Nosso Amor Manchado por Sangue - Capítulo 7
– Sr. Solaram ? – Henry o chama ao bater à porta e logo depois entra.
– Sim, venha. – Octavian o chama, mas continua com sua atenção nos documentos que estava revisando.
– Trouxe o chá que pediu. – ele põe a xícara sobre a mesa do seu escritório, em frente a Octavian.
– Ah, sim. Obrigado! – Octavian agradece rapidamente e logo volta sua atenção para o que estava fazendo.
– Com licença. – Henry acena com a cabeça e segue em direção a saída.
Após alguns minutos, Octavian faz uma pequena pausa e se acomoda melhor na cadeira, em seguida pega a xícara e bebe um pouco do chá, que já estava começando a ficar frio.
Ao engolir o líquido, uma sensação de queimação, seguida por uma sede extrema se espalha por sua garganta. Octavian se assusta e olha para a xícara, que acaba caindo da sua mão e molhando os papéis sobre sua mesa. Ele se levanta com dificuldade, sentindo seu corpo formigar e sua boca se enche de saliva.
– K-Krodo… – Octavian murmura, tentando chamá-lo, mas acaba perdendo a força em suas pernas, o que o obriga a de apoiar na mesa.
– Sr. Solaram ? – Henry o chama ao entrar em seu escritório e tranca a porta logo atrás dele.
– Sa-saia! – Octavian tenta gritar e impedir que ele se aproxime, mas sua voz falha.
Henry o ignora e começa a se aproximar devagar, mas para de repente e tira uma pequena faca de trás das costas.
– Sinto muito por isso, Sr. Solaram. – ele fala em um tom tristonho e com uma expressão de culpa em seu rosto. Em seguida, usa a faca para cortar sua mão e a estende para frente.
– Por favor, beba!
Octavian observa tudo atônito, tentando ao máximo se manter são e evitar uma catástrofe, mas seu instinto o diz para beber tudo até deixá-lo seco. Afinal de contas, era um monstro sem escrúpulos que se alimentava de sangue para continuar vivo.
– Não… não posso! – ele murmura para si mesmo e fecha os olhos, mas o cheiro do sangue invade suas narinas e seu corpo se excita. Octavian começa a ficar ofegante e a dor se torna cada vez mais forte, ao ponto de fazê-lo tremer.
– Você pode beber tudo, eu não me importo… – Henry insiste e se aproxima mais um pouco. No mesmo instante, a razão deixa a mente de Octavian, o fazendo avançar sobre ele, o jogando contra a parede.
Henry se assusta, no entanto, se mantém em silêncio, disposto a aceitar que aquele seria o seu fim. Octavian o segura pelos ombros e abre sua boca, mostrando suas presas afiadas, pronto para mordê-lo, mas ao ver as lágrimas que brotam dos seus olhos de forma repentina e a sua falha tentativa em esconder o choro, acaba se afastando. O que dá tempo o suficiente para que Krodo o empurre para longe.
– Henry, saia daqui! – Krodo grita enquanto tenta conter Octavian.
– N-não! eu…
– Vá! agora! – ele grita novamente e luta para manter Octavian longe do seu sangue. Henry se assusta com os barulho da luta e segue apressado em direção a saída, esbarrando em alguns móveis.
– Porra, me solte! – Octavian esbraveja e tenta se soltar, mas Krodo consegue domina-lo e quebra seu pescoço. Aquilo não o mataria, só o deixaria inconsciente por algum tempo.
– Porra, que bagunça… – ele resmunga e arrasta seu corpo para perto da mesa, o acomodando no canto. Logo depois vai atrás de Henry e ao sair do escritório, o vê sentado no chão, próximo a porta, aos prantos.
– E-ele está bem ? E-eu sinto muito! – Henry murmura entre o choro ao ouvir seus passos pesados.
– O que diabos você fez ? – Krodo o agarra pelo braço e o puxa para perto do seu corpo. Queria matá-lo ali mesmo.
– E-eu não queria. Eu juro!
– O que você deu ao Sr. Solaram ?
– Eu não sei, só me pediram para dar a ele…
– Quem pediu ? O Sr. Demetrius ?
– Não posso dizer… eles vão matar o meu avô! – Henry grita e tenta se soltar. Mesmo arrependido, não poderia pôr em risco a vida da única família que conhecia.
– Idiota, eles enganaram você! Seu avô está morto! – Krodo fala furioso e o segura com mais força. Ao ouvir suas palavras, Henry fica em silêncio, atônito com a notícia.
