A Arte De Saber - Capítulo 02
Fuyuki se vira apoiando seu braço direito na cadeira e cruzando suas pernas, deixando, assim, uma sobre a outra.
— Já adivinhava que iria querer algo em troca — No olhar de Fuyuki a repulsa prevaleceu — Você não é de fazer pedidos românticos, muito menos quando se trata de um mero funcionário… — Ele sobe e desce seu olhar, analisando cada parte de Jae— Chefe × Funcionário?— Dá um suspiro acompanhado de uma risada sarcástica e logo abre um sorriso balançando a cabeça no sinal de “não”. — Suponho que não seja um de seus fetiches. — Sua voz, grave, e a risada saíram com sarcasmo. Deu um sorriso ladino e bebeu um gole do champanhe.
Qualquer que fossem os desejos de Jae-Yun, naquele momento, o mesmo não iria se submeter a tal pecaminosidade. Não iria cair nos encantos de Fuyuki.
A vontade dele era fazer Fuyuki chorar e se submeter a ele. Lamber seus pés, ver Fuyuki sendo dominado por ele. Pedir desculpa, perdão, pedir para parar. A cada momento imaginava seu rosto atordoado, seu rosto atordoado de dor e prazer. Puxar seu cabelo e te maltratar, enfiar sem nenhuma preparação e rasgar ele. Fazer ele sentir as piores dores possíveis. Ele queria que tudo que Fuyuki tivesse viesse dele, até mesmo… Sua dor.
Fuyuki deu mais uma mordida na carne, saboreou-a como se nunca mais fosse comer aquele tipo de carne. Não podia saber se iria. Tal carne era cara, e ele não tinha dinheiro de sobra para esbanjar com qualquer coisa.
Fuyuki arrastou um pouco a cadeira para trás, dirigiu-se para perto de Jae. Abraçando-o por trás, carinhosamente, colocando a cabeça encostada em suas costas deslizando, delicadamente, suas mãos pelo abdômen dele.
— Você não vai deixar eu tomar banho com você…? — Diz com a voz baixa, em um tom suave.
— Pode sim, mas você sabe que não vamos fazer aquilo, não sabe? — Ele se vira ficando cara a cara com Fuyuki, olhando para o mesmo dando um sorriso.
Ele ainda sentia as mãos do garoto em sua volta, abraçando ele. Tendo que olhar para baixo, viu ele apoiar o queixo em seu peitoral, olhando para cima fazendo biquinho.
— Por que você está tão distante? Você não quer mesmo? Qual o problema em fazermos isso? — Diz com uma voz desanimada.
— Eu não estou distante. Olha, — Colocou a mão nos braços de Fuyuki — eu estou preso em você. — Ele dá um sorriso que faz Fuyuki ficar levemente corado — está corado por que em?
— Eu não estou corado, eu só queria ter uma noite “quente” com você… — Ele dá um suspiro contínuo — Aliás, somos apenas dois corpos nus se esfregando à procura de algum vestígio de prazer. Não é mesmo? — ele diz soltando suas mãos e saindo daquele abraço, indo em direção ao banheiro. O próprio Fuyuki achava que, no fundo, Jae estava mudando, depois de tanto tempo sendo maltratado por ele, Fuyuki ainda tinha esperanças, mesmo elas sendo muito poucas. Às vezes suas carícias davam conforto ao coração de Fuyuki.
Jae não respondeu sua pergunta… Pois sabia que era uma pergunta retórica. Uma pergunta que ele sabia que, provavelmente, a resposta de Fuyuki seria sim. Sabia que Fuyuki não esperaria muito do relacionamento deles.
— Bom, de qualquer modo, não é como se isso fosse importante… — ele sabia como manipular as pessoas, e, sem Jae perceber, era isso que ele estava fazendo. Mas, ao mesmo tempo, ouvir um “não” de Jae, que por tanto tempo esteve aos pés de Fuyuki, foi surpreendentemente para ele. Ou ele simplesmente não queria acreditar que Jae havia mudado com ele.
As palavras de Fuyuki perfuraram o coração de Jae-Yun, fez seu coração apertar. Parte da culpa era de Jae por manter uma postura tão insensível ao lado de todos. Não que ele ligasse para o que as pessoas diziam, pelo contrário, ele não dava a mínima. Estava ganhando dinheiro com seu trabalho e tudo o que desejava ele tinha em mãos, o por que iria se importar com coisas tão triviais quanto fofocas ou boatos mal contados?
