantações e criação de animais.
– Eu entendo. – Desmond suspira e observa os campos vazios com um certo pesar em seu coração. No fundo estava começando a ter dúvidas se iria mesmo conseguir.
– Tem mais alguma pergunta ?
– Ah! Não, não! Você me ajudou bastante e eu já tomei muito do seu tempo. Obrigado, William! – Desmond sorri de forma gentil e se despede do jovem lobo.
– Conseguiu o que queria ? – Nanber o questiona enquanto caminham de volta para a carruagem.
– Sim…
– Então por que está com essa cara ? Não se sente bem ?
– Estou com um pouco de dor de cabeça e me sinto cansado. Acho que o bebê precisa do Ambrose, vamos voltar logo! – Desmond suspira e sobe na carruagem com a ajuda de Nanber. Tudo o que queria era o seu aconchegante ninho.
– Sim, senhora.
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Ambrose caminha apressado pelo corredor, indo em direção ao seu quarto, ao chegar se depara com Desmond parado em frente a janela.
– Desmond, como foi sua viagem ? – ele o questiona e se aproxima. Ao notar sua presença, Desmond se agarra ao seu corpo e deixa um longo suspiro sair.
– Ocorreu bem… – ele sussurra e respira fundo, deixando que o cheiro de Ambrose penetre suas narinas.
– O que foi ? Algum problema ? – Ambrose acaricia seus cabelos e se sente inquieto ao pensar que algo ruim poderia ter acontecido.
– Não, só me sinto um pouco cansado. Acho que fiquei muito tempo longe… – Desmond se afasta e o encara com um sorriso de “está tudo bem”, mas que não convence o Rei.
– Se algo acontecer, precisa me dizer no mesmo instante, okay ? – ele segura seu rosto com as duas mãos e o observa fixamente, se certificando de que Desmond entenda sua preocupação.
– Eu sei… – Desmond beija sua bochecha e lhe mostra um sorriso gentil. Deixando o Rei sem graça.
– Está bonito nesse vestido. Nunca o vi antes. – ele tenta desviar o assunto e se afasta, mantendo uma distância segura.
– A mãe da Nanber trouxe alguns tecidos e ela se encarregou de mandar alguma costureira fazê-lo para mim. Aquela garota sabe as minhas medidas de cor, chega a ser assustador! – Desmond ri, mas logo volta sua atenção para o espelho e se observa naquele vestido por alguns instantes.
– É realmente bonito, mas estou louco para me livrar dele. Pode me ajudar ?
– Por que ? Não se sente bem em roupas femininas ? – Ambrose se aproxima e se posiciona atrás dele, suas mãos avançam até sua cintura e a seguram com cuidado.
– Não me importo se são roupas masculinas ou femininas, só quero me sentir bonito…
– Entendo. – Ambrose desabotoa o vestido cuidadosamente e logo ele cai aos pés de Desmond, revelando seu corpo pálido.
– Sua barriga… – o Rei sussurra e tenta toca-lo, mas hesita com medo de ser repreendido.
– Tudo bem, pode tocar! – ele segura sua mão e a guia até sua barriga. Ambrose a acaricia cuidadosamente e a observa encantado através do espelho, nunca havia se sentido assim antes, tudo era novo e mágico para ele.
– Obrigado por me deixar fazer parte disso. Quando descobrimos sobre o filhote, pensei que você realmente me mataria! – ele ri de forma boba, como uma criança.
– Eu não podia te negar a oportunidade de acompanhar a gravidez. Você é o pai e tem o direito de estar aqui.
– Esses momentos juntos… são muito especiais para mim. Obrigado. – Ambrose beija seu ombro e não consegue tirar seus olhos da barriga de Desmond, que a cada dia parecia estar maior.
– Para mim também, Ambrose…
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03:00 horas da noite.
Ambrose desliza sua mão pela cama, ainda um pouco sonolento buscando por Desmond, ao perceber que ele não está lá, o Rei se levanta de repente.
– Desmond! – ele o chama assustado.
– Estou bem aqui. Não precisa falar tão alto. – Desmond, que está sentado próximo a janela com uma pilha de livros sobre a mesa, bebe um gole do seu chá e fecha o livro que estava lendo.
– Por que está acordado a essa hora ? Vamos dormir. – Ambrose se aproxima e acaricia seu rosto, feliz por não ser um ilusão.
– Eu não estou com sono. Além disso, preciso descobrir uma maneira de seguir adiante com meu plano. – ele segura sua mão e beija a palma dela.
– Quer ajuda ? Conheço esse país como a palma da minha mão! – Ambrose ri e puxa uma cadeira, se sentando de frente para ele.
– Claro, seria ótimo! – Desmond o responde animado, ansioso para avançar em seu projeto.
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Em alguma rua escura e deserta do Distrito Brenhin, um lobo de capuz caminha apressado até o ponto de encontro. Ao chegar, ele para próximo a entrada de um pequeno beco e espera.
– Conseguiu ? – após alguns minutos de espera, uma voz masculina o questiona de repente.
– Sim, aqui está. – ele lhe entrega o bilhete.
– Não esqueceremos da sua contribuição.
– Eu conto com isso…
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