Volte para mim ômega - Cap 2: O que eu fiz?
Ao som do seu telefone tocando, ainda tendo Jay deitado aos seus braços, de um modo preguiçoso, Alex é o primeiro a acordar. Assim que abre os olhos, antes de pensar em qualquer outra coisa, o primeiro movimento que faz é olhar me direção ao ômega, logo se sentindo bem quando o avista ainda dormindo tão próximo ao seu lado.
Por ser muito cedo e se sentir um pouco cansado depois da noite anterior, pensa em ignorar as chamadas e continuar dormindo junto ao ômega, mas a chamadas não param. Mesmo tentando ignorar, o barulho começa a incomodar. Pensando que pode ser algo importante ou somente para o barulho parar mesmo, percebendo que o telefone não vai parar de tocar, se levanta devagar da cama para não acordar Jay, veste a parte de baixo de suas roupas, e vai em direção ao telefone e o pega. Como não quer acordar o ômega, vai até uma varanda que fica em frente ao seu quarto e atende do lado de fora para não o incomodar.
— Alô.
Fala em um tom sonolento, mas logo sente seu corpo despertar quando escuta quem é que está falando, e o tom de sua voz, que parece aflita e preocupada.
— Oi Alex, sou eu sua tia, desculpa te atrapalhar tão cedo, é que o seu tio, ele está passando mal outra vez e eu estou sozinha aqui com ele e não sei o que fazer.
— Meu tio? Espera, ele está com aquele problema de pressão alta de novo?
— Sim, eu já dei alguns medicamentos para ele, e fiz tudo o que o médico indicou, mas ele não melhora. Alex eu estou desesperada, só o seu tio sabe dirigir aqui e do jeito que ele está agora é impossível ele fazer isso, sei que é domingo e é o seu dia de descanso, mas tem como você vir aqui e levar a gente pro hospital? Tenho medo de chamara uma ambulância e ela demorar, seu tio realmente não está bem e eu não sei mais o que fazer.
— Fique calma tia, é claro que eu vou, isso é algo que você nem precisa pedir.
Fala sem pensar, mas logo sente seu corpo pesar quando Jay vem em sua mente. No impulso olha rapidamente para trás e sente seu corpo pesar ainda mais, quando o avista ainda dormindo tão confortavelmente sobre a cama.
— Obrigado querido, assim eu fico mais calma, e me desculpe por te ligar tão cedo, é que eu realmente não sabia o que fazer.
— Tu… tudo bem.
Se vira em direção para a rua, mas seus pensamentos continuam em Jay.
— Não precisa se desculpar, você fez certo em ligar, eu é que demorei para atender, sou é em quem deveria me desculpar por isso, você sabe que sempre pode contar comigo, a saúde do meu tio também é muito importante para mim, é claro que eu vou sempre ajudar vocês, só aguente mais um pouco e tente se manter calma, só vou trocar de roupa e daqui a pouco eu já estou aí, e depois a gente vai direto para o hospital.
— Ok Alex, muito obrigado.
— Não precisa agradecer, isso é o mínimo que eu posso fazer por vocês, já, já a gente se vê, até daqui a pouco tia, e não se preocupe vai ficar tudo bem.
Desliga o telefone, em um único movimento volta a olhar em direção a Jay, sente um aperto incomodo em seu peito. Ao mesmo tempo que está preocupado com seu tio e sabe que seu problema é algo sério, também se sente preocupado com Jay, já que o ômega também está passando por um momento delicado, se sente dividido, sabe que precisa ajudar os seus tios em momentos como esse, mas ao mesmo tempo não quer sair de perto de Jay e o deixar sozinho.
— Por que essas coisas tem que acontecer todas de uma vez? Sei que sou egoísta e não é sua culpa tio, mas eu realmente não queria sair de perto desse ômega.
Começa a andar em direção ao seu quarto. Sem fazer muito barulho se aproxima de Jay, e se senta ao seu lado. Perdido em seus pensamentos fica alguns segundos o observando sentindo seu peito apertar cada vez mais.
— Você parece tão tranquilo agora, será que está melhor?
Se aproxima um pouco mais, em movimentos delicados começa a fazer leves carinhos em seu rosto.
— Te vendo assim, tão lindo, dormindo tão confortavelmente ao meu lado, me dá menos vontade ainda de sair de perto de você, mas meus tios precisam de mim, eu não posso deixá-los sozinhos agora, me desculpe ômega.
Sobe seus dedos até os longos cabelos escuros de Jay e continua com seus leves carinhos. Sem aumentar muito o tom de sua voz, de um modo gentil o chama para tentar o acordar sem o assustar.
— Jay!…Jay, acorde por favor.
Mesmo com Alex o chamando bem ao seu lado, Jay não acorda, somente se mexe um pouco sobre a cama, mas continua dormindo.
—Jay…
O chama mais algumas vezes, mas o ômega não acorda. Pensa em o chamar até Jay acordar, mas vendo como ele está dormindo em um sono profundo hesita.
— Você deve estar muito cansado ainda. Pensando bem, se for para te acordar e te deixar sozinho é melhor que você fique dormindo até eu voltar, mas eu prometo ser rápido, só vou garantir que tudo vai ficar bem com meus tios, depois volto o mais rápido possível ao seu lado, então por favor espere por mim ômega.
O observa por mais alguns segundos se sentindo culpado, mas como sabe que não pode perder tempo, mesmo não querendo sair de perto de Jay, a saúde de seu tio também é muito importante, então se afasta e rapidamente começa a se arrumar.
Já pronto para sair, mas ainda com seus pensamentos em Jay, Alex sente dificuldade em se afastar. Com o mesmo aperto incomodo no peito de antes, o observa novamente, se sente mal.
