Reborn as a RockStar - [Capítulo 28]. Dream - On (Parte Um)
Dois anos depois.
Na televisão, a jornalista apresentava a previsão do tempo dos próximos dias. Para a semana, o tempo mudaria e havia chances de cair neve devido a uma frente fria inesperada.
A mulher de salto alto finalizou e caminhou novamente até a bancada e começou a anunciar a próxima notícia.
“Após dois anos de hiatus, o cantor Ling Shan volta a ser notícia em todos os tablóides. Enfrentando o tratamento contra as drogas e o álcool, e também um processo judicial que pode levá-lo à falência, ele retorna aos palcos no meio de uma polêmica.”
“Os ingressos do seu show de retorno, daqui a um mês, estão todos esgotados.”
De repente, a televisão foi desligada e apenas o som repetido da cabeceira da cama batendo à parede foi ouvido. Alguns sons baixos, grunhidos e estalados também ecoavam pelo ambiente silencioso.
A janela estava fechada, mas a porta, entreaberta, mostrava que, no corredor, a luz do banheiro social estava acesa. Então, de repente, os barulhos pararam.
Um sussurro surgiu no silêncio.
— Você disse que seu irmão não estava em casa. — Obviamente, uma reclamação, já que Zhuo Yang estava quase gozando.
— Quanto mais velho você fica, mais rabugento? — Ling Shan retrucou sem pensar muito na situação em que se encontrava.
Então, de repente, o mais velho, numa atitude desleal, deslizou o quadril tão lentamente, acertando o ponto doce de Ling Shan que ele se arrependeu de tê-lo provocado.
— Você… — Aumentou a voz de repente, sua boca sendo tapada pela mão do outro. — filho da puta-ah! Porra…
Os cantos de seus olhos, encheram-se d’água. Seu corpo estava estranho, dos pés à cabeça, ele nunca tinha sentido algo como aquilo. A mão de Zhuo Yang foi de encontro com o seu pau, enquanto estimulava a próstata por dentro.
Seu cérebro, de repente, derreteu em pensamentos desconexos. Só conseguia focar no prazer que estava sentindo, na estimulação enlouquecedora. Todo seu corpo estava em chamas.
Abriu a boca, num som mudo e com algumas poucas estocadas, ele se desfez num líquido ralo e transparente ao passo que sentia ser preenchido por dentro. Aquele barítono rouco em seus ouvidos. Não havia sensação melhor.
Havia muito tempo que não sentia isso.
𝄞
O cheiro da carne de porco na cozinha se espalhou por toda a sala, mesmo o exaustor sendo ligado junto ao aroma amada especiarias.
Assim que desceu para o primeiro andar, Ling Shan viu o irmão ajudando Zhuo Yang na cozinha. Ele segurou no corrimão da escada e parou por alguns segundos com um sorriso no rosto antes de descer.
Uma cena que estava se acostumando desde que saiu da clínica de reabilitação. Mesmo com o processo de emancipação, Ling Ai gostava de ter Zhuo Yang por perto, então se aproximaram bastante.
Seu irmão mais novo sempre foi alguém muito curioso com tudo e, na cozinha, acabou aprendendo alguma coisa com o mais velho, que o ensinava pacientemente.
Era assim que desejou ter vivido sua vida antes. Antes de tudo isso. Antes de seu primeiro amor morrer. Antes de seu irmãozinho cometer suicídio. Tudo parecia um sonho.
Às vezes, achava que a transmigração e seu renascimento tudo não passava de um sonho e, que quando acordasse, provavelmente estaria numa cama de hospital, sem poder mexer o corpo devido àquele acidente.
Então, se realmente fosse um sonho, ele queria aproveitar cada momento dele.
— Bom dia…
Sua voz sonolenta fez os dois homens virarem-se para trás. Ling Shan ajeitou seu o cós do short do pijama no corpo e deu um abraço por trás, na cintura de Zhuo Yang e esticou o pescoço para dar um beijo na bochecha do irmão.
— Não tenho mais cinco anos, ge. — Embora Ling Ai sempre reclamasse, o biquinho fofo em seus lábios, só fazia o irmão mais velho querer intimidá-lo ainda mais.
— Claro, Sr. Adulto. — Ling Shan zombou e levantou a cabeça para receber um beijo de bom dia do namorado.
