O Lobo e a Lua - Capítulo 54
– Fico feliz que esteja de volta, River. – Desmond fala sorridente. Era bom ver um rosto amigo depois de tudo o que havia acontecido.
– E eu fico feliz por voltar, senhora. Sinto muito se não pude ajudá-la durante uma crise tão grave.
– Não se desculpe, sei que estava ajudando aquelas pessoas. Foi a decisão correta.
– Fico feliz em ouvir isso. Agora se me dá licença, preciso voltar ao trabalho. – River sorri e se curva.
– Claro, pode ir.
– Obrigado. – ele se despede rapidamente e sai, caminhando pelo corredor em direção a biblioteca.
– River ? – Nanber o chama ao se deparar com ele.
– Nanber! – seu rosto se ilumina ao vê-la e um sorrisinho se forma em seus lábios. River se aproxima e a abraça, queria muito encontra-la.
– Como você está ? – ela o questiona preocupada.
– Estou ótimo, e você ? Parece um pouco cansada… – ele pergunta enquanto acaricia seu rosto.
– Estou bem, só não consegui dormir muito durante à noite. – Nanber sorri um pouco tímida, se lembrando do porquê não havia dormido bem.
– Nanber, eu estou com um pouco de pressa agora, mas gostaria de encontrá-la mais tarde. Há algo que eu gostaria de perguntar.
– S-sim, com certeza. Te vejo mais tarde!
– Ótimo, então até lá! – River segura sua mão direita e beija o dorso dela, logo depois segue seu caminho, sumindo no corredor.
– Deveria ter dito a ele o porquê não pôde dormir. – Lyter fala de repente e se aproxima.
– Minha vida pessoal não é da conta dele. – Nanber usa um tom frio. Odiava seu sarcasmo.
– Vai mesmo encontra-lo mais tarde ?
– Lyter, minha vida pessoal não é da conta dele e nem da sua. – ela revira os olhos e tenta se afastar, mas Lyter a segura pelo antebraço e a pressiona contra a parede.
– Não me provoque, lobinha. Já te disse isso dezenas de vezes, sabe que essa não é uma boa ideia… – ele murmura e a observa com um olhar furioso.
– Isso não é uma provocação, Lyter! – Nanber tenta afasta-lo, mas não tem força o suficiente para isso.
– Então é assim que vai ser ? – Lyter a observa com um olhar triste e sente um nó se formar em sua garganta. Ele se sente tentado a toca-la, mas cerra seus punhos e se afasta, indo em direção a janela no final do corredor e saltando por ela.
– Lyter! – Nanber corre atrás dele, porém não consegue alcança-lo.
– Porra… – ela murmura para si mesma e deixa um longo suspiro sair.
_______________
– River ? – Nanber o chama e bate à porta.
– Nanber! – River fala animado ao vê-la. Esperou o dia todo por esse encontro.
– Olá, River. – ela sorri.
– Venha, entre por favor. – ele dá espaço para que ela entre no quarto.
– Obrigada. – Nanber acena com a cabeça e entra.
– Sente-se, por favor. – River aponta para a cama e também se senta. Nanber se acomoda ao seu lado e se sente um pouco nervosa, fazia algum tempo desde que havia estado sozinha em um quarto com ele.
– Nanber, eu sei que faz tempo que terminamos, mas ainda gosto muito de você. – ele segura sua mão direita e acaricia o dorso dela, enquanto mantém os olhos fixos em seu rosto.
– Talvez eu não tenha sido um namorado tão atencioso naquele tempo e tenha feito você se sentir sozinha… – River hesita, ansioso. Não conseguia verbalizar bem o que sentia.
– River, isso é passado, está tudo bem agora. Vá direto ao ponto, por favor. – Nanber sorri e acaricia seu rosto.
– Certo… você continua bem direta! – ele ri nervoso, mas respira fundo, tentando reunir coragem.
– Eu quero recomeçar, Nanber. Com o período de acasalamento chegando, pensei que seria uma boa oportunidade para retomar de onde paramos.
– River, eu… – Nanber hesita. Não estava exatamente surpresa com o seu pedido, mas ainda sim, não sabia o que dizer.
– Não precisa me responder agora, pode pensar um pouco se quiser. Já faz tanto tempo, que eu entenderia se você não sentisse mais nada.
– River, eu gosto muito de você e tenho um grande carinho por tudo o que vivemos, mas não posso. Realmente não posso, sinto muito.
