Paixão em Dellvild. - Capítulo 3
O refeitório estava em peso ansiosos para festa hoje à noite, homens e mulheres, não para de falar da tal festa. Parece que o anúncio na ala dos funcionários sobre a banda country que vai se apresentar hoje, deixou todos animados. Era uma banda bastante conhecida no estado de Dellvild, e eles estavam fazendo show pelo país.
O turno da tarde ia trabalhar menos horas para aproveitar a festa a noite, apesar que é uma festa para funcionários, homens e mulheres casados podia ler seu cônjuge, a única coisa restrita eram crianças já que era uma festa com bebidas alcoólicas e somente para adultos.
“O’Connor, você deixou de novo o milho no lugar errado?”
“Eu não deixei, o chefe disse que era para deixar perto dos leguminosos, e eu deixei.”
O’Connor falou puxando um tom forte caipira sulista. Ele é da Carolina do Sul, criado no interior desde de que nasceu, e veio muito velho para Dellvild para casar com sua esposa, então todos ficam zuando ele por causa do seu sotaque arrastado e seu modos ser bem rústicos. Os meninos do depósito e da reposição fazem com que O’Connor fale bastante, pois eles gostavam de ouvir do modo que ele falava.
“O’Connor, sabe que o chefe da manhã e o chefe da noite não se batem bem, né? E também você sabe onde tem que ficar o milho. Temos que ouvir do pessoal da tarde que tem que mudar todo dia de lugar o milho.”
“Vocês ouçam os eles, eu ouço o chefe, então a culpa não é minha se ele fala para deixar na ala B o milho, todo santo dia quando vou pegar o milho ele fala para colocar na ala B.”
“O’Connor, vai ser assim até quando? Quando o gerente do nosso departamento pegar nós fazendo isso, todos vamos ouvir por um erro seu.”
“Oh! Não é erro! E o que pedem para fazer.”
O’Connor ficou vermelho, era assim, quando os caras cismam em encarnar no O’Connor, ele ficava todo vermelho de raiva, e os caras começavam a rir. Mas uma coisa era certa entre eles, o chefe da manhã e o chefe da tarde não se dava nada bem, e para implicar um com o outro, o chefe da manhã fala para os caras mudarem alguns produtos de alguns lugares dando dor de cabeça para o chefe da tarde que é bastante metódico.
Isso resulta em discussões entre o setor da manhã e o setor da tarde.
“Mas vamos esquecer por hoje, pois só é festa.”
Os homens começaram a gritar dentro do refeitório ignorando a regra do silêncio, mas como hoje era festa os supervisores não ligaram para isso. Eu estava comendo meu almoço, hoje o prato principal era almôndegas mas tinha coxa de galinha assada, carne frita com cebola, carne assada com batatas e peixe assado. Como eu tinha comido carne ontem, resolvi comer coxa de frango com purê de batatas e ervilha com um pão brioche.
Eu já estava cansado antes mesmo da festa acontecer, e na minha cabeça circulava o ‘porque’ deu aceitar o convite da Amanda, ela com certeza vai me dar um perdido para dançar com algum cara e me deixar sozinho, e eu sei que vou ficar sozinho já que não tenho coragem o suficiente para chamar ou dançar com alguma garota.
Eu terminei meu almoço e levanto, O’Connor que estava vermelho de raiva agora comemorava com os caras sobre a festa de hoje, eles estão doidos para beber e dançar muito. Vou para meu lugar habitual, mas desta vez fico sentado no sofá, havia alguns homens deitados nas camas dormindo, então estava bem escuro o lugar. Eu começo a navegar pela internet e as notícias só fala do aniversário de 76 anos do hipermercado.
A festa não só ia acontecer na sede, e sim no país inteiro onde tem as filiais. Então está em peso, eu não sei como os Black consegue arcar com tanto prejuízo realizando essas festas todo os anos. Mas como eles são bastantes influentes e muito ricos, isso não deve ser nada. Fora que a comemoração da nomeação do filho de Henry Black para presidente é depois da festa, mas essa festa é feita somente com nata da sociedade, somente empresários e donos de grandes exportação vão estar nessa festa.
