A Maldição do Lobo Vermelho - Capítulo 27 - Corpo, alma e espírito.
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“Essa sensação… eu não morri… morri?”, Kardia pensou.
Foi difícil abrir os olhos, a claridade que preenchia o mundo com tons dourados incomodava a visão sensível. Além disso, a brisa suave que dançava pelo ar, trazia o aroma calmante das folhas de hortelã, deixando o corpo e a mente relaxados. Com toda certeza, não estava mais na sala oval em que foi atacado e, pelo que parecia, esse lugar estava fora dos limites do castelo do boto também.
— Onde eu estou? — murmurou enquanto tentava se levantar, mas uma dor aguda no peito lhe roubou as forças.
— Essa é uma boa pergunta — a voz conhecida disse risonha — vai depender da sua interpretação pessoal.
— Urutau? — Kardia forçou a visão embaçada.
A silhueta pairava a centímetros do rosto confuso de Mirrado e, assim como da vez em que se encontraram dentro do Ritual das Memórias, a voz soava distante, vinda de algum lugar além do espaço visível. A túnica branca cobria os pés, mas mesmo assim, não tocava a grama macia em que o comandante estava sentado.
— Isso mesmo, minha criança! — falou animado — Fico feliz em poder reencontrá-lo, mesmo que as circunstâncias não sejam das mais favoráveis…
O ser estendeu as mãos, acariciando de leve os longos cabelos vermelhos. A cada toque, as linhas trêmulas que delimitavam a figura se esvaiam no ar, dissolvendo com elas a dor excruciante que impedia o ruivo de ficar de pé. As penas que cobriam as asas flutuaram efêmeras, reforçando a sensação etérea que o Urutau emanava, além de acrescentar um toque místico ao lugar.
— Então… — Kardia queria reformular a pergunta — eu estou…
— Morto? Sim e não! — a entidade riu — Veja bem… respondendo sua primeira pergunta, você está dentro de uma memória, mas seu corpo físico está aqui também.
— Mas como isso é possível? — perguntou perplexo.
— Hmm… A sala que você visitou por último, no castelo, não era um lugar comum. Todos os objetos e até mesmo as paredes guardam um rancor muito forte, você deve ter notado assim que passou pela porta que tudo ali parecia vivo, certo?
O comandante assentiu com a cabeça. Não precisava ser muito perceptivo para reparar, mas estava tão entretido com as peças da decoração que baixou a guarda. Por mais que quisesse culpar Netuno, não podia apontar o dedo para outro senão ele mesmo e sua curiosidade sem limites.
— Bem… — continuou — de forma simplificada, a energia ali é tão intensa que criou uma brecha entre as linhas do tempo, permitindo que o rancor que inspirou aquelas obras de arte deslizasse para a realidade atual.
Kardia levou o punho fechado até a boca e mordiscou o dedo indicador, se Ílios ou Dásos ouvissem o que o Urutau estava dizendo, com toda certeza, o chamariam de louco. Até para ele era difícil e, mesmo que tivesse experimentado esse poder, algumas coisas ainda não faziam sentido. Estreitando os olhos, organizou os pensamentos, mas antes que pudesse questionar, a ave emendou o raciocínio:
— Pois então… tudo nesse mundo é formado de energia, independente se você está falando de uma pedra, usada para erguer a parede da sala, ou da pessoa que entra dentro dela…
— “O que as difere, no entanto, é como essas minúsculas partículas interagem entre si e como se organizam.” — Kardia completou — Minha mãe me explicou sobre essas conexões.
— Oh! — a ave exclamou enquanto aplaudia — Antheia nunca me decepciona!
— Você conheceu minha…
— Sim… — interrompeu — mas essa história fica para outra hora, estamos ficando sem tempo.
— Mas…
O comandante tentou argumentar, entretanto, uma força invisível atou seus lábios, escondendo o restante da frase dentro de um murmúrio inaudível.
