Regas - Capítulo 6
Depois de refletir por uns dias, Melmond decidiu que a pessoa que visitaria seria o duque Trud, líder das outras seitas Regas, e o confidente mais próximo do rei. É claro que, considerando a posição dele, ele não era alguém que você pudesse simplesmente encontrar apenas marcando um encontro, então Melmond não tinha grandes expectativas. Mas, inesperadamente, o servo o levou diretamente ao duque Trudeau.
A medida que os passos no chão do mármore aumentavam, o arrependimento de Melmond também subia, e seus pensamentos fluíam: Porque estou fazendo uma coisa tão sem sentido? Essas pessoas com certeza vão rir de mim, não é? O que devo fazer com meus braços?
Quando sua ansiedade atingiu o auge, a porta do seu destino se abriu.
“Chegamos”
Melmond sequer teve tempo de recuperar os sentidos, quando ouviu a voz do servo e deu um passo hesitante à frente. O que devo dizer primeiro? Como devo explicar? Enquanto Melmond abaixava a cabeça e organizava seus pensamentos complicados, ouviu uma voz familiar, foi então que ele percebeu que havia outro convidado na sala.
“Ora, o que um bibliotecário está fazendo aqui?”
“…Padre Ockham.”
Embora trabalhasse no palácio real, geralmente reprimindo seu temperamento e orgulho para ganhar a vida, Melmond costumava se irritar com bastante frequência, principalmente quando se encontrava com o reverendo. Ele era um sacerdote, mas também era uma pessoa que vivia perto
do Coração do rei. A maioria das revelações que ele ouviu de Deus, foram sobre com qual seria o próximo regas com quem o rei dormiria.
É claro que uma revelação como essa não poderia ter acontecido. Porém, ele fazia de tudo para agradar ao rei para ganhar sua confiança. Devido à sua natureza traiçoeira, ele frequentemente menosprezava e ignorava aqueles que não o beneficiavam. Ele também ignorava e desprezava Melmond, chamando-o de bibliotecário.
“Vim aqui porque tenho algo para lhe contar.”
Melmond, com uma expressão severa, olhou para Trud, que acabara de se levantar. O duque respondeu com um sorriso gentil e acrescentou uma explicação ao padre.
“Isso mesmo. Temos algo importante para conversar. O revendo Ockham tem mais alguma coisa para me dizer?.”
Por mais o jovem duque fosse, com pouco mais de 20 anos, ele era uma das figuras poderosas que comandavam o país. O padre olhou para Melmond com uma expressão de desaprovação, mas por fim, baixou a cabeça e deu um passo para trás. Trud só abriu a boca depois de se certificar de que a porta estava totalmente fechada.
“Acho que podemos conversar agora que não há ninguém por perto, certo?”
Ele levantou da mesa o bilhete que lhe havia sido entregue.
[Eu tenho algo para lhe contar sobre o príncipe. É uma história importante sobre o futuro do reino.]
“Me conte sobre essa história que é tão importante sobre o príncipe e o futuro do reino. Estou muito curioso.”
Ele estava sorrindo, mas Melmond ficou rígido e não abriu a boca. Ele tinha sido um pouco exagerado porque não achou que as pessoas o encontraria se não escrevesse assim, mas realmente pensou que elas não o encontrariam se forma alguma. Pensou em se virar e sair, mas então seu peito apertou. Não, e se o sonho de Wedeul for verdade? Melmond acalmou os batimentos cardíacos e começou a contar a história sobre o sonho.
Ele explicou da melhor maneira que pôde o sonho que Wedeul teve durante um mês. Porém, deixou de mencionar que a cor dos olhos do dragão eram cinza. Mesmo que ele tivesse dito isso depois de confirmar que os olhos do príncipe eram amarelos, não teria ajudado.
Além disso, hesitou e acabou omitindo a última história que ouviu de Abel, sobre as pessoas no palácio beberam a poção negra e riram enquanto eram queimadas algo nessa história não parecia certo. No entanto, embora ele tenha tentado o seu melhor para explicar a verdade, ficou claro que isso não impressionou Trud.
“Eu entendo. Você está dizendo para cuidar bem do príncipe antes que o reino queime no futuro.”
“Sim, é verdade, mas eu…”
“Obrigado por me contar, mas sua função não é se preocupar com os sonhos das pessoas que você conhece.”