— Me desculpa ômega, o que eu menos queria é te deixar sozinho agora, mas os meus tios realmente precisam de mim, espero que você não se sinta tão sozinho quando acordar, prometo tentar ser o mais rápido possível, e voltar o quanto antes para o seu lado.
Mesmo com pressa, mas não conseguindo parar de pensar no fato de deixar Jay sozinho, antes de sair, vai até um pequeno escritório que tem em seu apartamento e pega algumas folhas em branco e uma caneta. Preocupado que Jay pense que ele o abandonou, ou que o ômega fique muito confuso quando acordar, Alex escreve uma pequena carta.
‘’Me desculpe por não poder ficar com você até você acordar, mas infelizmente aconteceu um problema e eu tive que partir, mas vou tentar não demorar para voltar, então por favor me espere, quero muito falar com você e explicar tudo o que aconteceu.
Como não sei quando vou voltar, por favor não saia nas ruas sozinho, por que é muito perigoso andar por aí enquanto está assim. Sei que não devia ter deixado você, mesmo sabendo sobre o seu cio, mas realmente não pude ficar, então de verdade me desculpe por isso.
Sobre ontem, me desculpe por perder o controle, mas juro eu tentei, mas foi mais forte do que eu. Prometo arcar com todas as responsabilidades, de verdade me desculpe e por favor me espere’’
Coloca a carta sobre um pequeno criado mudo ao lado em que Jay está dormindo, o observa novamente por mais alguns segundos, o ômega continua dormindo em sono profundo, solta um pequeno sorriso. Ainda não quer se afastar, mas precisa ir ajudar os seus tios. Então sem pensar mais, se vira de costas, e começa a andar seguindo para fora, indo direto até seu carro, logo seguindo até a casa dos seus tios, mas não conseguindo tirar Jay da cabeça nem mesmo por um segundo.
—
Sentindo algo estranho, um vazio em seu peito e uma falta inexplicável de algo. Um tempo depois de Alex ter saído do seu apartamento, de um modo sonolento, Jay abre seus olhos.
— O que? Onde é que eu estou?
Se sente perdido. Ainda sonolento, em um movimento lento, se senta sobre a cama. Tentando entender melhor onde está, fazendo um pouco de força para manter os olhos abertos, olha em volta curioso, mas logo percebe o seu corpo nu, junto das pequenas lembranças que vem em sua mente da noite anterior.
— O que eu fiz?
Pergunta para si mesmo, olha sua pele toda marcada por pequenos arranhões e chupões, vê suas roupas jogadas sobre o chão e a cama. Pouco a pouco as memorias de tudo o que aconteceu começam vir cada vez mais limpas em sua mente. Confuso sente o seu corpo pesar e uma forte sensação de desespero.
— Mas que merda! O que aconteceu com meu corpo?
Olha apreensivo em todos os cantos do quarto para ver se encontra a pessoa que estava com ele na noite anterior, mas não o vê em lugar algum. Sente algo estranho, o vazio em seu peito aumenta, se sente desapontado.
— Será que ele não está mais aqui?
Olha em volta mais uma vez, diferente de antes, não consegue mais sentir a presença de Alex.
— Esse lugar ainda está dominado pelo seu cheiro, mas eu não consigo mais sentir você aqui. Droga! Eu ainda consigo me lembrar de ontem, isso não é bom…
Se sente um pouco quente.
— Não… não é possível, será que meu corpo ainda continua assim?
Tenta se levantar da cama, mas suas pernas estão fracas.
— Droga!
Tenta se levantar mais uma vez, mas além da falta de força se sente sensível também.
— Não, não pode ser verdade, mesmo depois de ontem meu corpo ainda quer mais?
Olha em volta mais uma vez, sente uma falta enorme de Alex.
— Por que eu não consigo mais sentir a sua presença aqui? Será que depois de tudo você foi embora e me deixou sozinho?
Sente uma forte dor em seu peito.
— Merda! O que é isso que eu estou sentindo em meu peito? E por que meu corpo não para de responder a esse alfa? Mas esse cheiro não ajuda, e essas memorias também… onde você está? Será mesmo que foi embora? O que eu faço agora?
No meio de tudo o que está sentindo no momento, para o deixar ainda mais confuso, sente algo estranho vindo de seu pescoço. Um ardor diferente que parece queimar a sua pele e de alguma maneira também fazer efeito em tudo o que está acontecendo com seu corpo.
— O que?! Mas o que é isso?
Em um movimento rápido, com um pouco de força, coloca sua mão sobre o local, logo sentindo seu corpo todo pesar quando imagina o que é.
— Não… aquele alfa não pode ter feito isso comigo, isso não pode ser verdade!
No impulso, mesmo com seu corpo todo fraco, mas ignorando tudo o que está sentindo, pensando somente em tentar entender o que é isso em sua pele, com bastante dificuldade se levanta da cama, e se apoiando sobre os móveis, em um movimento desesperado vai até um espelho e sente seu corpo pesar ainda mais, quando vê aquela forte marca de mordida em seu pescoço refletida sobre o vidro.
— Isso… isso não pode ser verdade.
Passa com força seus dedos sobre a marca, começa a suar frio.
— Como…como ele teve coragem?
Se sente cada vez mais perdido e desesperado.
— O que eu faço agora? Droga!
Mesmo com sua mente toda tomada por confusão e desespero, os efeitos do cio em seu corpo não passam, na verdade sente eles cada vez mais fortes. Ficar de pé parece ainda mais difícil do que antes, seus desejos ficam ainda mais descontrolados, o desespero o toma por inteiro.
— Droga!
Tenta se manter em pé, mas suas pernas tremem.
— Eu preciso… eu preciso voltar.
Já quase sem forças para se manter em pé, seguindo o mesmo caminho que fez anteriormente, se segurando sobre os móveis, volta e se senta sobre a cama.
