O Lobo e a Lua - Capítulo 9
Desmond acorda de repente e mesmo com a visão meio turva, pode notar que já esta amanhecendo. Ele tenta se levantar, mas a dor em suas costelas o impedem.
– Argh… porra! – ele esbraveja.
– Você quebrou duas costelas. – Ambrose, que está sentado ao lado da cama fala indiferente.
– Merda… – Desmond sussurra e revira os olhos. Sua cara era a última coisa que queria ver naquele momento.
– Me deixa em paz!
– Tem noção do quão perigoso isso foi ? Agiu como uma criança! – Ambrose esbraveja e suspira. Estava preocupado.
– Idai ? Você não iria dar a mínima! Sou apenas um objeto que leva a tira colo quando precisa.
– Acha que eu estaria aqui se não me importasse ?
– Só me deixa sozinho… – Desmond murmura hesitante.
– Porra! Por que você é tão teimoso ? – Ambrose o segura pelos braços e Desmond geme de dor.
– Merda… isso doi pra caralho. – ele resmunga e sua expressão de dor deixa o Rei atordoado.
– Me desculpe, eu não…
– Para de falar e me dá água!
– Tudo bem. – Ambrose suspira e pega o jarro com água que esta sobre a mesinha de cabeceira, põe um pouco em um copo, se senta na cama ao seu lado e gentilmente levanta sua cabeça. Ele inclina o copo e Desmond abre sua boca, bebendo o liquido.
– Devagar. – ele sussurra e continua lhe dando água, mas á medida em que o observa se perde em seus pensamentos e acaba derramando o líquido.
– Que porra… – Desmond murmura irritado. Ambrose tenta seca-lo, mas está com suas mãos ocupadas, então desliza sua língua pelo canto de sua boca, indo até seu pescoço. Desmond geme e se encolhe em seus braços, seu rosto fica levemente corado e seu coração começa a palpitar.
O Rei o encara surpreendido e se pega pensando no desastre que poderia fazer, e se aproveitando da situação, ele aproxima seu rosto e desliza sua língua pelos lábios de Desmond.
– Ambrose… – ele sussurra ofegante. Ao ouvir seu sussurro e ver a linda expressão em seu rosto, Ambrose se dá conta do que está fazendo e se afasta assustado.
– Vou chamar sua dama de companhia. – ele se levanta meio desajustado, tentando esconder sua ereção e sai apressado.
– Idiota… – Desmond balbucia e fecha seus olhos. Estava cansado.
_______________
Após adormecer por um dia inteiro, Desmond acorda e olha ao redor procurando por Nanber.
– Nanber… – ele sussurra e tenta se levantar, mas é impedido por outra empregada do palácio.
– Senhora, precisa ficar deitada! – ela o deita novamente e tenta acalma-ló.
– Onde ela está ?
– Com o Rei. Ele está decidindo sua punição – a jovem fêmea fala hesitante e tristonha. O destino de Nanber era incerto.
– Punida ? Mas por quê ? – Desmond arregala seus olhos e a encara desacreditado. Não conseguia entender o que estava acontecendo.
– Porque a senhora saiu e se machucou.
– Me ajude a levantar! – ele estende a mão direita em sua direção e a encara determinado.
– Mas senhora… – a moça insiste.
– Agora! – Desmond esbraveja, a assustando. A jovem fêmea o obedece e o ajuda a se levantar, ele caminha com dificuldade em direção a porta se segurando nos móveis.
– Senhora, por favor vista isso. – ela mostra o seu robe e ele concorda, deixando que a fêmea o vista e cubra seus ferimentos.
– Eu vou leva-la até lá!
– Obrigado. – Desmond lhe mostra um sorriso gentil em agradecimento.
_______________
– Peço desculpas meu senhor. Assumo toda a responsabilidade do ocorrido. – Nanber se ajoelha diante de Ambrose, que a encara irritado.
– Me lembro claramente de ter ordenado que cuidasse da Rainha quando a escolhi como sua dama de companhia. Então como isso aconteceu ?
