Paixão em Dellvild. - Capítulo 4
A música cantada pelo homem no microfone é envolvente e inebriante, assim como esse homem na minha frente. Ele olhou profundamente nos meus olhos e senti que estava lendo minha mente. As luzes piscantes passam pelo seu rosto. Olhos claros, queixo forte, barba por fazer e possivelmente cabelo escuro. Ele usava um chapéu de cowboy preta e havia um símbolo que não soube identificar de imediato. Ele tinha um sorriso leve em seu rosto, e eu não sabia o motivo desse sorriso, mas deu uma enorme vontade de retribuir. Ele fica parado sem dizer nada, apenas me olhando, ele é muito alto, eu tenho 1,72cm e ele parecia ter quase um 1,95 cm? Não sei ao certo.
Mas ele era muito alto, ele estava vestido como qualquer outra pessoa na festa, mas ele era muito forte e largo, seu peitoral e ombro eram bastante largo e forte, a camisa clara e lisa definia seus músculos, por algum motivo estranho eu olhei para baixo, ele usava uma jeans escura com uma bota cowboy da mesma cor que o chapéu.
“Oi.”
Ele diz, mas como a música estava muito alta eu não escutei muito bem e cheguei um pouco mais perto para ouvir.
“O que você disse?!”
Eu grito, eu sinto que estou encarando uma montanha e não um homem normal.
“Eu disse ‘oi’!”
A sua voz era mais forte do que a do cantor, ele seria perfeito cantando música country. Nós dois estávamos numa distância boa para se comunicar quando a música é alta, na verdade eu nem notei nossa distância direito eu só queria saber o que ele estava falando.
“Ah! Oi!”
Eu digo meio sem jeito, ele abre um sorriso deslumbrante, eu fiquei meio atordoado.
“Qual é o seu nome?!”
“Dylan Bailey! E o seu?!”
De repente a música fica mais alta ainda, parece que a equipe de som da banda aumentou a potência dos autos falantes.
“Brandon Black!”
“O quê?!”
“Brandon Black!”
Ele diz devagar mas só consigo entender o começo.
“Desculpe, a música está muito alta, seu nome é Brad?!”
“Me chame apenas de Brandon!”
“A tá, Brandon!”
Eu entendo a mão para ele, ele envolve minha, não é apenas na altura suas mãos são largas e firmes, me sinto pequeno com tamanha grandeza e força. Esse cara parecia ser perfeito jogando futebol americano, de repente veio isso na minha mente. Achei estranho não saber seu sobrenome, mas ele tentou dizer eu acho. Mas saber apenas o seu nome me deixou um pouco desconfortável, como se fossemos íntimos. Depois do aperto de mão eu não sabia o que falar, eu olhei para o seu rosto e tentei ver se tinha visto em algum lugar mas não lembrava, então pensei que ele ficasse na administração, no prédio enorme em frente ao hipermercado.
“Você é novo na loja?!”
Brandon pergunta, ele chega muito perto de mim e sinto sua voz profunda e rouca vibrar pelos meus ouvidos me causando um leve formigamento.
“Sou sim, trabalho há 6 meses!”
“Eu sabia! Eu conheço a loja há anos, e nunca tinha visto você aqui!”
Então de fato ele trabalha na loja, só que deve ser realmente da área administrativa, eu não conheço ninguém daquela área do prédio.
“Quantos anos você tem?!”
“Tenho 18 anos!”
“Não parece.”
Eu não ouvi o que ele falou, mas compreendi o que ele quis dizer lendo seus lábios.
“Por quê?”
“Seu rosto parece ser de alguém que ainda frequenta o ensino médio!”
Ele se aproxima de mim, e sinto um ligeiro arrepio. Eu realmente pareço muito novo, mas faz recentemente que concluí meu ensino. Na verdade eu não deveria estar trabalhando na loja e sim procurando uma faculdade.
“Todos dizem isso, mas eu sou maior de idade de acordo com a lei do Estado de Dellvild!”