Porém com Fuyuki, de certo modo, era algo totalmente diferente. Ele tinha sentimentos que não expressava. Mas, sem perceber, Jae-Yun, criou uma barreira enorme entre eles assim que descobriu esses sentimentos. Era como uma porta digital que só abria quando ele queria. Apenas chamava Fuyuki e abria quando desejava. Colocava seu dedo lá e puxava ele para dentro quando bem entendia. Quando tinha intenções sexuais, ou propostas para vender o corpo de Fuyuki, tentando seduzi-lo. Suas ações não condizem com os sentimentos que tanto escondia. se é que esses sentimentos eram verídicos.
•••
Fuyuki já estava deitado naquela cama, só esperando Jae sair do banheiro. Havia colocado apenas seu calção, era confortável e ele amava dormir “livre”.
Como o mesmo previa, Jae não o tocou sequer uma vez. Mesmo que Fuyuki colocasse seus dedos lentamente sobre a pele do mesmo, ou desse suaves beijos em sua costa, na tentativa de seduzi-lo, não funcionavam. Nada funcionava, e isso deixava Fuyuki frustrado. Jae não cedeu e afastou o mesmo toda vez que lhe tocava. Aquilo realmente magoava Fuyuki.
O relacionamento deles não tinha nada de especial, era um relacionamento de chefe × subordinado. Jae era bruto com ele em muitos momentos, o que ocasionava Fuyuki ter suas dúvidas e, ao mesmo tempo, esperança quando o mesmo decidia ser carinhoso com ele. Mas, como sempre, suas carícias vinham com algum pedido em mãos.
Fuyuki vê ele sair do banheiro apenas com a toalha enrolada em sua cintura, secando seu cabelo com uma toalha de rosto, ele ainda estava pingando, molhando o chão. Dava para ver algumas gotas descendo pelo seu abdômen maravilhoso. Era típico de Jae-Yun se exibir de tal modo, por que mesmo que dissesse que não iria tocá-lo, ou que não iria fazer com ele, Jae definitivamente queria e, mesmo não demonstrando, era difícil se conter perto de Fuyuki. Como uma saída do seu desejo, se divertia vendo os de Fuyuki. Se divertia ao provocá-lo e ver suas reações. Jae estava esperançoso de conseguir confessar seus sentimentos a ele naquela noite, se é que eram sentimentos de amor mesmo, ou só sua obsessão em ter algo que não lhe pertencia. E que, talvez, nunca iria lhe pertencesse. E só de pensar nisso fazia jae sentir necessidade em tê-lo em suas mãos.
— Você pode se trocar no banheiro? — perguntou escondendo metade da sua cara embaixo do cobertor. Dando pra ver seus dedos para fora, segurando o cobertor. Apenas seus olhos estavam pra fora, admirando discretamente o volume na toalha.
— Por que? Está com medo que eu possa fazer algo? — Ele deu um sorriso e deu alguns passos em direção ao Fuyuki.
— Não, porque se você tentar algo eu te mordo.
— Aonde iria me morder? — Ele coloca um de seus joelhos levemente sobre a cama.
— Aonde você acha? — Fuyuki, não perdendo tempo, sai do cobertor e engatinha até Jae. Se aproximou e chegou bem perto de seus lábios, mordendo o de baixo.
— Ah… Você sabe como me enlouquecer! — Ele deu um leve sorriso balançando a cabeça e olhando para baixo.
— Eu sei é…? — A voz de Fuyuki ficava cada vez mais baixa, como a voz de uma sereia pronta para levar seu pirata para o fundo do mar.
Ele estava caindo cada vez mais nas graças de Fuyuki, sua provocação estava lhe levando ao seu decaimento, fazendo-lhe perder a cabeça. Quando se deu conta que o mesmo já estava lhe puxando para cama. Fuyuki já estava deslizando suas mãos pelo corpo de Jae e descendo elas cada vez mais. Quando Fuyuki chegou a colocar sua mão por dentro da toalha, Jae a segurou.
— Não, — Colocou o dedo indicador nos lábios de Fuyuki, os separando dos seus — eu estou indo me trocar no banheiro, como você pediu.
