Nosso Amor Manchado por Sangue - Capítulo 6
– Senhor, me desculpe a intromissão… mas se sente mal ? Está com uma péssima expressão. – Adelea o questiona hesitante, mas preocupada. Seu aspecto não parecia nada bem.
– Estou bem, apenas um ratinho que tem me irritado esses dias… – ele deixa um longo suspiro sair e se sente realmente irritado. Henry evitava a todo custo ter qualquer contato físico com Octavian.
– Rato ? Onde ? – Adelea questiona assustada e se encolhe.
– Não é um rato de verdade. Não se preocupe.
– Ah… menos mal! – ela suspira aliviada, apesar de não ter entendido bem o que ele queria dizer.
– Bom, vou voltar aos meus afazeres agora. Por favor, desfrute sua refeição. – Adelea acena com a cabeça e segue em direção a saída, o deixando sozinho novamente.
– Como eu deveria lidar com você, ratinho ? – Octavian murmura para si mesmo. Precisava pega-lo de alguma forma.
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Ao descer as escadas em direção ao seu escritório, Octavian vira no corredor e acaba esbarrando em Henry, que parecia ter acabado de chegar da rua.
– Sr. Solaram ? Me desculpe… – ele rapidamente se desculpa e recua.
– Eu nem falei nada e você já sabia que era eu. Como faz isso ?
– O seu cheiro… – Henry murmura.
– Sério ? É a primeira vez que ouço isso. – Octavian sorri, mas logo acaba percebendo um odor estranho em seu corpo. Um cheiro forte, que apenas um Idris poderia ter e que claramente havia sido intencionalmente deixado sobre ele.
– Venha aqui. – ele o agarra pelo braço e o leva até o final do corredor, onde ninguém os veria, e o põe contra a parede.
– Com quem se encontrou hoje ?
– Perdão ? – Henry questiona confuso.
– Não faça eu me repetir. Responda a pergunta. – Octavian fala irritado.
– Não me encontrei com ninguém, senhor. Apenas sai para deixar uma encomenda que Adelea me pediu! – ele murmura assustado e se encolhe.
– Porra, não minta! – Octavian agarra seu rosto, o segurando com força e o forçando a manter sua cabeça erguida.
– Ugh… senhor… – Henry segura sua mão e geme de dor. Sentia que poderia ter sua mandíbula quebrada a qualquer instante.
Octavian se surpreende ao ver sua expressão de dor e se afasta. Não queria ter passado dos limites.
– Suma da minha frente.
– S-sim! – Henry murmura e sai apressado.
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Algumas horas depois.
– Henry, pode pegar o… minha nossa! – Adelea grita de repente ao ver as marcas em seu rosto.
– O que aconteceu ? Você está bem ? – ela se aproxima e segura em seu queixo, girando seu rosto para que possa ver melhor.
– Estou bem… ugh! – Henry murmura baixinho, com dificuldade para falar.
– Adelea, por que está gritando ? – Octavian sai do seu escritório e ao vê-los juntos, rapidamente nota o que está acontecendo.
– Senhor, preciso chamar um médico. Olhe para o rosto dele!
– N-não… tudo… – Henry tenta negar, mas sua boca dói tanto que não consegue terminar sua fala. Octavian franze o cenho, sentindo a culpa consumi-lo.
– Chamarei um médico de confiança. – ele informa e sai rapidamente. Não conseguia nem encara-lo.
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– Ele vai ficar bem. Não parece ter nenhuma fratura em sua mandíbula, mas me preocupa que esteja anemico. Precisa prestar atenção nisso, okay ? – o médico fala enquanto rabisca uma dieta para Henry em um pedaço de papel.
– Aqui, siga essa dieta e ele ficará bem logo. – ele entrega o papel a Adelea e sorri.
– Obrigada, senhor. – ela acena com a cabeça e sorri.
– Sr. Solaram, podemos conversar ?
– Claro. – Octavian acena com a cabeça e indica a saída. Logo depois ambos saem e seguem para o escritório.
– Sobre o que deseja falar ?
– Foi você quem fez isso, não foi ? – ele questiona irritado.
– Você sabe a resposta, Percival.
– Você passou dos limites!
– Eu sei… não era minha intenção. – ele suspira e se senta.
– Porra… inacreditável. – Percival resmunga e deixa um longo suspiro sair.
– Bom, já que estou aqui. Vou te examinar também. – ele fala enquanto abre sua bolsa, que contém alguns equipamentos e utensílios usados em suas consultas.
– Não preciso disso. – Octavian se nega rapidamente e o encara com um olhar feio.
– Cale a boca e aceite. Ou cobrarei mais caro! – Percival briga furioso, mas Octavian apenas ri.
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– E como vai sua alimentação ?
– O mesmo de sempre. Duas vezes ao dia.
– Ainda continua com essa dieta louca ? – ele suspira e esfrega os olhos. Octavian desvia o olhar para o lado e se mantém em silêncio.
– Octavian, sabe que não pode continuar se alimentando apenas de sangue animal. Seu corpo pode entrar em colpaso a qualquer momento.
– Chega, terminamos aqui! – ele se levanta de repente e abaixa a manga da sua camisa.
– Se continuar com essa loucura, ficará mais perto da fera do que nunca! E você sabe bem o quão difícil é impedir que ela domine nossos pensamentos.
– Não preciso que você me diga. Eu vi seus olhos e sei qual o som da sua voz! – ele esbraveja, se sentindo encurralado.
– Percival, saia. – Octavian indica o caminho da porta.
– Octavian, eu espero que algum dia você possa aceitar sua natureza. – Percival suspira e recolhe suas coisas, saindo rapidamente logo depois.
Ao vê-lo cruzar a porta, Octavian deixa um longo suspiro sair e se senta novamente. Estava cansado de ouvir aquele tipo de coisa.
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Uma semana depois.
Henry bate à porta e entra, ele espera por alguns instantes para ouvir a voz de Octavian, mas tudo está silencioso.
– Sr. Solaram ? – ele o chama, mas não há resposta. Henry suspira e segue em direção a mesa, ele desliza seus dedos pela madeira até chegar a uma pequena folha de papel.
Nela há um recado, que diz para ele fazer a tarefa sozinho e que Octavian não poderia ensina-lo novamente.
– Ocupado de novo… – Henry murmura e sorri tristonho. Ele puxa a cadeira e se senta, em seguida traz a pilha de papéis para perto do seu corpo e começa a praticar. Sentia que precisava aprender logo, assim Octavian voltaria a prestar atenção nele.
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– Tem certeza disso ? – Octavian o questiona, sem tirar sua atenção do jardim em frente ao seu escritório.
– Sim, senhor. Tenho um informante entre os empregados humanos e ele me confirmou.
– Há quanto tempo ?
– Logo depois de Henry chegar. Disseram que foi causas naturais, infarto.
– Droga… – Octavian suspira e esfrega os olhos. Se Henry soubesse disso, iria ficar abatido e gerar uma comoção, mas não dize-lo a verdade, seria ainda pior.
– Pretende dizer a ele ?
– Não tenho muita escolha aqui. Não dizer seria um erro da nossa parte.
– Eu posso contar para ele, se quiser…
– Não… eu digo. Ele está aqui por mim, depois de tudo.
– Como desejar, senhor.
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