Ele dá um breve sorriso, e sinto de alguma forma que ele está menos nervoso. Mas por que? Ele não diz nada, e ficamos em silêncio enquanto o barulho da música alta toca, o pessoal ficou mais solto novamente e não estava ligando muito para a vigilância dos sócios. Ele pergunta se eu queria beber alguma coisa, eu digo que não precisava. E falei que não podia exagerar no álcool.
“Por que?!”
Ele pergunta com um rosto confuso. Eu penso se deveria dar essa resposta. Mas quando olho para ele, ele transmite confiança de certa forma. Então eu falo a verdade.
“Não gosto de perder o controle sobre mim mesmo!”
Ele sorrir de novo, esse sorriso em seu rosto faz ele rejuvenescer ainda mais. Ele fala comigo que iria pegar algo sem álcool para mim e eu concordo. Eu fico feliz que consegui falar com alguém além da Amanda, e ele era muito simpático. Principalmente para alguém que trabalha no prédio administrativo. Ele volta com duas garrafas. Uma com logotipo vermelho escrito “Duff” e uma outra na cor preta. Eu fico com a preta e ele com a vermelha. Quando experimento sinto que é cerveja só que mais amargo.
“Você me deu cerveja?!”
“É sem álcool!”
“Ahh.”
Eu bebo outro gole, não era como a primeira cerveja que tomei que era bem gostosa, essa era um pouco mais amarga, porém, eu bebi. Ele tinha percebido que eu não gostei tanto e comentou. Eu tentei dizer o contrário, mas estava muito estampado no meu rosto, ele apenas rir e oferece para pegar outra bebida, eu aceito e ele me trás uma Pepsi. Fiquei envergonhado, pois senti que estava sendo tratado como um adolescente de 15 anos.
“Desculpa, é que não costumo beber, na verdade eu nunca bebi álcool na vida. Então eu não estou habituado ao gosto da cerveja!”
“Na verdade o erro foi meu, eu deveria ter seguido o que disse, e ter trazido algo diferente de cerveja!”
Eu queria dizer que não ligava, mas alguém veio por trás dele e disse algo no ouvido dele, ele ficou bem sério, pensei que algo grave deve ter acontecido então voltei minha vista para o pessoal dançando. Mas senti meu coração pulsando rapidamente.
“Olha, eu vou ali e volto resolver uma coisa, você me espera aqui?!”
“Ah! Claro…”
Ele segue o homem e perco ele de vista. Depois de uns cinco minutos, Amanda veio falar comigo, olho para o relógio do meu celular e vejo que passou um pouco da meia noite. Ela segura meu ombro como se quisesse se apoiar em mim, ela transpirava e seu cabelo preto estava grudado no seu rosto e no pescoço.
“Como dancei, sinto minhas pernas doer e sinto sede.”
Ela ver minha garrafa e pega e dar um longo gole. Ela faz uma cara que não gostou do que bebeu e fico rindo da sua situação.
“Não gosta de refrigerante?”
“Não gosto de Pepsi, prefiro coca-cola ou cerveja, e vou no bar buscar isso.”
“E que….”
Ela sai da minha vista e vai no bar pedir uma cerveja, eu ia dizer sobre o barman e o telefone mas ela foi mais rápida do que eu. Ela encara a fila, e depois de alguns minutos ela volta com a cerveja em mãos.
“Isso sim, néctar dos deuses.”
Ela mostra a cerveja com o mesmo logotipo do que o Brandon estava tomando.
“Ficou sabendo?”
“Do que?”
“Houve uma briga no estacionamento, parece que algum almofadinha brigou com algum garoto do depósito por causa de mulher!”
“Como assim?!”
“Não sei muito os detalhes, mas parece que essa mulher que estava com o almofadinha beijou o cara do depósito e ele não gostou nada e enfiou um soco no rosto do outro. Foi uns cinco caras a apartar a briga, fora os amigos do riquinho.”
“Meu Deus.”
“Eu queria ser a mulher, imagina só um homem rico brigando por mim?”
Amanda diz num tom divertido, ela estava realmente falando sério em querer ser a mulher na briga que rolou, mas antes dela ir embora de novo eu pego pelo o braço, de repente nem noto, ela olha para mim e pergunta o que eu queria. Eu pego no meu bolso um papel dobrado e entrego para ela. Ela olha para o papel e abre e começa a rir.
