A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU - Capítulo 14: Encharcado
A boca de Chen Sheng formava um “O”.
Todos ali eram jovens herdeiros ricos; nunca tinham visto uma cena dessas antes.
Um por um, eles ficaram petrificados, os olhos quase saindo das órbitas.
“Um, um, um!” O capanga se debatia desesperado.
Lu Ran, com sua nova chance de vida, já tinha feito muitas coisas; embora fosse magro, era bem forte. Aqueles herdeiros de segunda geração não eram páreo para ele.
Ele girou a escova de banheiro na mão e perguntou: “Já limpei sua boca? Já que você não quer comer, que tal experimentar um tipo de comida diferente de agora em diante?”
O capanga estava quase em lágrimas, deitado no chão e se debatendo freneticamente.
As pessoas ao redor deram um passo para trás, sem que ninguém tivesse coragem de ajudar.
Estavam tão chocados que até aqueles que costumavam gravar vídeos curtos não se atreveram.
Quando o capanga finalmente parou de se debater, Lu Ran o segurou e perguntou: “Vai ter coragem de quebrar meu prato de novo?”
O capanga fez um esforço para balançar a cabeça.
“Desperdiçar comida? Derrubar minha bolsa?
A cada pergunta, Lu Ran empurrava a escova de banheiro um pouco mais.
Até que o capanga não tinha mais forças nem para balançar a cabeça, apenas gemendo no chão.
Só então Lu Ran retirou a escova.
Chen Sheng e Shen Xingzhuo estavam agachados no sofá, tremendo de medo.
Chen Sheng engoliu em seco e disse: “Zhuo, irmão Zhuo, o irmão Lu é realmente tão feroz assim?”
Shen Xingzhuo não queria responder.
Lu Ran sacudiu a escova de banheiro e olhou para outro encrenqueiro.
Lin Yi ainda estava pisando no relatório de pesquisa de Lu Ran.
Assim que seus olhares se encontraram, ele apressadamente retirou o pé.
Depois de recuar, percebeu que era meio embaraçoso e, observando a escova de banheiro na mão de Lu Ran, ergueu o queixo desafiadoramente e disse: “O que você vai fazer?”
Os outros finalmente reagiram e começaram a se aproximar.
Lin Yi era diferente do capanga anterior.
Afinal, ele já tinha uma aliança com a família Zhang.
“Deixa pra lá, deixa pra lá.”
“Foi tudo um mal-entendido; deixa isso pra lá.”
Lu Ran bufou.
Ele apontou a escova para a pessoa que acabara de falar, dizendo: “Agora você quer deixar pra lá? Por que não disse nada quando ele estava me provocando?”
A escova ainda tinha saliva do capanga grudada.
A pessoa apontada deu um passo rápido para trás.
Alguém foi puxar Shen Xingzhuo: “Irmão Zhuo, fala alguma coisa também.”
Shen Xingzhuo ignorou: “Por que me puxar? Se você é tão corajoso, vai lá e puxa ele!”
Aquela pessoa: “……”
Tudo bem, ele não era tão corajoso.
Lin Yi olhou para a coisa na mão de Lu Ran, apavorado, mas ainda tentava manter uma fachada de calma.
Quando todos estavam prestes a intervir, viram Lu Ran soltar a escova.
Com um “bang”, a escova suja caiu no chão.
Todos suspiraram aliviados, achando que Lu Ran não era tão sem noção quanto imaginavam.
“Pronto, pronto, somos todos irmãos aqui.”
“Foi só uma pequena briga.”
Chen Sheng também queria se aproximar e dizer algumas palavras.
Mas antes de descer, ele olhou para Shen Xingzhuo.
Shen Xingzhuo permaneceu imóvel no sofá.
Depois de hesitar por um momento, Chen Sheng decidiu não ir.
Vendo que Lu Ran não estava mais com a “arma”, Lin Yi relaxou bastante.
Ele zombou, “Você realmente acha que eu sou igual a aquele cara no chão, deixando você fazer o que quiser?”
No momento em que todos baixaram a guarda, achando que a situação estava resolvida…
Lu Ran de repente estendeu a mão e agarrou Lin Yi pelo colarinho, puxando-o, desequilibrado.
Ninguém teve tempo de reagir; Lu Ran o arrastou para fora do camarote diretamente.
“Você e aquele cara no chão obviamente não recebem o mesmo tratamento. Preparei algo maior pra você.”
“Me solta!” Lin Yi lutava desesperado.
Quem diria que, embora Lu Ran parecesse magro e fraco, sua força era impressionante, e Lin Yi mal conseguia se soltar.
Do lado de fora, pessoas iam e vinham.
Quando viram Lin Yi sendo arrastado, ficaram todos atônitos.
Lu Ran ignorou todos.
Ao lado do camarote, havia o banheiro.
Lu Ran chutou a porta do banheiro e arrastou Lin Yi para dentro.