— Sem “mas”. Continuando… — o Urutau pigarreou — essa energia é infinita. Isso significa que mesmo que uma pessoa morra ou que um objeto deixe de existir, o que desapareceu, de fato, foi apenas a forma com que aquela energia era organizada e, agora, ela estará livre para se reestruturar e interagir de uma maneira diferente com o universo.
Isso não era uma novidade para o lobo, na verdade, foi um princípio básico que sua mãe usou para explicar como o Ritual das Memórias funciona e como deveria ser replicado em segurança. Esses ensinamentos ficaram gravados em seu coração, de forma que poderia repetir exatamente as mesmas palavras que ela usou naquele dia:
“Isso é possível porque todas as coisas no mundo são feitas de energia e elas vibram interferindo umas nas outras, quebrando e construindo ligações desde o início dos tempos até o final deles. A água que flui por esse rio, já foi chuva, também já foi flor, fez parte do cervo que comemos e agora faz parte de nós. Quando morrermos se tornará pó e a partir daí continuará existindo em diversas outras formas.
Isso não se aplica só às coisas que você pode ver, meu amor, essa é a lei do universo e vale para nossas memórias e sentimentos também. É dessa forma que conseguimos acessar lembranças que não nos pertencem e é assim que elas passam a fazer parte da nossa própria história depois que interagimos com elas. Por isso tenha cuidado para não ‘manchar’ as páginas da sua vida com os rancores e desejos maliciosos de outras pessoas”.
Naquela época, Kardia era pequeno demais para entender a seriedade dessas palavras, mas finalmente, os discursos entusiasmados da mãe começavam a fazer sentido. Durante o tempo em que esteve perdido em pensamentos, o Urutau permaneceu em silêncio, como se estivesse escutando a mesma voz doce e paciente de Antheia.
— Enfim… — a ave aproveitou a deixa — a estátua e até mesmo a pequena peça que te defendeu, tudo dentro do cômodo está vivo graças aos desejos de quem as esculpiu. Porém, o que permitiu que se movesse livremente foi o rancor.
Kardia cerrou os punhos, era exatamente esse o ponto que o intrigava. Estava claro a qual entidade aquela estátua fazia alusão e também tinha uma boa ideia de quem deveria ser a peça de xadrez, mas a relação deles com o boto era algo nebuloso. Além disso, tinha certeza que encontrar Netuno não foi uma coincidência, parecia que estava sendo arrastado para essa história desde que chegou na Floresta do Urutau, ou talvez, até antes disso.
— Sei o que quer me perguntar, mas não vou te dizer… Você é uma criança muito esperta, tenho certeza que vai descobrir por conta própria logo, logo. — A figura deu uma pirueta no ar.
Mirrado sabia que a ave estava lendo seus pensamentos e que não adiantava insistir em questões que mudassem o foco do assunto. A melhor coisa a se fazer, era deixar que o Urutau guiasse a conversa, talvez assim conseguisse algumas respostas. Com muito esforço, acalmou a mente barulhenta, deixando explícito o desejo de cooperar.
— Você realmente é perspicaz! — A figura aplaudiu, soltando as amarras que prendiam os lábios do comandante.
— Eu fui muito ingênuo… isso sim… — murmurou.
— Ah… não fique assim! — A ave acariciou os cabelos vermelhos. — Você não teve escolha, afinal, mas digamos que foi isso que o salvou.
— Eu não compreendo…
— Você acredita no destino, comandante? — a voz tremulou cínica.
Mirrado apertou os olhos e pensou por alguns segundos. Não era completamente cético, gostava de imaginar que tinha algum controle sobre suas escolhas. Se pudesse desenhar esses devaneios, seria um longo caminho que sempre se divide em no mínimo duas portas e atrás delas sempre haverão outras duas ou três. Talvez esses caminhos tenham sido pré estabelecidos, mas cabe a cada um trilhar o que melhor lhe convém.