“Oh Bailey. Quem foi que te deu isso?”
“O barman, que nos atendeu primeiro.”
Ela coloca os dedos nos lábios e tenta lembrar quem é a pessoa, mas ela diz que não lembra ela ler o nome do homem e devolve o papel. Eu pergunto para o pôr que. Ela apenas ri e responde de forma travessa.
“Não quero, nem adianta dizer o que ele disse pra você. Eu sei qual é a intenção desses tipos de homens, no momento não quero dor de cabeça.”
Ela é irredutível nas suas palavras, não dando espaço para eu dizer alguma coisa, parece que ex dela deixou uma ferida profunda que é difícil cicatrizar. Então eu desisti, como disse, eu fiz a minha parte, a decisão partiu dela.
“Eu vou voltar para pista, já já vai começar a competição, eu quero ganhar aquele prêmio Bailey.”
Eu solto ela e ela some no meio da multidão. Quando dá meia noite e trinta, a banda dar uma pausa e um interlocutor aparece, ele era um senhor que aparentava ser de meia idade, ele se vestia como um cowboy tipico, mas quando se ver de perto ele parecia mais um senhor dono de fazenda do que um cowboy normal, ele tinha uma corrente que deu para perceber que era de ouro, um anel no dedo anelar grosso feito de ouro, mostrando que ele era casado. E tanto seu adereço no chapéu e na bota eram feito de ouro.
Então deduzi que podia ser um dos sócios do hipermercados, e enquanto ele falava muitos estavam quietos, parecia que o lugar a pouco que parecia muvuca misturada se tornou um enterro. Ele estava anunciando a décima competição de dança, e parece que houve uma surpresa, o prêmio que seria de 300 dólares, aumentou para 500, o povo foi a loucura, De longe eu podia ver a euforia de Amanda. Foi o único momento que o pessoal quase não deixou o homem falar, mas ele prosseguiu, que as regras ficaram mais rígidas.
“Serão apresentados cinco juízes em vez do habitual que era quatro. Essas pessoas estão ligadas aos mercados e uma pessoa é um profissional de dança.”
Quando o sócio chamou as cincos pessoas, o pessoal foi à loucura. Charlotte Hamilton é uma dançarina profissional e coreógrafa de um grande estúdio de dança em Dellvilt conhecido em toda América. Como os Black, conseguiram trazer uma mulher poderosa que só treina estrela para ser juíza de uma simples competição de dança? Até eu fiquei chocado. Agora entendo porque o prêmio aumentou, a dificuldade veio junto com a benção.
Mas isso não impediu a Amanda de competir, devido o prêmio aumentar, as pessoas ficaram mais estimuladas a participar e no total 50 pessoas iam disputar o prêmio. De longe ela me avista e mostra sua placa, ela era o número 20. Então foi recomendável a todos os outros que não iria participar se afastar para dar espaço suficiente para os participantes, mas isso foi quase impossível pois todos queriam ver a Charlotte.
Depois de um tempo as pessoas começaram a se ajeitar, e os 50 participantes puderam se acomodar melhor. Os 5 juízes ficaram no palco, no lugar mais alto para observar as pessoas. Mas para Charlotte Hamilton, que é uma dançarina profissional, creio que em qual posição ela estiver ela conseguiria julgar com proeminência.
Quando os candidatos estavam posicionados o DJ tocou a primeira música, era um ritmo muito acelerado, uma música que somente pessoas que entende do assunto pode pegar o passos. A maioria foi pega desprevenida e começaram atrasados, errando o compasso da melodia. Mas para os que entendem conseguiram pegar o espírito. Eu não entendia nada sobre dança, na verdade sou péssimo, mas via muito show sobre dança e sabia como Charlotte Hamilton julgava, meus olhos estavam somente na Amanda, de início eu fiquei nervoso de ela errar os passos, mas assim que vi eu desisti do nervosismo.
