O Lobo e a Lua - Extra 4
– Posso entrar ? – Galena questiona ao bater à porta.
– Não quero conversar agora, Galena. – Fenrir responde de dentro do quarto, em um tom irritado.
– Eu trouxe uma oferta de paz! – ela fala de forma gentil, tentando convencê-lo, mas não tem resposta. Após alguns segundos, a porta se abre e apenas uma parte do rosto do lobo aparece na fresta.
– Sorvete ? – ele questiona e estreita os olhos.
– É.
– De chocolate ?
– Isso. – ela acena com a cabeça.
– Entra. – Fenrir fala ao abrir a porta.
– Pegue. – Galena lhe entrega uma colher ao entrar e logo depois segue em direção a cama, ela se senta e abre o pote de sorvete. Fenrir se aproxima em silêncio e se senta ao seu lado, em seguida, os dois começam a comer.
Depois de alguns minutos em silêncio, apenas comendo sorvete, Fenrir desvia seu olhar para Galena e deixa um longo suspiro sair.
– Não vai perguntar ? – ele questiona de repente.
– Depende, você quer falar ?
– Eu não sei…
– Okay, então não precisa dizer nada. – Galena sorri.
– Obrigado.
_______________
No dia seguinte.
Durante o jantar, todos ficam em silêncio, incômodos com o clima estranho que tomava conta do ambiente. Era nítido que Fenrir estava evitando os momentos em família desde que discutiu com Desmond.
– Você precisa comer. – Ambrose sussurra próximo ao seu ouvido.
– Não estou com fome… – ele murmura e olha para o assento vazio na mesa. Queria ter sua família reunida novamente.
– Porra, isso está me irritando! – Desmond resmunga e se levanta de repente.
– Pai, o que…? – Galena questiona confusa e gira seu rosto para trás, o observando enquanto se afasta.
– Deixe ele. – Ambrose fala de forma tranquila e continua comendo seu jantar. Galena suspira preocupada e volta seu olhar para Conan, que apenas dá de ombros e também parece confuso.
_______________
– Quem é ? – Fenrir questiona ao se aproximar da porta.
– Sou eu, posso entrar ? – Desmond responde ansioso, já esperando pelo não. No entanto, contrariando suas expectativas, a porta se abre e o lobo aparece.
– Entra. – ele balança a cabeça. Desmond suspira e entra, mas agora que estava frente a frente com Fenrir, se sentia ainda mais ansioso e todas as palavras que havia ensaiado em sua mente, sumiram.
– Fenrir, eu… – ele começa, mas não consegue terminar a frase, seus olhos se enchem de lágrimas e um nó se forma em sua garganta.
– Pai, eu sinto muito. Não deveria ter gritado e culpado vocês pela minha frustração. – Fenrir abaixa a cabeça e espera ser repreendido.
– Meu garotinho…! – Desmond murmura com a voz embargada e o abraça de repente, o segurando com força.
– Me desculpe, filho.
– Tudo bem, pai. – ele suspira e acaricia suas costas. Apesar de parecer durão, tinha o coração fraco quando se tratava dos seus filhos.
– Seu pai e eu deveríamos ter prestado mais atenção, a gente não percebeu que você se sentia tão mal. – Desmond se afasta e segura seu rosto, o encarando com um olhar amoroso.
– Está tudo bem, pai. – Fenrir sorri e segura suas mãos, acariciando o dorso delas com os polegares.
– Tem certeza ? Você realmente não precisa se casar e se não quiser se tornar Rei também…
– Pai! – o lobo o interrompe.
– Eu realmente não penso em me casar agora, mas vou cumprir com a minha obrigação como primogênito. Não precisa se preocupar.
– Meu bebê está tão grande agora, às vezes sinto falta daquela época! – Desmond sorri e se sente emocionado ao ver o quanto ele tinha crescido. Agora era um homem forte e inteligente, que já não precisava mais agarrar a barra da sua calça.
– Pai, isso é muito brega! – ele resmunga envergonhado.
– Pare de ser chato, garoto! – Desmond ri e agarra suas bochechas.
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– Desmond ? – Ambrose o chama e espera, sem resposta, ele abre a porta e o vê adormecido na cama, com Fenrir aconchegado ao seu lado, como costumava fazer. O lobo suspira aliviado e fica feliz ao ver que tudo saiu bem.
– Pai ? – Alora o chama com voz de sono e segura sua calça, tentando chamar sua atenção.
– Está com sono ? – Ambrose fecha a porta e se abaixa para pegar a pequena no colo. Alora assente com a cabeça e esfrega os olhos.
– Papai está ocupado agora, mas posso te colocar para dormir. O que você acha ?
– Sim… – ela responde sonolenta. Ambrose sorri e beija sua testa, logo depois segue em direção ao quarto das mais novas e ao entrar, é recebido por Amara e Enora, que correm em sua direção e se agarram ao seu corpo.
– Pai, eu quero ouvir o resto da história! – Amara fala um pouco alto e de um jeito meio autoritário. Era uma das princesinhas dos seus pais e não aceitaria ter seu pedido negado.
– E você, Alora ? Quer ouvir a história também ? – ele questiona e vai até a cama de Alora. O lobo a recosta cuidadosamente e a cobre com o lençol, a garotinha estava tão cansada que nem ligava para a história.
– Quero! – Enora responde empolgada.
– Certo, então vão para as suas camas. Vocês conhecem as regras.
– Sim! – as meninas respondem ao mesmo tempo e cada uma vai para sua cama. Elas se cobrem, como se estivessem prontas para dormir e esperam. Ambrose pega o livro que Desmond estava lendo para elas e se senta no chão entre as duas camas.
O lobo começa a contar o final da história e ao terminar, vê que as meninas estão dormindo profundamente. Ele se levanta e acende a luz do abajur, logo depois dá um beijo de boa noite em cada uma e sai do quarto cuidadosamente, para não acordá-las.
– Boa noite, meninas. – o lobo sussurra, apaga as luzes e fecha a porta. Ambrose vai para o seu quarto, já conformado de que iria passar a noite sozinho, mas para a sua surpresa, Desmond está sentado na cama, de banho recém tomado e usando aquele perfume que ele adora.
– Estava te esperando.
– Pensei que ficaria com Fenrir. – o lobo fecha a porta e se aproxima, ele se ajoelha em frente a Desmond e inclina a cabeça para frente, apoiando a testa em seus joelhos.
– Ele é grandinho, pode dormir sozinho. – ele sorri e acaricia suas orelhas.
– Que bom que as crianças crescem rápido. – Ambrose ergue um pouco a cabeça e sorri.
– Que ciumento! – Desmond agarra sua bochecha e ri.
– Não quero te dividir com ninguém… – o lobo se levanta e apoia as mãos sobre a cama, deixando seu rosto próximo ao dele.
– Isso é muito egoísta, Sr. Lobo! – ele lhe mostra um sorrisinho travesso e envolve os braços ao redor do seu pescoço.
– Eu sou, mas só quando se trata de você. – Ambrose sussurra e o beija. Agora poderia ter uma boa noite de sono.
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