Mais de um milhão de beijos - Capítulo 3.3
Yeong-hoo se movia freneticamente pelo salão que estava duas vezes mais movimentado que o normal, enquanto observava um canto do bar. Os homens que ocupavam a maior mesa estavam fazendo uma bagunça desde antes, gritando e rindo como se algo fosse incrivelmente engraçado. Ele já tinha visto alguns deles antes, mas nunca percebeu que eram todos do mesmo grupo.
Além disso, até aquele homem estava junto, o que ele está fazendo? Yeong-hoo ficou secretamente surpreso ao perceber que eles eram um grupo. Aquele homem não parecia combinar com um bando tão superficial, mas, inesperadamente, ele estava perfeitamente integrado a eles.
Afinal, qual seria a identidade daquele homem? Claro, ele nunca pensou que fosse um motorista. De repente intrigado, Yeong-hoo logo balançou a cabeça. A verdade não lhe importava, mas eles bem que podiam fazer o pedido logo. Ao pensar que ainda tinha trabalho a fazer, a ansiedade o consumiu, tornando-se insuportável.
Enquanto limpava rapidamente a coqueteleira usada, Yeong-hoo lançou um olhar discreto e percebeu que um deles acabava de levantar a mão levemente. Com um sorriso radiante, ele se apressou em direção à mesa.
“Sim, por favor, diga”
Ao fazer o convite com um sorriso ainda maior, os homens ficaram momentaneamente hipnotizados. Vendo aquela cena, Andreas de repente sentiu uma vontade travessa de pregar uma peça.
[Vous avez les hanches sexy.]
Yeong-hoo não conseguiu entender o que foi dito. Francês? Italiano? Intrigado, olhou ao redor e percebeu que, por alguma razão, os homens o observavam com expressões surpresas e, ao mesmo tempo, expectantes. Parecia que todos entendiam francês. Certamente não era um pedido. O que ele disse? Será que gostou do bar? Confuso, Yeong-hoo presumiu que era algo positivo e forçou um sorriso sem jeito.
“Obrigado.”
Ao responder em grego, uma gargalhada repentina explodiu. O rosto de Yeong-hoo se fechou ao ver os homens rindo histericamente. Ele aparentemente cometeu um erro. O que diabos aquele homem disse para causar essa reação? Vendo a expressão fria de Yeong-hoo, Andreas falou novamente com um sorriso no rosto.
[Laisse-moi te toucher.]
Dessa vez, as risadas irromperam antes mesmo que ele pudesse responder. Yeong-hoo, mostrando seu claro desagrado, lançou um olhar furioso para Andreas.
“Se tiverem algo a dizer, por favor, digam em inglês ou grego. Desculpem, mas não falo outras línguas.”
Ao pronunciar as palavras com precisão e rigidez, Andreas riu e acenou com a mão, como se não fosse nada demais. Yeong-hoo estava furioso, mas não podia demonstrar raiva a um cliente. O bar já está lotado, que palhaçada era essa? Bando de marginais. Desfazendo o sorriso e com o rosto tenso, Yeong-hoo olhou para os homens, que, após rirem por um bom tempo, finalmente começaram a responder um por um.
“Eu quero um Dry Martini.”
“Uma Gin Tônica, por favor.”
“Uma tequila.”
“Um Ballantine’s duplo de 30 anos.”
Os pedidos continuaram a jorrar. Uma rodada completa já havia sido feita, mas os homens começaram a falar novamente. Será que eles vão beber tudo isso?, pensou Yeong-hoo, mas mesmo assim, escutou atentamente. Ele hesitou por um instante quando o nome de um vinho saiu da boca de Andreas.
“Dois Romanée-Conti safra de 1984.”
No instante seguinte, a voz de Nick alcançou os ouvidos de Yeong-hoo, que havia ficado pálido.
“Dom Pérignon, safra de 1999, por favor.”
Ao se recompor e prestar atenção novamente aos pedidos, Yeong-hoo percebeu que incluíam cerca de dez tipos de vinho. O champanhe ainda era suportável, mas os vinhos lhe davam arrepios só de imaginar. Yeong-hoo cerrou o punho enfaixado que mantinha escondido atrás das costas, como se estivesse em posição de descanso.
“Entendido…”
Depois de ouvir o último pedido e observar os homens mais uma vez para confirmar que não haveria mais nenhum, Yeong-hoo finalmente falou.
“Dois Dry Martinis, uma Gin Tônica, um Ballantine’s duplo de 30 anos, dois Romanée-Conti safra de 1984, um Singapore Sling, um Château Pétrus safra de 2000, um Dom Pérignon safra de 1994 e um safra de 1999, um Cuba Libre, duas Absolut Vodkas, um Ginger Ale, um Gevrey-Chambertin Louis Latour safra de 2001 e um safra de 2004, um Château Mouton Rothschild safra de 1991 e um safra de 1993, um Black Russian, três Kamikazes, um Blue Hawaii, uma Blue Margarita, um Piper-Heidsieck safra de 1992, um Domaine Caridi safra de 1999, três Tequilas e um Planeta Chardonnay safra de 2002. Está tudo correto?”