Ling Shan fechou os olhos e sentiu os lábios macios tocarem os seus. Sentia falta de tudo isso, da liberdade. Foram momentos horríveis durante o tratamento intensivo, dias que pensou que a morte fosse uma solução melhor do que aquilo. Dias que pensou que fosse morrer.
Era monitorado todas as vinte e quatro horas ao dia. Tomando medicação o tempo todo e ainda tomava algumas, entretanto, já não era insuportável. Pelo menos estava em casa.
Se não fosse por eles, provavelmente teria desistido no meio do caminho. Nem gostava de se lembrar daqueles dias em que a abstinência era tão grande a ponto de ser capaz de arrancar os próprios cabelos, ou quando tentava machucar a si mesmo para aliviar a dor.
Precisou raspar o cabelo e, em alguns momentos, usar a camisa de força. Sentia que parecia ter sido um momento tão longínquo e duradouro, entretanto, ali dentro, se passaram alguns meses, intercalados.
Lin Shan nunca pensou que passaria por isso em sua vida. Sempre manteve o controle sobre suas ações e, depois de ter parado de fumar em sua vida anterior, sequer teve uma recaída ou pensou em, novamente, retomar o vício.
Quatrocentos e dez dias de sobriedade.
A primavera depois de um inverno feroz.
— Ge está de bom humor hoje. — Ling Ai comentou.
— Voltar a trabalhar me deixa feliz. — sorriu o maior que pôde.
Havia tanta coisa legal que queria trabalhar, nos últimos dias, apesar de querer imediatamente ir para o estúdio, Ling Shan foi proibido por Doutor Qiang e prescreveu alguns dias de férias para ele. Claro, sem exageros.
Sentia falta do melhor amigo também, depois, quando tivesse um tempo mais adequado ligaria para ele. E também, sentia falta da bolotinha que era a fofura de sua enteada. Às vezes, sentia falta até da maluca da sua irmã.
Mas, a única pessoa que não queria ver era Cheng Yin. Ele fechou os olhos por alguns instantes e dispersou esses pensamentos, focando em coisas boas.
Ele girou o corpo em direção à geladeira, cantarolando uma melodia qualquer e pegou uma jarra de suco e colocou sobre a mesa. Depois foi até o armário e um conjunto de café da manhã foi colocado sobre a mesa.
A prataria reduziu sob a luz enquanto Ling Shan colocava os pães cozidos e a sopa de wootons, e frutas picadas sobre a mesa. Era uma mesa farta de café da manhã.
— Convidou alguém para o café, hoje? — Zhuo Yang, que usava somente um avental e shorts de moletom, perguntou ao colocar a carne de porco no prato de porcelana.
— O cunhado disse que viria para o café. Falou que precisava de uma assinatura sua num contrato importante e que você precisaria de ler também. Parecia urgente.
Zhuo Yang levantou as sobrancelhas.
— Ele te ligou e você não atendeu, aí ele ligou para mim.
— A-Fan está ficando cada dia mais ousado. — Zombou.
— Tio Fan vem? — os olhos de Ling Ai brilharam.
Havia alguém que Ling Ai gostava mais do que gostava de Zhuo Yang. O tio Fan que jogava com ele todas as vezes que vinha em casa.
— Dessa vez, ele vem à negócios Ai’er. — Ling Shan chamou sua atenção. — Você parece uma criança às vezes…
— Eu sou uma criança! Ainda não fiz dezoito! — o adolescente sentou-se à mesa, já pegando os talheres.
Ling Shan estreitou os olhos e deu uma risadinha irônica.
— Escutou isso, Yang ge? Acho que vou ficar louco com esse pirralho!
— Crianças são assim mesmo… Zhuo Xia é o mesmo.
Ling Shan sorriu e acompanhou o irmão mais novo, ficando ao lado dele.
— E como ela tem estado no trabalho? Não tenho olhado muito as redes sociais.
Enquanto Zhuo Yang tirava o avental e se digiria à mesa, o cantor mordeu uma maçã suculenta.
— No palco são apenas sorrisos, mas fora dele apenas problemas. — bufou, parecendo cansado e quase se jogou na cadeira. — Só vejo o dia que ela volta para casa com uma criança no colo ou ainda pior.
O empresário pegou os kuaizis e começou a pegar sua própria comida.
— Fase rebelde?
— Eu não quero ser tio tão novo.