— Hmmmm… interessante… — a ave sussurrou.
Kardia estalou a língua:
— Você poderia parar com isso?
— Ahh… mas é tão divertido — riu — você tem uma imaginação fértil, minha criança. É bom ver que sua alma não está totalmente quebrada, mesmo quando você é tão desleixado com ela.
— O que quer dizer? — Mirrado ergueu uma sobrancelha.
— Sua teoria sobre o destino é interessante, porém é limitada pela pouca importância que dá a alma. Sabe, pequeno… a vida é breve, mas a alma é tão vasta quanto os caminhos que ela está fadada a percorrer e por isso precisa de atenção.
— “Fadada”? Você está dizendo que minha sina já está traçada e não há nada o que fazer quanto a isso? Se este é o caso, minha teoria não passa de um sonho infantil, não?
— Sim e não. Veja, não é como se os deuses se importassem se o seu dia será bom ou ruim, ou mesmo se terá sorte em uma aposta. Essas trivialidades são apenas consequências de suas ações ou no máximo, uma brincadeira do acaso. O quê de fato os interessa, é se o caminho que você pretende trilhar, irá ou não interferir no jogo deles.
Kardia revirou os olhos enquanto sorria de forma cínica:
— Você está dizendo que, enquanto minhas decisões não contrariarem a vontade deles eu tenho “livre arbítrio” ou algo assim?
— Algo assim… — Deu de ombros.
— Besteira… De que vale esse “livre arbítrio” se ele se limita a banalidades? Dizer que temos escolhas seria apenas uma outra forma de nos manter sob controle.
— Ah! — O Urutau deu algumas voltas ao redor do comandante. — Você não está errado e é essa sagacidade que me faz gostar tanto de você! Mas veja, nem todas as peças são importantes, então não há porque interferir em seus caminhos.
— Elas têm sorte, afinal — bufou.
— Talvez sim… mas são existências efêmeras, que aparecem e desaparecem tão rápido quanto um piscar de olhos.
O Urutau pareceu decepcionado de alguma forma, o que instigou a curiosidade do comandante:
— Eu sempre achei que as almas fossem imortais.
— Bem… é compreensível a confusão, mas alma e espírito são conceitos diferentes. Entenda, os seres vivos são formados por corpo, alma e espírito. O primeiro, nada mais é do que a forma atual em que os outros dois residem, a forma mais passageira em que a energia se organiza.
— Sim — Mirrado concordou, se afastando da ave.
— A alma, é a essência do ser, aquilo que guarda suas experiências e guia suas ações. É a própria vida ou em outras palavras, as páginas escritas de um livro, que começa e termina um novo capítulo a cada encarnação. Digamos que é o “código” que organiza a matéria e por isso tem um início e um fim. Entende?
— Acho que sim… — Estreitou os olhos.
Apesar da frase curta, a cabeça de Kardia fervilhava com as possibilidades e as implicações dessa descoberta. Se o que o Urutau estava dizendo fosse verdade, muitas coisas que até então não possuíam uma explicação, passariam a ter sentido e até mesmo soariam razoáveis. Enquanto pensava sobre isso, se distraiu da entidade que ria da ingênua epifania do outro.
— Continuando… — o Urutau chamou sua atenção — Se a alma é um capítulo, o espírito é o livro em que essa história é contada. A cada ciclo, novas experiências são adicionadas e algumas reviravoltas interessantes movem o enredo principal, mas como uma boa obra deve ser, ele também possui um início, um meio e um fim.
O comandante escutava com atenção, ao passo que tirava suas próprias conclusões. Não podia confiar inteiramente na ave, mas os conceitos ornavam muito bem para serem um blefe. De qualquer forma, sentia que estava sendo testado pela entidade e precisava descobrir o porquê.