Enquanto estava descendo, havia outra reportagem comemorando a vitória para as finais dos Wolf, e a aparição de Brandon Black no estádio na cidade vizinha. Eu passei e nem me interessei, como não gosto de futebol americano para mim não teve importância.
Vou para Youtube ver alguns vídeos, mas a aba de destaque só fala da vitória dos Wolf x Búfalos, muitos torcedores foram dar uma força no jogo dos Wolf o que impulsionou para a vitória, ignorei esses vídeos e comecei a ver o que me interessava. Quando chegou a hora, eu desci, no caminho para o caixa 30 que estava hoje vesti o avental, e desejei um ótimo descanso para a menina que estava hoje a tarde.
Como hoje vai fechar cedo e amanhã não vai abrir, a loja estava lotada, muito lotada isso considerando que é fim de semana onde a maioria das pessoas não trabalham e fazem compras. Mas o que impulsionou de verdade foi o fato do aniversário do hipermercado, havia promoções espalhadas para todo lugar, até no setor de carne. Eu me arrependo de não ter esperado hoje para comprar as coisas.
Entretanto, eu não aguentaria ficar esperando na fila por muito tempo. Cada caixa tinha filas enormes esperando ser atendidas, como não era tão novato assim, peguei o ritmo rapidamente. E já tinha passado dois clientes, o caixa 30 é caixa rápido, somente 15 volumes no máximo, então eu tinha que ser bem mais ágil do que seria em outros caixas.
E nesse tipo de caixa, costuma muito o pagamento ser feito em cartão, devido a praticidade. Raramente o cliente vinha pagando em dinheiro, por isso que tinha que vigiar o troco, pois tinha que deixar uma certa quantidade para a garota da tarde.
“Cartão senhor?”
Fui bem direto, pois estava na cara que ele ia pagar em cartão.
“Sim. Crédito, o cartão é por aproximação.”
Pego uma máquina que além de passar todas as bandeiras, é especialmente para cartão que utiliza por aproximação e cartão digital. Ele coloca o cartão perto da máquina que apita dizendo que foi aprovada a compra, pego o primeiro papel e entrego o segundo junto com a nota das compras. Quando o próximo cliente vem, eu cumprimento e começo a passar suas coisas, e foi assim até terminar a hora de descanso da garota que está no caixa.
Quando olho, a loja ainda estava muito cheia, entreguei o caixa para ela e falei sobre o troco, ela agradece e começa atender o próximo cliente. Foi um sufoco desde que abriu a loja tive que chegar mais cedo. Um banquete de café da manhã patrocinado pelas principais marcas que fornecem o hipermercado vieram hoje, fora que em cada setor que vendem alimentos está tendo degustação em peso. Muitos clientes vieram fazer compras, e também juntou junto com a ‘quarta-feira dos cupons’ então muitos que são viciados em cupons vieram no aniversário, as meninas que não eram caixa rápido sofreram com a quantidade absurda de alimentos pagos com cupons.
Enfim, não sei como esse povo vai ter energia para festejar, mas como vi na hora do almoço todos eufóricos para hoje, não duvido nada, talvez somente eu não esteja afim e bem cansado. Realmente, pareço uma pessoa muito velha. Preciso de muita energia, talvez lá sirva energético. Atravessei a rua rapidamente pois de longe eu já tinha visto meu ônibus chegando, entrei e estava quase cheio mas ainda havia lugares para sentar.
Claro, não no final perto da saída e sim no meio, então resolvi ficar em pé com a mochila para frente para não atrapalhar ninguém que passar por mim, a praça local onde estava o monumento do lobo estava com uma enorme faixa comemorando a vitória de ontem dos Wolf, e parabenizando por chegar nas finais.
