Companheiros do destino: Reencontro. - 1 capítulo- Nas sombras da cidade.
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- 1 capítulo- Nas sombras da cidade.
Mais uma noite de poucas alegrias. Carlos estava cansado de sua última caçada noturna. Ele era um cultivador solitário que estava à procura de casos para ganhar seu próximo almoço. Não pertencia a nenhum grupo ou família de cultivo e por isso não sabia qual seria sua próxima missão ou refeição.
Andando sem rumo pela cidade litorânea ele sentiu a brisa calma em seu rosto. As ruas não eram movimentadas, o que lhe parece muito estranho. Normalmente haveriam pessoas voltando para suas casas ou até mesmo os mercados estariam atendendo seus últimos clientes.
Enquanto andava pelas ruas, se mantem atento ao movimento ao seu redor e sente que não está sozinho. Não há preocupação com o possível seguidor, pois não há uma sensação de perigo e medindo cada passo foi direcionando seu caminho até uma rua sem saída. Quando virou a esquina se preparou para o ataque e então surpreso notou que não havia ninguém.
– “Será que estou tão cansado assim? Tsk … Preciso beber algo para poder desmaiar logo e dormir.” Dito isso volta a sua missão principal que se focava em beber e encontrar um canto para um bom descanso.
-“Como uma cidade litorânea pode ser tão tranquila nesse horário?” Pensou Carlos enquanto caminhava tranquilamente e logo percebe um som alto de conversas vindo de uma taberna. Isso chama sua atenção e ele logo se anima para uma boa rodada de bebidas mas antes de entrar ele pode observar novamente o vulto que o acompanha cidade a dentro. Como não estava com vontade de enfrentar problemas nesse momento, pois estava muito cansado, ele decide seguir o plano inicial e ao entrar viu que não estava muito cheio. Apenas o atendente e alguns clientes. Todos ali estavam com rostos sombrios e as conversas foram finalizadas no momento em que passou pela porta.
Ele se sentou e logo pediu sua bebida. Analisa a bebida em seu copo, que estava com uma boa aparência mas ao colocar em sua boca o líquido desceu tão amargo como aquele local sem vida.
– “Hoje não temos muito movimento?” pergunta ao atendente.
– “Vejo que não é daqui meu senhor.” Respondeu sem muita vontade.
– “Não. Estou apenas de passagem. Vejo que aqui esta cidade é lugar bem pacato”. Finalizou Carlos.
Neste momento, um homem de capa escura comenta rudemente.
– “ha! Temos mais um inocente em nossa cidade. Meu filho se você procura por um lugar tranquilo deve sair o mais rápido possível daqui”. Terminou sua frase batendo o copo na mesa.
Vendo que o senhor fora bem direto, Carlos resolveu sentar mais próximo para coletar mais informações.
– “Percebo que não sou bem vindo, mas como posso ter tanto medo assim desse lugar?” perguntou ao senhor de rosto fechado.
-” Sabe garoto aqui temos casos estranhos, pessoas que somem nas sombras” – disse com os olhos fixados em Carlos- ” muitas vezes não são encontrados nem seus ossos para contar a história.
Pensando no que o senhor lhe contou ele resolve questionar.
-” Isso acontece com frequência?”
-” Em três meses perdemos 30 companheiros” – pensou mais um pouco- ” meu filho deve ter sua idade e ainda não voltou da caçada”. Terminado essa frase ele baixou sua cabeça, encarando o copo de bebida.
Todos ao redor também encararam suas bebidas e um longo silêncio se instalou no local.
– “Sinto muito” e depois de uma breve pausa ele pergunta “isso começou a três meses?”.
– “Sim. Não sabemos o porquê e não encontramos ninguém para resolver o caso”.
Do outro lado da sala um homem completa.
– “Na verdade nosso líder foi até a cidade mais próxima em busca de ajuda, mas isso já foi a 3 semanas e não temos nenhuma resposta”.
“- vocês saberiam me dizer quais foram as situações em que essas pessoas desapareceram?” pergunta Carlos ao homem desconhecido.
-” Três homens desapareceram quando estavam se preparando para partir para a cidade” comentou. ” Outros estavam voltando do trabalho ou de caçadas”.
-” Não sabemos dizer o que aconteceu, pois não há marcas de luta ou qualquer outra evidência no local. Parece que a pessoa simplesmente desaparece no lugar, sem deixar rastros” completa o senhor.
Após ouvir os relatos, Carlos reflete um pouco e pergunta novamente.
” Vocês dizem que eles somem do nada. Tem algum local específico ou apenas é aleatório esse sumiço? Digo se há algum caminho ou destino em comum a esses sumiços?”
-” Não há nada em comum além de todos estarem na cidade. A única coisa que podemos dizer é que foram no período noturno.”
” E como vocês não tem medo de sumir também”? Pergunta Carlos desconfiado.
“Haa. Esses sumiços acontecem apenas com os jovens. Diria uma triste sorte nossa pois não seremos os próximos, mas sim nossos filhos”. Comenta o senhor e com isso todos abaixam suas cabeças e um longo silencio permanece no local.
Com aquilo em mente Carlos paga sua bebida e pergunta aonde teria um lugar para ele passar a noite.
Caminhando até a estalagem ele analisa bem o local, como não encontra ninguém pelo caminho decide explorar melhor e sobe até o ponto mais alto da colina que fica fora dos muros da cidade e contempla a bela vista do mar. Logo sente um frio na espinha. Sabe que há alguém o observando e que este é a mesma pessoa que lhe recebeu ao entrar na cidade.
“Uhm. Não sinto uma aura maligna ou nenhuma intenção de ataque. Será apenas um curioso?” falou tão silenciosamente que apenas o próprio Carlos poderia ouvir.