— Então… se nossas vidas são gravadas como capítulos, isso significa que o espírito possui acesso a todas as memórias que já foram escritas, certo? — Mirrado questionou.
— Certo! Continue…
— Nesse caso, porque não lembramos de nossas vidas passadas?
O Urutau riu, como se a pergunta certa tivesse sido feita após muitas tentativas:
— Isso facilitaria as coisas, não é mesmo? Mas veja… Quando uma mãe ensina ao filho que não deve tocar em uma rosa para não ser espetado, está apenas repassando uma parte de sua própria experiência. Mesmo que seja com a intenção de protegê-lo da dor, isso também o privará de sentir a delicadeza das pétalas macias.
— Compreendo, mas… se a dor não for algo ensinado e sim um momentos que fez parte do passado, as coisas seriam diferentes… — Kardia sentenciou.
— Não necessariamente. Entenda que, se o corpo onde a alma reside tem uma vida curta, todas as experiências relativas aos sentidos também estarão sujeitas a esse prazo. Considerando que a mãe do garoto se feriu por ser jovem e inexperiente, o mesmo não teria acontecido se tivesse encontrado a flor após a velhice, por exemplo.
O lobo levou o punho até a boca e, repetindo o ato, mordiscou o dedo. A brisa continuava suave e movia os longos fios vermelhos em uma coreografia bem ensaiada, assim como dava vida a grama rasteira. O horizonte dourado parecia imutável, mas era como se uma eternidade houvesse fluido desde o momento em que despertou ali. Por mais que a curiosidade instigasse os pensamentos, precisava voltar ao castelo.
— Eu entendo, a experiência não é a mesma se o contexto for outro — Kardia concluiu — imagino que elas sirvam apenas como um Déjà vu ou uma intuição na nova vida.
— Você nunca me decepciona! — o Urutau aplaudiu.
— Bem, eu agradeço por toda a explicação. Mas agora eu devo me despedir, tenho assuntos importantes a terminar.
O comandante se endireitou e a mão direita tocou no punho da haladie. Sua intenção era evidente, mesmo que não soubesse se seria possível atacar a entendida.
— Claro, claro! — a ave riu suspendendo as mangas da túnica — Não é minha intenção te prender por muito mais tempo. Veja, esse lugar é especial e assim como aquela galeria do castelo, está repleto de sentimentos fortes.
Mirrado olhou ao redor, a paisagem era exuberante, mas nada lhe chamava a atenção em particular. Também não sentia nenhum perigo ou intenção assassina, pelo contrário, apenas um sentimento de paz preenchia o ambiente. Sua dúvida ficou explícita e a ave rodopiou gargalhando pelo ar.
— Não é apenas o rancor que pode atravessar as linhas do tempo, criança. De todos os sentimentos, o amor é aquele capaz dos maiores feitos. Aliás, é graças a ele que sua existência atual não pereceu.
— O que quer dizer?
— Não foi sua escolha entrar naquela sala, você foi guiado até lá. O que aconteceu depois foi apenas as consequências dessa ação, incluindo sua morte.
— Mas você disse que eu não morri — Kardia falou confuso.
— Eu disse que “sim e não” — zombou — aquele ataque perfurou seu coração, não teria como você ter sobrevivido.
Um calafrio percorreu as costas do comandante. Havia aceitado o fato quando viu a luz pela última vez, mas desde que acordou, uma esperança ingrata inflamava os pensamentos e agora, um abismo gelado engolia sua sanidade.
— Mas… eu.. eu pensei que… — gaguejou.
O Urutau acariciou o rosto pálido antes de falar:
— Se acalme… Seu corpo morreu, mas sua alma foi resgatada a tempo e é por isso que estamos aqui. Enquanto você escutava as lorotas desse velho, ela estava se recuperando do trauma e a energia que compõe o corpo se reorganizando para que fique habitável novamente.
— Então eu vou viver? — Mirrado disse incrédulo.
— Vai, mas as coisas serão diferentes daqui pra frente.