Fuyuki, ao mesmo tempo que respirava aliviado, sentia-se insuficiente por não conseguir entender qual era a dele, sempre o chamando para transar e agora que estava ali pedindo por isso, ele não dava a mínima para seus desejos. Logo percebeu que o mesmo havia pegado apenas um calção que não adiantaria muito, já que ele não iria cobrir seu corpo com as próprias roupas.
Ao ver ele sair do banheiro, olhou para o lado oposto não querendo olhar para o abdômen perfeito que o mesmo tinha. Jae-Yun se senta na cama e logo deita, seu corpo começa a tremer ao sentir os dedos de Yun passarem delicadamente por sua pele, tocando em sua barriga no final, apertando sua cintura e o puxando para mais perto, lhe fazendo sentir seu membro. Mesmo Jae não percebendo aquela situação acabaria com Fuyuki. Ele sentia as mãos passarem delicadamente pela sua pele. Era excitante.
Jae ainda passava a ponta dos seus dedos na pele de Fuyuki. Fuyuki, por sua vez, sentia a respiração em sua nuca. Aquilo, ocasionalmente, fazia ele estremecer.
— Fuyuki, você tá com frio? — Pergunta perto do ouvido dele, falando baixinho, sem intenção de provocar Fuyuki.
— N-não é nada… — Ele gaguejou, o que só fez Jae pensar que ele estava.
— Se estiver com frio… Eu posso te abraçar bem forte. — Ele parou com o carinho e abraçou Fuyuki por trás. — Você gosta disso?
As intenções de Jae não estavam cheias de malícia como as de Fuyuki. A cada coisa que Jae falava Fuyuki pensava em coisas perversas. “Você gosta disso?” e ele logo pensava em uma situação onde Jae o penetrava fundo e passava a mão em sua barriga sentindo a inclinação, dizendo a mesma frase.
Fuyuki não parava de pensar “pare”. As coisas provavelmente iriam piorar. Ele desceu as mãos até sua barriga e sentiu a pele macia de Fuyuki.
— Aqui tá bem macio… É boa a sensação quando eu coloco os dedos aqui, e começo a acariciar? — Ele dizia sem malícia.
Qual a probabilidade de Fuyuki escutar o som da voz dele, escutar o que ele está falando e não pensar em coisas pecaminosas?
Lentamente Fuyuki se espremia ali, tentando não concentrar seus pensamentos naquilo. Ele estava tendo uma ereção e pedia, em seus pensamentos, para que Jae ajudasse. no fundo Fuyuki sabia que Jae não ajudaria, ele só não queria admitir isso para si mesmo. Ele se virou para Jae, com as mãos entre as pernas puxando sua blusa para baixo, tentando passar a impressão de boyfriend shirt sexy.
— Fuyuki você está… — Ele diz colocando a mão no braço de Fuyuki e vendo ele estremecer.
— Não foi minha intenção ter uma ereção agora… — Ele estava se sentindo envergonhado. Mas, ainda sim, queria a ajuda dele.
— Você não consegue ficar um dia sem transar?? sua prostituta. Agora eu entendi porque você ainda trabalha aqui. — Ele puxou, agressivamente, o cabelo de Fuyuki o fazendo olhar para cima.
— N-Não é isso… Você ficou passando suas mãos no meu corpo, sussurrando coisas impuras no meu ouvido. — Fala olhando pra baixo. Ele já estava lacrimejando.
— Eu não sussurrei nada impuro, é você que fica pensando nisso. Não consegue ficar um dia sem ser penetrado por alguém, não é mesmo??? — Ele olha para Fuyuki — Resolva isso logo.
— Você não quer me ajudar? — Ele pega na mão de Jae e desce até seu membro — Olha o quão molhado eu estou… — Sobe até o ouvido dele — Foi você que me deixou assim… Não vai assumir a responsabilidade?
— Seu pervertido — Ele apertou o membro do mesmo, o que fez Fuyuki soltar um leve gemido de dor. ele puxou sua mão — Isso é nojento… saia daqui e de um jeito nisso.
— Ok… S-Se essa é sua resposta… Me empreste seu banheiro por um momento. — Dava pra ouvir em sua voz o quão aquilo lhe machucou. A voz trêmula gaguejava sem perceber.