— Merda! Eu não acredito que isso está acontecendo comigo, eu não acredito que esse alfa me marcou… vamos corpo, para de se comportar assim, não é o momento para isso. Mas esse maldito cheiro, por que tão intenso? Alfa… seu filho da puta, eu confiei tanto em você e no final você me faz isso, e ainda por cima meu corpo não para de responder a você. Isso não é justo, o que eu fiz de errado para merecer isso?
Sente medo.
— O que eu faço?
Olha em volta mais uma vez, percebe algumas peças das roupas de Alex jogadas sobre a cama.
— Essas roupas…essas roupas ainda cheiram tão forte você.
Respira fundo.
— Tudo tem seu cheiro.
Sem controle de seus próprios movimentos, pega uma das peças das roupas de Alex, e traz para mais perto de si.
— A… alfa…
Respira fundo.
— Por que seu cheiro é tão bom? Eu me sinto tão estupido…
Cruza suas pernas com força, seu corpo esquenta ainda mais.
—Alfa…
Sem controle de seus pensamentos, sente cada vez mais falta de Alex, não consegue se controlar, deseja profundamente que o alfa estivesse ali.
— Eu… eu preciso de você. Ontem foi tão bom, por que você… por que você não está aqui?
—
Depois de ter passado na casa dos seus tios, agora já a caminho do hospital, mesmo preocupado com tudo o que está acontecendo com eles, Alex ainda não consegue tirar Jay da cabeça. A cada minuto que se passa, sente cada vez mais dificuldade de controlar a ansiedade e o desejo sufocante de estar logo ao lado do ômega.
O tempo vai passando, mesmo dirigindo em alta velocidade, parece que nunca vai chegar ao hospital. Tenta disfarçar para os seus tios tudo o que está sentindo, mas ignorar e fingir que nada está acontecendo, está sendo cada vez mais difícil.
O pegando completamente de surpresa, fazendo suas emoções ficarem ainda mais intensas. No momento em que Jay acorda e começa a sentir os efeitos do cio em seu corpo, Alex consegue sentir tudo também.
Sem conseguir mais controlar suas emoções, seu corpo todo pesa e seu coração começa a bater muito forte. No impulso, olha disfarçado para trás para ver se seus tios perceberam algo, mas eles parecem não ter notado nada. Para não os deixar preocupados, tenta o máximo possível disfarçar o que está acontecendo, mas se sente perdido, não sabe o que fazer, o que Jay está sentindo está o tomando por inteiro.
— O que é isso que eu estou sentindo? O que está acontecendo com meu corpo?
Diz em sua mente, se sentindo cada vez mais confuso. Mesmo tentando se manter calmo, ignorar o que está acontecendo está sendo cada vez mais difícil. As emoções de Jay, dominam cada vez mais o seu corpo, o ômega parece confuso, com muito medo e desespero, mais acima de tudo desejando intensamente a presença de Alex ao seu lado. O alfa não sabe o que fazer, o desespero também o toma, ainda nem chegou ao hospital, seu tio não está bem, manter a concentração no volante não está sendo uma tarefa fácil, controlar o desejo cada vez mais sufocante de estar ao lado de Jay também não.
— O que está acontecendo Jay? O que é tudo isso que eu estou sentindo?
Se lembra da marca.
— A marca! Só pode ser isso, a marca está me fazendo conseguir sentir tudo também.
Sente uma forte dor em seu peito.
— Droga! Eu preciso voltar logo para a casa, o ômega parece tão assustado e perdido, seu corpo parece chamar tanto pelo o meu, e eu estou tão longe… o que eu faço? Se continuar assim por muito tempo sinto que posso enlouquecer.
Se sente perdido e com seus pensamentos longe. Sem controle, acelera ainda mais o seu carro, desejando unicamente estar o quando antes ao lado de Jay.
—
Ainda com seus pensamentos completamente tomados por Alex, a cada minuto que se passa, Jay o deseja cada vez mais. Sente como se seu corpo estivesse chamando pelo alfa, não consegue controlar seus pensamentos e mesmo não querendo se sentir assim, o alfa é única coisa que vem em sua mente.
— Como foi mesmo que você fez ontem?
Cruza suas pernas com força, respira ainda mais fundo a peça da roupa de Alex, tentando o sentir de alguma maneira.
— Alfa…
Se deita sobre a cama, seu corpo responde, se sente mais sensível. Sem controle de seus atos, faz um movimento para levar a sua mão até o meio de suas pernas, mas logo se dá conta do que está fazendo, se sente mal. No impulso, joga a peça de roupa de Alex longe, a confusão em sua mente aumenta ainda mais.
— O que? Mas que droga! Que porra eu ia fazer?
Sente ainda mais medo.
— Não, eu não posso fazer isso aqui, mas…, mas essa sensação
Se contorce sobre a cama.
— Ah… por que tudo tem que estar tão sensível? Se isso não parar sinto que vou enlouquecer.
Pensa em Alex mais uma vez.
— Droga! Você não é o único alfa que eu conheço, por que não sai da minha cabeça?
Sente seu corpo inteiro queimar.
— Eu… eu não aguento mais, eu estou com tanto medo, e essa marca, por que queima tanto? Por que piora tudo? Alfa, por que fez algo assim em mim e depois me deixou sozinho?
Não consegue mais manter o controle, mesmo não querendo fazer isso, leva sua mão até seu membro novamente.
— Eu… eu preciso me livrar disso.
Se sente mal outra vez, não consegue fazer nenhum movimento, a desilusão e frustação pesam em todo seu corpo, se sente usado e abandonado, é humilhante o que está passando, não acha justo o que está acontecendo, principalmente não acha justo fazer isso pensando em Alex, o alfa que é a causa de todos esses sentimentos. O medo e desespero o dominam cada vez mais.