Muitas pessoas estavam passando pela praça, era um absurdo, até o trânsito estava um pouco mais lento do que o habitual de sábado, muitas pessoas resolveram sair para comemorar, e para as lojas e o shopping. Onde o ônibus parou em frente a uma loja especializada em vender produtos para jogos de videogame estavam lotados de adolescentes e homens jovens, tanto que não havia espaço para entrar. O que realmente estava acontecendo? Era o fim do mundo, e não sabia?
Todos decidiram sair hoje para fazer compras? Na verdade, com a vitória dos Wolf e o aniversário de 76 anos do hipermercado a economia do estado de Dellvild deu um impulso violento causando essa massa de consumo. O veículo está andando lentamente, então deu para ver muitos torcedores com as caras pintadas de verde e branco com a camisa oficial dos Wolf. Muitos deles são da cidade vizinha de Dellvild para comprar produtos ligados à liga, que só vende aqui.
Quando digo que o time de Dellvild é muito famoso não era brincadeira, quando os Wolf participaram do Super Bowl, a cidade parecia pequena para a quantidade absurda de ‘turistas’. Na época eu estava na escola e foi difícil ir para casa devido o caos no trânsito, e até havia rumores que haveria um apagão na capital devido a quantidade de pessoas acompanhando a noite o show do Super Bowl.
Mas devem se perguntar, que entenderia o fato das pessoas virem para a capital por causa dos produtos que só vendem aqui, mas o que tinha haver com o aniversário do hipermercado?
Simples, o hipermercado só tem na capital de Dellvild, então pessoas que são das cidades vizinhas do Estado de Dellvild, vem fazer compras, o que impulsiona muito a economia da cidade, o trânsito fica muito lento e há um número exorbitante de pessoas nas ruas. Essas pessoas aproveitam não fica somente no hipermercado, mas passa por outras lojas comprando produtos.
Por isso que quando o campeonato regional e o aniversário do hipermercado são próximos, há um grande volume populacional de alto consumismo. E tudo vira um caos. Finalmente eu aciono o botão, o ônibus para no meu ponto. Diferente de ontem, que a rua estava extremamente calma, há muitas crianças andando de bicicletas e pais caminhando com seus filhos na rua, quando chego na vila, o pessoal saiu para fora e estão comemorando, há muitas bombinhas e fogos de artifício sendo lançado parecia o dia da independência americana.
Alguns vizinhos que não vejo todos os dias, me cumprimentam, entrei no cercado da parte da frente de casa, e abro a porta. Como fiz compra ontem e a casa estava limpa, não havia nada para fazer, apenas descansar para hoje a noite. A garagem do lado de fora virou um depósito para coisas velhas que ainda não consigo desfazer devido a memória, eu gostaria de pegar minha antiga bicicleta e andar pela vila como eu fazia no passado. Mas agora ela está na garagem ganhando poeira.
O fato de não usar ela, é porque remete a lembrança de quando cheguei em casa, logo depois que vi que não havia ninguém eu tinha recebido a notícia do acidente do meus pais. Depois desse dia, eu não fui ao baile, e aposentei a bicicleta só fui no colégio apenas para pegar meu diploma pois precisava dele para confirmar no RH da empresa que tinha concluído o ensino médio.
As vezes sinto falta de pegar ela, mas não tenho coragem de entrar na garagem, basicamente faz 6 meses que não entro na garagem, desde da morte dos meus pais, nem para limpeza eu entro. Sei que algum dia tenho que organizar e encarar a minha tristeza e finalmente ver que estou superando a morte dos meus pais. Mas por enquanto, ainda é muito difícil.
Acendi as luzes e deixei a mochila no sofá, e fui direto para meu quarto pegar as roupas que ia vestir para a festa. Normalmente eu não sei o que vestir para essas festas, normalmente as únicas festas que ia era com meus pais, e neles eu tinha que usar um traje social, que está enterrado no fundo do meu armário. Então em uma festa comum, eu sou muito leigo, o que realmente deveria vestir? Eu pego todas as calças jeans que tenho, de diferentes tons claros e escuros.