– Ele… morreu ? – sua voz quase imperceptível sussurra, mas logo um sorriso doloroso aparece em seu rosto. Havia machucado um homem inocente atoa. Era mesmo um idiota.
– Então eu finalmente estou sozinho, não é ? – Henry sorri mais uma vez e sua expressão ganha um ar de derrota. Krodo franze o cenho e sente compaixão por aquela pobre criatura, foi apenas um peão naquele jogo.
_______________
Dois dias depois.
Octavian abre seus olhos devagar e olha ao redor, ainda um pouco confuso, ele pisca algumas vezes, tentando focar sua visão em alguma coisa e logo percebe que está no subsolo da mansão, em um local que construiu para si mesmo caso perdesse o controle algum dia.
Octavian tenta se levantar, mas seu corpo está acorrentado à cama, ele deixa um longo suspiro sair e fica feliz que aquilo tenha funcionado.
– Krodo ? – Octavian o chama.
– Senhor ? – Krodo aparece de repente e o encara surpreso e ao mesmo tempo preocupado.
– Tire essas correntes, por favor.
– Sim, senhor! – Krodo se apressa e o liberta daquelas correntes. Octavian se senta na cama e seu servo rapidamente nota que ele está fraco e faminto.
– Krodo, onde ele está ? – Octavian o questiona em um tom frio e o encara com um olhar distante, quase decepcionado.
– Preso. Estava esperando que acordasse para decidir o que fazer com ele.
– O que mais eu poderia fazer com um traidor além de matá-lo ? – ele sorri com uma expressão cruel em seu rosto e se levanta.
– Você pode ir, vou resolver isso sozinho.
_______________
– Levante-se. – Octavian ordena ao vê-lo encolhido no canto da cela.
– Sr. Solaram ? – Henry murmura e ergue a cabeça. Em seguida rasteja na direção de onde havia ouvido sua voz e estende sua mão direita, procurando pelo seu corpo.
Ao encontrá-lo, Henry se agarra a sua roupa e as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto. Ele parece fraco e seus olhos estão inchados, além do corpo trêmulo, que denuncia sua ansiedade.
– Sr. Solaram… por favor me perdoe! E-eu não queria te machucar, eu só… – ele murmura entre o choro e chega a soluçar. Era visível o seu desespero e arrependimento.
– Eu fui um tolo… pensei que poderia proteger o meu avô… – Henry ergue sua cabeça e tenta segurar o choro.
– M-me desculpe… – ele murmura novamente entre o choro. Octavian observa tudo em silêncio e sua ira cresce a cada palavra dita por Henry.
– Como ousa… – ele o agarra pela camisa e ergue sua outra mão, pronto para golpeá-lo, mas ao ver o seu rosto choroso, desiste. Como poderia bater em alguém que parece tão frágil e arrependido ? Além disso, Octavian sabia que Henry havia sido enviado para sua casa com segundas intenções e mesmo assim deixou que ele fizesse parte da sua vida. Não pode culpar uma cobra por ter morder, depois de ter mexido nela.
– Porra… – Octavian murmura e o puxa para cima de repente, logo depois o agarra pela nuca e o beija. Henry fica desnorteado, mas tenta seguir o seu ritmo.
– Se não quer se machucar, precisa me afastar agora… – ele sussurra ofegante e excitado. Naquela altura era inegável que sentia desejo por aquele humano.
– Sr. Solaram… – Henry murmura e se agarra a sua roupa, seu rosto ganha um leve tom avermelhado e ele parece impaciente.
– E-eu quero fazer isso. – ele usa sua mão esquerda para acariciar o rosto de Octavian e ao chegar até sua boca, aproxima o rosto devagar, lhe dando um beijo rápido e inocente.
O vampiro contrai sua mandíbula e o agarra pela cintura de repente, mantendo seu corpo próximo ao dele.
– Você me deu permissão. Lembre bem disso.
Publicado por:
- @Bananaescritora
-
Escritora potiguar de novels bl ♡
Wattpad: Bananaescritora_
Twitter: bananaescritora
Instagram: bananaescritora_
minhas outras postagens:
COMENTÁRIOS
Sua Comunidade de Novels BL/GL Aberta para Autores e Tradutores!
AVISO: Novos cadastrados para leitores temporariamente fechados. Se vc for autor ou tradutor, clique aqui, que faremos seu cadastro manualmente.