Hyperventilation - Capítulo 1.13
Han Seon-ho falou casualmente de novo depois de inalar a fumaça do tabaco sem dizer uma palavra.
“Não é ruim para sua saúde?”
Myung piscou duas vezes. Ele era um estudante com um sério problema de saúde e, por causa disso, afligiu Han Sun-ho várias vezes no passado. Eram lembranças que o deixavam envergonhado só de pensar nelas, coisas de muito tempo atrás então, por um momento ele achou que havia esquecido tudo aquilo…
“Estou bem agora.”
“Ah, é? E quanto ao exercício?”
Uma conversa do passado sobre a sorte que ele tinha por não ter feito educação física passou pela sua mente… Porque eram coisas sobre as quais os jovens falavam sem realmente saberem nada sobre ele.
Se ele odiava essas coisas naquela época, agora ele se sentia muito pior.
“Você não foi dispensado do serviço militar por causa do pneumotórax?”
Myung pigarreou sem querer, sentindo que o calor do momento estava causando fraqueza por todo seu corpo. No entanto, muito pelo contrário de tudo isso, houve um som de risos do lado dele e, em seguida, a imagem da boca de Han Seon-ho com um belo sorriso desenhado. Ele tem um cigarro nos lábios e por que seu olhar parece que ele o está beijando? A atmosfera trêmula continuou por um tempo até que uma voz calma foi ouvida dizendo:
“Você não mudou nada, exceto os cigarros.”
Quando era jovem, como uma pessoa sem uma gota de malícia, lembra-se de rir de uma forma um pouco mais alegre e solta. Agora parece diferente e também parece diferente… No entanto, oito anos depois, o sorriso adicionado a algum tipo de “mistério sombrio” fez o coração de Myung bater como nunca antes em sua vida. Hit, hit, hit. Seu peito estava batendo ruidosamente, então ele não conseguia nem ouvir mais o som de carros ou pessoas passando…
O tempo que eles compartilhavam subitamente voltou à sua mente: No brilhante verão, havia jovens correndo enquanto ele estava na sombra. Memórias de frustração estão lá, também o farfalhar da grama e o cheiro assustadoramente escuro das flores roxas que florescem sob a árvore. O sol iluminou o solo e grossos grãos de areia começaram a deslizar pela palma de sua mão. Há edifícios estranhamente quadrados com janelas estranhamente grandes, um velho ventilador soprando uma poeira desagradável e uma memória secreta que ninguém pode contar. O tempo que ele lembra, de quando ele estava sozinho…
Lee Myung de repente percebeu que estava fazendo contato visual com Han Seon-ho… O rosto irrealmente bonito estava olhando para ele como se ele estivesse se perguntando “Quanto você acha?”
“Ai!”
Lee Myung de repente estremeceu com o calor que estava sentindo na ponta do dedo… O cigarro em sua mão caiu no chão com uma chama vermelha e como um tolo, ele nem percebeu que estava queimando até doer. Ele fuma há 5 anos e agora é a primeira vez em todos esses anos que comete um erro de garoto do ensino médio. Ao olhar para o rosto de Han Seon-ho, suas orelhas começaram a queimar.
“Está bem?”
Embora não fosse grande coisa, Han Seon-ho agiu como se algo muito sério tivesse acontecido. Lee Myung abaixou a cabeça porque estava envergonhado, mas Han Seon-ho agarrou seu pulso e puxou-a para frente para que ele pudesse verificar sua pele. O lugar que ele tocou estava quente.
“Deixe-me ver.”
“Não estou bem”
“Você acha que eu não sei o quanto uma queimadura dói?”
“Não, está tudo bem, realmente não é grande coisa.” Ele deveria ter falado desde o início e lhe dito para parar, mas sua voz desapareceu em algum lugar de seu peito. Myung derramou um suor frio impressionante em sua camisa, murmurando em um som ininteligível algo como “Não dói”. Ele estava ressentido de sentir o calor em seu próprio rosto e também, não importa o quão escura a noite estivesse, ele podia ver todos os detalhes daquele rosto que estava na frente de seu nariz… Ele estava realmente muito curioso sobre sua expressão e poderia ter que permanecer perdido nele por horas… Mas ele não teve coragem de encontrar seu olhar. Não era de se admirar que ele notasse algo sobre seu comportamento suspeito se ficasse tão pasmo.
Estava escuro diante de seus olhos. Mesmo se ele tivesse a chance de falar com ele, ele parecia ter arruinado tudo em questão de segundos.
“Eu tenho que entrar agora…”
Ele se levantou rapidamente e começou a arrumar suas roupas. A coragem que parecia ter adquirido no caminho para o restaurante já havia passado. Não, talvez valesse um mês, meio ano. O valor de uma década… O suor de sua testa escorreu por sua têmpora até se perder em seu queixo, mas Han Seon-ho estava apenas o seguindo silenciosamente, deixando Myung caminhar até o final do beco enquanto se culpava por ser um idiota. Então, pouco antes de sair do beco, ele ouviu alguém dizer:
“Não vá.”
Myung olhou para trás como se estivesse possuído. A voz baixa do homem tinha um poder místico de agarrar seus pés, jogá-lo no chão e chamar sua atenção em um segundo… Quando ele se virou, suas costas pareciam uma pedra.
“Por favor…”
Lee Myung nem mesmo pensou cuidadosamente sobre a intenção de suas palavras e se aproximou de Han Seon-ho passo a passo como se ele tivesse lançado um feitiço sobre ele.
A cada passo, Lee Myung voltou à realidade e percebeu que ele estava estendendo a mão em sua direção.
“Não vá.”
Então ele o segurou.
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