Levando em conta toda a conversa que tiveram até agora, o mais plausível era acreditar que uma vida perdida não poderia ser recuperada. Todas as experiências e memórias compiladas, concluiriam mais um capítulo antes do novo começar. Se isso fosse verdade, significava que tudo que aconteceu até o presente momento, não passaria de uma memória distorcida, uma intuição ou apenas um déjà vu.
Quando acordasse, não seria mais “Kardia” ou o comandante do exército dos lobos, poderia nem ao menos ser um guará. Um aperto forte contorceu o peito, tinha muitos arrependimentos e um deles o fez gritar:
— Não!!! Por favor! Eu… não posso perder minhas memórias… preciso levar o antídoto. Eu imploro! Me conceda apenas mais algumas horas… pode fazer o que desejar depois, mas me permita…
— Vejo que entendeu algo errado. — A ave deslizou para mais perto. — Como eu disse, sua alma foi protegida e mesmo que tenha recebido um ferimento profundo, irá sobreviver.
— Mas… isso… isso significa… — o lobo tentou externar suas aflições.
— Sim! Digamos que você recebeu uma ajudinha para trapacear, desta vez, mas as coisas serão mais difíceis de agora em diante.
— Não importa! Eu farei qualquer coisa. Apenas me diga e…
— Não seja afobado. Entenda, sua alma é muito forte mas não recebe nenhum tipo de cuidado há muitos anos. Além do golpe que sofreu hoje, existem várias feridas infeccionadas e outras que estão sangrando a décadas.
— O quê? O quê você quer dizer com isso?
A ave se aproximou, tocando com a ponta dos dedos o xale enrolado no pescoço do comandante.
— Você usa seus conhecimentos sobre os remédios da floresta para curar as feridas do corpo mas têm negligenciado completamente seu coração. Você sabe muito bem que, um machucado por menor que seja, se não for tratado pode virar uma grande dor de cabeça e isso se aplica aos nossos sentimentos também.
— Não entendo onde você quer chegar — Mirrado se afastou.
— É claro que entende, eu posso ver através dessa sua cara amarrada, sabia? Nem preciso ler seus pensamentos.
— Isso não faz sentido — retrucou.
— Ah! Você tem sorte por ser uma pessoa muito amada, Kardia, isso tem sustentado sua existência por todos esses anos… mas saiba que isso não será o bastante para manter os pedaços do seu coração colados por muito mais tempo…
A angústia que vinha escondendo no mais profundo do ser parecia estar diante dos olhos. Seus traumas, medos e vergonhas foram desnudados sem nenhuma cerimônia e agora apontavam seus dedos enlameados para o ego flagelado. As lágrimas responderam a afronta, mas foram impedidas de aliviar o pesar.
— Já chega! — o comandante rosnou — Eu realmente já cansei disso. Dásos precisa que eu leve o antídoto e Ílios…
— Tudo bem… — o Urutau interrompeu — Sei que está confuso e precisa de um tempo para assimilar tudo o que conversamos e também, já está na hora de retornar.
A brisa ficou mais forte, agitando as folhas e a areia fina no chão. Não demorou muito para que se tornasse um vento gelado e lembrasse ao corpo do comandante, a sensação fria que sentiu na sala oval. Seus joelhos perderam a força e o gosto amargo do sangue preencheu o paladar, aquela luz dourada que o tinha acordado estava sumindo aos poucos, deixando apenas um horizonte acinzentado à frente.
“Essa sensação… ”, Kardia pensou.
— Isso… não se esqueça dela… e lembre-se, cuide do que é importante, você não terá uma segunda chance.
A voz risonha dissolve-se no escuro enquanto o cheiro de tinta impregnava o ar. Não haviam dúvidas, estava de volta.
Publicado por:
- GSK
-
Escrevendo, desenhando, editando e fazendo mais algumas artes por ai.
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