Antes de me acusar, me beija - Capítulo 19: Trindade
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- Capítulo 19: Trindade - REVISADO
Enquanto eu surtava por ter sido fraco, um papel caiu de dentro do livro que eu estava relendo. Era a transcrição de um pedaço do poema que a Trin havia me mandado naquela última mensagem. Meu coração ficou saudoso e aproveitando que eu não me acabava mais em lágrimas ao pensar nela, finalmente fui pesquisar sobre aqueles autores. Eles já tinham a minha admiração por terem conseguido cativar a Trin, e eu faria questão de conhecer todos os seus trabalhos.
Tap, tap, tap (Digitando)
[Selas M, clandestino, 2022]
*Não há resultados específicos correspondentes para a pesquisa
Tap, tap, tap (Digitando)
[Clandestino poesia de Selas M]
*Não há resultados específicos correspondentes para a pesquisa
“Que estranho…”
[Selas M poeta]
Apareceram várias respostas que não tinham muito a ver com o que eu estava buscando, assim, continuei dando scroll pelos links até que um em específico chamou minha atenção. Era um site de nomes para bebês que continha o nome do autor. Cliquei.
“Por que eu estou abrindo esse site mesmo?”
[De origem africana, o significado de Selas é “Trindade”…]
— Não é possível…
Na minha mente, fui montando várias peças do quebra-cabeças sem parar.
— Selas – trindade. Selas M… Müller? Müller T… Troy Müller… Ah, Meu Deus…
Peguei meu celular e revisei toda a conversa daquele dia, analisando detalhadamente o poema novamente.
“Olhos de ametista do mais profundo violeta”
4 ANOS ATRÁS…
— {…}roxo.
Olhei em sobressalto para a garota que interrompeu meus devaneios. As pessoas só se aproximavam de mim para me intimidar, então, me posicionei já com a guarda armada.
— Achei que o seu olho fosse preto quando te vi mais cedo, mas, olhando agora na luz do sol, vejo que na verdade é tipo um roxo escuro.
— Hã? — Soltei, confuso.
“Quem é essa menina? Seria uma recém-chegada?”
— A forma como brilha, parece até uma joia. Qual era o nome mesmo? — Ela imitou uma pose pensativa.
“Não era isso que eu esperava ouvir…”
— Desculpa, mas-
— Ametista! Isso! Minha mãe disse uma vez que quanto mais escuro, mais rara e valiosa ela é. Que sorte a sua, né?! Prazer, Trin.
PRESENTE
“Guardei meu coração em sua gaveta secreta…”
Pensei um pouco e me lembrei de uma caixinha de música que havia ganhado da minha babá quando eu era criança.
— Deve estar em algum lugar por aqui…
Essa caixa tinha um compartimento secreto onde eu costumava colocar os doces que eu ganhava da Nana, para comer escondido da minha mãe, além dos meus pequenos tesouros no ensino médio também.
— Achei!
Dentro, havia um anel de ametista que reconheci imediatamente por ter sido o maior tesouro da Trin. Juntamente, havia um mini calendário com uma data marcada. Dia 16, lua minguante. Meu coração acelerou.
— Como eu pude me esquecer disso?! Foi o dia que nos conhecemos!
“As rimas místicas deste poeta, desperta
A comunicação, com flores, enfeita
Poupe suas lágrimas, a quimera espreita
Confia na trindade, a fabella, será desfeita”
Um misto de emoções me preenchia de uma forma que eu não estava sendo capaz de aguentar.
“Na lua minguante, eu te encontrei
Na lua nova, me apeguei
Na lua crescente, me ausentei
Na lua cheia, eu voltei”
Peguei o calendário no celular e comecei a comparar as datas com as fases da lua e meu coração parecia a ponto de explodir com cada constatação, me fazendo ficar enjoado.
“Impossível…”
De repente me senti nauseado com tanta informação e ao perceber que minhas unhas já estavam em carne viva por eu as estar roendo freneticamente sem ter me dado conta, enviei uma mensagem de texto para Troy.
[Praça Sul em 10 minutos. Urgente!].
[ദ്ദി(˵ •̀ ᴗ – ˵ ) ✧]
Ao vê-lo, não consegui impedir as lágrimas de caírem enquanto estendia a mão mostrando o anel da Trin.
— Seu desalmado, cruel, sem coração, amigo da onça, vigarista, filho de uma…
Ele apenas me abraçou forte passando a mão em meu cabelo enquanto me ouvia gastar todo o meu estoque de xingamentos.
— Eu sei, eu sei…
Depois de muito tempo, finalmente me acalmei o suficiente para me desvencilhar do seu abraço e poder lhe cobrar uma satisfação.
— Eu não sabia que você conhecia tantos palavrões assim.
Ignorei totalmente a sua ironia e prossegui com muita seriedade no olhar.
— Desembucha. — Exigi.
— Por onde você quer que eu começo? — Perguntou acanhado.
— Do começo.
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