Ele murmurou enquanto tirava da gaveta o trabalho que precisava ser feito.
“Achei que seria algo especial porque ele é um Regas.”
Só então Melmond entendeu por que o duque concordou em se encontrar com ele.
“Você sabe que sou de uma seita Regas diferente. Mas por que isso é especial?”
Melmond se preparou e deu meio passo à frente.
“Claro, nossa seita não é tão próspera quanto o Coração do Rei, mas somos um grupo ortodoxo de Regas que existe desde a fundação deste país. Posso dizer, com certeza que nossa seita se preocupa mais profundamente com seu país do que qualquer outro Regas e treina duro para cuidar da família real que recebeu o poder do dragão.”
“O que vocês treinam, e com qual intensidade?”
Os olhos de Melmond vacilaram. Ele engoliu em seco e mal conseguiu abrir a boca.
“Aprendemos sobre a natureza, treinamos a mente e o corpo para tornar as relações humanas fluídas…”
“Quantos Regas estão treinando atualmente?”
“Sim? Bem, somos uma seita muito pequena, então atualmente só temos um Regas sendo treinado.”
“Gostaria me encontrar com ele.”
“Ah, você poderia, por favor? Bom, se encontrarmos o mestre da seita agora, Vossa Excelência certamente irá…”
“Quem eu quero ver é o discípulo dele.”
Quando Melmond piscou surpreso, Trud sorriu.
“Quero conhecer seu Regas.”
Isso é bom. Ao sair da sala do duque, Melmond continuou a murmurar para si mesmo. De qualquer forma, o mestre está muito fraco, e seria difícil para ele vir até aqui. Melmond ficou preocupado se Abel se sairia bem já que o rapaz é muito ingênuo, mas se Melmond preparar bem o jovem, talvez ele consiga enganar o duque pelo menos um pouco.
Eles, pelo menos, conseguiriam colocar um regas adequado ao lado do príncipe para que as pessoas não dissessem que o príncipe é um demônio. Um regas de verdade, não um desses regas que só sabem dançar e cantar. Entretanto, ao contrário de seus pensamentos positivos, sua expressão era sombria. Ele sabia disso em sua cabeça também. Mesmo que o duque parecesse assim, não havia como o coração do rei ter mudado.
Ainda assim, ele tinha que tentar o máximo que pudesse. Acho que deveria me apressar e enviar uma carta para Abel. Depois de decidir o que fazer, Melmond caminhou rapidamente e deixou o Palácio do Ministro. E o padre que estava escondido e vigiando desde que saiu do gabinete do duque também agiu rapidamente e o perseguiu.
***
“K-kaaak!”
Com um grito terrível, alguém saiu correndo do quarto do príncipe. Os criados que esperavam ansiosamente do lado de fora da sala gritaram juntos ao ver o rosto do homem que havia saltado.
“Aaaah!”
“Meu Deus!”
Um homem saiu da sala, e ele caiu no chão, sem sequer conseguir dar alguns passos. Uma de suas pernas estava completamente manchada de sangue. O homem gritou, soluçou, agarrando a perna, da qual o sangue vermelho continuava a escorrer.
“AAAH… Ajude-me… Salve-me! Ugh, aquele demônio quebrou minha perna… Argh!”
Quanto mais o homem gritava, maior ficava a poça de sangue que encharcava o chão. A donzela, que era a única entre os que tremiam ao seu redor, que não gritava, aproximou-se dele para ajudá-lo. Embora ela fosse alta, ela se movia silenciosamente como um gato. No entanto, seu rosto estava cheio de irritação quando ele se aproximou do homem e examinou seus ferimentos. Enquanto isso, os arredores ficaram movimentados enquanto outros chamavam os guardas. Embora esta não tenha sido a primeira vez para aqueles que trabalhavam no palácio do príncipe, a maioria deles ainda não conseguia se acostumar com o sangue.
Os criados, completamente congelados e incapazes de se mover, desviaram o olhar, evitando olhar para a porta entreaberta. Parecia que até o príncipe percebeu; Se houvesse uma abertura, seu próprio sangue jorraria. Como aquele homem com uma coxa rasgada e com falta de ar. Nesse momento, a empregada que examinava o ferimento murmurou como se estivesse entediada.
“Meu Deus, há marcas de dentes de novo.”