Por um momento ele permitiu que o outro chegasse mais perto e logo que sentiu a distância correta ele se virou e pulou em cima do intruso direcionando a lâmina de sua espada. Seu movimento é rápido e ele consegue derrubar o oponente e neste momento seus olhos se encontram e logo sente uma nostalgia.
Um pequeno bosque aparece em sua visão, com arvores repletas de flores vermelhas e o ar estava com o doce aroma da primavera. A sua frente ele encontra um jovem sorridente de cabelos brancos que sussurra algo que ele não consegue entender e logo esse jovem é envolto em grandes chamas e sua visão se apaga. Ele sente seus olhos se enchem de lágrimas e percebe que o outro também está assustado com a situação e logo pula para longe.
Foi quando ouvir o outro retrucar.
“- Seu selvagem! Como pode me atacar?”
“…”
Um jovem rapaz vestido com um uniforme distinto utilizado por caçadores importantes. Era notável a qualidade da roupa e as cores eram bem chamativas, tão branco como a neve com linhas douradas que desenhavam um belo dragão de batalha. Seus cabelos estavam em um rabo de cavalo de um tom acinzentado e seus olhos que estavam bem abertos com o susto, eram da cor do oceano. O mais estranho era o que se podia sentir nele – “Sinto um calor nele… Era como se uma chama bem viva queimava tão vigorosa e ela emite uma aura dourada em seu peito” – pensou Carlos.
” Quem é você pequeno?” pergunta Carlos ao rapaz que tentou atacar.
” Quem você pensa que é em me chamar de pequeno. E me diga você primeiro. Eu vim até aqui para caçar esse fantasma maligno e encontro um mendigo com uma grande força como você.”
“Mendigo e grande força”? Repete as palavras do outro e ofendido devolve.
” Uhm. Um pequeno lobo solitário me ataca assim? Oras quem disse que eu sou um mendigo? Eu apenas estou todo desalinhado pois acabei de chegar de uma caçada e queria apenas uma boa bebida e um descanso bem longo. Mas então aparece esse filhote cabeçudo e atrapalha tudo”.
“FILHOTE CABEÇUDO”- grita o rapaz com muita raiva. – Vou cortar essa sua cabeça junto com sua arrogância” e corre em direção de Carlos que o espera segurando sua espada na bainha quando aparece mais uma figura nessa breve briga.
Era uma jovem muito bela de longos cabelos castanhos claros e pele tão branca como a neve. Quando ela olhou para o Carlos foi possível ver olhos verdes desafiadores. Percebeu que neste breve momento ele era avaliado pela oponente. Ela pousa levemente entre os dois e com um galho que trouxe aleatório aponta para o pequeno rapaz.
-” Então você estava aqui Apolo. Eu não posso tirar meus olhos de você que logo tenho que perder meus preciosos minutos te procurando” falou a mulher sem muita vontade.
” Me desculpe mestre Isabele” disse de cabeça baixa.
” Estava procurando por suspeitos e encontrei esse encardido andando pelas ruas da cidade. Então resolvi investigar” relatou o jovem.
” Encardido”? Perguntou um pouco irritado mais sem demonstrar nenhuma mudança de humor.
” Me desculpe por esse pequeno cabeça oca. Ele está em treinamento e só faz besteira. Em nome da família Oliveira peço nossas desculpas”.
” Oliveira? Vocês são uma das famílias mais conhecidas na caçada noturna. O que fazem nessa pequena cidade tão esquecida?” questiona Carlos.
“Meu jovem senhor, estamos aqui justamente para desvendar esse mistério das pessoas que somem com a suave brisa e você? Percebo que não faz parte da cidade e pelo o que ouvi também participa da caçada noturna. Creio que esse caso não é seu” comenta Isabele esperando por mais respostas.
” Acertou minha cara companheira. Eu estava apenas de passagem pela cidade para descansar um pouco e com algumas conversas aleatórias conheci esse caso de sumiços” e continua ” e como eu faço tudo isso para ter uma boa refeição acho que também irei participar dessa caçada noturna” finaliza com um belo sorriso em seu rosto.
Ela o observa por um momento e claramente se mostra pensativa com Carlos, mas como não emite nenhuma intenção estranha ele deixa seguir a conversa, pois estava interessado em uma renda para a próxima viagem.
-” Uhm. Então vamos trabalhar juntos!” conclui Isabele. Esse pequeno cabeça oca precisa de um novo companheiro para a caçada pois ele fica muito chato com o passar dos tempos” em um surto de risadas ela termina.
“Minha senhora, como pode falar algo assim? Ele não serve para ser meu companheiro e sim você! Esse mendigo nem chega aos seus pés” e fixa seus olhos em Carlos.
” Está decidido! Opa esqueci de perguntar seu nome”
” Eu sou Carlos e é um prazer em conhece-la jovem Isabel” sorrindo ele se apresenta.
” – Uhm. Carlos”- e após um breve silencio ela termina – “é um belo nome” com um belo sorriso e isso traz uma sensação estranha a Carlos, era como se ele já conhecesse esse sorriso e que ele era sincero.
“Vamos cabeçudos antes que eu jogue os dois no mar”.
“Ahh… Mas Isabele você nem conhece ele e já o chama para participar da caçada?” resmunga Apolo.
Ela para por um momento e com um olhar de desaprovação fala ” não seguirá minhas orientações? Ele é uma boa pessoa, posso dizer isso pela sua energia e se você se lembrar de tudo que lhe ensinei poderá entender o que eu digo. Fique quieto e siga para seu quarto. Como eu já disse hoje não haverá nenhum sumiço pois não há nenhuma aura maligna no ar.” termina Isabele muito irritada com Apolo.
Então o trio volta para a cidade e Carlos consegue um bom lugar para dormir.
Publicado por:
- Drikinha
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