— Yang ge, você tem quase quarenta! É preciso aceitar a idade chegando!
O bolinho cozido parou no meio do caminho e Zhuo Yang encarou Ling Shan, desacreditado e soltou um riso irônico. Por algum motivo, Ling Shan sentiu um arrepio que percorreu todo seu corpo.
— E você, irmãozinho? — Desconversou — Quando vai trazer o namoradinho para nós o conhecermos? — Espetou um pedaço de fruta nos kuaizis e levou até a boca.
Não apenas ele, mas Zhuo Yang também estava curioso com o misterioso namorado de Ling Ai.
— Ele é um pouco tímido.
Ling Shan revirou os olhos.
— Tímido? Tímidos são min….
O toque da campainha ecoou por todo o apartamento, interrompendo o cantor. Ele sorriu, amigável.
— Sorte a sua, irmãozinho!
Viu Zhuo Yang se levantar para atender, mas o segurou pela mão antes que saísse da cozinha.
— Eu vou, querido. — Deu-lhe uma piscadela.
Ling Shan atravessou a sala, pegando um roupão do cabideiro no hall de entrada e calçou um par de pantufas. No interfone, através da câmera, podia ver seu cunhado na porta.
Logo pela manhã Zhuo Fan já estava muito bem vestido como um CEO deveria estar. Os cabelos para trás, rosto limpo, terno e gravata engomados e passados e notoriamente, uma pasta na mão junto a um tablet.
“A beleza é desnecessariamente familiar…”
Com um suspiro, ele destrancou a porta e a abriu, deixando espaço para Zhuo Fan entrar.
— Zhuo Yang já está acordado? — Ele nem mesmo o cumprimentou e já tirou os sapatos para entrar na casa. — Há uma emergência e ele não atende a porra do celular.
— Ele está na cozinha.
Ling Shan sequer pestanejou. Estava acostumado a falta de decoro de seu cunhado. Zhuo Fan, quando estava no modo trabalho, era um completo babaca e imbecil.
Ele quase tropeçou no degrau da entrada e seus passos eram muito apressados para chegar à cozinha. Alguns papéis voaram pelo caminho que Ling Shan os pegou casualmente para levar para o cunhado.
Mas, então ele viu. Um nome. Um nome lhe chamou atenção: Ling Zhan. Há quanto tempo não via seu pai?
Ele dobrou o papel e foi em direção à cozinha, apenas para esbarrar no peitoral de Zhuo Yang saindo de lá. Ling Shan deu um passo para trás, mas foi firmemente segurado pelo outro.
— Já está saindo?
— Vou vestir uma roupa e mais tarde vamos jantar. — Zhuo Yang selou seus lábios e se apressou, subindo as escadas.
Zhuo Fan, o mais novo, veio logo atrás e foi onde Ling Shan teve a oportunidade de entregar-lhe o papel.
— Você deixou cair.
Meio atrapalhado, o Zhuo mais novo pegou a folha e enfiou dentro da pasta de qualquer jeito.
— Obrigado. Não posso perder nada. — ele ajeitou o blazer, puxando-o levemente para baixo. — Ou estaríamos em apuros.
Ling Shan ajustou mais o roupão no corpo, estava afrouxando e passou pelo cunhado, bocejando.
— Ling Zhan. — Zhuo Fan fez uma pausa, quase dramática. — Seu pai tem comprado ações da Zhuo Entertainment através de empresas fantasmas.
Ling Shan parou imediatamente e virou-se para trás, encarando Zhuo Fan, surpreso.
𝄞
Depois que os irmãos Zhuo saíram do apartamento de Ling Shan, Ling Ai se lembrou, quase em cima da hora, sobre uma reunião escolar com os pais ou responsáveis.
A princípio, quem iria participar era Zhuo Yang, mas devido à emergência, Ling Shan foi convocado e, em menos de duas horas, precisaria estar dentro da escola de seu irmão mais novo.
Era o meio do ano. Terminando o primeiro semestre, no inverno daquele ano, a neve caía com mais felicidade aos olhos de Ling Shan.
Ling Shan respirou fundo ao sair do carro. Ele fechou a porta atrás dele ao mesmo tempo em que escutou o irmão fechar a dele também.
Em dois meses desde que saiu da reabilitação, era a primeira vez que saía em público. Estava um pouco nervoso, portanto, trouxe especialmente alguns seguranças com ele.