Yeong-hoo, que havia recitado os pedidos rapidamente, olhou para eles, mas não houve resposta. Ele achou a situação um tanto estranha, mas havia um problema maior em sua mente. Descartando a pequena dúvida, Yeong-hoo falou novamente.
“Como o pedido é grande, vai levar um pouco de tempo. Tudo bem para vocês?”
“À vontade.”
Foi Andreas quem respondeu. Yeong-hoo ofereceu um sorriso superficial e disse:
“Assim que estiver pronto, trarei até vocês. Com licença.”
Depois de uma reverência respeitosa, Yeong-hoo se virou e se afastou tão rápido quanto chegou, como um vento. Os homens, que observavam sua figura desaparecer boquiabertos, só então começaram a fazer um alvoroço em voz alta.
“O que é isso? Ele memorizou tudo depois de ouvir uma única vez?”
“E nem sequer pensou em anotar!”
“Isso é perigoso. Nick, você deve estar nervoso.”
Em meio ao barulho alto, Nick lançou um olhar rápido para Andreas. Vendo o sorriso despreocupado no rosto dele, Nick falou com a expressão fechada:
“A competição está só começando, ele ainda pode esquecer algum drink no meio do caminho. E também pode estourar o tempo.”
“Parece que você deseja muito isso, Nick.”
Ao contrário de Nick, Andreas, com o sorriso ainda intacto, ergueu levemente a mão. O relógio Harry Winston em seu pulso brilhou friamente.
“Três minutos se passaram.”
*
*
Quemdiabos são esses caras? Eles pretendem beber até morrer?
Yeong-hoo se moveu rapidamente, repetindo os pedidos como um louco. Theron tentou ajudá-lo, mas acabou atrapalhando sua memória, então ele recusou com poucas palavras. Preparar trinta bebidas não era tão difícil. Embora Yeong-hoo estivesse preparando as bebidas em um ritmo muito mais rápido do que o habitual, sua mente estava cheia de um único pensamento.
Vinho. Saca-rolhas. Vinho.
“Droga.”
Quase derrubando o copo por estar nervoso, Yeong-hoo apressou-se em colocá-lo de volta e começou a preparar as bebidas puras. De repente, ao virar a cabeça por sentir a mão pesada, a atadura branca entrou em seu campo de visão. Ele hesitou por um instante, mas logo a desamarrou. A mão mais leve logo se acostumou com o tempo e ficou ainda mais rápida, mas isso era apenas um hábito, pois apenas uma coisa permanecia em sua mente. Colocando mais de dez copos em uma grande bandeja, Yeong-hoo caminhou com passos rápidos e firmes até a mesa e a colocou lá.
“O restante trarei em breve.”
Depois que Yeong-hoo colocou precisamente um copo à frente de cada um e se retirou com uma nova reverência, os homens ficaram boquiabertos. Cada um tinha pedido duas ou três bebidas, e o que havia sido entregue agora eram apenas os primeiros pedidos. Observando o copo colocado exatamente à sua frente, sem nenhum erro, alguém murmurou com um tom de aborrecimento.
“Ele realmente vai trazer tudo?”
O rosto de Nick empalideceu. Andreas ainda sorria, mas sua expressão também havia ficado levemente pálida. O que é isso? pensou. Achei que ele pelo menos perguntaria quem fez esses pedidos. Olhando para o martini colocado precisamente à sua frente, Andreas se esforçava para não perder o sorriso. Andreas também não esperava que a situação chegasse a esse ponto. O tempo decorrido desde que os pedidos foram feitos até que os copos fossem colocados à frente de todos não chegou a vinte minutos.
Ninguém abriu a boca, apenas trocaram olhares cautelosos, até que, pouco mais de vinte minutos depois, Yeong-hoo reapareceu abruptamente e colocou a segunda rodada de bebidas. Mais uma vez, sem cometer o menor erro, Yeong-hoo depositou o copo exatamente à frente da pessoa que o havia pedido. Sem demonstrar pressa alguma, mas incrivelmente rápido, ele recolheu os copos vazios com um único olhar rápido, colocando-os na bandeja e levando-os embora.
“O que resta são os vinhos…”
Alguém murmurou. Agora, para eles, Yeong-hoo não era mais um objeto de desejo. Nick estava visivelmente pálido, e o sorriso de Andreas também havia desaparecido de seu rosto em algum momento.
*
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Tradução: Yani
Revisão: Ana Luiza
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