Enquanto ela rasgava as calças para estancar o sangramento, marcas de dentes pequenas, mas claras e visíveis. Sangue jorrou por baixo da carne trêmula e meio rasgada. Como que para confirmar, a trigésima primeira pessoa envolvida, Regas, abriu a boca com medo.
“O diabo… Aquele diabo ele… Ele me mordeu!”
***
É necessário ter sorte para que as coisas darem certo? Quando Melmond chegou em casa, um convidado inesperado o esperava.
“Uau, vocês já estão aqui?”
As pessoas à sua frente, que ficaram chocadas, foram Weidel, que teve dificuldade para se sentar, e Abel, que estava ao lado dele.
“Escrevi uma carta sobre meu encontro com o duque e enviei hoje, como chegou imediatamente?”
Abel explicou brevemente ao homem, que ele estava em estado de choque e não conseguia manter a boca fechada.
“No dia seguinte sua à partida, Senhor Melmond, o Mestre disse de repente que iria ao palácio.”
Então ele olhou para seu professor, que ofegava. Ele mal ergueu os olhos e perguntou a Melmond, como se tivesse dificuldade até para respirar.
“Aquele maldito… O Coração do rei disse que nos encontraria?”
“Oh isso é…”
Melmond, ainda incapaz de superar o constrangimento ao encontrar os dois, pensou em outro problema. Ele então olhou para as duas pessoas à sua frente e mal assentiu.
“Isso mesmo, o duque concordou”
Talvez devido à longa jornada com o corpo enfraquecido, Weidel ficou inconsciente na casa de Melmond. Porém, alguns dias depois, quando chegou o dia de Abel seguir Melmond até o palácio, a cor voltou ao seu rosto e ele conseguiu se levantar, como se um milagre tivesse acontecido.
Abel ficou encantado, mas Melmond estava preocupado. Ficou preocupado que ele pudesse insistir em ir ao palácio eles. Vendo que ele mal conseguia esperar para contatá-lo e imediatamente o seguiu até aqui, sem nem pestanejar. Então Melmond atacou primeiro.
“Eu nunca vou levar você para o palácio.”
“…”
“Mesmo se você estivesse com boa saúde, Eu só posso levar Abel, porque ele foi a única pessoa que o duque Trud permitiu encontrá-lo”
Melmond disse com firmeza, mas suas expressões eram simplesmente calmas. Em primeiro lugar, ele sentiu que Weidel não tinha intenção de o perseguir, então, quando pensou: “Oh”, ouviu sua resposta.
“Sim, você é ótimo.”
Tudo bem então. Ele se sentiu estranho por um momento. Melmond franziu a testa e falou mais uma vez.
“De qualquer forma, não posso levar você. Mesmo se eu fosse com você, eles não me deixariam entrar.”
Weidel olhou para o espaço como se estivesse pensando por um momento e então perguntou em voz baixa:
“Você não contou tudo sobre meu sonho quando se encontrou o duque, não é?”
“isso… Mmm.”
Melmond pigarreou e escondeu seu constrangimento.
“Eu não contei para ele porque não seria útil de qualquer maneira. Mesmo assim, contei a Abel e falei para ele não mencionar que o dragão do seu sonho tem olhos cinzentos. Ouvi dizer que os olhos do príncipe são amarelos.”
“Não se trata disso”.
“Trata-se do que então?”
“… A poção negra. O remédio que o povo do palácio bebia e ria sem saber que estavam pegando fogo.”
Quando Melmond não respondeu, Weidel murmurou com um sorriso vazio.
“Ok, parece que terei que conversar com Abel hoje.”
“Isso importa? Como você sabia? Não falei nada sobre isso.”
“Se fosse esse o caso, ele teria pedido para me ver em vez de Abel.”
Melmond encarou o Weidel, como se ele estivesse falando em outro idioma. A expressão não era nada especial, mas sentiu novamente a sensação estranha de antes. Pensando bem, foi um pouco diferente do normal. Ele sempre franzia a testa e só escolhia palavras duras, mas agora seu tom de voz está mais suave. Ok, isso o deixava com um sentimento estranho. Melmond concluiu que era simplesmente porque ele estava se sentindo deprimido depois que seu estômago doeu. Ele deliberadamente abriu a boca sem rodeios.
“Depois que fiquei doente, minhas esperanças aumentaram. Fiquei surpreso que o duque tenha pedido para ver Abel, mas não creio que tenha sido por causa do sonho. O duque não demonstrou interesse na história. Ele deve estar interessado no fato de ser de uma seita Regas diferente da do Coração do Rei.”
