Paixão e Pecado - Capítulo 6
Ao entrar no apartamento, Lucian tira seu casaco e o joga sobre o sofá, logo depois segue em direção ao quarto, procurando por Killian.
– Killian. – ele o chama ao entrar no cômodo e se surpreende ao vê-lo fazendo as malas.
– O que está fazendo ?
– Ah… eu vou voltar para casa. – Killian fala um pouco hesitante e coça a nuca.
– Por que ? – Lucian o encara com um olhar ansioso, suas sobrancelhas se franzem e seus olhos se estreitam. Dessa vez não conseguiu manter sua cara de poker.
– Eu já te incomodei demais, deveria ir.
– Entendo. – ele suspira e desvia seu olhar para o chão.
– Termine de arrumar suas coisas, eu te levo para casa.
– Obrigado.
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– Me deixe aqui. – Killian aponta para a esquina próxima a sua casa.
– Certo. – Lucian estaciona no local indicado.
– Obrigado por vir me deixar, sei que está cansado do trabalho. – ele fala um pouco tímido enquanto mexe na alça da mochila.
– Se precisar de alguma coisa, me ligue. Não importa a hora ou o dia, apenas venha até mim, entendeu ? – Lucian acaricia seu rosto e o observa com uma expressão séria.
– Sim, eu vou. Prometo. – Killian murmura e seu rosto cora.
– Ótimo, pode ir agora.
– Te vejo depois. – ele sorri e logo depois sai do carro.
– Porra! – Lucian resmunga enquanto o observa caminhar até sua casa, ao vê-lo entrar, ele dá a volta e segue em direção a sua casa. A velha solidão de sempre o aguardava.
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– Estou em casa. – Killian fala ao entrar na casa, mas ninguém o responde. Ele segue em direção a cozinha e encontra sua mãe fazendo o jantar.
– Seu pai vai chegar logo, tome banho e desça para o jantar. Sabe que ele odeia não comer na hora certa. – a mulher fala indiferente.
– Sim, senhora. – ele se apressa e sobe para o seu quarto, ao entrar deixa sua mochila sobre a cama e segue em direção ao banheiro. Ao terminar de se arrumar, Killian desce e encontra seu pai sentado à mesa, esperando que sua mãe termine de servir o jantar.
– Quer ajuda ?
– Não, sente-se. Sabe que isso é trabalho de mulher. – seu pai interrompe e o encara irritado.
– Sim, senhor. – Killian puxa uma das cadeiras e se senta ao seu lado.
– Como vai a faculdade ?
– Bem.
– Ótimo, quero que vá para a igreja amanhã. Sem você aquele lugar fica uma bagunça, precisa de uma limpeza.
– Sim, senhor.
– O novo Padre não vai vir ? – a mulher o questiona.
– Não, não queremos um novo Padre, isso só reforçaria as fofocas dos hereges. O Padre Davis é o único que queremos, é o homem certo para nos guiar até a glória do senhor.
– Tem razão. – ela força um sorriso e se senta ao seu lado.
– Vamos orar! – o homem fala de repente, mudando de assunto, e estende suas mãos. Killian segura sua mão direita e a mulher faz o mesmo com a esquerda, em seguida fecham seus olhos e permanecem em silêncio.
– Senhor, agradecemos pela comida em nossa mesa, pelo teto em nossas cabeças e pela saúde dos nossos corpos. Que possamos continuar sendo dignos do seu amor e que nossas orações pelo Padre Davis possam ser ouvidas, o senhor sabe que aquele homem é inocente. Amém!
– Amém. – Killian e sua mãe respondem ao mesmo tempo.
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Sentado no sofá, Lucian mantém seu olhar fixo na tv, mas não está realmente assistindo. Sua mente estava divagando em meio a milhares de pensamentos.
– Porra… – ele resmunga ao ver a garrafa de uísque vazia e decide se levantar para buscar mais, ao fazer isso, sua cabeça começa a girar e sua visão fica turva, algo que não era comum.