E penso, hoje é uma festa típica bem caipira, uma banda bem famosa country vai está lá, é claro que eu ia vestir um jeans. Então lembrei do filme footloose de 2011 onde o personagem principal leva a mocinha para uma festa country, então peguei o mesmo jeans da tonalidade que ele estava usando, uma blusa leve branca e um all star preto. procurei mais alguma coisa para por em cima da blusa branca, estilo um casaco jeans, mas não achei. Eu realmente precisava mudar meu guarda-roupa.
Sento na cama, e lembro de uma coisa: eu sei dançar?
Depois do banho, começo a pensar, eu não sabia dançar, nunca arrisquei um passo de dança e sou extremamente desajeitado, então só vou ficar no meu canto bebendo energético até a Amanda se cansar e irmos para casa. Mas de fato desse jeito não vou ‘aproveitar’ a festa, apenas agir como sempre faço quando ia para as festas de família.
Então peguei meu celular e abri o spotify, e selecionei a música country aleatória que esteja fervendo no momento. E quando a música começou a sair pelo auto-falantes do meu celular coloquei sob a bancada marmorizada da cozinha, e comecei a arriscar alguns passos, tentei memorizar alguns passos que vi na televisão de um cara bem famoso que apareceu num show de talentos.
Fechei os olhos e fui, tentei isso durante trinta minutos, mas vi que não tinha nenhuma prática, meu molejo era horroroso e isso só serviu para arrancar boas gargalhadas de mim mesmo. E com certeza eu arrancaria boas gargalhadas dos outros também com meus passos horríveis. Eu praticamente não nasci para festas e danças.
Amanda me contou que lá havia um campeonato de dança, que dava dinheiro pelo melhor dançarino ou dançarina, eram 300 dólares para o melhor dançarino ou dançarina. E um troféu de tamanho médio. Amanda sempre compete todos os anos nos últimos 3 anos que trabalha na empresa, e ela disse que foi aperfeiçoando ainda mais a cada ano que passava, mas ela sempre perdia para o garoto do açougue. Ele é de nacionalidade latina, mas veio para Dellvild criança, então ele se considera mais americano que latino, e dança muito bem, principalmente dança country,
Ela compara esse garoto ao personagem principal que fez Ren McComarck de footloose de 2011. Não só Amanda comenta, como todos na loja, ele é invicto no campeonato de dança. Mas ela disse que não desiste e sempre tenta até ganhar dele. É claro, meu objetivo não é competir com Amanda e nem com González. Eu só quero aproveitar a festa e não me transformar no palhaço da festa.
Bem, talvez ficar parado bebendo energético ou outra bebida não seja tão ruim assim.
***
A noite chega, e a Amanda já enviou mensagem pelo Messenger, ela disse que estava quase chegando na minha rua. Eu vejo se está tudo ok, pego as chaves e meu celular, desligo todas as luzes e espero do lado de fora, a rua continua movimentada, mas não tão quando de tarde. Então ao longe ouço um ronco de um carro, e vejo uma chevette vermelha se aproximando.
Quando a Amanda se aproxima com a caminhonete eu vejo o quão velho é esse carro. O vermelho perdeu seu brilho e estava desbotado, em alguns pontos do carro dava para ver a ferrugem consumindo o veículo. Ela para o carro que dá uma boa guinada para frente. De repente sinto medo.
“Anda princeso, sua carruagem chegou!”
Deixei meu medo de lado, e fui em sua direção.
“Ok.”
Digo para mim mesmo criando coragem. Ela pergunta se estou preparado para a festa do seculo, eu afirmo de forma ressentida que sim. Então de alguma forma, esse carro velho estava ligado via bluetooth no seu ipod. A primeira música que ela escuta, é da Shania Twain, Man! I Feel Like A Woman. E começa a cantar a letra, na verdade ela estava gritando. Enquanto balançava dentro do carro, o carro com ronco forte ganha velocidade na estrada asfaltada.
Ela vestia uma regata branca, um short jeans super curto, cabelo preto solto e botas cowboy na cor marrom com alguns detalhes trançados. Ela estava estilo cowgirl típico.