— Não! Eu não posso fazer isso aqui, eu não posso fazer isso pensando em você, não é justo, você não merece mais isso.
Morde com força os seus lábios, sente o gosto forte do sangue em sua boca, sem conter a intensidade passa com força suas unhas sobre a marca tirando um pouco de sangue dali também.
— Droga! por que isso faz eu sentir como se você estivesse dentro de mim?
Tenta se levantar.
— Eu… eu preciso sair logo daqui. Esse lugar não está ajudando, se for para fazer tudo isso e me deixar sozinho, me deixasse sozinho desde ontem que seria mais fácil, não é por que eu estou desse jeito que eu sou um brinquedo…
Mesmo com seu corpo cada vez pior, mas sentindo o desespero e a frustração o dominar cada vez mais, não aguentando ficar nem mais um segundo ali, tirando forças sem nem saber de onde, se levanta da cama outra vez. Com muita dificuldade, só desejando desesperadamente sair do lugar que está fazendo Alex dominar cada vez mais a sua mente, veste suas roupas, e sem pensar em seus atos, como se estivesse em uma fuga, começa andar somente pensando em sair dali.
— Eu… eu preciso ir embora.
Se lembra da marca novamente.
— Droga! Eu não quero que as pessoas vejam isso em mim, já é humilhante suficiente o jeito que eu estou agora.
Olha em volta.
— Eu preciso achar algo para tampar isso aqui.
Não encontra nada, somente avista as cobertas e as roupas de Alex jogadas sobre a cama.
— Merda! — Ri de si mesmo.
Sem opções melhores, já não aguentando mais ficar ali, pega o primeiro objeto pequeno que vê pela frente, uma blusa preta de moletom, e a joga sobre seu pescoço, logo sentindo seu coração acelerar ainda mais quando sente o cheiro ainda mais intenso que vem da peça de roupa.
— É claro que isso ia cheirar você, mas por que tão forte? Mas por que tão bom? Por que você fez isso comigo alfa?
Sem conseguir manter o controle, sente algumas lagrimas descerem sobre seu rosto.
— Mas que merda você está fazendo Jay? Que se foda esse alfa — Respira fundo, tenta engolir o choro — Eu… eu não posso perder tempo com isso, eu preciso sair daqui.
Começa a andar novamente em passos lentos e perdidos, andando sem rumo à procura da saída. Pelo apartamento de Alex ser grande, e não conseguir aumentar muito os seus passos, demora um pouco para encontrar o caminho, mas se sente um pouco mais aliviado, quando abre a porta da sala, e consegue ver o corredor do lado de fora.
Sem conseguir raciocinar mais seus próprios pensamentos, só querendo sair dali o quanto antes, continua em passos pesados, se segurando sobre as paredes e indo em direção até um elevador. Quando chega, sem forças para se manter em pé, se senta sobre o chão, levantando novamente, somente quando as portas do elevador se abrem.
O fazendo se sentir ainda pior, sente o medo e a vergonha pensarem ainda mais em seu corpo, quando começa a cruzar com algumas pessoas, que sem disfarçarem nem um pouco os seus olhares, olham firmes em sua direção, fazendo o corpo de Jay estremecer.
— Merda! Eu tinha me esquecido das pessoas aqui fora, o que de tão errado eu fiz pra ter que passar por isso? Eu só quero que isso acabe.
Tenta ignorar todos ao seu redor. Mesmos sem forças aumenta um pouco mais os seus passos saindo finalmente para fora dos arredores do apartamento de Alex, depois de um caminho que parecia não ter fim.
Agora ao lado de fora, sem saber exatamente onde está, olha perdido para os lados, por sorte avista uma pequena praça pouco movimentada. Já aguentando muito mais do que o seu corpo pode suportar, seguindo em passos lentos, vai até o local e se senta sobre um banco, olha em volta mais uma vez tentando entender o local que está. Perdido, sente o desespero o tomar mais uma vez.
— Merda! O que eu faço agora? Por que que você está fazendo isso comigo corpo? Sozinho eu não vou conseguir ir longe.
Se lembra da noite anterior.
— Ontem eu estava assim também, mas você estava ao meu lado…
Como um movimento de defesa, dobra suas pernas sobre o banco, apoiando seus braços e sua cabeça sobre e elas, e começa a chorar, sentindo uma dor muito forte em seu peito.
— Como eu sou estupido, mesmo depois de tudo eu ainda sinto a sua falta…
Se sente sozinho.
— O que eu faço?
Se lembra do rosto de Alex.
— Droga! Por que não sai da minha cabeça? O que você fez comigo alfa?
Se perde dos seus pensamentos quando esculta o seu celular tocar.
— Meu celular! Eu tinha até me esquecido que está comigo.
Leva sua mão até o bolso que está o celular, ainda em movimentos lentos, o pega, logo se sentindo um pouco mais aliviado quando vê quem é que está ligando. Sem perder tempo rapidamente atende.
— Alô, Ethan?
Fala em um tom fraco, sem conseguir disfarçar a voz de choro.
Assim que esculta a voz do amigo, percebendo que algo está errado, também sem conseguir disfarçar a preocupação na voz, Ethan um dos ômegas que estava o acompanhando na noite anterior, responde de um modo ansioso.
— Alô Jay! Amigo, onde é que você está? O que está acontecendo? Eu já liguei tantas vezes para você, mas você não atende, você está chorando? Por acaso passou a noite com aquele alfa?
Quando esculta as palavras de Ethan, sente seu corpo pesar quando pensa nas razões de estar assim. Se sente mal só em pensar em tudo o que aconteceu, não consegue falar sobre isso, então poucas palavras saem de sua boca.