“…”
“Por que você está tão surpreso? É óbvio, certo? Você deve ter ficado muito perturbado porque prejudicaram o príncipe a tal ponto que ele não pôde ser ajudado.”
Melmond franziu a testa novamente.
“Você acha que o Coração do rei está tentando destruir o príncipe?”
No entanto, ele respondeu com outra pergunta, como se não tivessem intenção de responder.
“Você se lembra do que o Mestre disse quando mandou você para o palácio?”
Embora tenha sido há mais de 10 anos, assim que Melmond ouviu a pergunta, a voz de seu professor apareceu imediatamente em sua memória. Foi então que ele descobriu o motivo de seu mestre o enviar voluntariamente ao palácio.
“Tinha alguém que treinou comigo no Regas. Ele foi para o palácio e tornou-se guardião da biblioteca. Você também será assim no futuro. Assim como muitos de seus antecessores. E quero que você vá à biblioteca e faça o que eles fizeram.” Quando questionado sobre o que faziam, o mestre respondeu: “Registro. Um registro que aos poucos revela como o lado do Coração do Rei arruína e manipula o Rei. Encontre-o e complete-o você mesmo. Os registros estão na biblioteca.”
Porém, embora eu tenha trabalhado na biblioteca por mais de 10 anos e pesquisado todos os livros, não encontrei nenhum registro. Não foi por causa das belas Regas que conquistaram o coração do rei em primeiro lugar? No final, ele acabou desistindo dos supostos registros que ele nem sequer sabia se de fato existiram. Tenho certeza de que as pessoas mais velhas que iam à biblioteca antes, desistiram de tentar encontrar registros, assim como eu. Porque, na verdade, são registros que nunca existiram. Melmond achou que era só uma desculpa, para quem queria alguma coisa. Eu gravei algo também, então procure. Mas ele não tinha intenção de fazer isso.
“Eu me lembro Você quer dizer o registro do Coração do rei? Eu procurei por ele, mas não encontrei nada parecido. Mesmo que tal coisa existisse, o conteúdo seria óbvio. Não há segredos no coração do rei. Portanto…”
“Eventualmente você encontrará o segredo e preencherá todas as peças que faltam.”
A voz de Weidel era tão suave que Melmond a achou bastante desagradável. Por que seu Mestre e seus superiores estavam tão obcecados? Aos olhos de Melmond, eles pareciam pessoas que não conseguiam aceitar a realidade, apegavam-se aos velhos hábitos e acabavam presos em suas próprias ilusões. Se existe um segredo no coração do rei, esse é um. Eles estão no poder.
“Assim como você, Mestre. Eu não posso afirmar”.
Quando Melmond balançou a cabeça, Weidel sorriu e lentamente abriu a boca.
“Você sabe por que o Mestre aceitou você como seu discípulo?”
“Sim… Porque sou adequado.”
Foi o próprio mestre quem deu essa resposta. Ele sempre se perguntou por que alguém que não seguia o treinamento corretamente e estava sempre insatisfeito era aceito como discípulo, e todas as vezes o mestre dizia isso: “Eu senti que você se encaixa no perfil”. Era algo que ele não entendia, mas também não importava. Mesmo que a mesma resposta saia de suas bocas agora.
“Isso mesmo. Porque você é adequado. Quando algo precisa ser feito, você o fará bem.”
“Hehe, tudo bem, mas não há registros. Eu nem mesmo consegui encontrar.”
“Mas você o encontrará eventualmente.”
“O Mestre viu”
“Você está vendo o mestre?”
Wedeul sorriu com a pergunta feita.
“Ele viu em seus sonhos. Viu que você faria tudo o que precisa fazer. Ele me contou isso antes de morrer.”
“…”
“Saia e peça a Abel para entrar.”
Quando lhe disse para ir embora, Melmond não teve escolha senão se virar. E assim que eu estava agarrando a maçaneta, ouvi Weidel acrescentar por trás.
“A propósito, sua esposa não parece bem.”
Ele virou a cabeça, surpreso, então Weidel com olhos sérios, disse:
“Mande-a para um lugar onde ela possa descansar confortavelmente. Se seu filho é importante para você, faça isso.”
Publicado por:
- Gardenia_Fairy
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