– Tudo bem, eu já estava preparado para um não. Me surpreenderia mais se disesse sim! – ele sorri um pouco triste e beija o dorso da sua mão.
– É por causa do Lyter ?
– Sim… – ela murmura envergonhada.
– Eu Imaginei.
– River, enquanto nós… eu e ele não… – Nanber hesita, estava em pânico.
– Eu sei. – ele ri. Nunca desconfiou da sua lealdade.
– Sempre foi ele, não é ?
– Sim, eu acho que sim… – Nanber murmura e sorri. Ele tinha razão, sempre foi Lyter e não havia espaço para outro homem.
– Boa sorte com isso, Nanber. – River sorri e beija sua bochecha.
– Obrigada, River.
_______________
Alguns dias depois. Final da primavera.
– Nanber, tudo bem ? – Desmond questiona ao notar que ela parecia distraída.
– Sim, eu só estou cansada. – ela força um sorriso gentil e toma um gole do seu chá.
– Se algo estiver te incomodando, não hesite em me contar, okay ? Somos amigos. – ele lhe mostra um sorriso amigável e segura sua mão, acariciando o dorso dela com o polegar.
– Eu sei, mas não quero te chatear com os meus problemas. – Nanber suspira e deixa a xícara sobre a mesa.
– O quê ? De forma alguma! Eu quero ouvir.
– Eu tive uma discussão boba com o Lyter e agora ele está me evitando. Assim que chego em algum lugar, ele vai embora no mesmo instante. – ela esfrega os olhos e sente sua cabeça latejar de dor. Aquilo estava tirando seu sono a dias.
– Eu percebi que ele tem estado mais quieto do que de costume. Já tentou falar com ele ?
– Sim, várias vezes!
– Sobre o que estavam discutindo ?
– Nós… passamos uma noite juntos e ele meio que se declarou. – Nanber dá de ombros e sorri um pouco sem graça. Por algum motivo, era vergonhoso falar sobre isso com ele.
– E você o rejeitou ? – Desmond ergue uma de suas sobrancelhas e a encara fixamente.
– Mais ou menos ?
– Ah, Nanber, pelo amor da Deusa! – ele resmunga e revira os olhos. Ela sempre fazia tempestade num copo d’água.
– Eu só não sabia como reagir, okay ? – ela esbraveja, tentando se defender.
– Você gosta dele, então por que não ficam juntos logo ? O período de acasalamento está logo ai, deveria aproveitar isto!
– Não é tão simples assim… – ela se encolhe na cadeira e seu rosto ganha um leve tom avermelhado. Havia muitas coisas que Desmond não sabia sobre o seu passado com Lyter, coisas que Nanber queria esquecer.
– Ugh, sério… – ele suspira e sente sua mente dar um nó. Tudo sobre aqueles dois parecia extremamente dramático.
– Nanber, você precisa… – Desmond para ao ouvir alguém bater à porta do seu escritório e se levanta.
– Entre. – ele fala um pouco alto e logo a porta se abre. Lyter entra em silêncio e mantém seu olhar focado em Desmond, como se Nanber não existisse.
– O Sr. Orlo está aqui, senhora.
– Eu não estava esperando por uma visita dele. Aconteceu algo ? – Desmond questiona e se aproxima.
– Ele não me disse nada, apenas insistiu em vê-la hoje.
– Bom, já que ele está aqui, não custa nada vê-lo. – Desmond suspira e lamenta que seu momento de descanso tenha sido interrompido.
– Nanber, sinto muito. Tomaremos chá em outro momento.
– Tudo bem, você precisa ir. – ela sorri e acena com a cabeça.
– Certo, então até mais. – ele segue em direção a saída, mas antes de cruzar a porta, Desmond para bruscamente e se vira para trás, encarando Lyter com um olhar mortal.
– Você fica.
– O quê ? – ele ergue uma de suas sobrancelhas e está claramente mal-humorado.
– Vocês dois precisam conversar e dar um jeito nessa situação. E não quero ouvir desculpas, é uma ordem. – Desmond lhe mostra um sorriso astuto.
– Enquanto não se resolverem, não vão sair daqui.
– Desmond, isso é…! – Nanber protesta. Não queria ser tratada como criança.
– Quietos, já disse que é uma ordem! – ele sorri novamente e sai, fechando a porta e a trancando.
Lyter deixa um longo suspiro sair e logo depois volta sua atenção para Nanber, que está acuada em seu assento. Aquilo era extremamente incômodo.
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