— Eu… eu fiz uma grande besteira Ethan, e agora eu não sei o que fazer…
Mais algumas lagrimas descem do seu rosto. Ethan se sente ainda mais preocupado.
— Jay… espera… uma grande besteira? O que está acontecendo amigo? Onde é que você está?
— Eu não sei direito, eu estou na frente daqueles prédios espelhados que a gente ficava olhando quando era criança. Ethan, tem como você vir me buscar aqui? você é uma das poucas pessoas que eu posso confiar agora.
— Sim… é… é claro Jay, mas você não pode me falar primeiro o que está acontecendo? Eu estou tão preocupado.
— Agora eu não consigo, me desculpe amigo, a única coisa que eu consigo no momento é desejar sair o quanto antes daqui.
— O… ok.
Se sente cada vez mais preocupado, mas não o questiona mais.
— Eu… eu estou indo aí, o meu apartamento não fica longe, daqui a pouco eu chego.
— Ok… e obrigado Ethan, sem você eu não sabia o que fazer.
— Não precisa agradecer amigo, você sabe que sempre pode contar comigo né?
— Eu sei.
Sem muito mais o que falar, terminam a ligação. Esperando ansiosamente pela chegada de Ethan, Jay tenta se manter calmo, mas os efeitos do cio ainda não passaram, sente medo, olha atentamente para os lados temendo que alguém se aproxime, seu corpo ainda treme, seu peito ainda dói. Para tentar aguentar pelo menos um pouco tudo o que está sentindo, junta suas pernas com força, levando também suas mãos até sua barriga fazendo pressão, mas não importa o que faça, nada melhora. A sensação de solidão volta mais uma vez, juntos de seus pensamentos por Alex e seus desejos também.
—
Quando finalmente chega no hospital, ainda sentindo todos os sentimentos de Jay como se fossem seus, Alex já não consegue disfarçar tão bem o que está sentindo. O Alfa até tenta fingir que nada está acontecendo e pelo menos acompanhar o seu tio até a recepção do hospital, mas logo sua tia que está mais atenta, percebe que algo está errado, o sobrinho não está normal, seu olhar está perdido, ele não consegue os encarar nos olhos, seu corpo está tremendo, e sua concentração está quase nula, como se ele nem estivesse ali. Preocupada, assim que o marido é levado para uma sala para ser atendido, antes de Alex ir embora, pergunta segurando de leve em suas mãos.
— Alex, está tudo bem?
Sentindo o toque em suas mãos, no impulso, Alex a olha com um olhar assustado. Confusa sua tia pergunta novamente.
— Está tudo bem querido? suas mãos estão tremendo.
Não consegue disfarçar, tenta fingir que nada está acontecendo, mas não consegue.
— Eu…eu, droga!
Abaixa a cabeça.
— Alex?
O encara com olhar ainda mais preocupado.
— Tia, eu…eu fiz algo muito errado.
Levanta a cabeça, mas não consegue a encarar nos olhos.
— Algo errado? Alex você está passando mal, tem alguma coisa acontecendo com seu corpo?
— Não… não sou eu…
Pensa em tudo o que aconteceu e o que está acontecendo, não consegue completar suas palavras.
— O que? Admito que estou um pouco confusa querido.
— É... tem alguém que precisa de mim agora, e ele está sozinho.
— Alguém?
Se sente ainda mais confusa.
— Tia, seria muito errado da minha parte se fosse embora agora e deixasse vocês dois aqui?
— Não…é, é claro que não, mas o que está acontecendo? Você não estava sozinho quando eu liguei mais cedo?
— É… meio que é isso.
— Caramba Alex, por que você não me falou antes, seu eu soubesse chamaria outra pessoa, me virava sozinha.
— Não tia, eu já disse que você fez certo em me ligar, mas agora que o tio já está aqui, eu acho melhor eu voltar, peça desculpas a ele por mim e me desculpe por te deixar sozinha também.
— Não, não precisa se desculpar por isso, você já fez muito pela gente, e se tem alguém que também precisa de você é claro que você tem que o ajudar também. Vai me paz querido eu consigo cuidar sozinha do seu tio a partir de agora, não se preocupe, a gente vai ficar bem.
Responde ainda se sentindo confusa é até um pouco curiosa, mas vendo que Alex realmente não parece bem, não o questiona mais.
— Obrigado tia, se não fosse importante eu juro que ficava aqui com vocês.
— Já disse, não se preocupe com isso, vai cuidar da sua vida também Alex.
— Ok, então eu vou indo agora, depois eu ligo para saber como foram as coisas, novamente me desculpe por isso.
Sem esperar mais, sai em passos rápidos indo direto em direção ao seu carro, logo dando partida e dirigindo em alta velocidade, desejando o quanto antes estar ao lado de Jay.
—
Assim como havia falado, Ethan não demora muito para chegar. Por estar preocupado, Luke o segundo amigo de Jay, que também estava com ele na noite anterior, também vai ao lado de Ethan. Mesmo antes de descer do carro os dois amigos já conseguem avistar Jay, sentem seus corpos pesarem, Jay parece mal, está com o olhar aflito, está tremendo e acima de tudo está chorando. Sem perder tempo, Ethan e Luke descem do carro e correm desesperados até o amigo.
— Jay o que ouve? Por que você está chorando?
Ambos perguntam preocupados.
Assim que escuta os amigos, Jay os encara envergonhado, não consegue os encarar por muito tempo, então abaixa a cabeça e fala em um tom baixo.
— Eu… Eu cometi um grande erro.
— Jay…
Se sentem confusos, não sabem muito bem o que falar.
— Não sei nem por onde começar para falar para vocês, mas agora eu só quero sair daqui. Eu…eu não aguento mais.
— Cla…claro, o meu carro tá logo ali Jay, vamos eu te levo até a sua casa.