Uma faxineira estava ocupada organizando o local.
Devia ter limpado há pouco tempo, mas Lu Ran havia pegado sua escova no meio do caminho.
“O que, o que, o que você está fazendo?!” Lin Yi gritou.
Lu Ran não disse nada e foi direto ao vaso sanitário mais sujo que encontrou.
Agarrando Lin Yi pelo cabelo, pressionou seu rosto diretamente no vaso.
“Ah!”
O grito de Lin Yi ecoou pelo ar.
A faxineira, escondida, ficou paralisada, deixando o esfregão cair no chão com um “bang”.
Os outros que seguiram Lu Ran até o banheiro se apertaram para entrar, apenas para testemunhar aquela cena.
Aquilo era muito mais chocante do que espetar alguém com uma escova de banheiro.
Uma multidão bloqueava a porta do banheiro, mas ninguém ousava entrar.
Eles viam Lu Ran em pé no reservado.
Mesmo depois de fazer algo tão ultrajante, não havia um traço de raiva ou triunfo em seu rosto; seus olhos escuros eram calmos como um lago parado.
A água jorrava por todo lado, encharcando o cabelo e as roupas de Lin Yi.
Ele engasgava com a água que entrava pela boca e pelo nariz.
O outrora arrogante jovem mestre da família Lin agora estava completamente transformado em um frango molhado e sujo.
Lu Ran não soltou.
Ele o puxou pelos cabelos, levantando-o, e perguntou: “Aprendeu a lição?”
“Wuu wuu wuu!” Lin Yi só conseguia soluçar.
Em toda a sua vida, era a primeira vez que ele era tratado assim.
Lu Ran parecia achar a situação de Lin Yi bem engraçada.
Ele até pegou o celular e tirou uma foto de Lin Yi.
Só então Lin Yi reagiu, balançando a cabeça freneticamente: “N-não, por favor, não…”
“Mantenha distância de mim no futuro, entendeu?”
O tom de Lu Ran era extremamente calmo, sem nenhuma ameaça.
Mas, combinado com suas ações, fez Lin Yi imaginar automaticamente várias consequências desastrosas.
A cabeça de Lin Yi zumbia e ele assentiu repetidamente.
Só então Lu Ran o arrastou para fora do reservado.
A multidão na porta finalmente pôde ver o estado lamentável de Lin Yi.
Não apenas a parte superior de seu corpo estava completamente encharcada, mas áreas como o nariz e a testa, que tinham tido contato direto com o vaso, estavam marcadas com manchas suspeitas.
Ele parecia absolutamente trágico…
Lu Ran o largou de lado.
Não apenas estava tranquilo, mas até foi até a pia e lavou as mãos calmamente.
Ele apertou o dispensador duas vezes, ensaboando bem as mãos com o método dos sete passos até que estivessem limpas, antes de sair do banheiro.
Quando se aproximou, a multidão na porta abriu caminho como se tivesse visto um deus da peste.
Chen Sheng tremia e se escondia atrás da multidão, sem coragem de aparecer.
Tinha medo de ser o próximo.
Lu Ran voltou ao camarote, pegou sua bolsa e saiu sem dar atenção a mais ninguém.
Depois de andar alguns passos, percebeu que só tinha lavado as mãos e o rosto, enquanto as roupas ainda estavam sujas de restos de comida.
Ao olhar em sua bolsa, viu que não havia lenços.
Lu Ran não era tolo de voltar ao camarote ou ao banheiro ao lado neste momento.
Afinal, havia muitos do grupo de Lin Yi. Se reagissem a tempo, Lu Ran não conseguiria lidar com todos sozinho.
Em uma briga de verdade, também não podia contar com Shen Xingzhuo.
Lu Ran olhou ao redor, procurando uma saída segura para o banheiro do andar de cima.
Ele empurrou a porta e entrou, subindo lentamente as escadas.
A escada era particularmente longa, com um corredor aberto no meio.
Após toda a confusão, Lu Ran sentia-se um pouco mentalmente exausto.
Ele caminhava devagar, parando de vez em quando.
Ao abrir outra porta e passar por ela, viu inesperadamente um rosto familiar.
O mordomo de meia-idade que ele havia encontrado no carro da última vez estava conversando com um segurança. Ao ouvir a porta se abrir, ele se virou e ficou surpreso ao ver Lu Ran.
“Eh?” Lu Ran ficou um pouco surpreso.
Ele olhou para o mordomo, depois para o segurança à sua frente, e subitamente entendeu: “Ah, estou procurando o banheiro. Parece que vim para o lugar errado. Peço desculpas.”
Dizendo isso, ele deu alguns passos para trás, encontrou o olhar do mordomo e sorriu, “Obrigado pela ajuda da última vez, tio.”
As mangas de Lu Ran estavam molhadas e sua roupa estava manchada em vários pontos.