– Foi minha culpa, eu não consegui mante-la em segurança.
– Acusada pelo crime de negligência, será punida com…
– Ambrose! – antes de anunciar sua decisão, o Rei é interrompido por Desmond, que caminha em sua direção furioso.
– Minha senhora! – Nanber se levanta e avança em sua direção, o ajudando a se manter de pé.
– Estou bem. – ele sussurra, tentando acalma-la.
– O que pensa que esta fazendo, minha esposa ? – Ambrose os encara, parecendo ainda mais irritado.
– Se deseja punir alguém, puna a mim! – Desmond aumenta seu tom de voz e mantém seus olhos fixos aos de Ambrose, o desafiando.
– Eu sou o culpado por tudo. Foi minha decisão, Nanber não sabia de nada!
– Senhora, por favor não faça isso… – ela sussurra, tentando evitar o pior dos cenários.
– Se é isso o que deseja, irei puni-la. – Ambrose se levanta e caminha em sua direção, ele segura seu rosto com um pouco de força e o encara com um sorrisinho em seus lábios.
– Saiam. – ele gesticula com os dedos e sua voz ecoa pelo salão. No mesmo instante todos os guardas e funcionários se retiram, incluindo Nanber, que mesmo relutante deixa o local.
– Sabe que eu poderia lhe causar tanta dor, que todos nesse palácio o ouviriam gritar, não é ? – Ambrose sussurra próximo ao seu ouvido enquanto sua outra mão desliza pelo seu corpo, o envolvendo e o puxando para mais perto.
– Eles ouviriam seus gritos de agonia, mas não fariam nada, pois eu sou o único que tem poder aqui. Minha palavra é a lei, Desmond.
– Acha que tenho medo das suas ameaças ? Faça seu melhor, babaca! – Desmond o encara com desdém, mas ele apenas ri. Mesmo machucado e em uma situação de perigo sua boca continuava atrevida.
– Não são ameaças, são apenas fatos. Que aparentemente você desconhece.
– Nada dessa merda me importa. Apenas deixe Nanber em paz! – Desmond fala com certa dificuldade, já sentindo as consequências de tanto esforço.
– Esta doendo, não é ? – Ambrose desliza sua mão até suas costelas e acaricia o local do machucado com certo cuidado. Ele geme de dor ao sentir seu toque e suas pernas começam a perder a força.
– Ambrose… – Desmond choraminga irritado.
– Qual a sensação ?
– P-pare de falar… – ele se agarra a sua roupa tentando se manter de pé. Ambrose o encara fascinado com suas expressões e com o quão erótico podia ser, era divertido e excitante provoca-lo e esperar ansioso para descobrir qual resposta sairia de sua linda boca. Sem notar o Rei havia sido atraído até ele, e o desejava.
– Merda… – Desmond murmura enquanto seu corpo treme. Estava chegando ao seu limite.
– Shh… tudo bem. – ele o abraça e acaricia seus cabelos com cuidado. Apesar de ser divertido provoca-lo, estava começando a se irritar com esse Desmond que parecia tão frágil e submisso.
– Vá para o seu quarto. Decidirei sua punição mais tarde. – Ambrose o solta e volta para o trono. Desmond sai cambaleando da salão, naquela altura a dor era insuportável.
– O que farei com você, Desmond ? – o Rei sussurra para si mesmo e sorri imaginando as milhares de coisas que poderia fazer.
_______________
Ao sair da sala do trono, Desmond encontra Nanber que o esperava no corredor, aflita com o que poderia lhe acontecer.
– Senhora! – ela avança em sua direção e o segura antes que acabe caindo no chão.
– Estou bem, só me leve para o quarto… – ele sussurra debilitado e está ainda mais suado do que quando entrou. Não aceitaria demonstrar fraqueza diante dos alfas e muito menos diante de Ambrose, mas não podia continuar fingindo, seu corpo estava no limite.
– Vamos, precisa descansar!
– Obrigado, Nanber.
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