Com muita dificuldade se levanta mais uma vez. Ethan e Luke o encaram, Jay realmente não parece bem. Se sentem cada vez mais preocupados, mesmo sem Jay ainda não ter falado nada, logo percebem o que está acontecendo. Sem o questionar, vendo como o ômega está com bastante dificuldade para se manter me pé, se aproximam do amigo e o ajudam a andar.
No carro, agora em um lugar mais seguro, tentando entender de vez o que está acontecendo, os dois amigos voltam a olhar em sua direção. Preocupado, Luke que está sentado ao seu lado, é primeiro a falar.
— Jay, sei que você não está bem, e algo bem sério deve ter acontecido, mas sabe que pode confiar na gente, se quiser falar a gente tá aqui, você sabe disso né?
— Eu… eu sei.
Se encolhe sobre o banco, não aguenta, solta um pequeno gemido.
— Droga!
Ri de si mesmo, se sente ainda mais envergonhado, não consegue os encarar mais.
— Acho que vocês já perceberam né?
Sente a vergonha dominar todo o seu corpo.
Sem saber muito bem o que falar, os dois amigos ficam alguns segundos em silêncio, sentem seus corpos cada vez mais pesados. Mesmos sem Jay ainda não ter falado nada, os dois já imaginam o que aconteceu, e se o amigo está assim, já sabem que as coisas não terminaram bem. Em um tom gentil na voz, olhando firme em sua direção, Ethan pergunta se sentindo cada vez mais preocupado também.
— O seu cio veio não é mesmo?
— Sim…
Responde em tom fraco, se encolhendo ainda mais sobre o banco, não consegue segurar o tom de sua voz, geme mais uma vez.
Vendo como Jay está. Não aguentando mais ver o amigo desse jeito, já que sabe exatamente pelo o que ele está passando, com um tom preocupado na voz, Luke fala se aproximando um pouco mais.
— Jay, quanto tempo você está assim? Você está tremendo tanto, pelo jeito seu corpo já aguentou muito mais do que você pode suportar, a gente precisa ir no médico o quanto antes, para ele dar algo adequado para controlar o seu cio.
Quando esculta as palavras de Luke, se sente ainda mais envergonhado, só de pensar em ainda mais pessoas o verem, seu corpo treme ainda mais. Sem controle de sua voz fala em um tom mais alto.
— Não! Por favor… Já é humilhante o suficiente tudo o que está acontecendo, eu só quero ir para a casa agora, vocês têm supressores com vocês não é mesmo? Me deem alguns, tenho certeza que se eu tomar, tudo o que eu estou sentindo vai passar, tem que passar…
— Jay…
Se encaram novamente, não sabem muito bem como agir.
Já suportando muito mais do que seu corpo pode aguentar, com um tom ainda mais alto na voz, Jay fala outra vez.
— Por favor… se eu ficar assim por muito mais tempo, sinto que vou ficar louco.
— Tudo bem…
Mesmo ainda um pouco hesitante, mas não aguentando mais ver o amigo sofrer bem na sua frente e não fazer nada, Ethan pega alguns comprimidos em sua bolsa e os entrega em sua direção.
— Tome esses aqui amigo, eles não são tão fortes, os efeitos colaterais são bem poucos, mas eles sempre funcionam quando eu estou assim, hesitei um pouco em te dar por que não sei se é certo tomar supressores antes de ir para o médico, mas não é bom você ficar assim também, só que me prometa uma coisa, depois que você estiver melhor vá para um médico para entender melhor o que está acontecendo com seu corpo, não é normal o cio vir assim do nada.
— O… ok, obrigado, obrigado de verdade Ethan.
Sem hesitar, pega as pílulas e rapidamente toma uma em um ato desesperado querendo que seu corpo volte logo ao normal. Sem forças se ajeita sobre o banco do carro, muda a direção do seu olhar e se mantem em silêncio, desejando unicamente que tudo o que está sentindo passe.
Sem o questionar mais, os dois amigos não perguntam mais nada. Assim como Jay havia pedido, Ethan começa a dirigir seguindo caminho direto para o seu apartamento. Com o olhar preocupado, Luke não para de olhar nem por um segundo em sua direção. Então seguem em silêncio somente ouvindo alguns pequenos gemidos de Jay que vão se acalmando pouco a pouco.
—
Depois de um caminho que parecia não ter fim, faltando pouco para chegar em sua casa, Alex continua com seus pensamentos dominados por Jay. Os sentimentos do ômega ainda percorrem por seu corpo, Alex consegue sentir tudo, desde as sensações de prazer, até o mais profundo desespero. Mas alguma coisa está errada, mesmo ainda conseguindo sentir essas sensações, de alguma maneira elas parecem cada vez mais fracas, Alex sente que algo está acontecendo, acelera seu carro ainda mais.
Quando finalmente chega em seu apartamento, sem nem mesmo fechar a porta de seu carro, corre até o seu andar, logo entrando e se decepcionando ao ir até o seu quarto e encontrar o lugar vazio.
— Ômega? Onde está você?
Sente seu corpo pesar.
— Droga! Não é possível, não é possível que ele foi embora, o ômega parecia tão assustado, seu corpo chamava tanto por mim — Coloca a mão sobre o peito, sente seu coração apertar — Como eu fui burro, como eu pude deixá-lo sozinho? Merda! O que eu faço agora?
Olha em direção a cama, percebe as cobertas mexidas, o cheiro de Jay ainda está forte.
— ômega…
Se senta sobre a cama.
— Esse lugar cheira tão forte você.
Passa as mãos sobre as cobertas, as aperta com força.
— Você estava aqui, você estava aqui sozinho, o quanto você ficou desesperado ao ponto de ir embora e nem me esperar? O que será que pensa de mim agora? Eu preciso te ver de novo ômega, eu preciso de você.