Amanda Brown dança maravilhosamente muito bem, ela poderia ser uma ótima dançarina se ela se dedicasse a dança, ela rapidamente enquadrou o ritmo acelerado aos seus passos, a música agitada e contagiante fez os espectadores eufóricos. Mas os profissionais da dança eram mais contagiantes, eu olhei também o González, eu não tinha palavras, ele mandava muito bem. O cara que mentalizei enquanto tentava dançar em casa não era nada perto dele. Ele tinha um encanto ardente que somente um latino podia expressar e como um cavalo selvagem ele demonstra seus passos ágeis e molejo mole. Ele sinceramente consegue se destaca muito, agora entendo porque ele era invicto na competição de dança country.
Quando a música acabou, Charlotte que ficou o tempo todo parada sem dizer uma palavra apenas com uma mão no queixo avaliando, já sabia quem seria eliminado e quem continuaria. Ela estava conversando com os 4 juízes, então eles entraram em consenso. Eles começaram a dizer os números que seriam eliminados da competição e aqueles que iam ficar para participar da segunda etapa. As 30 pessoas foram eliminadas de uma vez só. A primeira etapa só restou somente vinte pessoas. O juiz mandou o DJ tocar outra música escolhida, e o estilo era mais ameno, não era rápido demais mas também não era lento. A letra era uma música romântica mas bem alegre. E nessa segunda etapa dez pessoas foram eliminadas, Amanda e González continuaram invictos.
A terceira etapa, com 10 pessoas ia começar, e foi lançada a música, dessa vez era mais difícil julgar, eu não conseguia definir quem era o melhor ou não, todos ali dançam muito bem, mas aos olhos dos juízes era uma questão diferente. Agora entendi o porquê da presença de uma profissional de dança. Havia muitos competidores com ótimas habilidades que aos olhos de quem não é um profissional não poderia julgar. Com ajuda de uma profissional as coisas seriam totalmente diferentes.
A música terminou e 5 pessoas foram eliminadas, eu fiquei me perguntando como eles conseguiam ser tão criteriosos, eu não consegui notar uma diferença. E agora ficaria mais difícil na penúltima fase. A penúltima música pegou todos de surpresa, a música não era de domínio country e sim um ritmo dos anos 80. A música era ‘Footloose’ do cantor Kenny Loggins. Para alguém que só foi criado com música country não conseguiram se mover, mas havia duas pessoas que não se abalaram, sim, duas pessoas que são apaixonadas pela dança de forma geral e são ecléticos nos seus gostos: Amanda Brown e Henrique González.
Ambos dançavam ao som de footloose muito bem, as três pessoas que estavam participando apenas observaram e decretaram sua derrota iminente. Alguns espectadores ficaram confusos e alguns até nervosos pois eles pensavam que seria somente música country, ser pego de surpresa com um ritmo pop dos anos 80 foi totalmente inesperado. Mas os juízes no final da música explicaram que era uma disputa de dança, então a pessoa que participasse tinha que vir preparada para encarar o desafio. E apenas duas pessoas estavam preparadas. E eles foram os finalistas.
A última música era uma música country cantada pela banda que estava se apresentando. Então, tinha que ter bastante agilidade. Ambos os competidores estavam par a par, ambos suavam muito, mas eles estavam maravilhosos, em vez da música envolver ele, na verdade eles se tornaram a música. Cada com dançando do seu próprio jeito dando uma nova cor a modalidade, González e Amanda eram a própria música.
No final os juízes se reuniram novamente, só que dessa vez tomou mais tempo do que o anteriores, enquanto eles conversavam, senti minhas mãos suarem e fiquei trêmulo, eu estava muito ansioso e nervoso pela Amanda, ela mandou muito bem mas se Henrique ganhar também será uma vitória justa.
“Muito bem, o vencedor já foi decidido.”
Anuncia o mesmo homem.
“O vencedor da décima competição de dança a ganhar o prêmio de 500 dólares é..”
Amanda e González, não piscaram, eles ficaram paralisados sem mover um músculos, como se seus músculos entrassem em total repouso. Apenas escutando atentamente o que o homem dizia.
“O vencedor é… Amanda Brown!”
O alvoroço é grande, eu gritei muito alto, Amanda ainda estava em choque não acreditando, quando González estendeu mão parabenizando, ela olhou para cara dele ainda não acreditando, mas depois do choque eu ficar gritando o nome dela, ela se tocou que finalmente ela ganhou o torneio e os 500 dólares.