Resíduos de comida grudavam em suas calças e sapatos.
Havia duas marcas de pegadas em sua mochila, e, após ter acabado de lavar o rosto, suas franjas e pontas de cabelo ainda pingavam.
O velho mordomo não fazia ideia das peripécias recentes de Lu Ran.
Para ele, Lu Ran parecia um garoto maltratado e desamparado.
O velho mordomo conhecia bem os “jogos” que os jovens herdeiros ricos costumavam jogar.
Naturalmente, ele deduziu o que Lu Ran tinha enfrentado.
Vendo que ele já havia descido dois degraus, o velho mordomo chamou: “Jovem, há um banheiro deste lado.”
Seu tom era o mesmo da última vez — caloroso e gentil, com a compreensão de alguém mais velho.
Lu Ran ergueu os olhos para o mordomo.
Embora tivessem se encontrado apenas uma vez, ele realmente gostava daquele mordomo.
O mordomo o fazia lembrar do antigo diretor Lu.
Ambos possuíam uma bondade e uma gentileza que faziam a pessoa se sentir imersa em águas mornas.
Não havia aquela sensação de controle ou pressão comum em figuras de autoridade.
Lu Ran seguiu a orientação do velho mordomo e subiu.
Ele entendeu que este deveria ser o outro prédio das Torres Gêmeas.
Após pensar por um momento, Lu Ran decidiu tirar a mochila e entregá-la ao segurança ao lado para uma inspeção.
O velho mordomo riu e pressionou sua mão suavemente. “Não precisa passar por tudo isso.”
Ele apontou para o batente ao lado, e Lu Ran percebeu que era um sistema de segurança.
“Jovem, venha comigo.” O mordomo liderou o caminho.
Esta era a primeira vez de Lu Ran em um lugar assim.
Ele o seguiu, tentando controlar sua curiosidade, mas não resistiu e olhou ao redor.
Em sua vida passada, quando estava deitado em uma cama de hospital, tinha apenas vinte anos e ainda não havia comemorado seu vigésimo primeiro aniversário.
Os dez anos seguintes foram passados em um quarto apertado, onde qualquer um enlouqueceria.
Por isso, Lu Ran ocasionalmente exibia uma curiosidade condizente com sua idade.
O corredor era muito silencioso, com seguranças espalhados ocasionalmente nos cantos.
Ninguém mais podia ser visto.
Talvez pela presença reconfortante do senhor à sua frente, depois de ter acabado de passar por uma “batalha”, Lu Ran sentiu seus nervos relaxarem.
Sem conseguir se conter, ele perguntou: “Tem certeza de que pode me trazer aqui?”
O mordomo virou a cabeça e sorriu para ele, parecendo perguntar o motivo da pergunta.
“É que… você não tem um patrão?” Depois de dizer isso, Lu Ran fez uma pausa, achando que o termo era um pouco rude, e reformulou: “Quero dizer, um chefe?”
“O que acontece se ele ficar bravo?” Lu Ran perguntou.
Os olhos do mordomo brilharam com um riso contido ao ouvir isso.
“Da última vez, ele permitiu que você entrasse no carro, o que significa que ele concordou. O cavalheiro realmente tem um temperamento difícil, mas não se irrita sem motivo.”
Lu Ran: “…”
Ele ficou em silêncio por um momento e sussurrou, “Tem câmeras aqui; ele não vai te ouvir dizendo isso?”
O mordomo divertiu-se com sua cautela.
No final do corredor, havia um banheiro público. Ele apontou e lembrou Lu Ran gentilmente: “O botão vermelho na pia é para água morna. Há toalhas novas no armário contra a parede e um secador de cabelo em frente ao espelho.”
Lu Ran assentiu.
O ambiente ao redor era silencioso e tudo parecia novo para ele.
Ao tocar a maçaneta de metal ligeiramente fria, não pôde deixar de olhar para trás, na direção do mordomo.
Seus olhos escuros traziam um toque de apego ao senhor.
Vendo-o hesitar, o mordomo inclinou-se um pouco e perguntou: “Precisa de alguma ajuda?”
Lu Ran balançou a cabeça e empurrou a porta, entrando.
Assim que a porta do banheiro se fechou automaticamente, ele soltou um suspiro leve e tirou a mochila.
O banheiro era espaçoso e limpo.
Tinha um design curvo, com um corredor envolvendo os reservados.
A pia era um pouco alta, dificultando manusear as roupas enquanto as usava.
Lu Ran abaixou a cabeça, preparando-se para tirar a roupa.
Assim que desabotoou o jeans, ouviu um leve rangido ao seu lado.
Uma cadeira de rodas elétrica preta rolava lentamente pelo outro lado do corredor curvo.
Lu Ran congelou, levantando o olhar.
Ele encontrou inesperadamente um par de olhos negros, sombrios e sem vida.
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