Olha em direção ao criado mudo, logo avistando a carta que escreveu anteriormente.
— Será que você a leu?
Pega a carta em suas mãos.
— O papel está do mesmo jeito que eu deixei, provavelmente você nem percebeu que eu escrevi essa carta. Me desculpe ômega, juro eu não queria que as coisas fossem assim. Onde será que você está agora? Seu corpo parece mais calmo, será que tomou algo para controlar o cio? É tão perigoso você estar por essas ruas sozinho, como eu fui um imbecil, eu deveria estar aqui quando você acordasse e ter certeza que tudo ia ficar bem.
Segura com um pouco mais de força a carta em suas mãos, tenta colocar a sua mente no lugar e pensar no que fazer.
— Será que você está bem? Está a salvo? Esse quarto ainda está todo dominado pelo seu cheiro que chega até a ser difícil respirar…por que me decepciona tanto você não estar aqui? Eu sou muito egoísta mesmo — Ri de si mesmo — O que eu esperava, que mesmo depois de tudo você ainda estivesse aqui me esperando?
Respira fundo.
— Não, eu não posso ficar me lamentando, eu errei com você e você tem todo o direito de não querer me ver nunca mais, mas eu tenho que me responsabilizar pelo o que eu fiz, e agora você está sozinho e é tão perigoso, será que você chegou bem em sua casa? Eu estou tão preocupado, você me disse que mora passando do centro, se eu procurar talvez eu consiga te encontrar, mas o que eu vou falar? Como você vai me receber? Se ao menos eu tivesse certeza que você está bem.
Joga a carta sobre a cama.
— Eu preciso encontrar você, não importa o quanto demore, eu preciso te encontrar.
Sem pensar muito, em passos rápidos quase correndo, volta para seu carro mais uma vez. Angustiado, com medo de Jay estar sozinho em algum lugar por aí, com medo que algo possa acontecer pelo ômega estar no meio do seu período de cio, começa a andar sem rumo pela cidade com esperanças de o encontrar em algum lugar.
—
Após um caminho longo, silencioso e pensativo, o trio de ômegas finalmente chega ao prédio de Jay.
Querendo chegar o quanto antes em seu andar, com a ajuda dos amigos, segue direto caminho até o seu apartamento.
Por ser final de semana e o local onde mora estar um pouco movimentado, acaba cruzando caminho com algumas pessoas. Mesmo seu corpo estando um pouco melhor, se sente desconfortável, com pensamentos estranhos e medo a cada uma que olha em sua direção e ele tem a impressão de que a pessoa sabe o que está acontecendo com ele. Bastante envergonhado, arruma o moletom sobre a marca para ter certeza que ela não está aparecendo, aumenta seus passos, e segue até o elevador, se sentindo um pouco mais relaxado e seguro, quando finalmente chega em seu apartamento.
Bastante cansado, assim quando entra, vai direto em direção ao sofá e se joga sobre ele, se sente um pouco mais relaxado, mas logo sente seu corpo pesar mais uma vez, percebendo o olhar preocupado dos amigos intensamente sobre si. A vergonha volta, sem jeito, não consegue os encarar por muito tempo, se sente frustrado, não sabe como lidar com tudo o que está acontecendo.
Preocupados, tentando entender de alguma maneira o que ouve com Jay, os dois amigos se aproximam e se sentam ao seu lado. Mantendo o mesmo tom gentil na voz, começam a falar olhando firme em sua direção.
— Está tudo bem Jay, você não está mais sozinho agora, sabe que a gente sempre vai estar ao seu lado não importa o que aconteça né?
— O Ethan está certo, e se você estiver bem com isso, e quiser desabafar e falar para a gente o que aconteceu, a gente está aqui para ouvir você Jay, eu nunca te vi assim antes amigo, admito que estou muito preocupado.
Sente seu corpo pesar ainda mais, os encara mais uma vez.
— Me desculpem, eu realmente não queria preocupar vocês, é só que… eu… eu cometi um grande erro, e estou envergonhado de tudo o que aconteceu.
Pensa em Alex, seu peito dói. Novamente não consegue manter contato visual, se sente cada vez mais envergonhado. Demora um pouco para começar a falar mais uma vez, mas tem muitos pensamentos em sua mente, precisa soltar tudo para fora, confia nos amigos. Sem conseguir ignorar mais começa a falar, mesmo sendo difícil, mas em um ato de desabafo, conta tudo para eles.
Após ouvir tudo o que Jay falou, Luke e Ethan ficam um tempo e silêncio tentando entender tudo o que acabaram de ouvir. Se sentem ainda mais preocupados, nunca tinham visto Jay assim, seus corpos pesam, ver o modo que Jay está agora o fazem sentir raiva, assim como Jay, também não sabem lidar bem com a situação.
— Nossa amigo eu… eu não sei nem o que dizer — Sem conseguir disfarçar a surpresa em sua voz, Ethan fala o encarando sério.
— Nem me fale Ethan, eu não acredito que aquele alfa maldito teve coragem de fazer isso — Respira fundo, mesmo não tendo percebido nada no momento, Luke se sente culpado — Se ao menos eu tivesse percebido antes, eu… eu estava tão bêbado ontem que mal me lembro o que eu mesmo fiz, me desculpa por isso amigo, na hora que você mais precisou eu não estava lá para te ajudar.
— Não precisa se desculpar Luke, a culpa não é de nenhum de vocês, o problema é minha natureza sempre me ferrando. Se esse cio não tivesse simplesmente descido, se eu não tivesse sido tão burro por ter confiado naquele alfa, só que… ele parecia tão diferente, tão preocupado… ele realmente parecia se importar comigo, mas no fim fez tudo isso e ainda me deixou sozinho.