– Que merda…? – Lucian sussurra e sente uma dor intensa atravessar suas costas. Ele cambaleia em direção ao balcão da cozinha, onde está seu celular, mas cai no meio do caminho. A cada minuto a dor se intensifica, o deixando impotente pela agonia.
De repente, em meio a um grito estridente, as asas de Lucian saltam de suas costas, jogando os móveis ao redor para longe e deixando seu apartamento uma bagunça. Ele encara o chão ofegante, ainda em choque, e depois de alguns minutos toma coragem para tocá-las.
Seus dedos deslizam entre as penas e seu estômago começa a embrulhar. Senti-las em suas costas o trazia péssimas lembranças, odiava suas asas e tudo o que elas representavam.
– Algo está errado… por que agora ? – ele sussurra e se levanta, em seguida estira seus ombros, tentando se acostumar com o peso delas. logo depois pega seu celular e liga para Lilith.
– O que foi, bonitão ? – ela o questiona despreocupada ao atender a chamada.
– Minhas asas voltaram. – Lucian suspira e esfrega os olhos.
– Quê ? Como assim ?
– Elas voltaram. Está surda ?
– Não, não, eu só fiquei surpresa…
– Fale com o demônio que está vigiando a casa do Killian, há algo errado.
– Certo, te ligo assim que souber de algo.
– Não, diga a ele para ir ao bar. Chego em um minuto.
– Espera, você não vai vir voando, né ?
– Preciso me aquecer, estou um pouco enferrujado. – ele sorri e desliga. Em seguida para por alguns minutos para admirar o sol nascendo no horizonte, que aos poucos ilumina o interior do seu apartamento.
– No que está pensando agora, pai… – Lucian sussurra.
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Lucian pousa suavemente no chão do terraço e recolhe suas asas, em seguida tira sua camisa rasgada e a joga sobre uma das mesas.
– Que desperdício de uma boa roupa… – ele resmunga e desce até o bar, onde Lilith e o demônio o esperavam.
– Senhor… – o jovem de aparência comum e pouco chamativa se curva ao vê-lo.
– Me diga o que viu. – Lucian puxa uma das cadeiras e se senta, em seguida tira um maço de cigarros do bolso de sua calça e acende um.
– Além da rotina da casa, não há muito para falar. Mas hoje aconteceu algo curioso…
– Curioso como ?
– Killian estava inquieto e não conseguia dormir, mas quando acabou finalmente adormecendo seu sono parecia perturbado. De repente ele começou a murmurar e chamou pelo seu nome, o nome de verdade.
– Tem certeza ? Se o que estiver dizendo for verdade, talvez ele esteja acessando as memórias do Miguel e isso deveria ser impossível! – Lilith o questiona, mas o demônio confirma com a cabeça.
– Ele não pode se lembrar de nada, vou retirá-las de sua mente e garantir que ele seja apenas o Killian.
– Está louco ? Sabe o que acontece quando mexemos demais na cabeça dos humanos, eles morrem! – Lilith esbraveja, irritada com sua decisão precipitada.
– Killian não pode se lembrar do que o Miguel e suas outras versões fizeram, isso vai destruí-lo. Ele é só um garoto assustado que precisa de ajuda, não vou deixá-lo se lembrar de todo aquele horror. – Lucian se levanta e joga o cigarro no chão, o apagando com a planta do seu pé.
– Não acha que está subestimado ele ? Killian, ou melhor, Miguel, pode estar com um rosto e personalidade diferentes, mas em essência ele é o mesmo Arcanjo astuto de sempre! – ela o encara fixamente, esperando fazê-lo entender.
– Ele não é como o Miguel. – Lucian a observa inexpressivo e logo depois segue em direção a saída do bar.
– Que teimoso… – Lilith resmunga e revira os olhos. Nada o faria mudar de ideia.
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