“Dylan! Dylan ! Eu ganhei!”
Charlotte Hamilton foi entregar pessoalmente a medalha e o troféu. O dinheiro iria ser creditado diretamente na conta dela, todos ficaram chocados pois ela não parava de dizer meu nome, aí a convicção que eu e a Amanda estava saindo foi alto. Mas eu só estava acompanhando ela, mas acho que minha alegria foi tão genuína que ela deve ter percebido isso quando eu gritei o nome dela quando anunciaram o vencedor.
Quando colocaram a medalha e deram o troféu para ela, ela fez como um campeão das olimpíadas, e beijou a medalha folheada a ouro. Ela parece que dedicou esse prêmio aos seus filhos e sua mãe. Quando o pessoal ia se dispersando, eu me aproximei dela, ela me deu um abraço muito forte, senti seus braços envolveram meu pescoço com força, até achei que ela ia quebrar meu pescoço. Então, ela começou a dar gritinhos dizendo mil coisas incompreensíveis, mas entendi que só era a alegria de ganhar um torneio que ela disputou durante 3 anos direto.
“Eu consegui Dylan, finalmente ganhei, poderei comprar os brinquedos que meus filhos querem e ajudar um pouco mais em casa.”
Eu não sei se era suor ou lágrima mais embaixo dos seus olhos estavam vermelho e seu nariz estava fungando, eu também fiquei muito feliz por ela.
“Então vamos tomar uma cerveja para comemorar? Dessa vez eu acompanho você.”
“Com certeza.”
Fomos para o bar, e atendidos pelo mesmo barman que atendeu a gente na primeira vez, o Dave. Ele perguntou o que queremos e pedimos duas cervejas, eu disse a cerveja que bebi da última vez, ele dar a cerveja para nós dois, parece que ele estava tão afim da Amanda que decorou a marca de cerveja favorita dela sem ao menos ela falar nada, mas ela estava tão eufórica, que ela esqueceu do Dave e que tinha rejeitado ele. Fomos para o centro, e o DJ começa a tocar a musica, e o pessoas estava se tumultuando novamente para dança, ela puxa meu braço para dançar com ela mas rejeito e digo para aproveitar. Então ela coloca sua medalha no meu pescoço e entrega o troféu.
“Já que não vai dançar comigo, pelo menos fica segurando meus prêmios.”
Quando fui ver, ela já sumiu na multidão. Eu estava segurando um troféu com uma mão e a bebida com a outra, o bar estava menos movimentado do que no início e como já são quase uma e meia da manhã, as pessoas mais velhas estavam indo embora. Mas continuava muito quente o lugar, a banda já tinha ido embora, e só ficou o DJ, ele ia dar continuidade a festa. Então as mesmas meninas que tropeçaram no meu pé pediram duas cervejas. E mais uma vez ouvi o que elas estavam comentando, como eu estava longe do centro da música o som não era tão alto e deu para escutar elas muito melhor.
Elas pegam a cerveja e bebem e começaram a conversar sobre a confusão que rolou mais cedo.
“Você viu o que rolou mais cedo?”
“Sim, parece que a companheira de um dos filhos de sócios beijou um funcionário da empresa na cara dura.”
“Mas disseram que ela estava muito bêbada, quando o esse filho desse sócio virou para ver algo em seu carro, ela tinha desaparecido e quando ele encontrou ela, ela estava agarrada com o funcionário que trabalha no depósito.”
Elas continuaram como se fosse invisível.
“E sabe quem apartou a briga?”
A morena disse em um tom de mistério, a amiga perguntou quem era essa pessoa.
“Black.”
Ela só citou o sobrenome, a amiga e eu peguei na hora quem poderia ser.
“Brandon Black, o presidente do império Black, nosso patrão?”
A menina foi bastante específica, nem eu conseguiria ser tão detalhista para saber sobre uma pessoa. Mas meu coração afundou, hoje eu conheci um homem chamado Brandon, eu não sei sobrenome devido que na hora a música estava muito alta e não entendi direito o que ele estava falando apenas sabia seu nome que era Brandon, mas…. eu tirei isso da cabeça pois não existe apenas um Brandon, e ele não podia ser um Black.