Não consegue se segurar, sente mais algumas lagrimas descerem sobre seu rosto.
—Não fique assim amigo, e não se culpe também, tudo o que aconteceu ontem foi culpa daquele alfa, mesmo sendo difícil para ele se controlar, ele não tinha o direito de fazer o que ele fez, e não merece nenhuma lagrima sua.
— Eu sei Ethan, mas eu não consigo, só de pensar nessa marca eu sinto meu corpo todo tremer, o que eu vou fazer agora? Eu estou com tanto medo, nunca que eu esperava que algo assim pudesse acontecer comigo.
— Sei que está sendo difícil agora Jay, mas confie em mim, vai ficar tudo bem, esse alfa não vai ter o que ele quer, você sabe que se negar essa marca, com um tempo ela sai de você e aí você perde qualquer vínculo com esse alfa imundo, não é?
— O Ethan está certo Jay, pode parecer leve da minha parte, mas e daí que ele te fez essa marca? O problema vai ser dele que vai sofrer e não vai te ver nunca mais, e sabe por que? Por que você vai seguir em frente, e conquistar tudo o que você sempre quis, o vínculo vai sair, e a sua vida não vai ser definida pelo o que esse alfa fez. Você é muito mais do que essa marca, você é uma das pessoas mais incríveis que eu conheço, mas em quanto for difícil, já que eu sei que só palavras não vão fazer tudo o que aconteceu passar, divida o que você está sentindo com a gente, por que não importa o que aconteça a gente sempre estar ao seu lado.
Mexido pelas palavras dos amigos, Jay os encara por alguns segundos, mais algumas lagrimas descem do seu rosto. Mesmo em meio a tudo o que está passando, sabe que não está sozinho, a dor em seu peito ainda não passou, mas só o simples fato de Luke e Ethan estarem ao seu lado, o faz se sentir um pouco melhor.
— O… Obrigado amigos, vocês não imaginam o quanto estão me ajudando nesse momento, não sei o que eu faria sem vocês — Solta um pequeno sorriso — Obrigado de verdade, e como vocês falaram eu não posso deixar essa marca definir quem eu sou, amanhã eu começo um novo dia na minha vida e eu não posso deixar nada atrapalhar, o que importa agora é seguir em frente e tentar esquecer o que passou.
— Fico muito feliz em ouvir isso Jay, e assim como o Luke falou, não se esqueça que a gente sempre vai estar ao seu lado, então pode contar com a gente para tudo, ok?
— Combinado.
—
Ainda andando pelas ruas da cidade, depois de já ter andado sem rumo por algumas horas e não encontrar Jay em lugar algum, se sentindo frustrado e desanimado, Alex desiste de o encontrar.
— O que eu estou fazendo? É claro que não vai ser fácil te encontrar de novo, mas isso é bom, se você estivesse nas ruas seria muito mais perigoso, você com certeza tomou algum tipo de supressor, e agora parece estar mais calmo, então o perigo é menor, mesmo assim eu queria ter certeza que você está bem — Respira fundo — Se pelo menos eu pudesse te ver só mais uma vez...
Sem controle sente a decepção aumentar ainda mais.
— Porque eu tive que fazer tudo errado com você ômega? Como seria se eu estivesse ao seu lado quando você abrisse seus olhos? Será que você estaria nos meus braços agora?
Se toca dos seus próprios pensamentos, ri de si mesmo.
— O que é isso que eu estou pensando? Depois do que eu fiz eu não tenho o direito de pensar mais nada sobre você.
Sente seu peito apertar mais uma vez.
— Mas por que é tão difícil? Por que dói tanto?
Respira fundo, o cheiro de Jay ainda está presente.
— E saber que ontem mesmo você estava aqui implorando por minha ajuda.
Seu peito dói cada vez mais, não importa o que faça, Jay não sai de sua cabeça.
— Se isso não passar, sinto que vou ficar louco. Eu preciso encontrar você outra vez ômega, eu sou teimoso, pode não ser hoje, mas eu juro, eu ainda vou te ver outra vez e pelo menos me desculpar olhando nos seus olhos, me espere, eu ainda vou encontrar você, eu preciso…
Sem muito mais o que fazer, sentindo um forte sentimento de decepção e frustração, mas principalmente arrependimento e culpa, Alex segue caminho de volta para seu apartamento, tendo somente Jay em sua cabeça, não conseguindo parar de pensar no ômega uma única vez.
…
Sem pausas, as horas começam a passar bem rápido. Já é tarde da noite. Sabendo que os amigos tem que trabalhar bem cedo no outro dia, mesmo os dois insistindo para ficar mais tempo junto de Jay, mas por insistência do ômega, que também se preocupa por sua casa ser longe do local de onde os dois trabalham, Luke e Ethan seguem caminho de volta até o seu apartamento.
Agora sozinho, sem mais nada para distrair a sua mente, Jay se vê tendo seus pensamentos completamente tomados por Alex mais uma vez. O que não é muito diferente do alfa, que não importa o que faça não consegue parar de pensar em Jay.
Seus pensamentos parecem conectados. Deitados sobre a cama, as lembranças da noite anterior começam a vir cada vez mais limpas e constantes em suas mentes, seus corpos respondem, a ansiedade aumenta, se sentem estranhos, tentam pensar em outras coisas, mas não importa, seus pensamentos continuam iguais como um looping infinito. Se entregando ao cansaço seus olhos vão se fechando pouco a pouco. Sem se derem conta, dormem pensando somente em uma coisa, pensando somente um no outro.
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Publicado por:

- Fei
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Oiii, me chamo Feick . Começando agora nesse mundo louco da escrita kkk, desculpem qualquer erro de português e espero que gostem
Sejam bem vindos.
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