— Ge, porque parece que é você o estudante? — Ling Ai se aproximou, abraçando o braço do irmão mais velho com um grande sorriso no rosto.
Ling Shan, por outro lado, levou a mão até o nariz do irmão mais novo e o apertou com força. Sua expressão endureceu quando foi falar com o irmão:
— Quem está nervoso aqui? Não deveria ser você? Yang Ge me contou sobre seu boletim!
As costas de Ling Ai se aprumaram no mesmo instante e ele engoliu a seco.
— Irmão… não é assim…
— Gostar de alguém está te deixando burro?
Assim que terminou de falar, sentiu uma pontada no próprio peito. Quem ele era para falar assim? O histórico desse irmão mais velho é completamente insano!
Ele tossiu falsamente e mudou se assunto. Ling Ai deu uma risadinha travessa.
— Vamos, onde é sua sala?
— Segundo andar.
Ling Shan, olhando para os arredores, começou a ver alguns celulares apontados para sua direção. Muitos olhares cravados nele.
— Lao Kin. — chamou o motorista, também segurança pessoal, com aparência viking. — Não deixe que o rosto de Ai’er seja espalhado por aí. Lao Chu entra comigo até a porta.
— Sim, chefe. — o homem de meia idade respondeu.
Ling Ai não questionou, mas puxou o irmão mais velho pela mão pela escola. A presença de Ling Shan não era discreta. Ainda que usasse apenas um terno comum e até mesmo seu cabelo curto também discreto, não havia sequer uma pessoa que não o conhecesse e todos os seus escândalos.
Principalmente, aqueles que estavam muito recentes na mídia.
Processo milionário contra Cheng Yin, acusando-o de muitos crimes, principalmente, exploração sexual.
Além disso, a própria aura, identidade pública que o velho Ling Shan criou nunca o deixaria passar discreto por lugar algum. Entretanto, Ling Shan apenas ignorava todos esses detalhes.
Ele queria somente completar seu único objetivo naquele lugar monstruoso. Não gostava do ambiente escolar do ensino médio, não gostava de se lembrar daqueles tempos. Não gosta de se lembrar de quanto bullying sofreu. Do quanto ele apanhou na escola e escondeu da mãe e do irmão. De como, ele quase foi abusado pelos seus colegas de sala por um mero capricho deles e de como foi salvo por ele.
Fechou os olhos por um instante quando atravessou a porta de entrada no prédio alto.
O mais perturbador era que, para ele, todos os corredores pareciam iguais. As pernas quase falharam, mas o puxão do irmão o fez voltar à realidade.
— Ainda temos tempo! — olhou no relógio — Vou te apresentar aos meus amigos.
Ao ver a alegria no rosto do irmão, a expressão de Ling Shan suavizou um pouco, deixando-o mais relaxado. Foi arrastado pelo corredor, até que viu uma silhueta familiar e ele parou.
— Ling Ai, espere um pouco. — O irmão mais velho o segurou por alguns segundos, fazendo o corpo do outro guinar para trás. — Venha comigo antes, preciso ver um conhecido.
A situação se invertendo drasticamente, o adolescente foi puxado pelo irmão mais velho. Eles seguiram na direção onde estavam os responsáveis pelos primeiranistas.
— Ge? Onde estamos indo?
Mas Ling Shan não o respondeu, ele continuou andando com o olhar direto para uma mulher de meia idade.
Assim que estava atrás dela, Ling Shan tocou-lhe o ombro.
— Com licença, senhora.
Sua voz única e inconfundível, saiu de sua boca, não chamando atenção da própria mulher, mas todos que estavam em volta. Todos olharam surpresos para ele. A mulher também virou e para a surpresa de Ling Shan era quem ele procurava.
— Su Mucheng?
A mulher tinha a mesma aparência que sua mãe, em sua vida anterior.
Publicado por:
- Yu Ge
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Apaixonando-se aos oito anos pelo fantástico mundo da literatura, Yu Ge, em busca de um sonho e apenas uma mente fértil, passou pela poesia indo para ao romance adolescente, chegando à fantasia medieval se encontrou nos danmeis (novels chinesas boys love) e na fantasia sombria aos recém-completos 23 anos. Do xianxia à dark fantasy, se diverte encontrando o caos e ambiguidade da natureza humana.
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