O Lobo e a Lua - Capítulo 10
– Quem é ? – Azael questiona ao ouvir alguem parte à porta.
– Sou eu, senhor… – a voz masculina responde. Azael se levanta e abre a porta, se deparando com um homem usando capuz, que cobre metade de seu rosto.
– Estava esperando sua visita. Entre por favor. – ele lhe dá espaço para que entre e confere rapidamente se não há ninguém no corredor.
– A que devo a honra de sua visita ? – Azael questiona ao se aproximar.
– Tenho informações que lhe podem ser úteis, meu senhor.
– Sente-se, vamos conversar! – ele indica a cadeira proxima ao homem e sorri. Era a oportunidade que estava esperando.
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– Como ele está ? – Ambrose questiona o médico da família, preocupado com a situação de Desmond.
– Os hematomas estão se curando rapidamente, mas o que me preocupa são as fraturas. Quase não houve sinal de melhora.
– Tem certeza ? Ele é um lobo, seu corpo deveria estar reagindo.
– Sim. Infelizmente os remédios não ajudam muito e ele contínua se queixando de dores. – o médico suspira, se perguntando o que havia de errado.
– Quanto tempo até a recuperação ?
– Se continuar nesse ritmo. Um mês.
– Obrigado. Pode ir. – Ambrose acena com a cabeça e observa enquanto o homem sai.
– Que problemas arrumou dessa vez, minha querida esposa… – ele suspira e esfrega sua testa.
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– Senhora, não pode entrar aqui! – o guarda parado em frente ao quarto de Desmond estica seu braço, impedindo a passagem.
– Me deixe passar, eu vim ver a Rainha! – a mulher esbraveja, mas o jovem não cede e logo começa uma pequena confusão.
– Nanber, pode cuidar disso ? – Desmond murmura irritado. Não conseguia descansar com tanto barulho.
– Sim. – ela caminha até a porta e ao abrir, se surpreende ao ver sua mãe.
– Nanber querida… por que está em sua forma humana ? – a mulher a questiona confusa, já faziam alguns anos desde que a viu assim.
– Mãe, eu… – Nanber fala hesitante.
– Ah, isso não importa! Por favor me ajude aqui!
– Mãe, por que está aqui ?
– Vim para agradecer a Rainha!
– Senhora, eu já lhe disse que não pode entrar. São ordens do Rei! – o guarda interrompe.
– Nanber, quem está ai ? – Desmond a chama, curioso com o que estava acontecendo.
– Minha mãe, senhora.
– Deixe que ela entre.
– Mas senhora, o Rei disse… – ele entra no quarto, com medo de que a culpa caisse sobre seus ombros.
– O Rei não tem poder aqui. Deixe-a entrar! – Desmond o encara com um olhar furioso e o guarda recua. Sentia mais medo de sua caprichosa Rainha, do que de Ambrose.
– Obrigado, minha senhora. Eu lhe trouxe alguns presentes! – a mulher entra sorridente e se curva em sinal de respeito.
– Eu agradeço, mas realmente não precisava… – ele fica levemente corado com sua gentileza.
– A senhora salvou minha menina, era o mínimo que poderia fazer!
– Mãe, poderia ter me dado e eu me encarregaria disso! – Nanber suspira. Sua mãe era gentil de mais as vezes.
– Não tem problema, é bom receber visitas. – Desmond sorri.
– A senhora é tão gentil quanto dizem! – a mulher sorri e começa a tirar algumas coisas de dentro de sua bolsa.
– Veja, eu lhe trouxe lindos tecidos, algumas frutas e tabaco. – ela lhe mostra os tecidos, contando detalhes sobre sua produção e também lhe ensina sobre as frutas típicas daquela região. Desmond ouve tudo com atenção, adorava aprender coisas novas.
– Obrigado, vou me certificar de fazer lindos vestidos com os tecidos e comerei todas as frutas! – ele segura suas mãos e a agradece com um largo sorriso em seu rosto.
– Serei eternamente grata pelo que fez, senhora. Lhe desejo uma rápida recuperação!
– Mãe, precisa ir agora. A Rainha precisa descansar!
– Sim, tem razão! – ela se despede mais uma vez de Desmond e sai acompanhada de Nanber, que a leva até a saida do palácio.
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Ambrose caminha pelo corredor em direção ao quarto de Desmond e ao chegar, pode ouvir sua voz animada do outro lado. Ele bate à porta, que logo se abre e é recebido por Nanber, que já não disfarça mais seu desgosto.
– Nos deixe sozinhos. – ele ordena e ela rapidamente some no corredor. Ambrose entra e se depara com Desmond descansando na cama, seu aspecto havia melhorado desde a ultima vez que o viu.
– Por que está aqui ? – ele o questiona sem rodeios. Sua presença nunca era algo bom.
– Conversei com o médico da família mais cedo, ele me disse que sua recuperação está sendo mais lenta do que o esperado.
– E qual o problema nisso ? Acha que sou uma espécie de super-herói ? – Desmond brinca em um tom sarcástico.
– Não, mas para um lobo duas costelas quebradas não são nada.
– Não sou como vocês, já disse isso milhares de vezes! – ele revira os olhos.
– Alguma vez já mudou de forma ?
– Não, eu sempre estive assim… – Desmond fala hesitante.
– Isso explica tudo. – o lobo suspira e se aproxima da cama, puxa uma cadeira e se senta ao seu lado.
– Do que está falando ?
– Desmond, acho que deveria se transformar.
– O quê ? Não! Definitivamente não! – ele esbraveja, mas acaba recuando devido a dor.
– Está doendo, não é ? No dia em que te toquei pude sentir… – os olhos de Ambrose caminham pelo seu corpo até chegar em suas costelas.
– Vai curar sozinho, então me deixa em paz!
– Mesmo que duvide das minhas intenções, eu estou preocupado com sua saúde. – ele segura sua mão e encosta seu focinho na palma dela.
– Na forma de lobo, você pode se recuperar facilmente e não precisará mais ficar preso na cama…
– E do que adianta ? Meu castigo é permanecer aqui, não é ? – Desmond puxa sua mão e a deixa próxima ao seu corpo. Não queria ser tocado.
– Sem castigos, sem brigas. Okay ? – Ambrose acaricia seu rosto e põe uma mecha de seu cabelo macio e dourado atrás de sua orelha.
– Acha que pode me convenver com galanteios baratos ? Isso é patético! – ele o encara com desdem, fazendo o Rei recuar.
– Tudo bem, eu volto outra hora. – Ambrose suspira e se levanta.
– Por favor, não venha. – Desmond o encara furioso, mas o Rei apenas sorri como resposta e sai.
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Alguns dias depois.
Lyter salta pela janela, entrando no escritório de Ambrose e se depara com seu amigo debruçado sobre uma pilha de cartas.
– Tenho algo para você. – ele se aproxima e estende a carta em sua direção. Ambrose volta seu olhar para ele e o encara parecendo um pouco distante.
– A quanto tempo está aqui ?
– Eu não sei… – o Rei sussurra e dá um longo suspiro, em seguida pega a carta de sua mão e começa a lê-la.
– Jantar… – ele murmura e esgrega os olhos. Estavam começando a doer.
– Mande avisar ao Willbur que irei ao jantar.
– Jantar com o Willbur ? Tem certeza ? – Lyter ergue uma de suas sobrancelhas.
– Não tenho escolha. Apenas faça o que eu mandei.
– Okay. – Lyter revira seus olhos e some rapidamente ao pular pela janela.
– O que quer agora, Willbur ? – Ambrose se recosta em sua cadeira e fecha seus olhos, se sentia esgotado.
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