“Hoje a mãe está ligada.”
Ela deu uma piscadela para mim, confirmando sua animação. Eu abro lábios liberando um leve sorriso, o vento forte que a caminhonete proporciona com a alta velocidade deixa meu sangue gelado, mas tentei controlar o leve tremor que vinha na minha mão, e tento apenas me concentrar na música alta que o ipod selecionou. A estrada estava clara para um céu tão escuro e cheio de estrelas. É verão então o vento quente entra pelos meus pulmões.
“Oh Bailey!”
“O que?”
“Hoje, vamos nos divertir, não quero te ver parado, hoje você vai competir comigo, vamos ganhar o troféu e a grana.”
“Tá bom.”
Disse de forma bem sarcástica, quando chegarmos na festa ela nem vai pensar que eu existo, e ficarei no meu canto apenas apreciando a música e o ambiente. Então do nada começa a tocar Maniac, de Michael Sembello, um ritmo dos anos 80. Eu não pensava que a Amanda ouvia essas coisas, mas vejo que ela é um pouco eclética em seus gostos.
“She Maniac, Maniac~!”
Ela começa a cantar o refrão da música.
“Vamos, cante comigo!”
Ela impulsiona, mas eu não consigo, eu fico totalmente travado enquanto observo ela balançar os braços dentro do carro. No final da música, estamos chegando ao local da festa, ao longe eu vejo luzes de refletores no céu noturno e barulho da música, quanto mais perto chegamos mais o barulho ficava alto e as luzes mais fortes. Amanda desconecta seu ipod do bluetooth do carro e guarda dentro de um recipiente e fecha, ela pede para subir o vidro do carro, paramos no enorme estacionamento, onde metade está sendo ocupado. Com os vidros levantados, ela acha uma um lugar para estacionar rapidamente, então, vimos muitos carros de luxos, Amanda fica fascinada com os veículos à nossa frente, e quando desliga o carro e saímos ela chega perto de um dos carros e passa a mão.
Fiquei meio receoso pois ela podia acionar o alarme do carro e estariamos com problema. Ela notou meu nervosismos e apenas sorriu brilhantemente, ela estava com um chapéu que não sabia da onde ela pegou e colocou na cabeça. Do lado de fora do enorme galpão alugado, havia pessoas do lado de fora fumando e conversando, e estava tocando uma música country dos anos 90 enquanto a banda estava se preparando para tocar, do lado de dentro feito de madeira envernizada era tão escuro quanto a noite e apenas os refletores coloridos refletia o chão. E quando nós dois colocamos nossos pés dentro do galpão algumas pessoas olharam para gente, Amanda colocou a mão na sua cintura e começou a andar balançando seus quadris no short curto e apertado, mostrando que nem tinha dois filhos de três anos. Eu fiquei envergonhado, os caras começaram a sorrir para mim como se eu tivesse pegando a Amanda, Jesus, eu só vim acompanhar ela.
Paramos no meio do galpão onde era a pista de dança, ela chegou perto de mim e falou.
“O lugar ainda não está lotado, e não tem ninguém dançando ainda, vamos para o bar beber alguma coisa, quero esquentar ainda mais meu corpo.”
Eu sigo ela, eu não parecia um acompanhante digno, e sim um fantasma que está preso a alguém. Chegamos no bar, e o barman abriu suas pálpebras e abriu um sorriso ligeiro quando viu a Amanda, mas quando ele olhou para mim rapidamente fechou o sorriso e perguntou o queríamos.
“Duas cervejas!”
Disse de forma direta.
“Não! Eu quero um energético.”
“Ok, uma cerveja e um energético.”
O homem pega no enorme refrigerador uma garrafa de cerveja e um energético, e entrega para nós dois.
“Tem certeza que não vai beber?”
“Não, estou bem assim, na verdade você não deveria está bebendo. Lembro que confiei o meu corpo a sua direção.”
Ela rir alto, e bebe um gole de cerveja.