“Mas Brandon Black não estava na cidade vizinha, e pelas fofocas ele estava acompanhado por uma mulher que supostamente é dita que é noiva dele?”
“Você não escutou errado, ele está, na verdade estava na festa, ele separou a briga dos dois homens e levou seu amigo e a garota no seu carro, depois disso não sei o que aconteceu e para onde eles foram.”
“Caramba, quem diria que um Black estaria na festa do povo. Incrível, será que ele notou alguma coisa?”
“Creio que não, pois quando mal ele chegou a briga começou e ele teve que correr para parar a confusão…”
“E o que deve ter acontecido com o empregado? Será que ele vai ser demitido? Você sabe ele bateu em um filho de uns dos sócios do império Black e ainda mais é amigo de Brandon Black. Mais azarado do que isso, impossivel.”
“Na hora, não aconteceu nada, ouvi dizer de alguns meninos que viram a confusão, que Brandon Black falou para o menino entrar no galpão, mas ele não disse o que ia fazer, vamos só saber segunda-feira.”
“Ahhh…”
A morena começou a rir e puxou sua amiga para o centro onde o som é mais alto. E mais uma vez fiquei sozinho, a cerveja tinha terminado, e meu corpo já estava dando sinais de cansaço. Como acordei a vida inteira cedo, eu dormia bem cedo, depois de trabalhar a rotina não mudou somente a carga que ficou mais pesada, eu tinha apagado o homem chamado Brandon da minha cabeça, mas não as sensações esquisitas que senti quando estava falando com ele. Eu olho o relógio no meu celular e vejo que já eram 2h30 da manhã, eu nunca pensei que aguentaria tanto, se fosse meu eu normal já estaria no sono dos justos agora. Então toda cerveja, refrigerantes e o energético na minha corrente sanguínea foi para minha bexiga e senti uma vontade enorme de mijar. Eu olhei para o troféu na minha mão, e não podia deixar aqui em cima, então vi Dave que não estava atendendo ninguém, chamei ele e pedi para guardar o troféu da Amanda enquanto eu ia no banheiro. Ele aceita e pega o troféu e guarda embaixo da mesa.
O banheiro fica do lado de fora, foram instalados muitos banheiros químicos,e a essa hora deveria estar nojento, mas não tinha opção estava muito apertado. Vou em direção a saída do galpão e piso na areia grossa e rasteira do lado de fora, estava fazendo uma leve brisa fria, então lembro que eu realmente devia remodelar meu guarda-roupa, no caso do casaco jeans seria boa nesse momento. Minha camisa fina não estava dando conta do leve frio que estava fazendo, talvez porque essa área seja um pouco semelhante ao clima do deserto.
Fui em direção ao banheiro quimico, havia homens e mulheres do lado de fora conversando e fumando, quando chego no local, não havia ninguém e senti um pouco de medo, então bato na porta do banheiro para ver se tinha alguém, e não ouvi nada e abri a porta, não tinha ninguém e a situação não estava tão ruim assim. Quando a boa sensação de liberar o líquido do seu corpo aparece sinto meu corpo entorpecer, e o cansaço que estava sentindo há um instante atrás, piorou. Meus ombros foram para frente, e todo meu corpo pesou.
Eu terminei de mijar e saio do banheiro químico, e do lado de fora tinha uma pia com sabão líquido pela metade e álcool em gel. Foi instalado pronto para quem acabou de usar o banheiro. A água estava congelante, sinto meus dedos ficarem roxos, mas esfreguei o sabão nos dedos e depois derramo a água gelada para tirar a espuma depois sacudo a mão para tirar a maior parte do líquido já que não tinha um papel toalha para secar as mãos e passei alcool gel.
Enquanto estava sacudindo as mãos esperando que a brisa fria secasse elas, sinto alguém tocar levemente meu ombro, de cabeça baixa parei de mexer as mãos e viro, quando meus olhos batem nele, vejo que era o mesmo homem que falou comigo mais cedo. Que era o Brandon.
“Oi, de novo.”
Eu fiquei em choque, eu pensei que não veria de novo.
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