Ele se levantou da cama. Arrepiou sentindo o frio que fazia naquela noite, e se dirigiu ao banheiro, sentindo suas lágrimas escorrerem por seu rosto, percorrendo o mesmo caminho que as outras, uma por uma, sem pressa para chegarem ao fim de sua jornada. Ele já estava no banheiro. O mesmo havia feito 2 sessões naquele dia, estava cansado. Suas pernas tremiam por conta do frio e desse cansaço. Mas, mesmo estando em um lugar fechado, sentia aquela sensação gélida, daquele frio que você sente na barriga ao fazer algo que te deixa ansioso ou eufórico, explorar seu corpo. Suas pernas estavam tão desgastadas que, em um leve deslize, escorregou e apoiou suas mãos na parede, parando em frente ao vaso. Ele não sabia por onde começar. Seu chefe estava ali ao lado. Não estava tocando ele, como de costume. Naquela noite ele não seria preenchido. Não se masturbaria para alguém ou com alguém. Ele começou a imaginar o quão bom seria ter grandes mãos passando pelas suas costas e parando em seu ombro o empurrando para trás, penetrando nele, preenchendo seu interior de uma vez. Sem aviso nem prévia. A sensação era de se imaginar o quão bom aquilo seria, se acontecesse naquele momento com alguém que o amasse. com alguém que fosse carinhoso e agressivo, que seria seu porto. ele queria alguém para brigar por bobeira e depois voltar arrependido e ficarem juntos, como se nada tivesse acontecido. alguem que nao sentia nojo dele. que quisesse ele por inteiro, e não por partes. Como Jae queria…
Desceu sua mão até seu membro, que estava pulsando, e começou a masturba-lo. Jae escutava cada um de seus gemidos árduos. E, mesmo que tentasse se conter, ele se excitou. Ele colocava o travesseiro em seus ouvidos em uma missão falha de tentar não se submeter a essa tentação, mas era impossível para qualquer um não se excitar em tal momento, no momento em que escutava alguém tampar sua própria boca, tentando se conter. O momento em que seus gemidos, sem querer, saiam tão altos, dando para escutar, até mesmo, seu suspiro ofegante. Levantou da cama e abriu a porta do banheiro colocando um pouco de agressividade na ação. Se deparou com o mesmo se dedando a tal ponto só por imaginar ser penetrado.
Fuyuki viu o chefe se aproximar. Sentindo que Jae desejava tocá-lo. Fuyuki afastou-o assim que ele se aproximou e começou a lhe beijar.
— Você me fez esperar, você não me ajudou… — Abriu um sorriso malicioso em seu rosto. — Eu lembro que você me chamou de “nojento”, foi isso? Aaaa… E também me chamou de “pervertido” — Debochou de Jae.
— Eu não queri~
— Não arrume desculpas, você queria sim me chamar daquilo, — Ele abaixou sua blusa e parou de se masturbar. lavou suas mãos e ficou encostado na pia. — porque é isso que você faz quando tá tentando se conter, ou quando alguém não te obedece,— Fuyuki já estava apontando o dedo para ele e o colocando contra a parede — e, eu acho, que você já deveria saber que eu não vou te obedecer, você acha que pode me tratar feito lixo por causa da sua prepotencia? — Ele deu um suspiro sarcástico — Suas ações têm consequências, meu amor…
— E você? acha que é algo? — Segurou o braço de Fuyuki.
— Isso nunca vai depender de você!
Jae chegou mais perto, colocou a mão na nuca dele e o puxou para perto dando um beijo nele. Fuyuki separou o beijo novamente e olhou para ele. Passou a mão em seus lábios, limpando-os e se afastando, ficando sentado novamente ali na privada. Abriu as pernas deixando Jae observar, apenas observar.
— Se eu sou tão “nojento” assim… O que você tá fazendo aqui? — Abriu um sorriso — Então isso quer dizer que você também é um pervertido né?
— E se eu for?
— Ai eu sinto lhe informar… Mas você não irá me tocar, até que eu deixe…
Publicado por:
- Logan
minhas outras postagens:
COMENTÁRIOS
Sua Comunidade de Novels BL/GL Aberta para Autores e Tradutores!
AVISO: Novos cadastrados para leitores temporariamente fechados. Se vc for autor ou tradutor, clique aqui, que faremos seu cadastro manualmente.