“Não se preocupe, como hoje a cidade está muito movimentada com a quantidade de turistas, os policiais estão fazendo ronda dobrada, e eu não vou me embriagar, não quero ser pega pelo o policial Jackson ligando para minha mãe dando dor de cabeça a ela.”
Ela solta outro sorriso, mas sinto no fundo que quando a música começar e ela esquentar esse corpo ela vai esquecer completamente de sua promessa. Bebo meu energético aos poucos porque sinto que a noite vai ser longa. A música selecionada pelo DJ continua a tocar, aos poucos as pessoas que estavam do lado de fora fumando e conversando, entra e aos poucos o local fica um pouco quente. Mesmo sendo um galpão enorme ainda havia muitas pessoas para chegar.
Quando a noite vai avançando, a banda já está preparada para tocar. A cantora principal junto com seu parceiro chama atenção do pessoal. Então uma galera que estava espalhada ficou aglomerado no mesmo lugar para ouvir o que ela tinha para dizer. Ela tinha um timbre forte, ela era a cantora principal, ela começa com a primeira música, e o pessoal começa a gritar. Quando olho para o lado, não vejo mais Amanda, ela já se encontra no meio do movimento.
Então já estava preparado para isso, e apenas continuo bebendo minha bebida e escutando a música, a primeira música era agitada, então logo de primeira o pessoal não ficava parado e cada um arranjou um parceiro para dançar, não consigo localizar Amanda, as luzes piscantes e coloridas dificultava a minha visão. Então desistir de querer ver ela.
Quando a música ficava mais envolvente o chão começa a tremer com os pulos e os movimentos das pessoas, eu sinto dentro de mim algo que nunca senti na vida. Uma agitação, uma felicidade inexplicável. Agora entendi o que a Amanda fala sobre grandes festas. Eu, dentro de mim eu queria dançar também, mas alguma coisa dentro de mim trava, talvez o fato de não saber dançar mas olhos para algumas pessoas que não sabem arriscando os passos. Vejo neles a verdadeira liberdade que não via nas festas de família que ia com meus pais. Então de alguma forma, se não viesse hoje, iria me arrepender muito.
E a música muda, ainda é agitada os corpos das pessoas começam a suar, e na entrada vejo mais gente chegando. E como se fosse nunca terminar o número de pessoas a entrar no galpão. E quando essas pessoas chegavam elas se juntavam perto da pista de dança. O barman chama minha atenção.
“Você é alguma coisa daquela dama que estava com você?”
Ele fala alto pois o som estava alto, eu compreendo o que ele disse, dava para notar que ele queria alguma coisa com a Amanda e deve ter achado que eu era algum namorado ou ficante dela.
“Não, eu só estou acompanhando ela.”
“Poderia me fazer um favor?”
Eu olho para ele e já podia deduzir o que seria.
“Claro.”
Ele pega um papel e uma caneta do seu bolso, e anota algo. Quando olho vejo seu número de telefone e seu nome. Seu nome é Dave McCartney.
“Entrega meu telefone para ela, e diz que estou interessado nela, ok campeão?”
“Ok.”
Confirmo e guardo o papel no meu bolso esquerdo e ele foi atender um outro cliente. Eu fico sem jeito porque não sei aonde Amanda está, ela deve está bem no centro dançando curtindo a banda. E se for aparecer, provavelmente será para pegar alguma bebida. Eu não queria ir para aquele mar de gente e atrapalhar sua coreografia, então me afasto um pouco do bar para um pouco mais próximo do centro, mas não tanto a ponto de atrapalhar alguém. Se ela passar ela deve passar por aqui, então eu falo com ela e entrego o telefone o resto é a decisão dela, a minha parte eu fiz.
Passa 30 minutos e sinto um suor escorrendo pelo meu pescoço, o movimento aumentou mas agora as pessoas estão circulando e o bar está fervendo, muitas pessoas pedindo cerveja, uma equipe foi contratada pela empresa onde tem bastante barman para atender a demanda de pessoal. Principalmente sabendo que os sócios estarão aqui. Eu me perguntei se o novo presidente estará aqui. Mas eu duvido muito, como tem uma outra festa bem de seu ‘nível’ para ele ir, uma festa do povo não deve agradar tanto. Agora o homem toma o vocal enquanto a mulher bebe água, ele também tem uma voz poderosa como cantores de country de antigamente, as pessoas sente o novo ritmo e muda seus passos para acompanhar a nova música.
Caramba! Estava realmente quente e minha bebida já tinha terminado, eu não queria pedir outra bebida sem álcool e resolvi experimentar uma cerveja. Sai do meu lugar e vou para o bar, a frente está lotada de ponta a ponta pessoas pedindo bebidas. Eu consegui penetrar a barreira de pessoas com certa dificuldade, um outro barman me atende, ele tinha um cabelo baixo e arrepiado pintado de loiro, e tem uma tatuagem que cobria o pescoço e seguia para dentro da sua camiseta. Ele era forte também pois o uniforme que ele vestia estava um pouco apertado. E muitas mulheres gostavam de ser atendidas por ele.
“O que deseja campeão?”
“Uma cerveja.”
“Qual marca?”
“Tem algo leve?”
De repente sinto meu rosto esquentar por fazer tal pedido. O homem sorri e fala que tem uma que é bastante famosa para quem não é acostumado a beber muito. Ele me entrega uma garrafa com um logotipo de uma pantera, a embalagem é toda branca, embaixo escrito o nome da cerveja. A cerveja já estava aberta então eu bebi diretamente. A princípio sinto minha garganta travar, era a primeira vez bebendo álcool e senti o gosto amargo, mas como estava gelada e eu estava com muita sede dei outro profundo gole e desceu muito melhor, na verdade eu até achei ela boa. Quando notei ela já estava pela metade, então comecei a ir devagar pois senti uma leve tontura. A minha mente ficou um pouco mais leve, e meu corpo relaxou. Então, percebo que se eu não prestar atenção posso ficar bêbado rápido, e eu queria evitar isso.
Passa mais alguns minutos e minha cerveja já tinha acabado e coloco em cima do balcão, quando vou ver ela já não estava mais lá, eu não ia pedir outra esperaria um tempo. Então lembrei que para não ficar bêbado rapidamente você intercalava com algo doce. Então pedi uma coca. O homem me entrega uma garrafa de coca-cola gelada e bebo aos poucos e começo a senti o efeito. O açúcar no meu sangue faz com que a leveza da minha mente fique mais concentrado e consigo ter melhor controle sobre mim. Além do mais, o efeito do energético faz com que meu corpo não fique totalmente parado, então balanço o corpo com o ritmo da música.
Sinto que minhas pupilas estão mais ativas, e uma leve alegria me afeta. Então, não sei porque, sinto que alguém me observa fixamente, não sei se era focado em mim ou dirigido a alguém atrás de mim, mas sinto um olhar sobre mim. Eu procuro de onde vem essa sensação mas como estava cheio e somente as luzes piscantes eram meu guia, dificultava muito. Eu logo desisti porque senti uma leve dor de cabeça. Mas essa sensação não foi embora. Então, passei mais alguns minutos com essa sensação, então duas mulheres passam por mim, e ouço a conversa delas.
“Os sócios chegaram agora, o pessoal ficou meio tenso.”
“Eu notei isso, as pessoas continuam a dançar mas não como antes e o bar que estava lotado, ficou um pouco mais vazio.”
Um homem passa por elas e esbarram nelas que caem um pouco para trás que pisa no meu pé. A dor é momentânea, mas elas pedem desculpas e seguem caminho para o centro onde está o fervo. A sensação de ter alguém me observando foi embora, então eu relaxo meu corpo, fico pensando se era um desses sócios que estavam vigiando o pessoal. Eu tento relaxar o músculos do meu corpo tenso, então sinto alguém tocar meu ombro, pensei que era a Amanda, eu estava quase dando graças a Deus, e poderia dar o recado do barman. Mas quando olho para trás vejo um homem alto, e muito viril.
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